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Um espaço ao ar livre, na beira-mar, com chão de areia. Uma profusão de barracas coloridas. Numa primeira vista, o Mistura lembra uma feira do interior. Daquelas que têm barraquinhas de comida e tiro ao alvo. Mas a relevância do evento e da sua proposta logo ficam claros.  O Mistura é muito mais do que uma simples feira de comidas. Organizado pela Apega, a Sociedade Peruana de Gastronomia, nele se concentram cozinheiros, produtores e representantes da gastronomia de várias partes do país.

O festival é a mais perfeita tradução dos objetivos da Apega, que procura fomentar a identidade cultural da cozinha peruana, incentivar os pequenos produtores e a inserção dos produtos locais na cadeia gastronômica e promover a formação de novos profissionais comprometidos com estas causas.

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Por outro lado, quem imagina que o Mistura é puro glamour, também se engana.  O Mistura é, na realidade, um festival gastronômico feito em boa parte com a contribuição do povo. E para o povo. Aí que está a genialidade da coisa. São comidas dos mais variados cantos do país e  a gente encontra autenticidade, variedade, qualidade, novidade e preço acessível. Tudo isto com uma organização e limpeza invejáveis.

Para mim, o Mistura deu até um baile no Taste of Chicago, considerado o maior festival gastronômico do mundo. No Taste of Chicago, por exemplo, as barracas não obedecem uma ordem lógica, o que torna mais difícil achar as comidas. Não há um mercado com produtos locais e nem muitos espaços confortáveis para sentar e comer, como no Mistura.

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Como funciona o Mistura

Para entrar é preciso comprar ingressos, que custam cerca de R$15 e são vendidos na hora na Portaria 1 ou pelo site do Mistura.

É possível ir ao Mistura de ônibus, carro ou táxi. O site do evento explica em detalhes como usar cada meio de transporte.

O Mistura funciona anualmente, durante 10 dias corridos, sempre no mês de setembro. Abre às 11h da manhã e fecha às 22h de segunda a quinta e às 23h de sexta a domingo.

Praticamente todas as barracas do Mistura aceitam apenas fichas, adquiridas dentro do próprio local do evento. A exceção é o Bazar, onde a maioria das barracas aceita só dinheiro. As bilheterias vendem combos diferentes, com fichas nos valores da maioria dos pratos. Os pratos mais caros custam por volta de R$ 13 e os mais baratos por volta de R$ 5.

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O que fazer no Mistura

O mais bacana do Mistura é que ele é organizado por “temas gastronômicos”, que se dividem em grandes barracões/áreas, os chamados “mundos”:  o Mundo Norteño (de comidas do norte do Peru), o Mundo del Sur (das comidas do sul do país), o Mundo Criollo (da cozinha colonial que sofreu influência dos escravos africanos), o Mundo Andino e Amazônico, o Mundo de las Cevicherias, o Mundo de Los Sanguches (sanduíches), o Mundo Oriental (com as comidas que sofreram influência da vinda dos japoneses e depois dos chineses ao Peru), o Mundo de Las Brasas e Los Anticuchos (dos churrascos e espetos), o Mundo del Pan e o Mundo de los Dulces. Fora as áreas dedicadas às bebidas. Ou seja, fica muito fácil ver, entender e provar as variedades de comidas presentes na feira.

Além de provar as comidas nas barracas dos “mundos”, é possível também fazer degustação de cervejas no Mundo Cerveceiro, visitar e comprar produtos secos e frescos no Gran Mercado, uma espécie de feira livre que funciona dentro do Mistura, e comprar comidas e objetos ligados à culinária no Bazar. Também dá para assistir apresentações de danças regionais, concursos, palestras e degustações em horários pré-determinados no Gran Auditorio.

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Dicas úteis

  • Programe-se para ir ao Mistura durante a semana, quando o local fica bem mais vazio do que nos fins de semana. E prepare-se para passar o dia todo lá.
  • Leve alguém com você! O ideal é ir em grupo, pois quanto mais gente para dividir os pratos, mais comidas você pode experimentar e mais legal fica a experiência.
  • O lugar é rústico e há muita poeira e areia. Escolha um sapato confortável e fácil de limpar depois.
  • Assim que entrar, vá direto à bilheteria mais próxima e compre um combo de fichas.
  • Procure saber antes quais as barracas mais famosas em suas especialidades. Vale a pena, por exemplo, provar os anticuchos da Grimanesa Vargas, o ceviche da Sonia, os sushis do Hanzo e os sanduíches do La Lucha ou do El Chinito.
  • Atenção: algumas barracas são tão concorridas que vale a pena começar por elas, já que as filas vão aumentando durante o dia. Para quem não dispensa as carnes, o ideal é começar pelo porco no cilindro, concorridíssimo, e pelas costelinhas de porco da caja china.
  • Há pontos de wifi dentro do Mistura que podem ser utilizados livremente.

