Depois de fazer a feira em NY, outro programa gastronômico legal é visitar um mercado. Aqueles onde dá para comprar produtos fresquíssimos e variados, guloseimas e gadgets de cozinha. E ainda sentar para comer uma comida gostosa. E de quebra ver coisas lindas e apetitosas. Desta vez visitei três mercados onde ainda não tinha ido, o Vinegar Factory, o Eataly e o Plaza Food Hall. E aproveitei a ida ao High Line para voltar ao Chelsea Market, sempre um programa legal.

Vinegar Factory

Na rua 91, entre as avenidas First e York, ele fica meio fora de mão do circuito turístico. Mas dá para ir até lá facilmente de ônibus: o M86 para na porta. Ou ainda de metrô: o mais próximo, da linha verde, para na rua 96 com a Lexington e de lá é uma boa andada. Se você for de metrô, aproveite para dar uma paradinha na livraria Kitchen Arts & Letters na própria Lexington entre as ruas 94 e 93. O Vinegar Factory é mais um empreendimento do Eli Zabar, nome gourmet tradicional na cidade, conhecido por seus restaurantes e mercados, entre eles o Zabar’s e o E.A.T.

Como o próprio nome diz, o Vinegar Factory é uma antiga fábrica de vinagre cujo prédio foi reformado e transformado em um mercado gourmet no térreo e uma praça de alimentação ‘chique’ no primeiro andar, onde são servidos pratos feitos com ingredientes fresquíssimos trazidos direto da fonte (de fazendas do Estado de NY e até de uma estufa no topo do prédio!) ou finalizados no local, como a carne maturada lá mesmo, o café torrado e moído lá, etc. Aos domingos, tem um brunch legal que vale a pena experimentar. Abre diariamente das 7h às 21h.

Eataly

Tem gente que torce o nariz para o Eataly, mas o galpão enorme rodeado de lojinhas e bancas de frutas, verduras, frios e queijos, com a praça de alimentação no meio vale uma visita. Um pedacinho da Itália em NY, sim. A ideia do Eataly é bem semelhante a do Vinegar Factory: “we sell what we cook and we cook what we sell”. Eles procuram oferecer produtos da melhor qualidade por preços razoáveis, tudo ligado à gastronomia italiana. Um lugar bonito, organizado, colorido e gostoso. Também oferecem cursos e palestras com preços a partir de U$30, programão para os aficionados.

O Eataly NYC é o o mais novo da rede de Eatalys do empresário Oscar Farinetti, que tem outro mercados semelhantes na Itália e no Japão. Em NY, a parceria é com o grupo B&B do conhecido restauranteur Mario Batali. O Eataly está localizado bem na junção da Broadway com a 5ª Avenida, em frente ao Madison Square Park. Saindo do mercado não perca à direita o Flatiron Building, prédio triangular numa esquina, que rende boas fotos. O Eataly abre diariamente às 10h, mas os restaurantes só funcionam a partir das 11h. Fecha às 23h.

Plaza Food Hall

O Plaza Food Hall entra na categoria dos mercados neste post mas é mais uma ‘praça de alimentação chique’ do que propriamente um mercado. Construído recentemente no subsolo do Plaza Hotel, nele dá para achar produtos gourmets, flores e até gadgets e livros de culinária para vender, mas o forte mesmo são as oito ‘estações’ de comida que oferecem pratos feitos na hora e para viagem, desde ostras e sushis até massas, pizzas e hambúrgueres. O empreendimento é responsabilidade do chef e restaurateur Todd English, que inclusive promove palestras e aulas de culinária no local.

O lugar não é dos mais convidativos para o meu gosto, já que é um tanto apertado, cheio e escuro. Mas a comida tem fama de boa e é bem procurado por quem trabalha ali perto. Aproveite uma ida ao Central Park para dar um pulo no Plaza Food Hall. Basta atravessar a rua 59 e descer as escadas rolantes na lateral do Plaza Hotel.

Chelsea Market

Enquanto o Vinegar Factory é o mais local dos quatro mercados, o Eataly o mais turístico e o Plaza Food Hall uma praça de alimentação sofisticada, o Chelsea Market é sem dúvida o mercado mais descolado. Não só pela aparência como pela vizinhança, pois fica bem embaixo do High Line e a uma quadra do bochicho dos restaurantes do Meatpacking District. O prédio é também uma antiga fábrica de biscoitos e foi reformado mantendo-se várias de suas características da época. A entrada pelos fundos é mais interessante, pois passa por um hall ‘sombrio’ com esculturas originais.

Este mercado difere dos outros por ser mais um centro de compras do que um mercado só. Nele tem desde restaurantes descolados como o Buddakan até pequenas padarias/confeitarias como Eleni’s, Billy’s, Amy’s Bread e Sarabeth’s. Tem desde lojas descoladas como uma filial da Anthropologie até floricultura, açougue, quitanda e uma lojinha de gadgets de cozinha bem completa, a Bowery Kitchen Supply. Abre de segunda a sábado das 7h às 21h e aos domingos das 8h às 19h.

Aproveite a visita ao Chelsea Market para dar um pulo no High Line, antiga linha de trem desativada e transformada em um parque bem diferente.

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Neste post de 2009 falei de algumas tradicionais delícias de comer em Nova York: o New York cheesecake da Lindy’s, o arroz doce da Rice to Riches e os cupcakes badalados da Magnolia Bakery.  Neste post do ano passado, falei sobre dois lugares em Nova York indicados pelo David Lebovitz, o Baby Cakes e o Doughnut Factory. O primeiro é muito legal para os vegans ou para quem tem restrições alimentares e o último, em especial, vale uma visita, foram as melhores donuts que comi na vida. Desta vez, visitei alguns lugares do ‘circuito Lebovitz’ mas fiz também meu próprio circuito. Algumas boas surpresas e outras nem tanto. Todos estes lugares ficam no sul de Manhattan, em especial no Chelsea, Soho, Nolita, East Village e Lower East Side.

