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Se o prato emblemático do Peru  é o ceviche, a bebida é o pisco sour. Diz a lenda que este drink foi inventado no Morris Bar de Lima, nos anos 20.

Fizemos uma aula e uma degustação de piscos com o Jesus, o simpático e competente barman do Malabar, onde também aprendemos a preparar o pisco sour e o pisco punch.

Foram os espanhóis que primeiro  trouxeram as uvas para o Peru, com a óbvia intenção de produzir vinhos localmente. Mas foram as uvas pisqueras e a produção de pisco que tornaram o Peru conhecido no mundo etílico. O pisco é um destilado de vinho puro, diferente da grappa, que é um destilado de mosto. Para fazer o pisco as uvas não são prensadas, mas centrifugadas, e depois fermentam por cerca de uma semana.

Pisco é uma denominação de origem e os similares produzidos fora do Peru ou sem as uvas pisqueras são apenas aguardentes de uva.  Há quatro tipos de pisco: puro (seco, feito com uvas Quebranta), aromatico (feito com uvas Moscatel, Torrontés ou Itália e com aroma e sabor mais frutados), acholado (produzido com uma variedade de uvas)  e mosto verde (não totalmente fermentado e assim mantendo um pouco do açúcar natural da fruta no resultado).

O pisco puro não é muito amigável ao paladar, mas nada como um pisco sour bem gelado acompanhado daqueles grãos de milho gigantes, crocantes e salgadinhos para deixar qualquer um feliz. Uma dupla viciante da qual nos fartamos no Peru.

Para preparar um bom pisco sour o mais complicado é encontrar os ingredientes certos. Para quem vai ao Peru, vale a pena trazer uma garrafa de pisco e uma garrafa de jarabe de goma, o xarope de açúcar que deixa o pisco sour com a doçura e a consistência perfeitas.

No Brasil há pisco (e angostura para finalização do drink) para vender em casas de bebidas ou supermercados gourmets. O jarabe de goma é mais difícil de achar, mas é possível comprá-lo em casas de produtos peruanos. Dá para substituir o jarabe de goma por açúcar branco, mas cuidado com as quantidades para a bebida não ficar muito doce. Vá aos poucos para achar a medida certa ao paladar. Outra dica importante é chacoalhar bastante a coqueteleira na hora de preparar a bebida. Assim, a clara de ovo ficará cremosa e ‘espumosa’ e não deixará ‘gosto de ovo’ no seu drink.

Pisco clássico

3 medidas (cerca de 270  ml) de pisco
1 medida (cerca de 90  ml) de suco de limão
1 medida (cerca de 90  ml)  de jarabe de goma 
1 clara de ovo
gelo a gosto (usei um copo)
gotas de angostura

 

 

Colocar na coqueteleira o pisco, o suco de limão (espremido na hora por favor!), o jarabe de goma (ou o açúcar), a clara de ovo e os cubos de gelo. Bater por alguns minutos até a clara de ovo ficar espumosa e cremosa. Coar o gelo e colocar a mistura em dois copos. Colocar por cima de cada copo 2 a 3 gotas de angostura para finalizar (favor não reparar na coordenação motora desta pessoa que vos escreve que conseguiu transformar as gotas de angostura em um borrão :-P).

 

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Entre as coisas bacanas e diferentes que provei no Peru está a chicha morada. Este refresco tipicamente peruano é feito com o milho de cor roxa, o maiz morado, fervido com especiarias e frutas e depois adoçado a gosto. É servido sempre frio ou gelado. Uma delícia, bem refrescante.

O maiz morado, por ter muitas antocianinas e compostos fenólicos, é um excelente antioxidante. Esta matéria explica que o pigmento do milho maiz morado previne o desenvolvimento do câncer de colon, abaixa a pressão sanguínea, age como antiinflamatório e promove a formação de colágeno. Ou seja, uma delícia cheia de saúde. Não é fácil achar o maiz morado no Brasil, mas na feira da Praça Kantuta, a feira boliviana que acontece aos domingos no bairro do Pari em São Paulo (que aliás é um super passeio legal!), às vezes tem este milho debulhado em saquinhos. Achar as espigas é mais raro, quem souber onde tem, corre comprar e fazer 😛

Chicha morada

1 kg de milho roxo (maiz morado)
cascas de um abacaxi maduro e/ou de 2 maçãs verdes
5 cravos
2 paus de canela
4 litros de água
suco de 3 a 4 limões
1 xícara (chá) de açúcar mascavo

Colocar em uma panela grande e funda a água, o milho, as cascas de abacaxi e/ou as cascas das maçãs, os cravos e os paus de canela. Deixar ferver de 45 minutos a uma hora.  Quando os grãos de milho começarem a abrir, retirar do fogo e deixar esfriar. Depois de frio coar o líquido e adicionar o açúcar e o suco de limão. Eu gosto pouco doce e bem azedo, então usei apenas uma xícara (chá) de açúcar mascavo e e suco de 4 limões, mas fica ao gosto de cada um! Servir bem gelado.

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Nunca gostei de Campari. E quando o Aperol começou a dar as caras no Brasil, com a mesma cor e a mesma nacionalidade do primo enjeitado,  torci o nariz para ele.  E demorei para provar um Aperol Spritz. Por muito insistência da cunhada Caroline, acabei experimentando a versão do L’Entrecôte de Ma Tante, restaurante predileto da minha sobrinha Sophia. E churrasco vai, churrasco vem, aprendi a fazer a versão da Caroline e daí fiz a minha, que é a que segue abaixo. Adoro fazer Aperol Spritz para os meus convidados. Quem já veio aqui e já tomou o meu, é um gesto de carinho viu gente? 😀

E o Campari nesta história? Bom, neste último fim de semana recebi de volta e de braços abertos o primo enjeitado do Aperol. Provei na casa do José e da Zaíra um drink adaptado de um livro muito bacana, o Recetas para Compartir da Juliana López May (um livro do qual ainda vou postar muitas receitas aqui, lindo e delicioso), no qual junta-se o Campari com suco de laranja. A minha versão predileta está abaixo. Com suco de mexirica, claro.

Vale a pena provar os dois. E aqui termina o meu pequeno tratado dos drinks cor-de-laranja 😛

Aperol Spritz do Rosmarino

Em uma taça flute, colocar “um dedo” de Aperol e dois cubos de gelo. Completar com espumante brut. Finalizar com uma fatia fina de mexirica.

 

Campari con naranja do Rosmarino

Em um copo alto, colocar uma dose de Campari e cubos de gelo. Completar com suco de mexirica batido e coado.

 

Enjoy!

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