A @liliantrigo e a @fezoca estavam no Twitter ontem falando sobre avós. Me deu uma saudade das minhas… Curti muito minhas avós, cada uma a sua maneira.

Minha avó paterna viajava muito, conheceu o mundo todo junto com meu avô, juiz de direito já aposentado. Os dois são uma lição interessante para muita gente que acha que “depois de velho” não se faz mais nada. Foi só depois do meu avô se aposentar e de criarem os seis filhos que eles começaram a viajar, sem falar uma palavra de idioma estrangeiro, sem ter qualquer experiência no ramo! E minha avó Olga sempre tinha histórias interessantes para contar. Trazia para nós, de todas as viagens, uma boneca vestida com os trajes típicos do lugar que ela visitava. Temos estas bonecas até hoje, uma coleção linda. E foi com eles que comecei a pegar o gosto pelas viagens 🙂

Minha avó materna foi uma das pessoas mais amorosas, tolerantes e doces que já conheci na vida. Esposa de médico pediatra, suas atitudes e a maneira de ver a vida refletem-se até hoje no comportamento da família, muitíssimo unida. Vi poucas famílias como a da minha mãe, na qual tanta gente tão diferente convive junto e sempre bem. E este legado de bondade e tolerância da minha avó procuro seguir também na minha vida. Assim como o gosto para cozinhar, que também veio dela. Boas lembranças da macarronada ao sugo e do bolo “de Iguape”, feito com farinha de arroz, delícia que já tentei e não consigo fazer igual. Das tardes em que, assim que chegávamos, ela ligava no ‘empório’ e vinha um menino de bicicleta trazer pão francês e queijo mineiro fresquinho para acompanhar o café. Mas… voltando ao bolo 🙂

Lembrei da minha avó materna quando fiz este bolo na semana passada. A receita é antiga, eu devia ter uns 15 anos de idade quando a recortei de uma revista, que acho que era uma Cláudia Cozinha. Assei o bolo e levei na casa dos meus avós. Todos amaram. E a minha avó Jurema disse: “minha filha, não dê esta receita para ninguém, este fica sendo o seu bolo especial, aquele que todos vão pedir para você fazer!”  Já se passaram mais de 20 anos e os tempos mudaram, hoje o gostoso é justamente compartilhar com as pessoas as nossas receitas queridas. Tenho certeza que minha avó amada concordaria, ainda mais sendo quem ela era.

Espero que gostem do “meu” bolo. É um bolo fofinho com perfume de maçãs e canela, uma delícia mesmo.

Fiquem, vai ter bolo 😀

Bolo de maçã segredo de vó

100 g de manteiga à temperatura ambiente
1 xíc (chá) de açúcar branco
½ xíc (chá) de açúcar mascavo bem apertado na xícara
3 ovos
2 ¾ xíc (chá) de farinha de trigo
1 col (chá) de canela em pó
1 col (chá) de fermento em pó
1 col (chá) de bicarbonato de sódio
½ xíc (chá) de leite
2 xíc (chá) de maçã descascada ralada no ralo grosso, bem apertada na xícara
1 col (chá) de baunilha
1 xíc (chá) de passas ou nozes picadas grosseiramente (opcional)

Pré-aquecer o forno a 180ºC. Untar e enfarinhar uma forma de bolo de buraco no meio. Misturar a farinha de trigo, a canela, o fermento e o bicarbonato e reservar. Bater a manteiga e o açúcar, acrescentar os ovos um a um. Parar de bater e juntar as maçãs raladas e a baunilha. Acrescentar a mistura de farinha alternadamente com o leite. Mexer só para misturar. Adicionar as nozes e despejar a massa na forma. Assar por 30 minutos ou até o palito sair ‘limpo’.

Em tempo: esta luva de pegar coisas quentes é da Ana Sinhana, que faz muitas coisas lindas!

