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ENTRE OS MUROS DE BERGAMO

Enquanto Milão foi agitado e o Lago di Como foi romântico, Bergamo foi a chave de ouro da viagem: charmoso.

Bergamo se divide em duas: a Città Bassa, que é a metrópole urbana moderna, e a Città Alta, que é a cidade velha, no alto do morro, cercada por muralhas e bem medieval. Ao redor das ruazinhas de paralelepípedos ficam restaurantes, lojas que vendem queijos e frios, confeitarias com vitrines de encher os olhos, lojas e alguns poucos hotéis – sem falar nas construções antigas lindas, como a Piazza Vecchia, o Duomo, a igreja de Santa Maria Maggiore e a Biblioteca de Bergamo. É o máximo passear por esta cidade e ficar imaginando como ela funcionava há séculos.

Para ir da Cidade Baixa para a Cidade Alta usa-se o bondinho, ou funicular.

Comemos e bebemos muítissimo bem em Bergamo. E a culinária bergamasca é super interessante nas suas particularidades. Vamos lá.

A massa típica bergamasca é o casoncelli (ou casoncèi). Assim como a nossa feijoada, sua origem é humilde, pois era feito com pedaços de massa que eram recheados com restos de carne bovina e suína. Os casoncelli são raviolis bem rústicos, enrolados a mão mesmo. O mais tradicional é o casoncelli bergamaschi con pancetta burro e salvia (com manteiga, sálvia e pancetta). É uma delícia.

Além das tortas feitas com nozes, amêndoas e frutas secas e dos doces folhados e recheados, o doce mais típico da culinária bergamasca chama-se curiosamente Polenta e Osei – que quer dizer “polenta e andorinhas” 🙂 Mas o nome se deve unicamente ao aspecto do doce! É um bolo aromatizado com limão e baunilha, recheado com uma pasta amanteigada de chocolate e coberto com marzipã amarelo e com pequenos passarinhos também feitos de marzipã. Toda vitrine de confeitaria tem sua versão da Polenta e Osei, nos mais variados tamanhos, de um bolinho individual (como eu comi) até um bolo de 3 kg ou mais.

Este gnocchi di patate fatti in casa con funghi porcini, finferli e pinoli tostati mostra bem o traço da culinária piemontesa a base de creme de leite e manteiga e com dois tipos de funghi, mas com o toque do charme bergamasco, o cacau em pó.

Outro primo piatto bem gostoso e diferente. No menu chamava-se Creme Bruleé di Zucca e Gorgonzola, mas estava mais para um suflê mesmo 🙂


A sobremesa mais gostosa que comemos em Bergamo foi certamente este Tiramisù: o melhor que comi na vida, deixou saudades.

Um capítulo à parte para a Pizzeria Il Fornaio. Lotada o dia inteiro, sempre com pizzas diferentes na vitrine (a gente passava em frente só para ver o que tinha de novo), vendiam-se as pizzas aos pedaços que eram cortados pela atendente com uma tesoura (!). Os pedaços voltavam ao forno para uma tostada final e eram pesados e entregues sobre um guardanapo de papel. Até pizza de batata-frita apareceu uma vez… sim, na Itália 🙂

Vejam como são lindas as vitrines de Bergamo.

Em Bergamo também tomamos o vinho mais gostoso da viagem.

Bom, por ora é só! Espero que tenham curtido conosco a viagem 🙂

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