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Toda vez que viajamos fazemos a lição de casa antes. Primeiro, pedindo dicas aos amigos descolados, depois passeando pelos blogs de viagem mais legais e por fim fazendo a pesquisa obrigatória no Trip Advisor, para nós o melhor site de viagens que existe. Pois nos chamou a atenção o fato do Food Tasting and Cultural Walking Tour do Chicago Food Planet estar entre as cinco melhores atrações da cidade pelo TripAdvisor. Resolvido. Tivemos muita sorte de pegar um dia lindo, ensolarado.

Como funciona? São dois trajetos, sendo que fizemos o Near North, que circula pelo Old Town de Chicago. O grupo, que pode ter no máximo 12 pessoas (o nosso tinha só quatro), encontra-se com o guia (no caso a Ariela, super simpática e com ótimo conhecimento dos arredores) no primeiro lugar a ser visitado. Daí, vamos a pé pelo bairro do Old Town, escutando pelo caminho curiosidades a respeito da arquitetura e da cultura local, além de visitarmos sete lugares ligados à comida. Andamos bem, são cerca de 3 quilômetros durante 3 horas de passeio. É tudo muito organizado. Logo no início recebemos o mapa do trajeto, explicações de como voltar ao ponto inicial, endereço completo de todos os locais a ser visitados e cupons de desconto para voltar depois, já que durante o tour não é permitido fazer compras. Em cada ponto de parada, há uma pequena explicação sobre o lugar.

Queria compartilhar com vocês este passeio tão legal. A seguir, fotos e explicações para que também possam viajar conosco em um Food Tasting and Cultural Tour virtual!

Food Tasting and Cultural Tour do Chicago Food Planet

1. Ashkenaz Deli

Encontramos o grupo nesta pequena e bem típica delicatessen judaica, onde experimentamos o Reuben, sanduíche criado no início do século e que depois virou um clássico nos EUA. Com pequenas variações, é feito com pão integral, pastrami ou corned beef (espécies de embutidos feitos com carne de boi curada), queijo suíço, chucrute e molho Russian (uma maionese bem temperada com cebola picada, alcaparras, raiz forte, ketchup, páprica, ervas, etc). Delicioso…

Este sanduíche, que normalmente vem com quase 10 cm de pastrami no pão integral, deve ser o precursor daquele famoso sanduíche de mortadela do Mercadão em São Paulo… A foto do Reuben que eu comi não ficou legal, então pedi esta emprestada daqui para vocês terem uma ideia como ele é.

 

2.Tea Merchants/Tea Gschwendner

Sim, a loja é diferente mas é a mesma marca da que tem em São Paulo, capital. Foi bem legal aprender mais sobre a bebida mais consumida no mundo e entender as diferenças entre chá branco, verde, preto, etc. Também aprendemos a fazer chá da forma correta, sem deixar a água ferver e sem deixá-la horas na infusão com a planta. E experimentamos um chá gelado divino, Cranberry Mango Green Tea. Comprei mais tarde neste lugar o melhor chá que eu já bebi na vida, o africano Rooibush, aromatizado com Cream Caramel, não tem nada igual. E não tem cafeína, sendo ótimo para tomar à noite. Se puderem, experimentem!

Isto é Old Town Chicago… ruas limpas, largas e arborizadas.


3. The Spice House

A ME-LHOR parte do passeio para mim! Da esquina dava para sentir aquele cheiro divino de mistura de especiarias. Dentro, uma loja antiga, com cara de entreposto, cheia de sacos, caixas, potes, potinhos e cheiros deliciosos por todos os lados. No próprio porão da loja eles ralam, secam, preparam misturas, pesam e embalam. Também teve uma mini aula sobre pimentas e canelas. Difícil resistir aqui! Eu queria comprar tuuudo. Quem quiser babar, dá uma olhada no catálogo deles – só de sal e mixes de sal tem 24 tipos diferentes (eu devia ter deixado para comprar a flor de sal aqui, mas já tinha comprado em NY, voilà…)

4. Old Town Oil

A segunda melhor parada do passeio. Uma loja só de azeites e balsâmicos, de todas as idades, acidez, aromatizados ou não 🙂 Eles têm mini copinhos para degustação e indicam na hora incríveis misturas entre os dois, como por exemplo aceto aromatizado com cranberry e azeite aromatizado com manjericão – juro, gente, é bom 😉 É bem legal também degustar e comparar acetos de vários graus de envelhecimento.

Esta placa estava lá na parede do Old Town Oil.

5. The Fudge Pot

Fábrica artesanal de chocolate que, como a maioria dos estabelecimentos do Food Tour, é antiga e familiar. Os fundadores eram ex-funcionários chocolateiros da fábrica de chocolates Hershey’s, na parede da loja tem fotos e a história deles.

E vamos andar mais um pouquinho, ver mais da arquitetura deste bairro antigo da cidade…

6. Catering/Chocolate

Esta é a loja do Chef Chocolatier Jay Shindler, que é um dos mais badalados caterers da cidade. Seu serviço de buffet atende hoje o Presidente Obama quando está em Chicago, além de outras personalidades. Dentro do tour, foi o lugar mais sem-graça, enfim… Provamos queijos e um hummus que estava gostosinho, só.

7. Bacino’s Pizza

Atenção, paulistas e paulistanos… A pizza Chicago-style, chamada por uns de stuffed pizza e por outros de deep-dish pizza (há os que acham que diferem ligeiramente uma da outra) não é uma pizza propriamente dita, mas uma torta-pizza. Nesta pizza inventada em Chicago no restaurante Uno e da qual eles têm o maior orgulho, a massa é colocada no fundo e nas laterais de uma forma redonda de pelo menos 3 cm de altura, bem untada com azeite, e sobre a massa vão queijos, carnes, vegetais etc. Por cima, um molho normalmente feito com tomates crus. O interessante desta pizza da Bacino’s, onde terminou nosso Food Tour, é que é feita com mussarela light e molho de tomates praticamente sem gordura. Assim, ela é saborosa mas não tão calórica. Foi um ótimo encerramento. 🙂

OBS. Este texto foi publicado originalmente no blog Rosmarino e Prezzemolo.