Neste post, a Manu do Cup of Things dá dicas preciosas para escolher onde comer no Mistura.

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O Mistura é o máximo. Um parque de diversões para os fãs da gastronomia. Um programão para quem gosta de comer bem. Simplesmente vá.

Aqui, a Manu do Cup of Things conta mais sobre o Mistura.

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Na opinião da família, inclusive dos adolescentes gourmets :-P, o Mercado Central foi o melhor passeio em Belo Horizonte. Seguimos a dica da @atiepolo e ficamos em um hotel pertinho do Mercado, pelo que pudemos aproveita-lo bastante.

Pulamos o café do hotel e fomos todos os dias tomar o café da manhã dos campeões no Mercado, sempre firmes no tour-degustação-do-pão-de-queijo-e-do-bolo-de-fubá-com-cafezinho 😛 Almoçamos um dia no Casa Cheia, sobre o qual já falei neste post. Fartei-me nas banquinhas de utilidades domésticas, aquelas banquinhas ‘de feira’ que vendem de tudo um pouco do que a gente precisa. Também aproveitamos o segundo andar do Mercado onde ficam as banquinhas de artesanato e os famigerados souvenirs.  E fizemos ótimas compras de comidinhas no Mercado. Foi o medo do excesso de bagagem no voo da volta que nos segurou um pouco. Da próxima vez vamos de carro, com o porta-malas cheio de isopores, certeza 😉

A seguir, um apanhado das dicas do Rosmarino e da Ane Tiepolo para vocês.

Tomamos café da manhã no Dona Diva e gostamos bastante.  Mas nada superou o Comercial Sabiá, com seu pão de queijo fresquíssimo e puxa-puxa, seu bolo de fubá com queijo macio e saboroso e seu bolo de tangerina leve e perfumado. O café, um blend de dois tipos que eles mesmo comercializam, foi o mais gostoso da viagem. Não dá para perder. E vale a pena levar estes cafés para casa.

Almoçamos no Casa Cheia, sobre o qual já contei aqui. Imperdível. Se a casa estiver realmente muito cheia (perdão pelo trocadilho), ao menos petisque no Bar da Lora, corredor apertado e cheio mas que oferece uma cerveja geladíssima e pratos como o Não Acredito, composto de carne de sol, linguiça defumada, mandioca e requeijão, servidos com molho de seriguela, melaço de rapadura e farinha de pequi. Para quem gosta, a porção de fígado acebolado com jiló é um clássico do Mercado. A Ane foi e aprovou.

Difícil dizer onde estão as melhores lojas de doces e de farinhas, pois são várias espalhadas pelo Mercado. Vale a pena trazer fubá, farinha de milho e farinha de mandioca, da melhor qualidade. Nós trouxemos queijo da canastra e mistura de farinhas já pronta para fazer pão de queijo. E goiabada Zélia e doce de leite Viçosa. Trouxe também outros doces como de figo, de abóbora e de coco, tudo produção artesanal mesmo. O Ponto das Bebidas e a Cachaçaria Barroca têm boas marcas de cachaças, como a Anísio Santiago e a Canarinha, entre outras boas. Dica da Ane também.

A Ane encontrou as melhores panelas de ferro na Crisbele. Vários modelos e tamanhos e as melhores grelhas. Há uma oferta grande de panos de prato, produtos de palha e de couro, principalmente no segundo andar do Mercado. Meus filhos se deliciaram com uma loja bem na frente do Casa Cheia, onde vendiam-se chapéus de cowboy e cintos com medalhão. Até com um berrante nos voltamos para casa 😀

Vai um cafezinho com pão de queijo aí? 😛

foto Alexandre Costa

Fomos proibidos de fotografar dentro do Mercado Central de Belo Horizonte. Acredito que é uma regra recente, já que outros blogs têm muitas fotos do local, feitas de forma legítima. Porém, o Alexandre Costa,  que gentilmente cedeu a imagem acima do café com pão de queijo, tem este post muito bacana do Mercado Central de BH, onde dá as suas dicas de local e posta fotos belíssimas do lugar. Não percam!