O David Lebovitz foi de Katz Deli – que, convenhamos, é uma delícia mesmo, mas não é novidade certo? :o)  Então desci um quarteirão da Houston com a Ludlow e fui para a Stanton com a Orchard almoçar no The Meatball Shop. Faz jus à badalação, hora do almoço super disputada e lugar só no balcão. Menu cheio de meatballs diferentes, fui na tradicional mesmo. Mais uma saladinha crocante e uma sangria, saí de lá beeem feliz com tudo. E olha que nem comi o sanduíche de sorvete, sobremesa deles endeusada pelos gourmets de plantão. Vale a pena provar, as almôndegas são simples mas deliciosas mesmo.

O David Lebovitz foi de Momofuku Milk Bar e eu também. No East Village, a alguns quarteirões ao leste do Washington Square Park, provei uma amostra dos sorvetes com coberturas crocantes. Mas tinha também as famosas tortas e os cake pops, que estão aparecendo agora em vários lugares de Nova York. Tudo gostoso. Mas depois de almoçar no The Meatball Shop, andei mais um quarteirão e fui também de Bisous Ciao Macarons, loja minimalista só de macarons. Um arco-íris na vitrine, os macarons são grandinhos e bem recheados, coloridos e gostosos. Não deixe de provar o Salted Caramel e o Jasmine Green Tea.

E dá-lhe mais cupcakes. O David Lebovitz andou pela Sugar Sweet Sunshine e eu fui atrás dele. Andei mais um quarteirão até a Rivington, entre a Essex e a Norfolk e embora eu não seja fã de cupcakes provei um cupcake no copo – bolo, recheio e cobertura 🙂

O lugar é interessante porque não é nada turístico, tinha mais de uma mãe com filhos escolhendo bolinhos e até uma homenagem ao Mr. Cake Man 🙂

Meu circuito ‘cupcakerístico’ incluiu também a Eleni’s no Chelsea Market, a Billy’s Bakery na Elizabeth Street entre a Prince e a Houston e depois, descendo a Elizabeth e entrando na Prince, a Little Cupcake Bakery Shop bem na esquina. Dos três lugares, o mais fraco é a Eleni’s, onde os biscoitos é que são mais interessantes. No Billy’s comi uma torta de limão campeã, quase igual à da Magnolia Bakery (onde tem a me-lhor torta de limão e o me-lhor pudim de banana de Nova York), mas o lugar é bem acanhado. Eles têm uma filial maior perto do Chelsea Market que é mais legal que esta. Na Little Cupcake belisquei uns cupcakes com cobertura levinha, gostosinhos mesmo, e aproveite para sentar e tomar um café. Lugar muito bonitinho e bem girlie como disse a @Maricampos, que fez este post bem bacana do lugar.

Em tempo: o @riqfreire viajando na viagem também andou por ali e o @mauoscar idem. Dêem um pulo lá para continuar este passeio.

Bom, depois disso tudo, resta passar o mês a chuchu e gelo, né @aureateodoro?

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Kitchen Arts & Letters

Já falei aqui na semana passada sobre a Kalustyan’s. Pois esta loja de comidinhas e a livraria Kitchen Arts & Letters são para mim os dois melhores programas gourmets em Nova York, imperdíveis mesmo. Ambos dicas da Cozinha de Ideias. Ana, valeu 😉

A Kitchen Arts & Letters é daquelas livrarias de antigamente – pequena, apinhada de livros e com aquele cheiro delicioso de papel, tipo do lugar onde o vendedor conhece o que vende e não se importa em ajudá-lo a escolher um livro. Com 25 anos de existência, é a maior livraria gastronômica dos EUA e provavelmente do mundo também. São mais de 13 mil títulos, incluindo livros estrangeiros e títulos já esgotados. De fato há desde os livros mais óbvios como o Nigella Express até livros de culinária medieval, por exemplo. É simplesmente uma delícia olhar as prateleiras e folhear algumas páginas. Difícil é lembrar que livro pesa muito na mala rsrs…

A Kitchens Artas & Letters fica na Lexington Ave entre as ruas 93 e 94, a dois quarteirões do metrô da linha verde número 6. É recomendável verificar no site da livraria os horários de funcionamento, pois variam bastante de dia para dia.

MoMA

O Museum of Modern Art (ou simplesmente MoMA), um dos museus mais legais da cidade, também tem comida para ver e pensar. Além das peças do acervo, uma exposição bacana atualmente em cartaz neste museu, a Counter Space, mostra a transformação tecnológica, estética e ideológica da cozinha ao longo do século XX. Para quem não foi, vale a pena dar uma olhada na página do museu dedicada à exposição e ver as cozinhas de cinema, aqui.

Aproveite também para visitar a lojinha do museu e almoçar no The Modern, restaurante gostoso e descolado do museu 🙂

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Neste post do ano passado falei sobre algumas das lojas preferidas em Nova York dos gourmets e de quem gosta de gadgets de cozinha e outros baratos gastronômicos: Williams-Sonoma, Sur La Table, Mackenzie-Childs, Anthropologie e Dean&Deluca. Mas são lojas mais bacanas para os olhos do que para o bolso. Desta vez, conto sobre as lojas gourmets e mercados mais acessíveis e com preços mais camaradas. Aqui, sim, vale a pena esvaziar a carteira 😉

Zabar’s e Bed, Bath & Beyond

Depois que você babar nos objetos e gadgets de cozinha na Williams-Sonoma e na Sur La Table, vem correndo para a Bed, Bath & Beyond e para a Zabar’s.

