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Depois do passeio pela região de Ribera del Duero, onde visitamos as vinícolas Torremilanos, Pesquera e Protos, seguimos para La Rioja. Aqui, um pouco do hotel onde ficamos, dos restaurantes que gostamos e dos passeios que fizemos na região. Semana que vem, mais das vinícolas da Rioja.

Um curiosidade interessante, eu ao menos não sabia, é que existe na região um rio chamado Oja. Pelo que a região ficou conhecida como Rioja 😀

Hotel

Desta vez, ao contrário do que fizemos em Ribera del Duero, resolvemos ficar hospedados em um hotel dentro da cidade. A Hospederia de Los Parajes, um hotel charmoso e cheio de bossa, ficava na cidade de Laguardia, que era igualmente charmosa e bacana. Alguns quartos barulhentos, mas nada que comprometa. Os quartos que dão para a frente do hotel, com vista para a rua, são maiores e mais caros. Os outros tem janelas que dão para um pátio interno, mas são boas acomodações. Há um spa no hotel que parece ser uma delícia. Infelizmente não usei, não posso opinar 😉 No subsolo do hotel há uma antiga bodega, na realidade um local onde se armazenavam os barris de vinho para envelhecer (ou hacer la crianza) e que foi transformada em bar. É curioso, dê uma olhada, mesmo que não opte por se hospedar ali.

Conhecemos duas outras opções de hotéis na região. O primeiro é o próprio hotel  Marqués de Riscal, que dispensa grandes apresentações. Já foi eleito o melhor hotel rural da Espanha e tem ambientes luxuosos, vistas lindas, quartos super confortáveis e um spa muito completo. O outro hotel, da mesma linha luxo, foi uma surpresa encontrada no meio do caminho, o hotel Viura.

Restaurantes

Foram dois os restaurantes que merecem ser mencionados na Rioja.  O primeiro deles é o Las Duelas, que fica na cidade de Haro. O restaurante fica dentro do hotel Los Agustinos, que foi um antigo monastério e uma cadeia, entre outras coisas. É uma delícia sentar do lado de fora, no corredor do antigo claustro do mosteiro. Com uma adega muito boa, não deixa nada a desejar na comida também. Tudo super gostoso e caprichado, comemos um excelente bacalhau fresco e uma torrija caramelizada de sobremesa que estava divina.

O outro restaurante dispensa grandes apresentações. Aproveitamos a visita à vinícola e almoçamos no restaurante Marqués de Riscal, que fica dentro do hotel do mesmo nome, na cidadezinha de Elciego. Um dos mais conhecidos da região, agraciado com uma estrela no guia Michelin em 2012, o restaurante é bastante disputado e recomenda-se fazer uma reserva prévia. O prédio do hotel é incrível e foi projetado pelo Frank O. Gehry, arquiteto canadense responsável também pelo Museu Guggenheim de Bilbao. A vista é linda, o lugar é transado, a comida é ótima. Optamos pelo menu-degustação Torrea e não nos arrependemos. Aproveite o almoço lá para fazer uma visita à vinícola, vale a pena.

Passeios

Laguardia

A cidade onde ficava nosso hotel, Laguardia, é imperdível. Uma cidade medieval, cercada de muralhas e com quatro grandes portas que a comunicam com o exterior, duas com vistas bonitas para o vale. Na cidade não circulam carros. Não só pelo óbvio motivo das ruas serem estreitas, mas porque muitas das casas alugam  seus porões para vinícolas armazenarem seus barris de vinhos.  Dizem que a trepidação dos carros seria prejudicial ao processo. Assim, toda casa da cidade tem no subsolo sua cueva, ou bodega, sendo que nem sempre esta corresponde ao tamanho da casa. Há casas pequenas com bodegas enormes, e vice-versa. As portas antigas e as igrejas são bonitinhas, em especial a Iglesia de Santa Maria de los Reyes que é uma surpresa por dentro. No Paseo del Collado, pracinha/alameda em frente à igreja, há uma escultura/instalação do artista Koko Rico, chamada Viajeros (ou Bidaiariak Izenekoa no idioma basco) , na qual duas mesas de bronze  expõem sapatos e bolsas de caminhantes. Muito bacaninha 😉 O único senão é que as atrações turísticas da cidade estão quase sempre fechadas e o modo mais fácil de fazer turismo em Laguardia é mesmo através do escritório de turismo local.