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18 Comentários
  1. Ainn, que lindo esse post! Amei – saudades de cozinhar com as vovós.

    bj

  2. Post lindo, Lu! Super comovente.

    Eu queria escrever um comentário mais rico, mais longo, mas travei. Não tenho muito o que dizer de avós… Mas de bolo, sim: o seu está lindo demais! E que forma estilosa! Adoro bolo de maçã!
    xx

  3. Que post lindo, Lu. Saudades das minhas avós. Obrigada por compartilhar tantas coisas boas.

    Beijos, Glau

  4. Tenho um ressentimento grande da vida: não ter aproveitado direito a minha avó paterna. Tanto na personalidade [ela era bondade pura], quanto na cozinha. Filha de árabes, ela fazia esfirras maravilhosas e a melhor coalhada seca do universo com uma mão nas costas. Queria ter tido a esperteza de passar mais tempo com ela.
    Mas a outra vó tá aqui, inteirona e me ensonando altas receitas boas. =D

    E seu bolo tá lindo, lindo!

  5. Lu, que delicia a sua convivência com seus avós. te invejo!
    um beijo,

  6. Lindo bolo…!!! Vou fazer e experimentar!!!! Thanks! bjos!

  7. Luciana, adorei seu bolo e seu blog! Parabéns!
    Beijos e Bom fds!

  8. Adorei lêr a tua introdução, cheia de ternura e boas recordações.
    Um bolinho divino.
    Votos de feliz fim de semana ♥

  9. Adorei a receita, vou experimentar. Parece delicioso. E uma homenagem a todas as avós. Bjs
    http://www.sissy-atelier.blogspot.com

  10. Lu, que saudades da minha avó materna! Ela também era só coração! Passei muito momentos deliciosos com ela. Ela sempre tinha um colo quentinho e as palavras certas para todas as ocasiões.
    Acho que avó é a melhor coisa que existe no mundo. Dizem que filho é investimento, e neto, é lucro. Eu vivo dizendo para meus filhos que adoro ser mãe, e que vou adorar ainda mais ser avó… 😉
    Não sou muito de doce, mas ADORO canela. Fiquei com água na boca só de ler a receita. Vou testar assim que der tempo!
    Obrigada pela viagem à minha infância que seu post proporciou!
    Beijos floridos e um ótimo fim de semana,

  11. Ops, faltou um S lá em cima, em muitos momentos…
    + bjs

  12. Oi, Luciana!
    Amei o teu post…lindo e delicado! Sim, com certeza a tua avó iria aprovar esta troca saudável entre blogs! Quem sabe talvez até se divertir e participar das postagens…já pensou?
    Lindo bolo! E com sabor especial de saudades! Abraços!

  13. Lu querida,
    Este post deu saudade dos momentos que passava vendo minha avó cozinhar. Além do cheirinho da comida, o que eu gostava mesmo era de olhar pra ela.
    "Seu" bolo ficou lindo!
    Beijo!

  14. Fico, catando as uvas passas, mas viajando no perfume da canela, na suculência das maçãs e na saudade das avós 🙂

  15. Que deliciosas são as memórias afetivas que temos em torno da boa comida, não? Lindo post, Lu, lindo mesmo – não paro de pensar no bolo de araruta que minha vó sempre fazia pra mim agora, duplamente delicioso por todo esse carinho envolvido (e óbvio que vou testar o bolo de maça da sua avó tb 😉 )

  16. Puxa vida, eu ainda não tinha visto esse post tão lindo! Confesso que estou aqui, limpando as lagriminhas, mas não é pelo jabá, apesar de ser uma honra estar na sua cozinha. É porque receita de vó, bolo de vó e história de vó mexe demais comigo.
    Tomara que essa noite eu sonhe com a minha amada vó Amélia, que fazia um bolo de milho supimpa que eu preciso te dar a receita!
    bj,
    Ana

  17. Felicidade é poder ter lembranças como estas,Luciana: a essência q ficou das pessoas q por nós passaram e q, de tão impressionantes, conseguiram imprimir suas marcas em nós. Bjo e, continue curtindo suas lembranças e saudades, elas nos mantêm vivas e felizes.
    Bjo,
    Ana Omena

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