A minha preferida é a Zabar’s. Apesar de meio fora de mão do circuito turístico, é uma loja super completa. Embaixo tem um excelente supermercado e em cima uma loja muito variada de artigos de cozinha. De lambuja, uma deli do próprio Zabar’s na portinha ao lado, para almoçar bem e barato.

A Bed, Bath & Beyond por outro lado é enorme e mais difícil achar as coisas de cozinha. Em compensação, os preços são imbatíveis e é possível fazer outras compras no mesmo local – como de lençóis, por exemplo.

Whole Foods e Food Emporium

Os dois supermercados maiores e mais completos são o Food Emporium e o Whole Foods.

Meu preferido é o Whole Foods, que tem uma variedade grande de produtos naturais e orgânicos e é bem bacana para xeretar. São várias lojas em Manhattan e dá para juntar a ida a este supermercado com outros passeios gourmets. Assim, dá para ir ao Zabar’s e ao Whole Foods em Uptown West; ou ao shopping da Columbus Circle onde fica a loja da Williams-Sonoma e no subsolo um Whole Foods bem completo; ou ainda na Whole Foods da Union Square e aproveitar para fazer a feira no Union Square Market. Há outros Whole Foods no Soho, Chelsea e Tribeca.

O Food Emporium também tem várias lojas na cidade, inclusive próximas à Union Square e ao Columbus Circle.

Kalustyan’s

Mas o segredo mais bem guardado para as compras de temperos e o que você puder imaginar de comidinhas é a Kalustyan’s. Uma portinha pela qual não se dá nada, dentro um parque de diversões para gourmets, foodies, cozinheiros e simpatizantes. Uma infinidade de produtos, atendentes prestativos, música árabe tocando. 🙂 Onde mais a gente acha assim vááários tipos de açúcar (inclusive de coco e de palma), váários tipos de azeites e óleos (castor, wasabi, argan, radhuni mustard, almond, coconut… e por aí vai), vááários tipos de grãos e farinhas…

As farinhas vinham com uma descrição no pacote de como empregá-las. 

Quer conhecer o umami taste?

Uma sala SÓ DE TEMPEROS…

Enfim, demais da conta. Ah! Aproveite sua ida à Kalustyan’s para fazer também uma visita à Morgan Library & Museum, a apenas quatro quadras desta lojinha incrível.

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Já falei outras vezes de como eu gosto do livro do David Lebovitz, o Ready for Dessert. Recentemente postei aqui no blog o bolo de canela com cobertura de maple, peras e amêndoas em lascas, super campeão em textura e sabor. Pois este outro bolo do livro me conquistou pela foto. Bem escuro, bem úmido, bem denso, quase caramelado. E bem ‘gengibrento’, do jeito que eu gosto. A quantidade de especiarias que vai nele assusta. Assim, se você tem receio de não agradar ou de ‘queimar a boca’, faça como eu e coloque metade da quantidade que o David Lebovitz recomenda na receita para a canela em pó, o cravo moído e a pimenta-do-reino moída. Achei que assim o ‘tempero’ ficou perfeito. Adaptei um pouco a receita também nas quantidades, uniformizando as medidas em xícaras. Ainda assim, com um pouco menos de gengibre e de especiarias do que a receita original, continua sendo um bolo ‘de gente grande’. E perfeito para os adoradores de gengibre. O bolo é daqueles que basta comer uma fatia para ficar satisfeito. Mas eu gostei tanto dele que comi logo duas fatias grossas 🙂

Bolo de gengibre, melado e especiarias

100 g de gengibre fresco descascado e ralado
1 xíc (chá) de melado
1 xíc (chá) de açúcar
1 xíc (chá) de óleo
2 ½ xíc (chá) de farinha de trigo
½ col (chá) de canela em pó
¼ col (chá) de cravo moído
¼ col (chá) de pimenta-do-reino preta moída
1 xíc (chá) de água
2 col (chá) de bicarbonato de sódio
2 ovos

Pré-aqueça o forno a 180ºC. Unte e enfarinhe uma forma de buraco no meio. Numa vasilha grande comece misturando o açúcar, o melado e o óleo. Reserve. Em uma panelinha ferva a água, desligue o fogo e misture na água fervente o bicarbonato de sódio. Junte à mistura de óleo e açúcar e mexa para incorporar. Junte o gengibre ralado e misture para incorporar também. Peneire junto a farinha de trigo, a canela, o cravo moído e a pimenta-do-reino moída. Junte à mistura líquida, aos poucos, para não empelotar. Adicione os ovos, um a um, misturando bem com um fouet ou batedor. Coloque a massa com cuidado na forma de bolo. A massa fica líquida mesmo. Leve ao forno por 30 a 40 minutos ou até o palito sair limpo.

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Falei recentemente aqui sobre as minhas avós. Lembranças acompanhadas de uma boa fatia de bolo de maçã.

Mas hoje não tem receita. Quero apenas falar dos avôs, que também foram presenças importantes na minha vida e na minha formação.