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Muito se falou em comida de rua no ano passado por aqui, principalmente depois de São Paulo ter (des)organizado o evento Chefs na Rua durante  a 8ª edição da Virada Cultural da cidade de São Paulo. O evento, no qual 22 chefs de cozinha se propuseram a cozinhar comida bacana e barata em barraquinhas na rua, para o deleite da população paulistana, teve tantos problemas de logística que o caldo – ou a galinhada – literalmente entornou.

Mas em Chicago, ao contrário do aconteceu em São Paulo,  o prato foi muito bem servido. Em um evento chamado Taste of Chicago, no qual estivemos na sua edição 2012, que aconteceu em julho passado na cidade. Seguindo uma dica quente da Nat do delicioso  Sundaycooks, fomos conferir o maior festival de comidas em local público do mundo.

No Taste of Chicago, que dura cinco dias, restaurantes da cidade montam suas barracas de rua e oferecem aos moradores e visitantes uma forma fácil e barata de provarem suas comidas e as especialidades de grandes chefs da cidade.  Estavam lá na edição de 2012, por exemplo,  a famosa deep pizza do Bacino’s e os deliciosos cheesecakes do Eli’s.

As barracas das comidas são armadas ao longo de uma rua dentro do Grant Park, que fica em uma região central da cidade. Além da facilidade de acesso, os visitantes podem usar a estrutura de banheiros e áreas de descanso e lazer do parque.  No Taste of  Chicago, além das barracas de comidas, há um palco para pequenos shows que acontecem diariamente, um jardim com um wine bar, locais com bancos e mesas de madeira ou cimento e gramado para quem quiser fazer piquenique. Há áreas de alimentação perto de parquinhos e espaços de lazer para a criançada brincar enquanto os pais se deliciam com as comidas. O mapa do evento dá uma boa ideia da organização do festival.

Outro ponto interessante é a forma de pagamento, cópia do sistema eficiente das nossas quermesses do interior. As barracas não aceitam dinheiro. Os participantes precisam comprar fichas, que são usadas para fazer o pagamento das comidas e bebidas nas barracas, facilitando o troco e evitando que as pessoas que servem nas barracas manuseiem dinheiro. No evento, um bloco com uma dúzia de fichas saía por US$8 (ou por US$7 para quem comprasse antecipadamente). Os pratos maiores  custavam em torno de 9 ou 10 fichas, os acompanhamentos saíam por 6 ou 7 fichas e os refrigerantes por 4 fichas. Outra ideia muito bacana: quase todas as barracas vendiam taste portions, ou seja, pequenas porções apenas para degustação, o que permitia às pessoas provarem uma variedade maior de comidinhas. Estas porções de degustação saíam, em média, por 2 ou 3 fichas.

Durante o festival são servidos mais de 300 itens dos menus de mais de 70 restaurantes, que oferecem não só tradicionais comidas  americanas como de vários países, representados por seus restaurantes típicos. Assim, era possível provar de um bom hambúrguer a um goat biryani (carne de bode com arroz, açafrão e especiarias) =P

Quem tiver oportunidade, vale a pena dar um pulo no Taste of Chicago.

E que tal um festival  Sabor de São Paulo? 😀

 

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Viajamos a Madri com os filhos e o foco não foram os restaurantes descolados. De mais a mais, acabamos indo ao Botín, dito restaurante mais antigo do mundo, lugar cheio de tradição mas com serviço e comida fracos. Dos outros  salvou-se o Puerto Rico, restaurante com comida caseira muito boa e preço maravilhoso, dica excelente da viajante gourmet @carmemsil. E o Lamucca de Prado, um  moderninho com comida gostosa e preço razoável.

