Santiago do Chile é uma cidade bem legal para quem gosta de comer e beber. Já de começo tem os vinhos chilenos, alguns que a gente nunca viu no Brasil, com preços de vinho nacional 🙂 E segundo porque há uma seleção de restaurantes descolados, modernos e gostosos que competem com São Paulo nos quesitos comida e bebida mas ganham no quesito preço 😀
Duas regiões da cidade são especialmente interessantes por serem agradáveis para caminhar e reunirem atrações enogastronômicas para deliciar qualquer bom gourmet.
Av. Isidora Goyenechea e arredores
Região muito gostosa para andar, bem arborizada e praticamente residencial, mas que concentra alguns dos bons hotéis e restaurantes de Santiago.
No badalado Hotel W há dois bons restaurantes, o NoSo de comida francesa e o japonês Osaka. Mas o mais interessante são as lojas Coquinaria e El Mundo del Vino, uma ao lado da outra, no mesmo prédio do hotel. Junto delas, o Juan Valdez Café para um lanche rápido.
A Coquinaria é uma delícia para almoçar e para comprar guloseimas e coisas de cozinha. E linda só para olhar também, já que seus preços são meio proibitivos. Fomos lá perto do Natal e a loja tinha árvores de Natal e outras decorações com nozes e frutas secas, criativo e bonito.
El Mundo del Vino é um dos paraísos de quem gosta e quer comprar vinho em Santiago. A loja é grande e bem completa e os vendedores solícitos. (Tenha em mente que a franquia de bagagem por pessoa voando para/do Chile é de uma mala de 23 kgs! Muito fácil ultrapassar este limite com garrafas de vinho e a bagagem extra na LAN é bem cara).
Mais para frente, a um quarteirão de distância, fica a antiga e tradicional Confiteria Torres, onde o gostoso mesmo é sentar-se nas mesinhas da frente, tipo ‘bistrô parisiense’, e pedir um espresso (muito bem tirado, o melhor que tomamos no Chile) e aproveitar para olhar as pessoas caminhando na rua. Também ali ao lado tem um Starbucks, com a sempre útil internet gratuita 🙂 Dê uma volta na praça na frente do W e mais adiante, na própria Av. Isidora Goyenechea, pare para comer uma pizza no Tiramisú, restaurante informal e bonitinho com boas pizzas e massas.
Nos arredores, a meia hora de caminhada ou a 5 minutos de táxi, fica o bairro da Providencia, onde há vários bons restaurantes. Entre eles o Aqui Está Coco, o Rivoli, o Astrid & Gastón e o Le Bistrot.
Ficamos na maior dúvida entre escolher um lugar novo ou voltar ao Aqui Está Coco, onde estivemos na nossa primeira viagem ao Chile, há mais de 10 anos. No fim, resolvemos voltar ao Aqui Está Coco por razões saudosas. Este restaurante é considerado turístico e muita gente torce o nariz para ele. Pois fomos e não nos arrependemos. Comemos frutos do mar muitíssimo frescos e bem feitos e a mesma sobremesa de 10 anos atrás, que continua ótima, a torta folhada de doce de leite. De quebra o sommelier era ótimo e com ele aprendemos a tomar os Sauvignon Blancs chilenos, que achamos bem mais gostosos que os Chardonnays, normalmente nossa uva branca predileta. Depois, pesquisando nos blogs amigos, descobri que não somos os únicos que gostamos deste restaurante, né Edu Luz e Destemperados?
Av. Nueva Costanera e arredores
Este é o point para quem gosta de comer bem e quer conhecer os lugares mais descolados de Santiago. Ao longo da Av. Nueva Costanera, que é outra ótima avenida para andar a pé, alguns dos restaurantes mais bacanas de Santiago dividem espaço com hotéis lindos e lojas de luxo nas ruas transversais, como a Alonso de Córdova. Além dos restaurantes, na Nueva Costanera tem uma ótima enoteca, a Wain, com preços um pouco melhores do que o El Mundo Del Vino em um espaço mais personalizado. Na frente da Wain, outra boa surpresa: uma loja da KitchenAid para babar bastante nas batedeiras e demais utensílios domésticos super bacanas 🙂 Continuando a pé está o La Mar e após mais alguns quarteirões ficam o Boragó e o Sukalde, um ao lado do outro. Um pouco mais longe, nos arredores, o bom restaurante Astoria.
Seguindo as dicas do Edu Luz e da Nina, escolhemos o Boragó para o nosso jantar de comemoração de 15 anos de casados. Valeu muito! Escolhemos o menu degustação acompanhado de vinhos (ou cervejas e chás, dependendo do prato!) e foi muito divertido e gostoso. Com uma qualidade de pratos e vinhos que em São Paulo certamente custaria o dobro do preço. No Boragó finalmente perdi a birra dos vinhos Pinot Noir, depois de ter provado o Anakena Pinot Noir 2009.
Em tempo: se quiserem saber mais destes restaurantes em Santiago, não deixem de ver os posts do DCPV, dos Destemperadose do Gourmandise sobre eles.
Mercado Central e arredores
Last but not least… Deixei por último este capítulo e nem considerei esta região porque, para mim, foi uma decepção total. Tenho alguns amigos que são super fãs do Mercado Central de Santiago e recomendaram uma vista a ele. Mas li críticas no DCPVe no Viaje na Viagem e fiquei na dúvida. No fim fomos de teimosos. De fato a insistência dos garçons do Donde Augusto, restaurante onipresente no mercado, enche um pouco. Mas o pior não foi isto. Chegamos ao Mercado após as 15h e o lugar estava cheio de lixo e restos de peixe jogados no chão, quase todas as barracas de peixes fechadas e as poucas abertas cheias de moscas pousando na ‘mercadoria’. Um cheiro de peixe podre aqui e acolá, fomos embora depois de 5 minutos.
Sim, estou cansada de saber que em feira e mercado tem que ir cedo, mas esperava mais de um ponto turístico de Santiago. Se alguém ainda tem vontade de ir ao Mercado Central de Santiago, faça um esforço para chegar pelo menos antes das 10h da manhã, quando o movimento das barracas de peixes e frutos do mar é maior.
Nos arredores do mercado, caminhando por cerca de 30 minutos (uma caminhada meio árida, não tão agradável como nas duas regiões acima), chega-se ao Pátio Bellavista, dito shopping a céu aberto com bons pequenos restaurantes. Não sei se pelo horário, ou pela época do ano, mas o que vimos no Bellavista foram lojinhas de artesanato, de bijuterias e de souvenirs, nada incrível ou diferente, o mesmo de sempre.
Na rua atrás do Pátio Bellavista há muitos restaurantes, entre eles oComo Água para Chocolate, que é bem gostoso. Desta vez não estivemos lá, mas é um programa legal para quem vai visitar La Chascona, a casa do Pablo Neruda, que fica ali perto e é para mim um dos programas mais legais para fazer na cidade.
Agradeço as dicas da Mari Campos, do Edu Luz, da Nina e da Natalie.
E com este post o Rosmarino e Outros Temperos encerra o ano de 2011. Desejo um Feliz Natal e um bom Ano Novo para todos vocês! E aguardem que 2012 traz grandes novidades para o blog 🙂