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Admiro quem gosta de experimentações na cozinha e curte preparar receitas elaboradas, que lembram aquelas experiências de laboratório de química da escola 🙂

Mas não é a minha praia. Nunca gostei de receitas complicadas e nem de utilizar técnicas que exijam medidas exatas e temperaturas igualmente precisas. Prefiro medir em xícaras e colheres e usar o velho e bom ‘forno baixo’ e normalmente escolho receitas que são adequadas a esta informalidade. Talvez porque não tenha formação na área de gastronomia. Ou porque eu seja mesmo ansiosa demais.

Sou cozinheira amadora, daquelas que sempre gostou de cozinhar e entrar na cozinha para xeretar o que estava sendo feito. Adolescente, fui com as amigas fazer um curso de culinária na escola da Wilma Kovesi (e tivemos aula com a própria!), depois continuei a cozinhar até ter meu primeiro filho. Nesta época, morando longe da família e mudando de vida radicalmente, perdi a vontade de entrar na cozinha. A vontade só foi voltar 8 anos mais tarde, quando minha amiga Adriana resolveu começar a dar aulas de culinária em Araraquara. Enferrujada, titubeei, mas depois voltei a curtir a cozinha. Mas sempre na base da informalidade mesmo. Adoro fazer bolos, biscoitos, risotos, saladas, sopas. Raramente me aventuro nos assados e nos doces complicados, que exigem muitas etapas e as tais técnicas precisas. Macarons? Deixo para a @PatriciaScarpin 😉

Mas quebrar paradigmas é bom para a mente 🙂 E esta semana resolvi fazer uma receita que não é muito a minha cara, embora seja simples, pois exigia um termômetro culinário para atingir o ponto da calda e ainda por cima a temperagem do chocolate! A receita escolhida, English toffee, já estava na manga faz tempo, pois junta três coisas deliciosas: caramelo, chocolate e ‘nuts’.

Deu certo e ficou muito bom! Receita que pretendo repetir muitas vezes, com variações com amêndoas torradas, castanha de caju e até damascos, quem sabe? :-p

English toffee ou barrinhas crocantes de caramelo, chocolate e macadamia

1 xícara (chá) de açúcar
¾ xícara (chá) de creme de leite
100 g de manteiga sem sal
1 colher (chá) de extrato de baunilha
200 g de chocolate ao leite picado
100 g de macadamias salgadas e quebradas grosseiramente

Forre um refratário com silpat. Aqueça o açúcar, o creme de leite e a manteiga no fogo baixo até o açúcar estar completamente dissolvido. Molhe os lados da panela com um pincel com água morna. Deixe levantar fervura e ferver por 3 minutos, sem mexer. Coloque o termômetro culinário na panela. Comece a mexer, especialmente ao redor e no fundo da panela para não queimar. Não estranhe, a mistura vai ficando cada vez mais densa e se transforma em um creme firme. Quando atingir 150ºC, retire imediatamente do fogo e junte a baunilha. Espalhe no refratário e deixe esfriar. Pincele uma camada fininha de chocolate por cima do caramelo para facilitar o chocolate ‘colar’ depois. Derreta o chocolate picado, tempere-o e espalhe sobre o caramelo. Jogue as macadamias por cima e aperte um pouco no chocolate. Leve ao refrigerador por meia hora. Retire, quebre em pedaços e pronto.

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E então a gente compra um livro lindo, apetitoso, cheio de receitas legais e a primeira receita do livro que fazemos… fica com gosto de nada :-/ Foi o que aconteceu com o livro La Dolce Vita – Sweet things from the Italian home kitchen da Ursula Ferrigno. A receita-fiasco, um pudim de chocolate e castanhas portuguesas, só deu mesmo prejuízo. E raiva do tal livro. A segunda receita escolhida foi a das florentinas. Fiz uma vez e tive que fazer pequenos ajustes nas quantidades indicadas no livro. Mas deu certo. Ficou deliciosa! Já fiz três vezes a bendita e matei minha vontade de comer uma boa florentina – e não estas misturas inidentificáveis que a gente acha por aí na maioria das confeitarias. É super importante – sempre, mas neste caso especialmente – usar ingredientes de boa qualidade. Na segunda vez fiz com frutas cristalizadas e elas acabaram soltando água e queimando parte das florentinas no forno. Use frutas glaceadas, bem ‘sequinhas’.

Florentinas

115 g de amêndoas inteiras
115 g de avelãs inteiras
115 g de castanhas-do-pará cortadas em duas ou três partes
225 g de cerejas glaceadas cortadas ao meio
115 de frutas glaceadas variadas cortadas em cubinhos
55 g de farinha de trigo
1 col (café) de mix de especiarias (canela, gengibre em pó e pimenta-da-jamaica em partes iguais e meia parte de noz moscada)115 g de açúcar
115 g de mel
100 g de chocolate meio-amargo

Pré-aqueça o forno a 180º. Em uma assadeira larga coloque as amêndoas, as avelãs e as castanhas-do-pará e leve ao forno por 10 minutos. Retire do forno e espere esfriar um pouco. Enquanto isto, lave as cerejas e as frutas glaceadas para tirar o excesso de calda e seque-as bem com papel toalha ou um pano limpo. Misture-as com as amêndoas, avelãs e castanhas-do-pará. Peneire sobre a assadeira a farinha de trigo e as especiarias. Misture e reserve. Em uma panela, misture o açúcar e o mel e leve ao fogo até o açúcar dissolver. Eu deixo começar a fervura e tiro do fogo. Jogue esta mistura sobre a assadeira e mexa bem para incorporar todas as frutas e ‘castanhas’, mas sem desmanchá-las. Fica bem ‘melequento’, é assim mesmo! Assim que esfriar um pouco, o melhor jeito de mexer é com a mão mesmo. Coloque o silpat sobre uma assadeira e acomode a mistura sobre ele, como quiser: formando um retângulo ou um círculo, para depois cortar pedaços, ou já em rodelas. Leve ao forno por 10 a 12 minutos. Deixe as florentinas esfriarem completamente antes de derreter o chocolate e cobri-las.

OBS. Como me ensinou a Lena Gasparetto, o ideal é usar o silpat mesmo, pois tanto na forma de alumínio untada e enfarinhada como no papel-manteiga gruda muito! E aproveitei para usar o Silpat que ganhei de presente da @DanielaAF 🙂

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