No fim, as experiências gastronômicas mais bacanas da viagem ficaram mesmo por conta dos mercados, tanto o de San Miguel como o de San Antón. Programas imperdíveis em Madri, por várias razões 🙂

Primeiro, porque a comida é variada e de qualidade, com preços muito simpáticos. Pelo mesmo valor de uma paella ou um menu executivo em um restaurante turístico, dá pra comer muito bem nos mercados. Para se ter uma ideia, comi no San Antón um creme de verduras com ‘farofinha’ de jamon iberico, duas almôndegas de pato com molho e torradas, mais um mini-hamburguinho de pato com queijo de cabra e cebolas carameladas, acompanhado de uma taça de vinho branco. Tudo pequeno, mas substancioso e super saboroso, por 10 euros. Para quem gosta, tem muitas opções de vinhos vendidos por taça, o que torna o programa mais interessante ainda.

Segundo, porque nos mercados também estão à venda carnes, peixes, massas, frutas e vinhos e dá pra ver/conhecer coisas novas e comprar guloseimas para levar para casa. Ou para o hotel mesmo, como nós fizemos com cerejas fresquíssimas 🙂

Por último, porque pela primeira vez em viagens com os filhos sentimos que eles curtiram provar comidas novas e não ficar só nos hamburgueres, cachorros-quentes ou filés com fritas. Comer também é um processo de inserção na cultura local e foi muito bacana vê-los aproveitando tanto o programa como nós aproveitamos!

Mas os mercados têm seus inconvenientes e requerem uma certa estratégia de ocupação. 

Gosto de dizer que os mercados de Madri são só para os fortes 🙂 Isto porque há pouquíssimos lugares para se sentar. O espanhol come de bocadinhos e de pé mesmo numa boa, muito diferente da gente, principalmente com crianças. Assim, para sua ida ao mercado ser um sucesso o ideal é primeiro fugir dos horários de pico – ou seja, almoçar ao meio-dia ou então depois das três da tarde. Ou então jantar cedo, por volta das sete da noite.

A segunda recomendação é, assim que chegar ao mercado, procurar um canto e alguns banquinhos e reservar seu lugar. Com isto dá pra ir revezando, enquanto uns ‘guardam’ os lugares os outros vão à procura das comidas, e assim vai. Demos um dinheiro para os meninos e eles amaram sair pelo mercado pedindo e provando comidas diferentes. É tudo fácil e de bocadinhos. E se viraram na língua espanhola e nos trocos, o que foi muito legal!

Como é o Mercado de San Miguel

O San Miguel está localizado bem no buchicho, vizinho à Plaza Mayor. O local é um galpão reformado, bonito e charmoso, mas bastante apertado e cheio. É bem turístico  (por acaso o lugar em Madri onde tinha mais brasileiros além do estádio do Real Madrid!) mas vale a pena visitá-lo e comer por lá. Gostamos muito dos montaditos, das tapas de frutos do mar, das croquetas e do jamon iberico em lascas, vendido num envelope de papel. Vale a pena provar os vinhos e espumantes.  Tem até uma pequena livraria para sapear 🙂

Como é o Mercado de San Antón

O San Antón é diferente do San Miguel. Muito mais locais que turistas, para começar. Mais afastado do buchicho. Mais espaçoso, mas menos charmoso. Tem dois andares, no primeiro quase só bancas de carnes, peixes, frango, frutas e verduras. No segundo piso, subindo a escada rolante, uma sucessão de lugarzinhos que vendem comida japonesa, comida grega, frutos do mar, massas, ostras fresquíssimas, tapas e vinhos. Ao longo do vão livre de onde se vê o andar de baixo, um balcão comprido com banquinhos. Mais espaçoso que o San Miguel, mas ainda com poucos lugares para sentar.

 O bacana dos mercados é que ficam abertos todos os dias, das dez da manhã à meia-noite, sendo que o San Miguel vai até às duas da manhã às quintas, sextas e sábados.

De qual gostei mais? Qual escolher? Os dois 😀

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Já falei neste blog de outros mercados e feiras pelo mundo, uma das minhas paixões em viagens. Mas tenho que dizer que o Mercat Saint Josep, ou simplesmente La Boqueria – um lugar que estava na minha bucket list gastronômica 🙂 – foi o mercado mais legal que já visitei até hoje.

 

 

La Boqueria fica nas Ramblas. Um galpão térreo  enorme, com uma variedade imensa de itens que vão de carnes, frangos, peixes e frutos do mar até temperos, presuntos e outros embutidos, queijos, cogumelos, azeites, azeitonas, conservas, legumes e verduras, sucos, frutas, frutos secos, chocolates e doces.