Meu avô paterno Olavo faleceu cedo, quando eu tinha 8 anos de idade, mas ainda assim tenho boas lembranças dele. Por um lado bastante rígido e cheio de manias, de outro um homem extremamente íntegro e justo. Curtia passear com os netos e foi com ele que andei de ônibus e de metrô pela primeira vez. Aposentou-se como Corregedor Geral da Justiça de São Paulo e me lembro de quando era estagiária de Direito e vi sua foto no corredor do Tribunal de Justiça, que orgulho que me deu. No Migalhas, o desembargador aposentado Adauto Suannes uma vez contou a seguinte história: “o desembargador Olavo Lima Guimarães, que foi Corregedor Geral da Justiça nos anos 50, costumava ‘fazer visitas’ aos juízes que trabalhavam na comarca da capital. Quando não encontrava o juiz na sala, deixava um bilhete sobre a mesa dizendo ao juiz que lhe telefonasse assim que voltasse do cafezinho. Quando o telefonema não era dado no mesmo dia, ele ‘aconselhava’ o tal juiz a requerer abono da falta dada no dia anterior”. Assim era meu avô 🙂

Mas o ensejo do texto de hoje é uma perda recente. Meu avô materno Roque Figliolia nos deixou nesta última semana, aos 99 anos de idade. Viveu tanto e tão bem que nos deu até certa ilusão de que seria eterno… E teve qualidade de vida e força para viver até alguns meses atrás, quando sua chama de vida começou a se apagar. Sua partida deixa muitas saudades, mas a recordação boa de que teve uma vida completa, formou uma família linda e ajudou incontáveis pessoas. Acho um verdadeiro privilégio ter usufruído da companhia do meu avô até meus 42 anos de idade.

Aos sete anos de idade ele perdeu o pai e sua mãe, viúva aos 28 anos, cuidou dos seis filhos com muita garra. Mais tarde, suas irmãs mais velhas foram trabalhar fora para que ele pudesse cursar a faculdade de Medicina na Universidade de São Paulo. Morando em São Paulo sozinho, duros tempos, um dia me confessou que deu até aulas particulares de francês para incrementar o orçamento: “Vô, mas eu nunca vi você falar francês!” E ele: “Pois é, minha filha, é que eu falo muito mal mesmo…” 🙂

Um homem contido, sério, mas de extrema bondade e generosidade. Exerceu a profissão de médico pediatra exemplarmente e jamais deixou de atender a um paciente, quem quer que fosse. Foi bastante rígido com as filhas, que colecionam histórias desta época. Minha mãe só podia sair com meu pai, na época seu noivo, se levasse o irmão de 12 anos junto… Uma vez meu avô abriu a porta para o tio Jaime, namorado da tia Inara, e foi logo recolhendo o buquê de flores que ele havia levado! Com o tio Walter, namorado da minha tia Célia, teve uma conversa ‘séria’ para saber quando seria o casório…

Minha lembrança mais legal dele foi a viagem que fizemos para Bento Gonçalves. Desde que tinha voltado de lá fiquei com muita vontade de levá-lo para conhecer o ‘berço’ da imigração italiana. Foi tão bom vê-lo curtindo cada momento do passeio, até em dialeto napolitano ele conversou com uma pessoa da cidade. Deve ter sido sua última viagem, isto foi em 2006, ele já tinha 95 anos! Foi um avô mais contido enquanto a vó Jurema era viva e mimava os netos, mas quando ela se foi de repente imbuiu-se de tal maneira de seu legado de amor e carinho que se tornou um avô muito próximo de todos os netos. Deixou um neto ‘xará’ médico que desde sempre o admirou e quis seguir seus passos, além de um bisneto também com o seu nome. E muitas lembranças e saudades em todos nós.

(agosto de 2008)

“Saudades dele… Durante esse longo período em que ele começou a adoecer, vim fazendo uma retrospectiva sobre a vida dele e toda influência que ele teve na minha. Desde ser médico, de ser sãopaulino, de não gostar de frango… Das inúmeras vezes em que recebeu amigos e familiares, atendendo em casa nos fins de semana e feriados. Nunca cobrava nada, seja de ‘gente fina’ do bairro, gente simples ou familiares dos empregados. Lembro dele contar as histórias da Medicina, das aulas de anatomia, do primeiro parto a fórceps que teve que fazer (com a passagem de trem já comprada para fazer a fuga em caso de insucesso). Da frustração por nunca ter tentado ser cirurgião só porque um professor um dia lhe causou um trauma enorme no centro cirúrgico após uma grande humilhação pela contaminação da cirurgia. Lembro bem do dia em que me deu seu jaleco branco de tecido grosso já bem amarelado, usei esse jaleco até acabar, com orgulho, nas aulas de farmácia, bioquímica e depois no hospital. E quando me perguntavam por que o jaleco estava amarelado e velho, já tinha uma resposta pronta… foi do meu avô, tenho que tratar dele direitinho, esse jaleco tem história. Da época em que estudei no Objetivo perto na casa dele só para depois das aulas ficar ouvindo seus causos médicos e sonhando em um dia quem sabe poder também ajudar as pessoas e ter histórias para contar. E das muitas visitas que me fez em Alfenas durante o curso de Medicina. Já mais adiante da alegria que teve quando passei no concurso para médico da Polícia Militar; dizia que eu estava realizando um sonho dele, já que se não pudesse ser médico, teria sido militar. Depois a época em que me perguntava todos os dias sobre nomes de medicamentos, para ver se ele ainda se lembrava deles. Nesta fase nossas conversas passaram a ser mais desgastantes para ele. porque já não conseguia mais lembrar de tudo e se cobrava demais para se manter atualizado. Grande vovô Roque… guerreiro até o fim, exemplo de vida pra mim, será que chego perto do que ele foi um dia?” (Roque)

Roque I, Roque II e Roque III (fevereiro de 2011)

“Entre tantas lembranças do vovô, lembro-me que ele me falava sempre quando era criança que eu era ‘encostante’, pois vivia me encostando nele, pedindo colo! E, depois, quando cresci e fui morar sozinha, ele me disse: “Menina, não sei como você gosta de morar sozinha… eu odeio ficar sozinho!” E eu acho que é assim que ele estava se sentindo nos últimos tempos, apesar de toda a família estar sempre, sempre, por perto. E agora devemos acreditar que ele não se sentirá mais sozinho, pois vai junto de sua amada e querida vovó Jurema. Pode parecer incoerente, mas apesar da tristeza e da falta que ele vai fazer (e que falta!), eu estou feliz e quero celebrar esta vida maravilhosa que ele teve e esta pessoa tão especial que ele sempre será para mim”. (Juliana)