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A coleção de arte pública de Chicago é reconhecida internacionalmente. São dezenas de trabalhos planejados e executados para áreas públicas, na maior parte espaços abertos e acessíveis a todos. São esculturas, monumentos, memoriais, murais, fontes e outras instalações, que se espalham pela cidade como pequenas (ou grandes) surpresas.

É preciso camelar para ver quase tudo, mas boa parte se concentra nos principais parques – Lincoln Park, Oak Park, Grant Park e o Millenium Park. Outras estão espalhadas pelo Loop e arredores.

As duas obras mais representativas estão no Millenium Park: a Crown Fountain e o Cloud Gate, mais conhecido como the bean(‘o feijão’). Lindos, surpreendentes!A Crown Fountain, desenhada pelo artista espanhol Jaume Plensa, foi inspirada no povo de Chicago. São dois blocos de torres de vidro com uma piscina de águas rasíssimas no meio, onde as crianças adoram brincar. As torres projetam imagens em LED de rostos de mil moradores da cidade. O efeito da água fluindo através de um buraco nas torres dá a ilusão de que as pessoas estão ‘cuspindo’ água pela boca. É uma referência ao tradicional uso de gárgulas nas fontes, nas quais rostos de figuras mitológicas eram esculpidas com bocas abertas para saída da água, um símbolo de vida.



O Cloud Gate é o primeiro trabalho de arte pública do artista britânico de origem indiana Anish Kapoor a ser exposto nos EUA. A escultura elíptica, que pesa 110 toneladas, é inspirada no mercúrio líquido e é formada por uma sobreposição de placas de aço altamente polidas e sem contornos marcados, que funcionam como um espelho e refletem o skyline da cidade e as nuvens sobre ele. O arco no meio funciona como um ‘portão’ para entrar na câmara côncava sob a escultura, onde os visitantes podem tocar a superfície da escultura e ver suas imagens refletidas sob uma variedade de perspectivas. Este trabalho mostra a genialidade do Kapoor, para mim um dos grandes artistas da atualidade. Incrível mesmo!


Há tantos outros trabalhos que é difícil escolher o que postar aqui! A seguir, uma amostra de outras public art em Chicago que chamaram minha atenção. As fotos sem créditos são minhas, as demais estão identificadas.

A God Bless America, de J. Seward Johnson Jr., é outra interessante. Inspirada em um famoso quadro de Grant Wood de 1930, “American Gothic”, mostra um casal de fazendeiros americanos coloniais. É uma das imagens de arte do século XX mais familiar aos americanos, e uma das mais parodiadas também. Na instalação itinerante de Johnson Jr., o casal de fazendeiros ganha malas e viaja pelos EUA. Esta foi montada em 2008 e veio de Key West, na Florida. Está atualmente estacionada na Michigan Avenue em Chicago.

Sim, tem Picasso e Miro ao ar livre em Chicago 😉 A escultura conhecida simplesmente como The Picasso fica no Daley Plaza e foi criada a partir de uma maquete de uma escultura de Pablo Picasso de 1965 que está exposta no Art Institute of Chicago. O próprio Picasso aprovou a montagem, que virou domínio público em 1970. O Miro de Chicago, inicialmente denominado O sol, a lua e uma estrela, é de 1981 e também fica no Daley Center. Já o Flamingo de Alexander Calder, no Federal Plaza, é de 1974.

http://www.cirrusimage.com/chicago/chicago_picasso_xx.jpg

Crossing do Hubertus von der Goltz, que mostra o delicado equilíbrio entre o distrito comercial e o distrito cultural da cidade, que se convergem no corredor da rua LaSalle.

fonte: http://chicago-outdoor-sculptures.blogspot.com/2009/03/crossing.html

A “escultura sonora” de Harry Bertoia, criada em 1975, uma fonte que produz sons advindos de filamentos de cobre encaixados em bases de granito.

fonte: http://www.diddit.com/activity-fqrgbx/outdoor-sculptures-chicago/untitled-sounding-sculpture-bertoia/

No Hyde Park, a Fountain of Time lembra o estilo do Monumento às Bandeiras paulistano.

fonte: http://pcj.typepad.com/planning_commissioners_jo/2007/12/the-fountain-of.html

No Grant Park, chama a atenção de longe a Agora, de Magdalena Abakanowicz, de 2006. A instalação mostra 106 figuras humanas, todas diferenciadas por algum detalhe, mas sem cabeças. Descrita pelo autor como o “eu contra o mundo todo”.

fonte: http://www.abakanowicz.art.pl/permanent/Agora2950.php

Se quiser saber mais, o blog Public Art in Chicago mostra uma coleção bem completa destas obras.

fontes de pesquisa:
http://www.millenniumpark.org/
http://www.explorechicago.org/city/en/supporting_narrative/attractions/dca_tourism/Featured_Public_Art.html
http://www.chicagotribune.com/entertainment/arts/chi-publicart-080501-gallery,0,7905996.photogallery
http://en.wikipedia.org/wiki/Chicago

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Chicago foi uma grande surpresa. Não esperava mais do que uma cidade grande norte-americana, mas Chicago consegue ser bonita, limpa, organizada e cool ao mesmo tempo.

Primeiro, come-se muitíssimo bem na cidade. Chicago é hoje a capital da gastronomia molecular nos EUA. Sede do Alinea, comandado pelo chef Grant Achatz e considerado por muitos o melhor restaurante dos EUA hoje, também abriga o restaurante Moto de Homaru Cantu, outro chef criativo e inovador. Foi no Moto nosso jantar inesquecível na cidade. Há muitos outros restaurantes bons e descolados, tais como o Graham Elliot, o Tru, o L20, o Frontera Grill. Para os que curtem fast food, foi em Chicago que surgiu a deep dish pizza, uma pizza tipo ‘torta’ famosa no país todo. Também fizemos em Chicago um tour gastronômico a pé, organizado pela Chicago Food Planet, muito original e interessante.