 

Como Barcelona é uma cidade costeira, há uma variedade absurda de frutos do mar diferentes, muitos dos quais eu nunca tinha ouvido falar. As bancas de peixes e frutos do mar são bastante numerosas e ficam bem no centro do mercado, em um grande círculo e ao redor dele. Acho que este foi o ponto alto do passeio.

 

Outra atração foram as carnes nos açougues. Cabeças de carneiros, leitões inteiros, miúdos (e graúdos) 🙂 de assustar.

 

Os onipresentes jamons ibericos 🙂

 

Frutas lindas!

 

Sucos fresquíssimos e deliciosos.

 

Chocolates de muito boa qualidade e doces variados, entre os quais gostei muito do turrón de yema quemada, uma espécie de torrone de creme brulée. Outros doces maravilhosos eram as  geleias tipo bala de goma de frutas e bebidas.

 

Dá para comer dentro do próprio mercado, mas como sempre nos mercados espanhóis há muita gente e poucos lugares para sentar.  Se você encara este esquema, dê um pulo no Pinotxo e prove tapas deliciosas. Ou vá em horários mais alternativos, como antes do meio-dia ou após às 3 da tarde.

Estivemos no La Boqueria no Carnaval e quase todas as barracas do mercado estavam enfeitadas e seus funcionários fantasiados para a festa 🙂

 

Programão, para todas as idades.

 

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Depois de fazer a feira em Nova York e no Alentejo em Portugal, fizemos a feira na Toscana, mais especificamente na cidade de Greve in Chianti. Foi um acaso sortudo, já que paramos nesta cidade a caminho de Panzano in Chianti, para onde estávamos indo em busca do açougue mais charmoso da Itália, a Antica Macelleria Cecchini.

 

Como toda feira de cidade pequena, há uma mistureba de assuntos e produtos à venda que não ficam apenas nos legumes, frutas, verduras e carnes. E não dá para julgar mal as feiras de rua que têm também os famigerados produtos chineses, as utlidades domésticas e até mesmo aviamentos e tecidos. Muitas vezes a feira semanal é a única oportunidade dos  moradores das pequenas cidades poderem comprar estes produtos localmente sem ter que viajar a outros centros maiores.

Sou uma grande fã das feiras livres e mercados, portanto bastante suspeita. Mas adorei a feira de Greve in Chainti, uma das mais coloridas e apetitosas que visitei. Sempre aos sábados.

E feira na Toscana tem o quê?

  • Cerejas fresquíssimas para comer de baciada.
  • Os pêssegos mais doces que já comi.
  • Aviamentos e tecidos.
  • Mais de 10 tipos de azeitonas.
  • Limões orgânicos da Sicília, perfumadíssimos.
  • Porchetta que não é da Casa da Li, mas é igualmente deliciosa.

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Depois de fazer a feira em NY, outro programa gastronômico legal é visitar um mercado. Aqueles onde dá para comprar produtos fresquíssimos e variados, guloseimas e gadgets de cozinha. E ainda sentar para comer uma comida gostosa. E de quebra ver coisas lindas e apetitosas. Desta vez visitei três mercados onde ainda não tinha ido, o Vinegar Factory, o Eataly e o Plaza Food Hall. E aproveitei a ida ao High Line para voltar ao Chelsea Market, sempre um programa legal.

Vinegar Factory

Na rua 91, entre as avenidas First e York, ele fica meio fora de mão do circuito turístico. Mas dá para ir até lá facilmente de ônibus: o M86 para na porta. Ou ainda de metrô: o mais próximo, da linha verde, para na rua 96 com a Lexington e de lá é uma boa andada. Se você for de metrô, aproveite para dar uma paradinha na livraria Kitchen Arts & Letters na própria Lexington entre as ruas 94 e 93. O Vinegar Factory é mais um empreendimento do Eli Zabar, nome gourmet tradicional na cidade, conhecido por seus restaurantes e mercados, entre eles o Zabar’s e o E.A.T.

Como o próprio nome diz, o Vinegar Factory é uma antiga fábrica de vinagre cujo prédio foi reformado e transformado em um mercado gourmet no térreo e uma praça de alimentação ‘chique’ no primeiro andar, onde são servidos pratos feitos com ingredientes fresquíssimos trazidos direto da fonte (de fazendas do Estado de NY e até de uma estufa no topo do prédio!) ou finalizados no local, como a carne maturada lá mesmo, o café torrado e moído lá, etc. Aos domingos, tem um brunch legal que vale a pena experimentar. Abre diariamente das 7h às 21h.