Elciego e Haro

A grande atração de Elciego é o conjunto da vinícola Marqués de Riscal. Haro, por sua vez, é outra cidadezinha charmosa onde é possível parar para caminhar, tomar um café, olhar os pequenos mercados e as casas. Mas Elciego e Haro são interessantes por outra razão. Ao redor destas duas cidades (e de Laguardia e Logroño, que formam um quadrilátero com elas) há uma série de prédios de hotéis e vinícolas que são um prato cheio para arquitetos e designers. Além dos prédios e instalações dos hotéis Marqués de Riscal e Viura, há os prédios super bacanas das vinícolas Ysios, Viña Real, Regalia de Ollauri, Darien e Baigorri.

Logroño

A maior cidade desta lista é também a mais cosmopolita da região. Como Logroño é uma das cidades que faz parte do Caminho de Santiago, é interessante ver as pessoas passando, alguns a pé, outros de bicicleta, rumo a Santiago. No escritório de turismo local há um mapa que mostra o roteiro dos peregrinos dentro da cidade e as principais atrações, como as igrejas de Santa Maria de La Redonda (onde há um quadro de Michelangelo escondido entre outros), San Bartolome e Santiago El Real. Na praça ao lado desta última igreja, não deixe de ver El Juego de La Oca (o “jogo do ganso”), um tabuleiro de jogo desenhado e esculpido no chão, que recria o Caminho de Santiago. Diz a lenda que foi inventado pelos templários no século XI. El Cubo del Revellín, uma torre que é parte da antiga muralha da cidade, vem sendo restaurada e abriga uma pequena exposição audiovisual mostrando a ocupação da cidade.

Mas Logroño também tem uma atração gastronômica interessante. Nos mesmo moldes da Cava Baja de Madri, a Calle Laurel é uma rua estreita, charmosa, de poucos quarteirões, que tem dezenas de bares de tapas e onde é uma delícia ir de bar em bar bebendo uma taça de vinho e provando tapas diferentes. Começamos pelo La Taberna de Laurel, onde provamos as famosas patatas bravas do local. No Juan e Pinchame provamos a especialidade da casa, a brocheta de langostino con piña. E em algum outro local do qual, infelizmente, não me lembro o nome, comemos um excelente pulpo a la gallega e croquetas incríveis.  Se estiver pela cidade, não deixe de passar por lá. 

Santo Domingo de la Calzada

Esta cidade é interessante primeiro por também ser passagem de peregrinos rumo a Santiago. Nela há o Albergue de Peregrinos administrado pela Cofradía del Santo, que tem as instalações mais modernas e confortáveis do Caminho.  Santo Domingo ficou conhecido pelas curas milagrosas de peregrinos e a Catedral, bonita e interessante, tem um conjunto de nove quadros nas paredes que relembram os milagres do Santo. Dentro da Catedral não deixe de ver El Galinero – isto mesmo, um galinheiro onde na maior parte do ano (entre 25 de abril a 13 de outubro) são mantidos um galo e uma galinha brancos, vivos, para relembrar o milagre mais famoso do Caminho de Santiago e um dos mais populares na Europa Medieval.  “Santo Domingo de la Calzada, donde cantó la gallina depués de asada” 😀

 

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Essa nossa viagem pela Espanha começou em Madri onde passeamos de Segway, fomos a Cava Baja e ao Gourmet Experience, comemos muito bem no Cañadio e no DiverXo e ainda assistimos a um show bacana de Tablado Flamenco. Mas o objetivo principal da viagem era mesmo visitar regiões vinícolas da Espanha. Escolhemos as duas principais, Ribera del Duero e Rioja.

Começamos pela Ribera del Duero. No post de hoje um pouco sobre o hotel onde ficamos, os restaurantes onde comemos bem e os passeios que fizemos pela região. Semana que vem, mais sobre as vinícolas.

Hotel

Ficamos hospedados no Hotel Residencia Real Castillo de Curiel. Pontos fortes: foi de fato um castelo e hospedou uma família real, pelo que há todo um clima interessante na arquitetura e na decoração do lugar. Vistas lindas do alto do morro. Quartos charmosos e confortáveis, com alguns banheiros um pouco pequenos, mas nada que comprometa. Um restaurante simpático que atende bem café da manhã e jantar. Pontos fracos: o castelo é bem isolado. Fica na cidade praticamente “fantasma” de Curiel de Duero e a cidade mais próxima, Peñafiel, fica a pouco mais de 6 km. E só lá você vai achar restaurantes, lojas, farmácia. Ou seja, é preciso pegar o carro ou andar bastante a pé, sendo que a volta é uma subida íngreme.