Em Chicago, home of the Blues, ouve-se muita música boa. Foi lá que surgiram nos anos 50 e 60 os clubes e as comunidades de artistas que tocavam blues. E há muita comédia stand up boa na cidade, sede do Second City, um teatro e centro de formação de onde saíram comediantes famosos como Tina Fey e Mike Myers. E, assim como em Nova York, há uma grande diversidade cultural – a diferença é que em Chicago é tudo mais ‘espalhado’ por conta da geografia da cidade, enquanto que em NY fica quase tudo lá, walking distance, em Manhattan. Ah! A maioria das lojas que os brasileiros gostam de freqüentar também estão lá, porém com menos filas.


Mas há duas características principais que tornam Chicago única: a arquitetura e a public art.

Chicago foi, no passado, uma daquelas cidades cujo crescimento muito rápido trouxe os tradicionais problemas urbanos. Sua reputação no século XIX era de ser a cidade mais suja dos EUA. Depois de sofrer um incêndio em 1871 que destruiu boa parte da cidade, seus administradores resolveram reconstrui-la de outra forma. Daí nasceu a escola de arquitetura de Chicago, conhecida mundialmente por ser a precursora dos arranha-céus e por construir de forma rápida, prática e eficaz. É uma arquitetura cuja imponência muitas vezes está alicerçada numa reverência à praticidade, à economia, ao respeito à malha viária e ao planejamento urbano.

Qualquer estudante de arquitetura e urbanismo, se tiver condições, deve ir a Chicago. Há architectural tours organizados pela Chicago Architecture Foundation fantásticos, onde os guias explicam detalhadamente sobre épocas, ideias, formas, escolas e contextos. As paisagens dos arranha-céus são impressionantes, lindas mesmo. Uma boa maneira de começar a estreitar os laços com o skyline é fazer um passeio de barco. Tanto o trajeto pelo rio Chicago como o trajeto pelo lago Michigan são interessantes. E juntar os dois em um combined tour economiza tempo e dinheiro, vale a pena. São diversas as opções.


A public art reúne esculturas, monumentos, memoriais, murais, fontes e outras instalações, que se espalham pela cidade como pequenas (ou grandes!) surpresas. É preciso camelar para poder ver quase tudo, mas boa parte se concentra nos principais parques – o Lincoln Park, o Grant Park e o Millenium Park. Outras estão espalhadas pelo Loop e arredores. Muito, muito legal.


Em tempo: Não é toa que Chicago aparece entre osTop 25 Destinations in the World chosen by Europeans no Trip Advisor Traveller’s Choice 2010!

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Como diria o Edu Luz, Nova York tem vários ‘sex shops’ ótimos 😉 E mesmo que seja só para encher os olhos e não para esvaziar a carteira, vale a pena andar por estes lugares. Comidinhas e objetos lindos, coloridos e diferentes. Aqui, os meus escolhidos nesta viagem: Williams-Sonoma, Sur La Table, Mackenzie-Childs, Anthropologie e Dean & Deluca – para vocês também se deliciarem.

WILLIAMS-SONOMA

A Williams Sonoma é provavelmente a loja de artigos de cozinha mais sofisticada de Nova York. Não é a loja mais barata para comprar gadgets de cozinha, mas ainda assim vale uma visita. São dois endereços, um no East Side e outro no Columbus Circle. Se você for ao segundo endereço não deixe de dar um pulo no Whole Foods, supermercado super bacana, com uma variedade grande de produtos naturais e orgânicos,  no subsolo do centro de compras onde fica a loja da Williams Sonoma. E dá para escolher a sua Le Creuset preferida 😉

O melhor da loja: uma forma da Le Creuset, com duas partes que se encaixam, própria para fazer tarte tatin.

SUR LA TABLE

Um pouco mais descolada do que a Williams Sonoma, a Sur La Table também é uma loja muito legal de gadgets de cozinha. Como ela fica no Soho, dá para incluir no mesmo passeio uma ida a Dean & Deluca e a Anthropology.

Os melhores da loja: uma estufa elétrica para temperos que pode ficar dentro da sua cozinha, chova ou faça sol…

… e estes óculos para cortar cebola sem choro!

MACKENZIE-CHILDS

A loja inteira parece uma casa de bonecas e é fácil passar desapercebida por ela. Mas não tem como não amar estas louças fofas e as mesas prepradas para o chá. Dá a impressão que a Alice no País das Maravilhas vai surgir a qualquer momento.

ANTHROPOLOGIE

A Anthropologie é minha loja predileta em Nova York. Vende roupas, objetos de casa e bijuterias, tudo super descolado. E a decoração é quase sempre bem original e diferente, como estes avestruzes de papel reciclado, um charme total.
Eles conseguem montar a decoração sempre com um mix lindo de estampas e cores.

DEAN & DELUCA

O Dean & Deluca no Soho é um supermercado luxuoso onde a gente encontra quase tudo o que quiser de comidas do dia-a-dia e diferentes. Balcões de carnes, peixes, queijos e pães; prateleiras completas de temperos, azeites, chás e chocolates. Frutas e verduras fresquinhas e no fundo alguns objetos de cozinha.

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Estive recentemente em Nova York e em Chicago. Nova York não foi novidade, mas valeu como sempre pela incrível mistura de pessoas e coisas diferentes que a gente encontra por lá. Bati muita perna, inclusive por lugares onde ainda não tinha ido com calma, como os bairros do Chelsea e do West Village, e repeti como sempre faço um dos museus, desta vez o MoMA. Também tivemos a oportunidade de sair para jantar com um casal simpatíssimo que conheci via Twitter, a @Marcie14 e o Ciro.