Eataly

Tem gente que torce o nariz para o Eataly, mas o galpão enorme rodeado de lojinhas e bancas de frutas, verduras, frios e queijos, com a praça de alimentação no meio vale uma visita. Um pedacinho da Itália em NY, sim. A ideia do Eataly é bem semelhante a do Vinegar Factory: “we sell what we cook and we cook what we sell”. Eles procuram oferecer produtos da melhor qualidade por preços razoáveis, tudo ligado à gastronomia italiana. Um lugar bonito, organizado, colorido e gostoso. Também oferecem cursos e palestras com preços a partir de U$30, programão para os aficionados.

O Eataly NYC é o o mais novo da rede de Eatalys do empresário Oscar Farinetti, que tem outro mercados semelhantes na Itália e no Japão. Em NY, a parceria é com o grupo B&B do conhecido restauranteur Mario Batali. O Eataly está localizado bem na junção da Broadway com a 5ª Avenida, em frente ao Madison Square Park. Saindo do mercado não perca à direita o Flatiron Building, prédio triangular numa esquina, que rende boas fotos. O Eataly abre diariamente às 10h, mas os restaurantes só funcionam a partir das 11h. Fecha às 23h.

Plaza Food Hall

O Plaza Food Hall entra na categoria dos mercados neste post mas é mais uma ‘praça de alimentação chique’ do que propriamente um mercado. Construído recentemente no subsolo do Plaza Hotel, nele dá para achar produtos gourmets, flores e até gadgets e livros de culinária para vender, mas o forte mesmo são as oito ‘estações’ de comida que oferecem pratos feitos na hora e para viagem, desde ostras e sushis até massas, pizzas e hambúrgueres. O empreendimento é responsabilidade do chef e restaurateur Todd English, que inclusive promove palestras e aulas de culinária no local.

O lugar não é dos mais convidativos para o meu gosto, já que é um tanto apertado, cheio e escuro. Mas a comida tem fama de boa e é bem procurado por quem trabalha ali perto. Aproveite uma ida ao Central Park para dar um pulo no Plaza Food Hall. Basta atravessar a rua 59 e descer as escadas rolantes na lateral do Plaza Hotel.

Chelsea Market

Enquanto o Vinegar Factory é o mais local dos quatro mercados, o Eataly o mais turístico e o Plaza Food Hall uma praça de alimentação sofisticada, o Chelsea Market é sem dúvida o mercado mais descolado. Não só pela aparência como pela vizinhança, pois fica bem embaixo do High Line e a uma quadra do bochicho dos restaurantes do Meatpacking District. O prédio é também uma antiga fábrica de biscoitos e foi reformado mantendo-se várias de suas características da época. A entrada pelos fundos é mais interessante, pois passa por um hall ‘sombrio’ com esculturas originais.

Este mercado difere dos outros por ser mais um centro de compras do que um mercado só. Nele tem desde restaurantes descolados como o Buddakan até pequenas padarias/confeitarias como Eleni’s, Billy’s, Amy’s Bread e Sarabeth’s. Tem desde lojas descoladas como uma filial da Anthropologie até floricultura, açougue, quitanda e uma lojinha de gadgets de cozinha bem completa, a Bowery Kitchen Supply. Abre de segunda a sábado das 7h às 21h e aos domingos das 8h às 19h.

Aproveite a visita ao Chelsea Market para dar um pulo no High Line, antiga linha de trem desativada e transformada em um parque bem diferente.

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Há vida inteligente após a Gap, a Abercrombie&Fitch e a Victoria Secret. Muito além do Zabar’s, do Whole Foods e do Dean&Deluca. São os mercados ou feiras livres de Nova York. Lindos, coloridos e variados, valem a visita mesmo que você dificilmente consiga trazer mais do que alguns temperos ou biscoitos embalados. Dá vontade de embarcar com os tomates, pimentões e abóboras, e até de trazer umas lagostas do Maine na mala de mão 😉

Union Square Market

Este mercado é apenas um entre as 50 feiras livres – 27 delas só em Manhattan – que são organizadas e montadas semanalmente na região pelo Greenmarket Farmers Market, programa abraçado pela organização sem fins lucrativos GrowNY. O Greenmarket tem duas missões: a primeira é promover a agricultura regional, dando oportunidade aos pequenos fazendeiros e famílias de Nova Jersey, Pennsylvannia, Nova York e Nova Inglaterra de vender direto ao consumidor o que é cultivado e produzido localmente. A segunda missão é garantir à população destas regiões o acesso a produtos mais frescos e nutritivos.

