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A época é de alcachofras. Estão lindas, gordas e suculentas. Já achei alcachofras com bom preço duas vezes este ano nos supermercados Mambo. Mas é preciso correr porque acabam muito rápido. A receita é a mesma, do Mixirica, desde que a encontrei aqui. Já fiz estas alcachofras crocantes algumas vezes e ainda não senti vontade de testar uma receita nova. Esta é realmente ótima.

Quando publiquei a foto das alcachofras crocantes no Instagram e no Facebook, algumas pessoas pediram a receita e, mais do que isto, um tutorial de como prepará-las. Quanta gente com medo das pobres alcachofras 😛 É fácil, gente. Aí vai a receita do Mixirica com a minha explicação bem detalhadinha. Façam!

para as alcachofras

4 alcachofras
suco de 2 limões
3 tomates
1 cebola
2 dentes de alho
sal a gosto

Lave as alcachofras. Em cima de uma tábua, corte os talos no fundo para igualá-lo e as pontas das folhas com uma faca bem afiada. Tire uma “tampa” de cima de cada uma. É duro mesmo! Mas é importante porque assim os temperos e os molhinhos podem entrar mais facilmente dentro da flor.  Deixe as alcachofras já cortadas e de ponta-cabeça de molho em água, com o suco de limão, por cerca de 30 minutos. O suco de limão serve para não deixá-las escurecer. Enquanto isto, retire a pele e as sementes dos tomates. Corte os tomates e as cebolas em cubos e esprema o alho. Escorra as alcachofras e coloque-as lado a lado em uma panela, agora viradas para cima. Distribua os tomates, a cebola e o alho por entre as folhas e tempere com sal e pimenta. Coloque 2 dedos de água na panela e cozinhe em fogo médio por cerca de 30 minutos, ou até as pétalas da alcachofra soltarem quando puxadas. Enquanto a alcachofra cozinha, ligue o forno no 230ºC e faça a farofa.

para a farofa crocante

2 dentes de alho espremidos
2 colheres (sopa) de azeite
1 pão francês amanhecido congelado (ou 2/3 xícara de farinha de rosca)
sal a gosto
4 colheres (chá) de queijo parmesão ralado para gratinar

Sempre tenho pão francês congelado no meu freezer. É ótimo para fazer esta farofinha, que vai com tudo, até com uma massa simples. Muito melhor que Panko, na minha opinião. Rale o pão enquanto congelado, é mais fácil. Aqueça o azeite, doure nele o alho e acrescente as migalhas de pão. Cozinhe em fogo baixo, mexendo sempre, até as migalhas ficarem douradas e crocantes. Tempere com sal.

Quando as alcachofras estiverem cozidas, ecorras-as coloque-as em um refratário. Cubra cada uma com as migalhas crocantes e com o parmesão ralado. Leve ao forno ou grill para tostar o queijo e sirva em seguida.

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Em casa todo dia no almoço o cardápio é o mesmo: salada de alface + rúcula + tomate (às vezes pepino e couve crua, da qual o Mike gosta), uma verdura refogada (abobrinha, berinjela, couve-flor, brócolis, chuchu, abóbora cabocha, vagem + cenoura, couve, etc.), arroz, feijão e uma proteína (carne de boi ou porco, frango, omelete, peixe).

Assim, à noite no jantar ninguém quer ver arroz e feijão pela frente. Já tentei emplacar no jantar as sopas, mas só eu gosto (por mim, jantaria sopa + pão todos os dias da minha vida!). Já tentei os grão integrais, como grão-de-bico, quinoa, cevadinha, arroz ‘sete grãos’… Mas nem isto deu muito Ibope aqui. No fim ficamos nas batatas, no macarrão, nas tortas e tudo acaba  meio engordativo demais. Acabei negociando um jantar de arroz e feijão e um jantar só de carne + legumes semanalmente. O negócio anda funcionando, mas preciso sempre bolar legumes com uma ‘cara glamour’ – e às vezes um qual o quê de carboidratos – senão não vai mesmo.