Outro hotel muito bacana na região fica em Peñafiel e pertence à vinícola Pesquera. Visitamos o  Pesquera AF Hotel e gostamos muito da localização, do ar moderno, dos quartos decorados com objetos de design  e das boas opções de restaurantes e bares no local.

Restaurantes

Em Peñafiel almoçamos no Molino de Palacios, um dos mais tradicionais da cidade, com suas paredes de pedra, mesas rústicas e o forno à lenha perfumando o ambiente. A especialidade da casa, o cordero lechal al horno de leña  (cordeiro-mamão assado no forno a lenha) estava excelente. Foi o melhor custo-benefício em Ribera del Duero.  Também gostamos do El Bodegon de Mario (Calle Derecha al Salvador, 14), onde o próprio Mario e sua família cozinham (tudo uma delícia) e servem as mesas. O Mario é uma figura. Tocou corneta, fez discurso e brindou conosco 😉

Almoçamos muito bem na cidade de Burgos, no restaurante Landa, que fica no hotel do mesmo nome. Restaurante com jeitão de casa de fazenda, com várias salas decoradas como uma sala de jantar de casa mesmo, e que serve pratos tradicionais preparados em forno a lenha. A comida é muito boa. Fomos na tradicional terrina de cordero lechal e de entrada provamos as morcillas, deliciosas. A sobremesa, mil hojas, foi uma das melhores da viagem.

Jantamos um dia na bodega do Pesquera AF Hotel. O hotel é lindo e oferece três ambientes distintos para comer e beber. Tem um restaurante mais formal, um bar informal ao lado da recepção (com mesinhas e uma mesona comunitária, onde petiscamos e provamos os vinhos Pesquera em taças após voltarmos da visita a esta vinícola) e um bar/bodega bem bacaninha no subsolo, que fica animado nos finais de semana.

Passeios

Peñafiel

A maior cidade da região é Valladolid, mas Peñafiel é considerada a ‘capital’ de Ribera del Duero, especialmente pelas suas atrações e por ser sede de grandes vinícolas como a Pesquero e a Protos. Uma cidadezinha nos moldes de muitas que vimos na região: ruas estreitas,  pouco movimento de pessoas. Mas vale a visita. A Plaza de Toros é bem interessante, pois assim como ocorre em Pamplona, aqui também a corrida de toros (ou tourada) acontece em plena praça e nas ruas da cidade. As casas em volta da praça têm barras de madeira nas portas de entrada, para impedir a entrada dos touros 😉

O Castillo de Peñafiel é outra atração bacana na cidade, especialmente pelas curiosidades que o envolvem, começando pelo formato de um barco. Faça o tour guiado, vale a pena ouvir sobre a história e como era a rotina do lugar. Em seguida, visite lá mesmo o Museo Provincial del Vino. Ah! Não deixe de olhar de cima das muralhas para baixo do morro e procurar umas chaminés que parecem sair de dentro da terra. Saem mesmo. São os respiradouros da bodega Protos. Se for depois visitar esta bodega, vai lembrar deles e vê-los por outro ângulo.

Burgos

Burgos é uma cidade maior, com mais movimento, e é gostoso andar pelas ruas e praças e descobrir pequenas igrejas e casas antigas.  O Paseo del Espolón, uma alameda larga e arborizada que liga o Arco de Santa Maria ao Teatro, é um charme. Nesta época do ano, os galhos e ramas dos plátanos ali plantados se entrecruzam, formando um túnel, lindo de ver. A Catedral de Burgos é imponente e interessante, vale muito a visita.

 

 

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Não pretendo fazer resenhas de hotéis aqui no blog. Pelo menos não de forma habitual. Mas como muita gente vem me pedindo dicas de hotel na Toscana e o assunto tem rodado as páginas do Twitter nestes últimos dias, resolvi contar sobre este lugar ‘mágico’ onde nos hospedamos no coração do Chianti Classico, o Riserva di Fizzano.