No site da associação há mais informações sobre como tudo começou, onde acontecem as feiras, quem são os produtores, etc. E os programas da GrowNY vão além. Ajudam a montar hortas e jardins comunitários em locais vazios nas vizinhanças, trabalham para estimular a reciclagem e organizar programas de coleta, oferecem programas de educação e treinamento em ações ecológicas. É muito, muito legal, mesmo.

O Union Square Market é a maior das feiras e o mercado-modelo do Greenmarket. São mais de 140 produtores participando, todas às 2ªs, 4ªs, 6ªs e sábados, entre 8h e 18h, na Union Square. Grande parte da produção é orgânica. É lá que muitos chefs badalados de Nova York vão bem cedo fazer compras pros seus restaurantes. E no mercado tem sempre degustações e demonstração de receitas, é só acompanhar o calendário no site. Atenção: no mercado não são aceitos cartões de crédito, apenas dinheiro vivo.

Outono, época das abóboras, um espetáculo à parte.

Uma amostra grátis de lavanda para perfumar o dia de todos que passam por lá.

Grand Central Market

Outro estilo de mercado, mas igualmente fantástico. Imaginem a alta rotatividade – e logo o frescor – dos alimentos em um mercado onde passam milhares de pessoas todos os dias. Pois este mercado fica dentro da estação de trem Grand Central na rua 42, em Manhattan. Bonito, limpo, compacto, fácil; tem produtos de qualidade, desde frutas, legumes e verduras até queijos, temperos e pratos prontos. Acho que seu eu morasse em NY e tivesse que comute todo dia por esta estação, ia falir rapidamente… rsrsrs!

O mercado da Grand Central é o único em Nova York que tem a Penzey’s Spices, excelente para comprar temperos, com boa variedade e preços razoáveis.

Também fica lá uma barraca da Murray’s Cheese e outra da Pescatore, que vende os mais incríveis peixes e frutos do mar. É de babar.

No site do mercado tem a lista completa dos fornecedores do Grand Central Market, vale dar uma olhada. Abre todos os dias, durante a semana das 7h às 21h, aos sábados das 10h às 19h e aos domingos das 11h às 18h. Passa lá!

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Uma das coisas mais legais de viajar são as surpresas que surgem pelo caminho, como uma paisagem quase quadro de Monet, que encontramos na saída da vinícola Herdade do Esporão em Portugal. Ou um restaurante charmoso com uma comida deliciosa e um atendimento caloroso, que ninguém indicou, mas que você achou apenas virando uma esquina. Os exemplos são muitos. Quem viaja, seja perto de casa, pelo Brasil ou pelo mundo, certamente tem suas histórias para contar.

Uma das pequenas surpresas da recente viagem a Portugal foi a feira da cidade de Estremoz, onde paramos para almoçar no caminho entre Évora e Óbidos. Descobrimos naquela manhã que, aos sábados, Estremoz hospeda uma feira super legal, que junta alimentos, produtos agrícolas e objetos usados e antigos, tudo no mesmo local. Um dos programas simpáticos para fazer no Alentejo.

E feira em Portugal tem o quê?

  • Tem animais vivos, frutas, verduras, legumes e… antiguidades. Tudo junto.
  • Tem senhores e velhinhos vestidos quase todos com a mesma roupa: calça de tecido, camisa de botões e de manga comprida e boina.
  • Tem cabeça de bacalhau.
  • Tem promoção de $1,99 nas barraquinhas de antiguidades.
  • Tem disco do Robertão para vender.

Produtores rurais trazem para a praça principal da cidade, a Rossio Marquês de Pombal, sua produção de queijos frescos e vinhos; mais verduras, legumes e frutas; galos, galinhas, patos e coelhos…

Atentem para o ‘uniforme’ de quase todos os senhores que frequentavam a feira 🙂

Foi a primeira vez que vi cabeças de bacalhau.

Que lindos e delicados os aspargos bravos, deu vontade de trazer para o Brasil.

Móveis e badulaques, tinha até promoção de 1,99 (ou um pouco mais, em euro!)

E até o Robertão estava a venda lá 😀

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