Esta abobrinha foi um dos legumes que mais fez sucesso por aqui. Tirei a ideia de uma receita que minha prima carioca Ciça republicou na sua página no Facebook. Todos amaram e quando faço não sobra uma rodelinha para contar história 😛

Abobrinha crocante

2 abobrinhas
2 col (sopa) de azeite + azeite para untar a forma
2 dentes de alho espremidos
1 pão francês amanhecido congelado (importante porque assim fica mais fácil ralar na hora!)
sal e pimenta-do-reino a gosto
2 a 3 col (sopa) de queijo parmesão ralado

Pré-aquecer o forno a 180ºC. Untar levemente uma assadeira. Lavar e fatiar as abobrinhas. Arrumar as rodelas na assadeira. Reservar. Ralar o pão francês. Em uma frigideira, aquecer o azeite e dourar levemente o alho. Juntar o pão ralado e mexer até ficar uniforme. Desligar o fogo. Com uma colherinha, colocar esta mistura de pão ralado sobre as abobrinhas. Polvilhar o queijo ralado. Levar ao forno sem cobrir por 30-40 minutos ou até dourar.

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Semana passada contei sobre o jantar Interblogs que fizemos com o DCPV. No post do Edu estão as fotos do jantar e da produção dos pratos, bem como um panorama geral mostrando como foi bacana o nosso encontro. Aqui, em uma sequência de posts que se inicia hoje, colocarei algumas das receitas que fizeram parte do menu Fusion Fun Praias, começando com a guacamole que representa as praias do México – Acapulco e Cancun.

A guacamole é o aperitivo de resistência aqui em casa, aquele que sabemos que vai agradar mesmo. E não há quem não elogie esta receita. Como eu adoro guacamole, testei muitas combinações até chegar neste mix de ingredientes que considero o ideal. Se é que tal coisa existe 🙂 O segredo dela é usar avocados, de consistência um pouco mais firme do que o abacate normal, e não amassá-los demais para manter a textura. Outra coisa importante é picar tudo na hora, misturar e servir imediatamente para garantir o frescor.

Guacamole

4 avocados
2 tomates sem pele e sem sementes bem picados
1 cebola bem picada
1 dente de alho amassado
suco de um limão
2 col. sopa de azeite
1 col. chá de sal
½ pimenta dedo de moça sem sementes bem picadinha
¼ de maço de coentro bem picado (só as folhas)

Amassar a polpa de abacate com um garfo, juntar a cebola, o alho e os tomates. Temperar com suco de limão, azeite e sal. Por fim juntar o coentro e a pimenta a gosto e servir com tortillas.

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Quem me acompanha no Twitter já me viu comentar algumas vezes sobre este livro do David Lebovitz, The Sweet Life in Paris. Um daqueles livros que a gente lê sem ver o tempo passar, ‘economizando’ e ficando até com saudades dele depois que acaba. Me peguei sorrindo e até rindo alto sozinha com ele por aí.

O grande barato do livro é que o David Lebovitz, além de ser um bom blogueiro/autor de livros de culinária, é também um excelente cronista de costumes. Neste livro ele relata com bastante franqueza suas frustrações e seus choques culturais como americano vivendo em Paris, usando na medida certa doses de humor e de fina ironia, e desta forma passando uma imagem positiva da sua vida em uma cidade que lhe era totalmente estranha.

Tendo mudado de cidade duas vezes nos últimos 10 anos, vivi os inevitáveis choques culturais e paguei minha cota de micos. Mas, além deles, tive surpresas agradáveis e conheci muita gente bacana. A ideia – óbvia mas que muita gente não saca tão facilmente – é focalizar no que o novo lugar tem de bom para oferecer e procurar usufruir ao máximo disto. E relevar os micos. E se adaptar à cultura, não exigindo que ela se adapte a você.