“Tenho muitas recordações do vovô Roque. Era um homem honesto e dizia sempre que ‘se o malandro soubesse como é bom ser honesto, seria honesto por malandragem’. Meu avô não gostava de ir a igrejas ou discutir religião. Mas no íntimo do seu quarto, orava em voz alta e lia a palavra de Deus. Para mim é como se tivesse tido dois avôs em um só. Lembro de um avô bem bravo, que não deixava colocar os pés na poltrona ou que se ficasse de conversa ‘fiada’ ao telefone. Esse avô bravo sofreu uma grande transformação depois que a vovó Jurema se foi. Como ele mesmo dizia, virou um Leão sem jubas. Um novo homem, mas a mesma essência. Gostava de jantar cedo, no máximo às 18h30 e nesse momento aproveitávamos para conversar. Ele contava da sua família; de quando foi professor e colocou um aluno com carteira e tudo pra fora da sala de aula; da época de faculdade quando almoçava e pedia uma “água torneiral” para não gastar mais dinheiro. Duas épocas me marcaram bastante. Primeiro durante a novela Rei do Gado, essa novela trazia muitas recordações para o vovô e ele ficava contando suas histórias. E também durante o trabalho do Nonato (fisioterapeuta que trabalhou com meu avô e virou um amigo) com ele, pois sentávamos juntos, o Nonato contava seus casos… Era muito gostoso, o vovô ficava muito feliz com aquele momento. Chorar e relembrar faz parte. Mas me sinto feliz agora, pois já não aguentava mais ver meu avô sem poder se comunicar, sem ter o brilho e a alegria de viver. Faz parte da vida. Como ele mesmo dizia, começamos a envelhecer e morrer desde o momento que nascemos. Vovô Roque e vovó Jurema nos ensinaram um precioso e raro valor nos tempos de hoje, o valor da família! Tenho muito orgulho por fazer parte da família Figliolia”. (Danira)

“Além das histórias e exemplos há coisas mais corriqueiras que ficam na memória. Me lembro que, logo depois da morte da vovó, os netos solteiros (eu, Danirinha e Estêvão) fizemos um revezamento para dormir na casa dele e desta forma não deixá-lo sozinho nenhum dia, já que sabíamos o quanto ele detestava isso. Isto durou um ano. Dani e Este, vocês se lembram do ferrolho na porta da casa, que “baixava” todas as noites, às 22h? E, teoricamente, quem não estava em casa ficava para fora… Pelo menos era o que ele dizia, mas sinceramente nunca fiquei para fora, e muitas vezes cheguei depois das 22h! Depois de um tempo ele percebeu que isso não funcionava mais e desistiu do ferrolho.  Enquanto morei com ele, passava as noites de quarta-feira assistindo o jogo de futebol na TV. Veja bem, não gosto de futebol! É óbvio que no meio do primeiro tempo já estava dormindo no sofá e meu avô me acordava no final do jogo para ir dormir, acho que só a companhia já deixava ele contente.  São muitas lembranças e muito que aprendi com ele… O que todos nos aprendemos com ele”.(Maíra)

Como disse seu neto Estevão, foi uma honra ter sido sua neta, vô. Vai com Deus e descanse em paz.

(Natal de 2008)

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Como acontece com todo blogueiro de comida pelo menos uma vez senão várias na vida, Murphy deu o ar da graça e essa semana só teve receita boa + foto ruim e receita meia-boca + foto apetitosa.  São casos em que prefiro nem postar. E decidi então publicar esta receita de madeleines, pois mesmo sendo tema requentado no mundo dos blogs de gastronomia, representa a equação perfeita da receita ótima + foto linda  (+ momentânea falta de modéstia da blogueira que vos escreve rsrs…)

Esta receita é da Dorie Greenspan e fiquei com vontade de fazê-la quando a vi no blog Halal Mama da minha amiga Katia.

Madeleines

2/3 xícara (chá) de farinha de trigo
¾ colher (chá) de fermento em pó
pitada de sal
½ xícara (chá) de açúcar
raspas da casca de 1 limão
2 ovos grandes, em temperatura ambiente
2 colheres (café) de essência de baunilha
100 g de manteiga sem sal, derretida e fria
açúcar de confeiteiro para polvilhar

Misture a farinha, o fermento e o sal e reserve. Trabalhando em uma tigela, esfregue o açúcar e as raspas de limão com a ponta dos dedos até o açúcar ficar úmido e perfumado. Leve à batedeira o açúcar com os ovos e bata até a mistura ficar fofinha e esbranquiçada. Junte a essência de baunilha e bata só para misturar. Tire da batedeira e acrescente os ingredientes secos, incorporando-os à massa. Em seguida, incorpore delicadamente a manteiga derretida. Cubra a vasilha com filme plástico e leve a massa à geladeira por pelo menos 3 horas. Pode até deixar de um dia para o outro. Na hora de assar, pré-aqueça o forno em 180ºC. Unte e enfarinhe as forminhas de madeleines e coloque a massa, deixando meio centímetro de espaço nas beiradas porque a massa cresce. Asse por 10 a 15 minutos, dependendo do seu forno. As madeleines devem ficar quase douradas, mas não escuras. Espere esfriar para desenformar. Para servir, polvilhe-as com açúcar de confeiteiro.