Tem muito para falar sobre o que vi e comi em Nova York. Mas vou começar pela sobremesa 🙂 A seguir, os meus doces prediletos da viagem. Enjoy!

NEW YORK-STYLE CHEESECAKE

A lista de doces delícias começa pelo mais antigo e tradicional. Dizem que o cheesecake do Lindy’s , uma receita da família do Leo “Lindy” Lindermann, originou o NewYork-style cheesecake, provavelmente o mais famoso e mais imitado cheesecake do mundo. A receita nasceu no restaurante Lindy’s original, que abriu em NY nos anos 20, depois fechou, reabriu, e hoje pertence ao grupo Riese Restaurants. O Lindy’s fica perto da Times Square. Nunca comi o original, a versão moderna é mais controversa, principalmente pelo preço (US$ 8 a fatia!), mas posso dizer que de fato é uma de-lí-cia.

Para os entusiastas desta sobremesa, outros lugares em NY famosos por servir um excelente cheesecake: Carnegie Deli, Junior’s, The Cheesecake Factory e Magnolia Bakery (ver abaixo).

CUPCAKES

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A Magnolia Bakery, confeitaria pequena e com cara de casa da gente no West Village (hoje ela tem mais duas filiais em Manhattan), praticamente dispensa apresentações. Cupcakes estão super na moda em NY, e os da Magnolia Bakery são as estrelas entre os bolinhos. A Carrie e a Miranda já apareceram em um episódio de Sex and The City devorando cupcakes na Magnolia Bakery e até a Suri (Katie Homes/Tom Cruise) foi fotografada em uma sequência de fotos fofas em uma revista da moda, se lambuzando e se deliciando com seu cupcake de chocolate de lá :-p

Tem época em que a fila na porta dobra o quarteirão, não é à toa que eles colocaram lá dentro um aviso limitando o número de cupcakes por pessoa!

Não peguei fila, mas no tempo em que fiquei lá olhando, tirando fotos e saboreando meu cupcake de banana e cobertura de caramelo e meu cheesecake de limão, foram embora em segundos três fornadas de cupcakes! Na Magnolia comi o MELHOR cheesecake de limão da minha vida. Este não tem nem foto, pois quando fico assim emocionada esqueço da máquina – quando lembrei já tinha comido quase todo e a foto ia sair muito feia.

Os cupcakes da Magnolia vêm assim em uma caixinha fofa com 6 buracos de papelão para encaixar os bolinhos e não deixá-los cair.

ARROZ DOCE? COMO ASSIM?

Pois é… não é que tem arroz doce em NY e é super cool? Chamado por eles de rice pudding (de fato, é mais um pudim cremoso de arroz do que arroz doce em si, já que a textura é de um creme com alguns grãos de arroz no meio), ele vem puro ou misturado em vários sabores, com coberturas também variadas à escolha, no Rice to Riches no Soho.

São quatro tamanhos (sendo que o pequeno para uma pessoa já é uma porção enorme, como quase todas nos EUA) e no site eles prometem entregar em qualquer lugar dos Estados Unidos de um dia para o outro!

O que eu provei, de French Toast com uma cobertura de pedacinhos de bolo, era uma delícia. Para os adoradores de arroz doce, como eu, um prato cheio 🙂 Levei um “para viagem” para o Mike e ele amou, devorou em alguns segundos.

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ENTRE OS MUROS DE BERGAMO

Enquanto Milão foi agitado e o Lago di Como foi romântico, Bergamo foi a chave de ouro da viagem: charmoso.

Bergamo se divide em duas: a Città Bassa, que é a metrópole urbana moderna, e a Città Alta, que é a cidade velha, no alto do morro, cercada por muralhas e bem medieval. Ao redor das ruazinhas de paralelepípedos ficam restaurantes, lojas que vendem queijos e frios, confeitarias com vitrines de encher os olhos, lojas e alguns poucos hotéis – sem falar nas construções antigas lindas, como a Piazza Vecchia, o Duomo, a igreja de Santa Maria Maggiore e a Biblioteca de Bergamo. É o máximo passear por esta cidade e ficar imaginando como ela funcionava há séculos.

Para ir da Cidade Baixa para a Cidade Alta usa-se o bondinho, ou funicular.

Comemos e bebemos muítissimo bem em Bergamo. E a culinária bergamasca é super interessante nas suas particularidades. Vamos lá.

A massa típica bergamasca é o casoncelli (ou casoncèi). Assim como a nossa feijoada, sua origem é humilde, pois era feito com pedaços de massa que eram recheados com restos de carne bovina e suína. Os casoncelli são raviolis bem rústicos, enrolados a mão mesmo. O mais tradicional é o casoncelli bergamaschi con pancetta burro e salvia (com manteiga, sálvia e pancetta). É uma delícia.

Além das tortas feitas com nozes, amêndoas e frutas secas e dos doces folhados e recheados, o doce mais típico da culinária bergamasca chama-se curiosamente Polenta e Osei – que quer dizer “polenta e andorinhas” 🙂 Mas o nome se deve unicamente ao aspecto do doce! É um bolo aromatizado com limão e baunilha, recheado com uma pasta amanteigada de chocolate e coberto com marzipã amarelo e com pequenos passarinhos também feitos de marzipã. Toda vitrine de confeitaria tem sua versão da Polenta e Osei, nos mais variados tamanhos, de um bolinho individual (como eu comi) até um bolo de 3 kg ou mais.

Este gnocchi di patate fatti in casa con funghi porcini, finferli e pinoli tostati mostra bem o traço da culinária piemontesa a base de creme de leite e manteiga e com dois tipos de funghi, mas com o toque do charme bergamasco, o cacau em pó.

Outro primo piatto bem gostoso e diferente. No menu chamava-se Creme Bruleé di Zucca e Gorgonzola, mas estava mais para um suflê mesmo 🙂


A sobremesa mais gostosa que comemos em Bergamo foi certamente este Tiramisù: o melhor que comi na vida, deixou saudades.