“What helped was that I understood the food and tried my best to adapt to the culture, rather than trying to make the culture adapt to me”(D. Lebovitz)

No livro há episódios muito engraçados, como quando ele descreve suas táticas para não ser ‘esmagado’ pelas pessoas nas filas. Ou quando tenta entender a obtusa burocracia francesa. Ou ainda quando descreve os percalços domésticos de alguém que não sabe nem falar direito a língua nativa e precisa ‘expulsar’ um pintor que não termina nunca seu trabalho na casa. Isto já é difícil no seu país e língua natais, imaginem em outro idioma 😉 E ele consegue ser tão crítico com os parisienses quanto com os americanos que dão seus foras visitando Paris.

Entre receitas bacanas e dicas dos seus lugares prediletos na cidade, e no meio das experiências frustrantes, chateações e estranhezas, David nos diz que há muita coisa bacana para ver e aprender. E que a vida é boa 🙂

“Everyday in Paris isn’t always so sweet. Although I’ve tried my best to fit in, no matter where you plant yourself, there’s certain to be ups and downs. I embarked on a new life in Paris without knowing what the future would hand me. Because of that, my life’s turned into quite an adventure, and I often surprise myself when I find that I’m easily mingling with the locals, taking on surly salesclerks, and best of all, wandering the streets in search of something delicious to eat” (D. Lebovitz)

Para dar mais sabor a este post e como aperitivo do livro, aqui vai a receita dele que melhor descreve o estilo do David Lebovitz – picante e doce na medida certa, para abrir o apetite e deixar a gente feliz.

Spiced nut mix

2 xíc (chá) ou 270 g de castanhas variadas: nozes, amêndoas, amendoins, nozes pecãs, avelãs, castanhas-de-caju ou castanhas-do-pará
1 col (sopa) ou 15 g de manteiga com sal derretida
3 col (sopa) ou 45 g de açúcar mascavo
½ col (chá) de canela moída
1 col (chá) de pimenta chilli em pó
2 col (sopa) de maple syrup
½ col (chá) de cacau em pó
1 ½ col (chá) de flor de sal (ou sal grosso)

Pré-aqueça o forno a 180º C. Espalhe as castanhas em uma assadeira e leve ao forno por 10 minutos. Enquanto isso, numa vasilha grande misture a manteiga, o açúcar mascavo, a canela, o chilli em pó, o maple syrup e o cacau em pó. Jogue as castanhas já mornas na vasilha dos temperos e misture bem. No fim, polvilhe o sal.

OBS. A @fezoca e a @entrepanelas também fizeram posts legais que mencionam este livro aqui e aqui.

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Quinoa para mim não foi amor à primeira vista. Achava que o grão tinha um retrogosto que tempero algum tirava. Com o tempo, aprendi que os grãos (sementes) de quinoa têm que ser lavados antes de utilizados, pois são naturalmente revestidos com saponina, substância amarga que os protege do ataque das aves. Em lugares mais carentes nos países andinos a saponina removida da quinua é usada como detergente para lavar roupa. Ou seja, gosto de sabão amargo mesmo 🙂

Hoje eu adoro este cereal. Fácil de cozinhar, super versátil, fica bom simples como acompanhamento e também mais elaborado num prato único. Fora que a quinoa é daqueles alimentos super hiper nutritivos. Ela já chegou a ser comparada ao leite materno em termos nutricionais.

Enfim, me deu vontade de barbarizar e fazer um curry, que eu adoro, com a quinoa. E quando os Andes bolivianos encontraram a Índia, foi um casamento perfeito, delicioso de fato 🙂

Curry de quinoa (adaptado daqui)


1 xíc (chá) de quinoa
2 xíc (chá) de água
2 col (sopa) de óleo
2 col (chá) de curry em pó
1/4 col (chá) de curcuma
1 xíc (chá) de caldo de legumes
1 xíc (chá) de ervilhas frescas ou congeladas
1 couve-flor em buquês pequenos
1 pote de iogurte natural (170 g) (para os veggies, basta não colocar o iogurte)
1 xíc (chá) de castanhas de caju
1 col (chá) de sal
2 col (sopa) de coentro fresco bem picadinho (opcional)