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Conversávamos no Twitter sobre intercâmbio de receitas. E a @DanielaAF contou um caso ótimo. Na sala de espera do consultório da terapeuta ofereciam sempre café com um pedaço de pamonha de forno. Um dia ela pediu a receita para a secretária. E a fofa disse que não dava porque a receita ‘era só dela’ 😉

Quem nunca passou por isto? Mais comum ainda são aqueles que não querem dar a receita, mas não conseguem ser tão sinceros. Faz uns meses pedi uma receita e a pessoa me enrolou, fingiu que não ouviu, prometeu, não cumpriu. Enfim, estou esperando a receita até hoje rsrs…

Acho engraçado quem não dá receita. Cozinhar não é uma ciência exata e receitas iguais dificilmente resultam em pratos idênticos. Cada um tem uma mão diferente, os equipamentos de cozinha e a qualidade dos ingredientes também variam muito. E vamos combinar que o mundo está aí no Google dentro do nosso computador né? E que trocar receitas é um hábito saudável de dar e receber!

Claro que há casos e casos. Entendo perfeitamente que alguém que comercializa um determinado produto não queira divulgar sua receita. Ou alguém que dá uma aula de cozinha para ensinar um prato não queira passar esta receita para frente de qualquer jeito. São honrosas exceções. Há outros motivos para receitas não serem divulgadas, embora sejam compartilhadas. Uma vez pedi para a @cozinhadeideias uma receita de um pudim de castanhas, que era segredo de família. Ela me respondeu: “Oi Lu! Segue a receitinha, mega de família, do caderno mais amarelado de todos! Só queria te pedir pra não divulgar porque apesar de ridiculamente fácil, é uma coisa de valor afetivo mesmo e quem sabe ainda publico um livro de receitas, né? Espero que você goste! Depois me conte. Bjs”. Não foi de uma delicadeza ímpar? 🙂

Tenho o maior prazer em dividir receitas com quem gosta de cozinhar e fico feliz quando alguém me conta que fez uma receita ‘minha’ e gostou. Só implico mesmo quando as receitas são divulgadas com texto e fotos minhas. E sem mencionar meu nome. Aí fica feio não?

E a pamonha de forno é para a Dani.

Pamonha de forno

4 xíc (chá) de milho verde fresco
1 ½ xíc (chá) de açúcar
2 xíc (chá) de leite
2 ovos
4 col (sopa) de maisena
1 col (sopa) de fermento
50 g de manteiga
1 pitada de sal

Pré-aquecer o forno a 160ºC. Untar uma forma quadrada ou retangular média. Bater todos os ingredientes no liquidificador. Despejar a massa na forma e levar para assar por 45 minutos.

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A @liliantrigo e a @fezoca estavam no Twitter ontem falando sobre avós. Me deu uma saudade das minhas… Curti muito minhas avós, cada uma a sua maneira.

Minha avó paterna viajava muito, conheceu o mundo todo junto com meu avô, juiz de direito já aposentado. Os dois são uma lição interessante para muita gente que acha que “depois de velho” não se faz mais nada. Foi só depois do meu avô se aposentar e de criarem os seis filhos que eles começaram a viajar, sem falar uma palavra de idioma estrangeiro, sem ter qualquer experiência no ramo! E minha avó Olga sempre tinha histórias interessantes para contar. Trazia para nós, de todas as viagens, uma boneca vestida com os trajes típicos do lugar que ela visitava. Temos estas bonecas até hoje, uma coleção linda. E foi com eles que comecei a pegar o gosto pelas viagens 🙂

Minha avó materna foi uma das pessoas mais amorosas, tolerantes e doces que já conheci na vida. Esposa de médico pediatra, suas atitudes e a maneira de ver a vida refletem-se até hoje no comportamento da família, muitíssimo unida. Vi poucas famílias como a da minha mãe, na qual tanta gente tão diferente convive junto e sempre bem. E este legado de bondade e tolerância da minha avó procuro seguir também na minha vida. Assim como o gosto para cozinhar, que também veio dela. Boas lembranças da macarronada ao sugo e do bolo “de Iguape”, feito com farinha de arroz, delícia que já tentei e não consigo fazer igual. Das tardes em que, assim que chegávamos, ela ligava no ‘empório’ e vinha um menino de bicicleta trazer pão francês e queijo mineiro fresquinho para acompanhar o café. Mas… voltando ao bolo 🙂

Lembrei da minha avó materna quando fiz este bolo na semana passada. A receita é antiga, eu devia ter uns 15 anos de idade quando a recortei de uma revista, que acho que era uma Cláudia Cozinha. Assei o bolo e levei na casa dos meus avós. Todos amaram. E a minha avó Jurema disse: “minha filha, não dê esta receita para ninguém, este fica sendo o seu bolo especial, aquele que todos vão pedir para você fazer!”  Já se passaram mais de 20 anos e os tempos mudaram, hoje o gostoso é justamente compartilhar com as pessoas as nossas receitas queridas. Tenho certeza que minha avó amada concordaria, ainda mais sendo quem ela era.

Espero que gostem do “meu” bolo. É um bolo fofinho com perfume de maçãs e canela, uma delícia mesmo.

Fiquem, vai ter bolo 😀

Bolo de maçã segredo de vó

100 g de manteiga à temperatura ambiente
1 xíc (chá) de açúcar branco
½ xíc (chá) de açúcar mascavo bem apertado na xícara
3 ovos
2 ¾ xíc (chá) de farinha de trigo
1 col (chá) de canela em pó
1 col (chá) de fermento em pó
1 col (chá) de bicarbonato de sódio
½ xíc (chá) de leite
2 xíc (chá) de maçã descascada ralada no ralo grosso, bem apertada na xícara
1 col (chá) de baunilha
1 xíc (chá) de passas ou nozes picadas grosseiramente (opcional)

Pré-aquecer o forno a 180ºC. Untar e enfarinhar uma forma de bolo de buraco no meio. Misturar a farinha de trigo, a canela, o fermento e o bicarbonato e reservar. Bater a manteiga e o açúcar, acrescentar os ovos um a um. Parar de bater e juntar as maçãs raladas e a baunilha. Acrescentar a mistura de farinha alternadamente com o leite. Mexer só para misturar. Adicionar as nozes e despejar a massa na forma. Assar por 30 minutos ou até o palito sair ‘limpo’.