Um capítulo à parte para a Pizzeria Il Fornaio. Lotada o dia inteiro, sempre com pizzas diferentes na vitrine (a gente passava em frente só para ver o que tinha de novo), vendiam-se as pizzas aos pedaços que eram cortados pela atendente com uma tesoura (!). Os pedaços voltavam ao forno para uma tostada final e eram pesados e entregues sobre um guardanapo de papel. Até pizza de batata-frita apareceu uma vez… sim, na Itália 🙂

Vejam como são lindas as vitrines de Bergamo.

Em Bergamo também tomamos o vinho mais gostoso da viagem.

Bom, por ora é só! Espero que tenham curtido conosco a viagem 🙂

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AO REDOR DO LAGO DE COMO O Lago di Como é mesmo candidato a um dos lugares mais românticos do mundo. Cada cantinho uma surpresa – uma paisagem linda, um jardim florido, um lugarzinho pitoresco para tomar um café, uma casa colorida… tudo regado por aquele céu azul com o lago e as montanhas nevadas ao fundo. Estivemos em Tremezzo, onde visitamos a Villa Carlota, e depois atravessamos de barco para Bellagio. Um almoço leve – panini (sanduíches) feitos com piadina (pão achatado e frito) recheados com folhas, crudo (como eles chamam o presunto cru) e grana (que é o queijo grana padano). Uma pausa para o café, sempre presente em nossos passeios. Vitela com espinafre e risoto, bem típico do local. Reparem nas folhas de sálvia fritas na manteiga… ficam divinas!! Um prato com polenta – a polenta é muito saborosa, feita com a sêmola mais grossa do que vemos normalmente por aqui. Os limões sicilianos da Villa Carlota. Arriverdeci… Nós vemos em Bergamo! 🙂

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fonte da imagem: http://www.simonde.com.br/SimondeWeb/Materias/frmMateria.aspx?m=15

Viajamos uma semana pela Lombardia, no norte da Itália. Junto com a vizinha região do Piemonte, a Lombardia é conhecida pelas massas frescas, polentas e risotos. A região é inclusive a principal produtora de arroz do país. Por conta também da produção de pecuária bovina nas encostas das montanhas, é a terra da vitela e conhecida por usar mais a manteiga do que o azeite em seus pratos. Lá, é mais fácil achar massas frescas com molhos à base de creme de leite e manteiga do que molhos de tomate. As sobremesas típicas também seguem a mesma linha do uso da manteiga e do creme de leite: tanto o tiramisù como a panna cotta têm sua origem no noroeste da Itália. Alem destes dois doces, muitos outros são feitos com frutas secas e nozes, em especial as avelãs.

Viram que região mais LIGHT? Não é à toa que eu e o meu marido juntos engordamos 4 kg na viagem 🙂

Levarei vocês conosco nesta aventura gastronômica, passando pelas ruas movimentadas de Milão, pelas encostas do Lago di Como e pelas ruas tortuosas de Bergamo. Aproveitem!

PELAS RUAS DE MILAO

Milão, início de nossa viagem pela Lombardia. É claro que não podíamos deixar de comer os dois pratos mais típicos da culinária milanesa – o risotto alla milanese e a cotoletta alla milanese. Muito simples, mas deliciosos. O risotto é aquele bem básico feito com manteiga, cebola, vinho branco, brodo e queijo parmesão – mas com o toque especial do açafrão e do tutano de boi. A cotoletta é uma boa fatia de lombo de vitela com o osso, empanada e frita na manteiga. Tenho que dizer que é diferente e muito mais gostoso do que o nosso bife, pois a carne é macia e suculenta sem ser muito gordurosa, e a cobertura é bem crocante. Todo restaurante de Milão tem sua versão destes pratos.


Os aspargos, junto com o espinafre e as alcachofras, foram os vegetais mais presentes nos menus milaneses. Comemos também uma piccata di vitello ai asparagi que deixou boas lembranças na Trattoria Bagutta (Pizza San Babila, centro de Milão), restaurante bem antigo e tradicional.


Por recomendação da Adriana Haddad, fomos à Premiata Pizzeria, lugar gostoso e aconchegante e também tradicional em Milão. A pizza escolhida, a Capricciosa, tinha molho de tomates, mussarela, alcachofra, funghi, alcaparras e azeitonas. Combinação deliciosa!


Almoços sempre mais leves para agüentar a comilança do jantar… Este foi “prato de resistência”, comemos mais de uma vez um carpaccio di bresaola, rucola e Parma. Esta rúcula italiana com folhas bem pequenas é simplesmente deliciosa, concentra o gostinho da rúcula sem ser muito picante.


Outro prato de resistência, a famosa salada caprese 🙂


O que mais em Milão? Passamos um final de semana delicioso andando pelas ruas do centro e aproveitando tudo o que havia para ver. Fomos ao Duomo, à Pinacoteca de Brera, ao Castello Sforzesco e à galeria Vittorio Emanuele II, onde comprei um livro bem legal de receitas de risotos na livraria Rizzoli.

Vitrines de dar água na boca no caminho.


Sou viciada nestas castanhas portuguesas assadas que a gente compra nas ruas e que são servidas em um cone de papel de embrulho. Mas as ‘fontes’ de fatias de coco fresco para vender são o toque tropical que achamos em Milão 🙂

Em seguida, rumo ao Lago di Como. Aguardem mais histórias. Olhem só que paisagem “feia” pelo caminho!

PS. Post originalmente publicado no blog Rosmarino e Prezzemolo.

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Comemos muitíssimo bem em Londres. E entre ótimos italianos, chineses e japoneses, tivemos a oportunidade de comer em dois tipos de casas muito tradicionais no Reino Unido – as carveries e os pubs. As surpresas foram tão agradáveis que resolvi contar a vocês um pouco sobre a comida inglesa – muitas vezes pré-julgada como insossa e ruim. É por aí que começamos estas aventuras gastronômicas.