Lave e escorra a quinoa (eu coloco a quinoa numa peneira grande fina e passo na água corrente mesmo). Cozinhe a quinoa na água (a proporção é de um para dois, sempre) por 10 a 15 minutos em fogo baixo (a água ‘some’ e os grãos de quinoa ficam com um ‘anel branquinho’ em volta). Reserve. Em outra panela, aqueça o óleo e depois coloque o curry. Mexa por 15 segundos e coloque o caldo de legumes. Acrescente a curcuma e deixe ferver. Coloque a couve-flor, cozinhe por uns 4 minutos, junte as ervilhas e cozinhe só mais um pouco. Desligue o fogo e junte a quinoa, o iogurte, a castanha de caju e o coentro. Misture delicadamente, acerte o sal e pronto.

OBS. Se quiser um prato mais completo, pode acrescentar peito de frango refogado em cubinhos.

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Quem me ‘apresentou’ à Heloísa Bacellar foi a Carla, minha amiga de Ribeirão Preto. A Carla a conhece pessoalmente e sempre falou maravilhas das receitas, dos pratos e dos livros da Heloísa. Foi um pulo para comprar os dois primeiros livros dela, Cozinhando para Amigos e Entre panelas e tigelas. E posso dizer que estes dois livros estão entre os mais queridos da minha biblioteca gastronômica.

Estes livros passaram até apuros de fã comigo. No ano passado, estava programada uma palestra da Heloísa Bacellar na 9ª Feira do Livro de Ribeirão Preto. Entre tanta gente que viria – Ana Luiza Trajano, Olivier Anquier, Rubens Ewald Filho – me organizei para assistir a palestra da Heloísa e lá fui eu para o centro da cidade, enfrentar a muvuca e tentar achar uma vaga em algum dos estacionamentos sempre lotados na região, especialmente naquela época. No dia, cheguei atrasada e corri por três quarteirões com os livros embaixo do braço (eles pesam bem uns 3 quilos juntos). Quando cheguei, tudo vazio… a Heloísa Bacellar havia cancelado a palestra, por conta de um problema ortopédico. Voltamos, frustrados, eu e meus livros para casa. No autographs for you 🙂

Pois desde que comprei os livros da Heloísa, estou de olho neste risoto, que foi publicado no volume Cozinhando para Amigos. Sabe aquele prato cujos ingredientes, separados, são da sua total paixão? Pois é. Eu adoro abobrinha. Adoro pistache. Amo camembert. E manjericão é a minha erva predileta. A combinação de todos eles resultou numa explosão de texturas – o sabor mediterrâneo da abobrinha, o frescor do manjericão, a ‘crocância’ do pistache, a cremosidade do camembert. Simplesmente perfeito.

Risoto de abobrinha, manjericão, pistache e camembert


90 g de manteiga
1 dente de alho amassado
4 abobrinhas italianas pequenas, raladas com a casca
1 cebola bem picada
3 xíc (chá) de arroz arborio
1 xíc (chá) de vinho branco seco
1 ½ l de caldo de legumes fervente
1 xíc (chá) de folhas de manjericão
200 g de queijo camembert em cubinhos (para os veggies, não colocar o queijo)
½ xíc (chá) de pistache sem casca torrado e moído grosseiramente
sal e pimenta-do-reino ralada na hora a gosto

Numa panela grande, aqueça um terço da manteiga e refogue um pouco o alho, sem queimar. Junte a abobrinha e uma pitada de sal e deixe murchar. Reserve. Junte mais um terço da manteiga à panela, refogue a cebola e acrescente o arroz. Misture e coloque o vinho. Deixe evaporar, junte 1 col (chá) rasa de sal e vá colocando o caldo aos poucos, sempre mexendo e acrescentando mais caldo à medida em que o risoto vai secando.Depois de uns 15 minutos, pouco antes do cozimento total do risoto, junte a abobrinha reservada, misture cozinhe mais uns 3 minutos. Desligue o fogo e acrescente o terço restante da manteiga, o manjericão, o pistache e o queijo camembert. Sirva imediatamente.

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