Em tempo: esta luva de pegar coisas quentes é da Ana Sinhana, que faz muitas coisas lindas!

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Este foi o ME-LHOR risoto que eu já fiz. Inclusive na opinião do marido, que achou meu prato ‘digno de restaurante’ rsrsrs… Acabou tão rápido e todo mundo comeu tanto que fiquei me achando.

A ideia de fazê-lo surgiu na semana passada, quando veio nirá sem querer na sacola de verduras orgânicas. E para descobrir o que era aquilo? Uma rápida pesquisa no Google decifrou o enigma e com a ajuda dos universitários, vulgo Twitter, cheguei, entre outras sugestões, esta receita de risoto de nirá e shitake da chef Morena Leite que foi preparada pela Iliane. Na minha versão coloquei menos manteiga, mais shoyo e mais nirá, e acrescentei o gergelim preto para dar uma ‘crocância’. Também usei caldo de carne ao invés de caldo de frango, pois acho que os cogumelos são melhor realçados pelo sabor da carne. Ficou uma coisa de bom. Se eu fosse você, experimentaria urgente.

Risoto de shitake, nirá e gergelim preto

1 cebola bem picada
3 col (sopa) cheias de manteiga sem sal (aproximadamente 75g)
200g de arroz arborio
50 ml de saquê
750 ml de caldo de carne caseiro fervente
200 g de shitake cortado em tiras
4 col (sopa) de nirá picado
1 col (sopa) de gergelim preto
2 col (sopa) de molho de soja (shoyo)
sal

Em uma frigideira funda, coloque uma colher de sopa de manteiga e salteie o shitake. Tampe e deixe em fogo baixo por alguns minutos para amolecer. Desligue o fogo e junte o nirá, uma colher de sopa de molho shoyo e o gergelim preto. Reserve. Numa panela funda, coloque uma colher de sopa cheia de manteiga e refogue a cebola picada até amolecer. Coloque o arroz arborio e envolva-o no refogado. Mexa por um minuto e coloque o saquê. Deixe evaporar, sempre mexendo. Vá juntando o caldo, aos poucos, cozinhando e sempre mexendo o arroz, no fogo baixo. Quando estiver quase pronto – deve levar entre 15 e 20 minutos – junte o refogado de shitake ao arroz, misture e mexa por uns dois minutos. Desligue o fogo e junte mais uma colher de sopa de shoyo e uma colher de sopa de manteiga. Acerte o sal: eu coloquei mais meia colher de chá de sal, mas o meu caldo caseiro não era salgado.

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Estou em uma fase in love com dois gostosões do pedaço gourmet: o David Lebovitz e o Ottolenghi :-)Vontade mesmo de dar uma de Julie Powel e fazer todas as receitas destes livros deliciosos. Uma das receitas que fiz recentemente e da qual gostei muito foi este bolo com canela na massa e cobertura ‘invertida’ de maple e peras.

Na receita original do livro Ready for Dessert – My Best Recipes, o David Lebovitz coloca mais canela na massa do bolo e usa avelãs na cobertura. Usei metade da quantidade de canela sugerida. E como não sou grande fã de avelãs em doces (exceção seja feita ao creme de avelãs com chocolate, claro) coloquei amêndoas em lascas, levemente tostadas. Combinaram muito bem com as peras.  Ficou um bolo muito macio e úmido, gostoso mesmo.

Bolo de canela com cobertura de maple, peras e amêndoas

cobertura
1/3 xíc (chá) de maple syrup (colocaria 1/2 xíc da próxima vez)
1/4 xíc (chá) de açúcar mascavo
1/3 xíc (chá) de amêndoas em lascas levemente tostadas
4 peras portuguesas descascadas e cortadas em fatias finas

massa
1 1/2 xíc (chá) de farinha
1 col (chá) de fermento em pó
1 col (chá) de canela em pó
1/2 col (chá) de sal
100 g de manteiga sem sal a temp. ambiente
1/2 xíc (chá) de açúcar demerara
1/4 xíc (chá) de açúcar mascavo
1/2 col (chá) de essência de baunilha
2 ovos
1/2 xíc (chá) de leite

Pré-aquecer o forno a 180ºC. Começar pela cobertura. Em uma forma redonda de 23 cm de diâmetro juntar o maple syrup e o açúcar mascavo. Misturar e levar ao fogo baixo até borbulhar. Contar um minuto, mexendo sempre, e desligar o fogo. Espalhar uniformemente sobre a calda na forma as amêndoas em lascas. Por cima, arrumar as fatias de peras. Reservar. Fazer a massa: bater o açúcar mascavo, o açúcar demerara e a manteiga até ficar fofo e esbranquiçado. Juntar a baunilha e os ovos, um a um, batendo bem. Desligue a batedeira e peneire sobre a massa os ingredientes secos: farinha, fermento, canela e sal. Coloque metade do leite e misture até incorporar. Junte o restante do leite e misture. Coloque delicadamente a massa sobre as peras na forma e leve ao forno por 40 minutos ou até o bolo assar. Retire e deixe esfriar um pouco. Para desenformar, passe a faca na lateral da forma. Desenfome com cuidado.

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Perto de Nova York, Washington também tem programas legais para as crianças. Desde os passeios ao ar livre até os museus, as duas cidades fazem uma boa dobradinha para uma viagem bacana.