 

Os pratos principais… 🙂

A CARVERY

O verbo “to carve” significa “cortar a carne”, mas não de qualquer maneira, e sim em pedaços e fatias perfeitos para serem saboreados.

Escolhemos uma das carveries mais tradicionais de Londres, a Simpson’s-in-the-Strand, que funciona há mais de 170 anos. O local abriu em 1828 como um clube de xadrez e casa de chá. Para não atrapalhar o andamento dos jogos de xadrez, começaram a oferecer a carne e os acompanhamentos em carrinhos que circulavam pelo salão, o que acontece até hoje. Muitos personagens históricos famosos passaram pelo Simpson’s, entre eles Vincent Van Gogh, Charles Dickens, Sherlock Holmes e George Bernard Shaw.

Na Simpson’s, os assados circulam pelo restaurante em “carrinhos-bandejas” de prata, cobertos por tampas de prata, e são levados até às mesas pelos Master Carvers, ou seja, especialistas na arte de cortar a carne. Estes Carvers precisam passar por um curso de 90 horas para obter seu certificado e aprendem a cortar uma variedade de carnes e juntas, a lidar com diferentes facas e garfos, etc.

Como funciona: você pede o assado – rosbife (Roast Rib of Scottish Beef) ou cordeiro (Roast Saddle of Lamb) – com os acompanhamentos e o carrinho vem até você. O Master Carver vai cortando a carne pedida até você dizer “chega”. Vale repetir quanto quiser! É como um rodízio de carnes brasileiro, mas no caso inglês a ênfase é no ponto certo do assado e nos cortes, e não na variedade de carnes. Em seguida, vêm os acompanhamentos – no nosso caso havia batatas assadas, repolho, Yorkshire pudding e os molhos gravy, molho de raiz forte, molho de menta e uma geléia de frutas vermelhas para o cordeiro.

O PUB

Um pub, literalmente public house, surgiu como um local onde era permitido servir bebidas alcoólicas para o público em geral. Há mais de 57 mil pubs no Reino Unido, pelo menos um em cada cidade, vilarejo ou povoado. Em muitas cidades pequenas é o único local além da igreja onde a comunidade pode se reunir. O escritor Samuel Pepys descreveu o pub como o “coração” da Inglaterra e a igreja como sua “alma”.

Foi nos pubs que primeiro surgiu a idéia de se ter um balcão para servir as cervejas, tornando o serviço bem mais rápido do que servir mesa a mesa. Nos balcões fica a “bomba” de servir as cervejas, sendo que normalmente se pode escolher entre mais de 10 tipos diferentes. É muito semelhante às máquinas de chopp brasileiras, a diferença fica mesmo no tipo, na maior variedade e na possibilidade de escolher entre cerveja na temperatura ambiente, normal (para nós, quente) ou na “extra-gelada” (para nós, boa). Olhem só que lindo o balcão do nosso pub.

Os pubs servem dois tipos básicos de cervejas: as lagers e a ales. A lager é a cerveja de baixa fermentação, de cor mais clara, menos encorpada, menos amarga e normalmente com menor teor alcoólico. São as cervejas típicas da Alemanha e da Europa Central. A ale é a cerveja de fermentação alta, mais comum na Inglaterra e na Irlanda, são mais escuras, mais encorpadas, mais amargas e com maior teor alcoólico, mas também mais frutadas e saborosas. Minha predileta foi a cerveja irlandesa Guinness, que chega a ter um leve gosto de café e é muitíssimo saborosa.

Bom… as comidas nos pubs! Como os pubs eram tradicionalmente lugares para se beber, oferecia-se pouca coisa para comer. No começo eram apenas porções de amendoim, batatas chips e torresmo. Após um tempo, os pubs começaram a servir um lanche frio, chamado Ploughman’s lunch – literalmente o “almoço do lavrador”, ou, se quiserem, “bóia-fria” mesmo. Até hoje é servido, composto de um prato com um bom pedaço de queijo (Cheddar, Stilton ou outro queijo local), picles, um fatia grossa de pão e manteiga.

Nos anos 50, a maioria dos pubs oferecia “a pie and a pint”, ou seja, um pedaço de torta (normalmente feita pela esposa do dono do pub) e um copão de cerveja, Nos anos 60, começaram a servir um prato universal e muito na moda à época, “chicken in a basket” – frango frito com batatas fritas que vinha em uma cestinha e com guardanapos para se comer com a mão. Quem não lembra do Kentucky Fry Chicken?

Desde os anos 90 a comida começou a se tornar parte importante nos pubs e hoje a maioria deles serve almoço e jantar. Muitos pubs oferecem pratos tão saborosos que chegam a rivalizar com bons restaurantes.

As comidas dos pubs são conhecidas por “pub grub” – ou o “grude do pub”. Normalmente os menus dos pubs incluem: steak and kidney pie (um cozido de carne e rins coberto por uma massa de torta), cottage pie (picadinho com especiarias coberto com uma crosta de purê de batatas), sheperd’s pie (a mesma torta feita com carne de carneiro) e fish and chips (peixe à milanesa com batatas fritas), entre outros.

Provamos dois pratos muito típicos: o Bangers and Mash e o Sunday Roast.

O Bangers and Mash é um prato inglês/irlandês com salsichões caseiros sobre purê de batatas e molho gravy de cebolas.

O Sunday Roast é o prato mais tradicional, com rosbife, batatas assadas, Yorkshire pudding, vegetais e molho gravy.

Experimentamos este com cenouras, ervilhas, brócolis e um Yorshire pudding lindo, feito no formato perfeito para se colocar o molho dentro, no The Three Tuns, um pub bem tradicional em Mayfair (1 Portman Mews South, London, W1H 6HR). Este lugar era bem agitado à noite, tocava ótima música (rock dos anos 80/90), tinha pratos gostosos e preços muito bons para Londres. Recomendo.