Ficamos uma semana neste hotel com a nossa turma do vinho, em maio passado. Foi uma viagem tão, tão gostosa que minha opinião sobre o lugar acaba sendo carregada de fortes emoções 🙂 Ainda assim, tentarei ser o mais isenta possível. Procurávamos um hotel que ficasse no campo e de onde poderíamos fazer a Toscana de carro. Queríamos um lugar onde pudéssemos entrar de fato na atmosfera toscana. Um dos membros do nosso grupo selecionou dois hotéis e no fim ficamos com este, que se encaixava perfeitamente no desejado.

RISERVA DI FIZZANO

Localizado na região do Chianti, a poucos quilômetros da charmosa cidadezinha de Castellina in Chianti (uma das pequenas surpresas da Toscana), este hotel fica também bem próximo de Greve in Chianti (onde fizemos a feira), de Panzano in Chianti (onde visitamos o açougue mais famoso da Itália) e de San Donato in Poggio (onde jantamos lindamente no La Toppa).

As distâncias das principais cidades da Toscana também são bem convenientes: o Riserva di Fizzano fica a 24 km de San Gimignano, a 29 km de Siena, a 55 km de Firenze (cerca de uma hora de viagem) e a 74 km de Montalcino, por exemplo.

Em cima de um morro, em meio aos vinhedos (na realidade, dentro de um vinhedo e vinícola próprios, a Rocca delle Macie), a paisagem é bonita de qualquer ponto do lugar. E bem na frente do restaurante há uma área de mesas com um horizonte onde o sol se põe em cores lindas.

O conjunto todo é um charme só. Construções de pedra, jardins floridos, quartos aconchegantes. Os prédios todos foram restaurados respeitando-se a arquitetura original, sendo que cada apartamento tem sua única disposição com pisos de cerâmica, grandes lareiras e móveis antigos de madeira. Os apartamentos têm um ou dois quartos, banheiro, saleta e minicozinha com todos os utensílios necessários. Alguns apartamentos do térreo têm janelas francesas que se abrem para um jardim, onde é uma delícia ficar no final da tarde bebendo um vinho e curtindo o ambiente.

O hotel é administrado por duas senhoras super simpáticas e solícitas, a Jho e a Elena, que são ‘mil e uma utilidades’. Desenham mapas, sugerem restaurantes, fazem reservas. Para o nosso grupo, conseguiram alugar um ônibus de última hora e até arrumar uma consulta de urgência com um médico de Castellina in Chianti. No hotel há um restaurante razoável, uma piscina que serve mais no verão e uma saleta de estar. Há bicicletas para empréstimo e vale a pena pegá-las, pois é possível pedalar pela região de forma segura. O tour e a degustação pela propriedade, Rocca delle Macie, também é gratuito.

O esquema do hotel, no entanto, é só para os fortes 🙂 Praticamente self service, é importante saber que só há serviço de limpeza e troca de toalhas (e reposição de papel higiênico rsrs…) uma vez por semana. Se quiser mais que isto, é necessário pagar à parte (cerca de € 20). Para nós foi tranqüilo, mesmo nos aventurando na cozinha para fazer o jantar em algumas noites. Nos abastecemos de víveres no supermercado em Castellina e acabamos solicitando serviço extra de limpeza e troca de toalhas uma vez no meio da semana, o que foi suficiente.

A lavanderia também é por conta do hóspede – há uma casinha ao lado dos quartos que tem máquina de lavar, máquina de secar, varal, tábua e ferro de passar roupa e os materiais para uso nas máquinas. É preciso comprar (por € 6) uma ficha para usar a lavanderia.

A única coisa que nos incomodou um pouco foi o chuveiro, que nos horários de pico resolvia ter xiliques e ‘pelava’ e ‘gelava’ de repente. Mas foi a única coisa chata.

Mesmo tendo que encarar este esquema self service (principalmente para nós brasileiros, mais acostumados com mordomias), vale a pena considerar o Riserva di Fizzano, pela localização, pelo charme e pelo preço. Comparado a outros hotéis do mesmo tipo na região, é um bom custo/benefício. Estávamos em grupo e pudemos assim barganhar melhor a tarifa. Pagamos por casal, por uma semana (sete diárias), com café da manhã incluso, o valor de € 900. E valeu cada centavo. Mas atenção: os preços variam bastante conforme a época do ano e o tipo de apartamento. Vale a pena se informar.

Em tempo: a @maricampos tem outra ótima dica de hotel no campo na Toscana, o Laticastelli, também uma boa pedida para quem pretende fazer a Toscana de carro e conhecer vinícolas, as pequenas surpresas e as joias da Toscana.

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