MUSEUS

A Fundação Smithsonian é de tirar o chapéu. Maior complexo de museus e centros de pesquisa do mundo, só em Washington tem 19 museus e galerias e ainda o zoológico, que ficam abertos o ano todo (só fecham nos dias 25 e 31 de dezembro) e cuja entrada é gratuita. A maioria dos museus está no National Mall, lado a lado ao longo da Independence Ave, o que facilita muito ir a pé de um ao outro. Muitos dos museus têm ainda jardins lindos e com atrações interessantes como esculturas, exposições de plantas e borboletas, pista de patinação no inverno, etc. Entre os museus, os mais legais para as crianças são o Natural History Museum e o Air and Space Museum. Todos os museus funcionam das 10h às 17h30. Ah! Recomendo aos pais que forem levar seus filhos aos museus Smithsonian que assistam junto com as crianças, antes de viajar, o filme Uma Noite no Museu 2 🙂 Outra dica! Dêem uma paradinha nas lojinhas dos museus, estão aí compras que valem a pena: jogos educativos, globos terrestres, comida de astronauta, livros bacanas e outras coisitas mas.

Air and Space Museum

Além das diversas naves espaciais, foguetes, mísseis e aviões originais e réplicas, as exibições permanentes do museu são didáticas e super atraentes mesmo para crianças pequenas e que não falam inglês. O cinema Imax, o planetário e o simulador de vôo servem como boas distrações para dar uma paradinha entre as exibições do museu. Programa imperdível, em especial para os meninos.

Natural History Museum

As crianças vão amar os bichos empalhados em seus habitats e costumes, a baleia gigante no setor dos bichos marinhos, os esqueletos de dinossauros, os insetos; enfim, atrações legais não faltam neste museu, que também tem um cinema Imax.

Se sobrar tempo, visite também o American History Museum (entre outros objetos da cultura popular americana, uma casa de bonecas com 800 itens agrada as meninas) e o American Indian Museum(os meninos adoram as ocas, armas e instrumentos indígenas).

 

Outros museus que não fazem parte da Fundação Smithsonian

National Gallery of Art

Vizinha aos museus Smithsonian, a National Gallery é para as crianças mais velhas ou mesmo para as pequenas, que vão gostar dos móbiles de Alexander Calder e de outras obras modernas. Fecha apenas nos dias 25 de dezembro e 1º de janeiro e funciona das 11h às 18h. Ao lado do prédio, um jardim de esculturas e a pista de patinação no gelo, que funciona de novembro a março e faz sucesso com as crianças.

Spy Museum

Mais para crianças maiores, o Spy Museum é um museu com atrações interativas que mostra a vida, os objetos e as ações dos espiões, em especial da época da Guerra Fria. O museu oferece tours de espionagem pela cidade com ex-agentes, de dia e de noite. Recomenda-se comprar os ingressos com antecedência. Mais informações sobre preços, datas e horários de funcionamento no site do museu. Em tempo: esta foi uma das lojas de museu mais legais onde já fui! Reserve um tempo para dar uma olhada na coleção de livros e filmes de espionagem, objetos vintage, gadgets de viagem, brinquedos e outros.

PASSEIOS AO AR LIVRE

Tour pelos prédios, monumentos e memoriais

Mesmo que a realidade americana seja muito diferente da nossa, vale a pena levar as crianças maiores para conhecer os memoriais e entender um pouco mais da cultura, neste caso militar e política, dos americanos. Como alguns lugares são mais longe e quase sempre é difícil estacionar perto dos memoriais e prédios públicos, o ideal é fazer este tour com alguma empresa especializada. Mas também é possível alugar um carro por um dia para ir de um ponto a outro e usar os bolsões de estacionamento, ou então – alternativa mais cara mas que compensa em alguns casos – combinar o passeio com um taxista, que pode levar a família de um ponto a outro.

Minha sugestão é começar pelo Arlington National Cemetery, o cemitério dos heróis de guerra, onde dá para visitar o túmulo dos Kennedy e ver a troca da guarda. Em seguida, pegar o carro e passar pelo Pentágono, onde hoje há um memorial para as vítimas do 11 de Setembro. Cruzando o rio, a próxima parada é o Lincoln Memorial. A partir daí, dá para ir a pé até o Vietnam Veterans Memorial e o Korean War Veterans Memorial. Pegar o carro novamente e estacionar vizinho ao Thomas Jefferson Memorial. De lá, ir a pé ao Franklin Delano Roosevelt Memorial, um dos mais interessantes e completos. A visita termina no National World War II Memorial, bem em frente ao Washington Monument.

Além destes, é interessante passar pelo Capitólio e pela Casa Branca. É possível visitar algumas dependências do Capitólio e da Casa Branca; porém, depois do 11 de Setembro, as exigências aumentaram e é necessário reservar previamente online a visita. No caso da Casa Branca, com não menos que 30 dias de antecedência.

Duck Tour

O passeio por Washington em um veículo anfíbio “Duck” da Segunda Guerra Mundial é um dos mais populares na cidade. O tour sai da Union Station, diariamente e de hora em hora, entre 10h e 16h. Durante 90 minutos, passa pelos pontos mais interessantes da cidade, andando por terra e pelo rio. Vale a pena! Como é muito procurado, é interessante comprar os bilhetes com antecedência pela internet. Infelizmente não funciona entre novembro e março.

National Zoo

Como o zoológico é bem grande, o ideal para quem tem crianças pequenas é programar a visita e ir direto aos bichos que mais interessam. Os mais populares são os pandas gigantes, gorilas, elefantes, orangotangos, leões e tigres. Uma réplica da floresta Amazônica também agrada bastante os pequenos visitantes. Entre os meses de abril e outubro, abre diariamente das 10h às 18h. De novembro a março, fecha às 16h30.

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