O mais engraçado mesmo para os brasileiros é que a maioria dos pubs literalmente pára de servir às 11 da noite… eles tocam um sininho, o que significa que você tem que fazer seus últimos pedidos. Mas o mais chocante é que os atendentes ficam depois em volta das mesas gritando: “Vamos acabar logo com isto! Tomem logo isso! Vamos, precisamos dos copos!”… Dá para acreditar? Às 11 e meia fomos praticamente expulsos do pub.

 

Os acompanhamentos 🙂

Além dos onipresentes vegetais que acompanham os assados ingleses – como as batatas assadas, as cenouras e ervilhas na manteiga, o repolho cozido e até mesmo os brócolis, um dos mais apetitosos e diferentes acompanhamentos é o Yorkshire Pudding. Na verdade um suflê (os ingleses me perdoem a comparação com a cozinha francesa!!), o verdadeiro Yorkshire Pudding é muito saboroso porque na sua composição entra a gordura que “pinga” do assado no forno. Seu sabor fica muito especial.

YORKSHIRE PUDDING

Assim que terminar de assar sua carne, separe a gordura que ficou na assadeira para utilizá-la na sua receita. Esta receita rende quatro porções.

½ xíc (chá) de leite e ½ xíc (chá) de água (ou 1 xíc chá de leite) – 1 ovo – sal e pimenta a gosto – 1 xíc (chá) de farinha de trigo – 2 a 3 col (sopa) da gordura que sobrou da carne assada

Você faz assim: separe 2 ou 3 col (sopa) da gordura que sobrou da carne e coloque em um refratário. O ideal para esta receita é um refratário retangular de 28 x 18 cm. Ligue o forno no 220º e coloque o refratário nele. Enquanto isto, faça a massa do pudding. Cada um faz de um jeito: tem gente que mistura primeiro a farinha e o leite, depois o ovo. Outros misturam o ovo com a farinha e depois põem o leite. Alguns acrescentam água. Minha receita predileta é a que segue. Bata bem o ovo com o leite e a água. Junte uma pitada de sal e outra de pimenta, bata mais um pouco e em seguida junte a farinha e bata até misturar bem. Agora, tire o refratário do forno – a gordura tem que estar fervendo – e jogue esta massa sobre a gordura quente. Agora é só voltar ao forno. O pudding vai levar uns 25 minutos para crescer e ficar dourado e crocante. Preste atenção no seu forno, pois se demorar muito ele queimará nas laterais e no fundo e perderá a “crocância”.

Não desanime se não der certo da primeira vez: fazer Yorkshire Pudding é fácil mas requer prática para saber o ponto certo de cozimento! Isto só com o tempo mesmo…

Se quiser fazer uma versão simplificada do Yorkshire Pudding para testá-lo, unte forminhas de muffin com óleo (mais ou menos 1 colher de café por forminha) e leve-as para aquecer bem no forno a 220º. Faça a massa conforme indicado acima. Quando as forminhas estiverem bem quentes, tire-as o forno, jogue nelas a massa e volte ao forno por mais 10 minutos. Atente para não encher as forminhas com mais de dois terços da capacidade, pois o pudding deve crescer!

Outra receita bem simplificada é bater todos os ingredientes na batedeira e levar à geladeira para descansar por duas horas. Aí é só proceder conforme indicado acima.

 

Os tradicionais molhos 🙂

Os assados são acompanhados por uma infinidade de molhos: os caseiros como o de raiz forte, de menta, geléias, chutneys e o mais importante deles, o gravy. Além deste, há sempre potes de molhos industrializados variados, como a mostarda Colman’s (bem diferente da nossa, é bastante temperada com raiz forte) e o catchup entre outros.

 

GRAVY

O gravy é outra instituição da cozinha inglesa e, assim como o Yorkshire pudding, também aproveita o que sobra do assado. O gravy nada mais é do que um molho para servir com o assado feito do seu próprio caldo e gordura e engrossados um pouco.

Esta receita de gravy aprendi no “olhômetro”, vendo minha sogra fazê-la. Pegar a assadeira na qual se assou a carne e levar ao fogo como se fosse uma frigideira. Quando o caldo ferver, jogar um pouco de farinha de trigo (cerca de 1 colher de chá) diluída em ½ xíc (chá) de água. Mexer bem com uma colher de pau até engrossar e ficar com consistência de “sopa”. Acertar o sal e os temperos e está pronto! Cada um faz seu próprio gravy, colocando os temperos que lhe apetecem: caldo de carne, molho inglês, catchup, etc. Na Inglaterra, existem para comprar uns “flocos” de gravy, ou seja, como se fosse um caldo de carne pronto, como existe no Brasil. São ótimos para incrementar seu gravy.

Uma versão simplificada de gravy que não exige o caldo e a gordura do assado é a seguinte. Fazer um roux: aquecer em fogo baixo em uma frigideira 4 col (sopa) de manteiga e deixar derreter. Juntar aos poucos 2 col (sopa) de farinha de trigo e mexer bem com um fouet para não formar grumos. Quando a mistura ficar dourada, juntar ½ xíc (chá) de água fria (ou caldo de carne ou galinha frios) e misturar bem. Quando a mistura engrossar e ficar com textura de “sopa”, adicionar os temperos. Pode ser ½ cubo de caldo de carne, 1 col sopa de catchup, uma pitada de sal, uma pitada de molho inglês… a seu gosto!

 

Ah… finalmente as sobremesas 🙂

TREACLE TART

Pedimos de sobremesa no pub esta torta de sabor incrível, bem diferente do que estamos acostumados.

A é uma sobremesa inglesa tão tradicional que a escritora J. K. Rowling colocou-a como a sobremesa favorita do Harry Potter!! É uma torta cujo recheio é feito basicamente com golden syrup, muito semelhante ao nosso “melado”. Como no Brasil é difícil encontrá-lo, uma alternativa é fazer esta sobremesa com melado, maple syrup (que se acha no Brasil em alguns lugares), ou mesmo mel ou glucose de milho.

350 g de massa doce para tortas (não massa podre) – 135 g de golden syrup – 125 g de migalhas de pão fresco – suco e casca ralada de um limão – 1 col (sopa) de gengibre ralado – 1 ovo batido para enfeitar

Usar dois terços da massa para cobrir o fundo de uma forma de torta desmontável. Cortar o resto da massa em tiras para enfeitar a torta. Aquecer o syrup em fogo baixo, acrescentar as migalhas de pão, uma col (sopa) do suco de limão, 15 g de cascas raladas e o gengibre. Mexer um pouco e jogar sobre a massa de torta. Enfeitar a torta com as tiras de massa, pincelar com o ovo batido e levar ao forno a 180º por 25 minutos. Servir com creme ou com sorvete de creme.

SUMMER PUDDING

No Simpson’s-in-the-Strand, a escolhida foi outra tradicionalíssima sobremesa inglesa, muito aguardada pelas famílias quando chega o Verão. Isto porque para fazer um bom Summer Pudding são necessárias frutas vermelhas frescas, que só aparecem nesta época! As frutas frescas são de fato a alma desta sobremesa, que é di-vi-na e facílima de fazer.

Aí vai uma receita bem fácil de Summer Pudding para quem quiser fazê-lo em casa:

750 g de frutas vermelhas variadas (amoras, framboesas e mirtilos por exemplo), de preferência frescas, mas se não der congeladas mesmo… – 150 g de açúcar – 10 fatias médias de pão (não usar pão branco industrializado por ter a textura muito mole, dê preferência ao pão feito em casa e deixado de um dia para o outro

Leve ao fogo em uma panelinha as frutas vermelhas e o açúcar e cozinhe de 3 a 5 minutos até o açúcar derreter e se misturar às frutas. Não cozinhe muito para as frutas não perderem o frescor. Agora monte os pudins: coloque uma fatia ou pedaço de pão no fundo de cada forminha de muffin, apertando bem pra preencher todos os espaços. Coloque por cima uma colher de sopa de frutas vermelhas e aperte um pouco para o pão absorver o suco das frutas. Repita esta operação até encher as forminhas e coloque por cima delas um prato pesado. Leve-as à geladeira de um dia para o outro. Não se esqueça de deixar um pouco das frutas e do caldo para enfeitar os pudins depois de desenforma-los. Servi-los com creme ou com sorvete de creme.

CUSTARD

O custard é um creme doce feito com leite e ovos e aromatizado com baunilha ou com noz moscada, que serve para acompanhar sobremesas. É muito comum na comida inglesa. Nós o comemos acompanhando uma torta de maçã.

Para fazer o custard:

1 xíc (chá) de leite – 1 xíc (chá) de creme de leite de caixinha sem soro – 4 gemas de ovos – 1 col (sopa) de maisena – 1/3 xíc (chá) de açúcar – gotas de baunilha

Bater na batedeira as gemas de ovos, o açúcar e a maisena até misturar bem. Reservar. Levar ao fogo o leite, o creme de leite e a baunilha e cozinhar por 5 minutos em fogo baixo, mexendo sempre, sem deixar ferver. Juntar as duas misturas batendo sem parar, levar ao fogo por mais 15 minutos mexendo sempre até engrossar. Não deixar ferver.

 

Por fim… chá, café e biscoitos 🙂

Dois outros lugares que visitamos em Londres foi a padaria chique Le Pain Quotidien e a loja gourmet Fortnum & Mason.

A Fortnum & Mason, de origem inglesa, é uma das lojas de comidas gourmet mais famosas do mundo. Aberta em 1707, hoje vende mais de 800 produtos gourmet do mundo todo, de doces a vinhos, passando por carnes, peixes, queijos, frutas frescas, chás e cafés, biscoitos, chocolates. É um espetáculo de lugar… atentem para as frutas cristalizadas em tamanho natural.

A Le Pain Quotidien é uma padaria de origem belga que hoje tem filiais em toda Europa. As de Londres são muito charmosas. O ambiente é super aconchegante, eles trabalham com produtos orgânicos e de alta qualidade e a comida de fato é ótima. Tomei um chá típico inglês lá, com scones (um tipo de pão doce) com clotted cream (um creme que substitui a manteiga) e geléias deliciosas. Além disso, eles têm a pasta de avelãs (tipo Nutella) mais gostosa que eu já provei na vida! (inclusive eu trouxe um “potão” dela na mala…)

SCONES

2 xíc (chá) ou 280 g de farinha de trigo – ¼ xíc (chá) ou 50 g de açúcar – 2 col (chá) ou 10 g de fermento em pó – ¼ col (chá) de sal – 1/3 xíc (chá) ou 75 g de manteiga gelada cortada em cubinhos – 1 ovo grande – 1 col (chá) de extrato de baunilha – ½ xíc (chá) ou 120 ml de creme de leite fresco ou leite

Aquecer o forno a 180º. Em uma vasilha grande, misturar a farinha, o açúcar, o fermento e o sal. Misturar a manteiga em cubinhos delicadamente com as pontas dos dedos, sem mexer muito. Em uma vasilhinha separada, bater o ovo com o creme de leite fresco e a baunilha. Acrescentar esta mistura aos ingredientes secos e mexer só até misturar. Não sovar a massa. Nfarinhar uma superfície e colocar nela a massa. Não é preciso misturar mais, basta abrir a massa com as mãos. Cortar os scones com um cortador redondo de biscoitos ou então cortar a massa com uma faca, em pedaços grosseiros. Levar ao forno em uma assadeira untada por 15 a 20 minutos.

CLOTTED CREAM

Para fazer um clotted cream “brasileiro”, basta bater na batedeira partes iguais de creme de leite fresco e mascarpone, e acrescentar um pouquinho de açúcar e extrato de baunilha. Aí é só comer os scones com este creme e com uma geléia de fruta vermelha da sua preferência. Huuummmm….

PS. Publicado originalmente no blog Rosmarino e Prezzemolo.

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