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Quando o pessoal que viajaria conosco resolveu agendar este programa para nossa primeira noite com todos em Madri, confesso que fiquei ressabiada. Imediatamente visualizei cinco cocares. 😉  Lembrei-me de um show de tango em Buenos Aires, que não foi ruim, mas ao qual assistimos  com mais gente do que caberia no novo Maracanã e mal vimos os dançarinos.

O que é um Tablado Flamenco?

Um tablado, ou tablao, é um local onde se toca, dança e canta flamenco. De acordo com a Wikipedia, o tablao é a “versão século XX” dos cabarés, um lugar onde se pode comer, beber e assistir a um show de flamenco, que acontece em um tablado alto em frente às mesas.

Procurei referências sobre o flamenco no Flamenco-World e no Flamenco-Brasil. Podemos dizer que o flamenco é uma arte que engloba a dança, o canto e a música do violão, chamado guitarra flamenca. Surgiu na região da Andaluzia, sul da Espanha, e é considerada uma arte popular que mescla elementos dos povos que circulavam na região no século XVIII: ciganos, árabes, judeus, cristãos e africanos. Muita gente acredita que a arte do flamenco é eminentemente cigana e que sua carga emocional de gestos, feições de rosto e lamentos é uma herança do sofrimento pelo que passou este povo, sempre a procura de um lugar no mundo. Há quem diga, ainda, que o flamenco é muito mais do que um estilo musical. Ele tem sua própria língua, tradições e normas sociais. É uma forma de vida, um modo de existência diária de perceber e interpretar.

Como assistir a um Tablado Flamenco em Madri?

Há algumas boas opções de Tablado Flamenco em Madri, como o Cardamomo e o Torres Bermejas, mas escolhemos  o Corral de La Moreria, recomendado por um amigo. O Corral de La Moreria tinha também boas avaliações em sites de viagem. O ideal é  reservar um local com o combo jantar completo + show de Tablado Flamenco. Assim que o jantar termina começa a apresentação. Algumas mesas atrasam e infelizmente durante o show os garçons circulam para terminar de servir as mesas. Mas nada que atrapalhe. No Corral de La Moreria a comida era bem boa e o serviço atencioso, tudo organizado e funcionando bem. É recomendável fazer uma reserva prévia e na maioria dos casos é necessário pagar uma parte do valor para garantir esta reserva. O Corral de La Moreria estava completamente lotado quando estivemos lá.

Como é o show do Tablado Flamenco?

O que assistimos tinha três violões e um instrumento de percussão, mais os quatro cantores, que além de cantar ditam o ritmo batendo palmas. Eram dois trios de bailarinas, mais uma bailarina  e um bailarino que dançavam sozinhos. A música é de altíssima qualidade, lindos solos de violão, muitas vezes improvisados. Em duas ocasiões um dos músicos sentou-se em um banquinho e disse que tocaria uma composição sua.  É incrível sentir a emoção na música, no canto e na dança;  estar perto dos bailarinos e ver suas feições contorcidas pelo esforço e cansaço da dança, bem como pela emoção que passam. Nós tivemos uma palhinha extra, que acredito não estava no script. Uma das dançarinas, em um intervalo, foi para o camarim e lá começou a brigar com o percursionista. As mesas de trás do restaurante ouviram parte da briga dos namorados. Ela voltou para outra dança e começou a chorar, lágrimas escorrendo pelo rosto…

Um dos nossos amigos, casal espanhol que mora em Madri, nunca tinha ido a um show turístico de Tablado Flamenco. Adoraram o show do Corral de La Moreria e acharam-no bastante autêntico.

Para quem gosta de boa música, para quem gosta de dança, é imperdível.  Ganha cinco estrelas e não cinco cocares 😉

 

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Resolvemos encarar novas experiências gastronômicas em Madri. Assim, além dos mercados que já tínhamos visitado e aproveitado, fomos à Cava Baja e ao Gourmet Experience do El Corte Ingles. Conto mais sobre estes lugares aqui. Fora isto, na quase semana que ficamos em Madri, foram dois os jantares memoráveis.

Cañadio

O primeiro deles no Cañadio, filial madrilenha do restaurante de Santander de Paco Quirós y Teresa Monteoliva. Aberta em 2011, quando Paco e Teresa se juntaram aos jovens cozinheiros Beatriz Fernández e Jesús Alonsocom quem já haviam trabalhado no Cañadío Santander, a filial de Madri tem uma cozinha de autor, criativa, mas com inspiração nos pratos históricos da cozinha basca da matriz. Detalhe curioso: éramos os únicos turistas. Na cola do Sandro, que além desta deu muitas dicas bacanas de Madri, fomos de Huevo Homenaje Ca`Sento con Foie de entrada, Merluza Rebozada en Lomos con Pimientos Rojos Asados de prato principal e Tarta de Queso de sobremesa.  O prato principal estava gostoso, mas a entrada e a sobremesa divinos. Ficar no balcão ou nas pequenas mesinhas da entrada também é uma delícia, com os pintxos super caprichados e gostosos. Valeu Sandro 🙂

DiverXo

O outro jantar foi no DiverXo do chef David Muñoz, onde já tínhamos tentado ir em outra oportunidade. Seguimos a recomendação do Edu Luz e valeu à beça. Sim, é daqueles restaurante super moderninhos, que oferecem apenas menus-degustação e que faz parte do time dos estrelados do guia Michelin. Onde cada prato é uma surpresa, e um flash 😀 Modernices à parte, foi uma noite muito bacana com serviço super atencioso, pessoal profissional e mão na massa na cozinha, comida surpreendente e de qualidade consistente. Lá ainda tomamos o melhor vinho branco de toda a viagem, o Chardonnay Macabeo Cérvoles Blanc. Escolhido assim pois a maioria dos pratos tinha peixes e frutos do mar na sua composição. A equipe do restaurante enviou-me posteriormente o menu com a descrição de tudo o que comemos. Destaque para a merluza, os mejillones e o salmonete.

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Desta vez pulamos os mercados. São bacanas, mas queríamos novidades.

Assim, elegemos duas experiências diferentes para aproveitar a gastronomia de Madri: a tradicional Cava Baja e o novo Gourmet Experience do El Corte Ingles.

Cava Baja

Fazia meses, senão anos, que guardava na minha pasta de recortes de viagem uma crônica do André Barcinski para o suplemento Folha Comida, na qual ele fala da Cava Baja. Desde então queríamos voltar a Madri para tapear por esta rua só de bares e restaurantes, conhecidos pelos seus tapas. A ideia era seguir o hábito madrilenho de ir de bar em bar, provando um tapa e bebendo uma taça de vinho em cada lugar. Juntei as dicas da crônica do André com as do Sandro e montei o roteiro. Na hora de sair do hotel, contamos aonde íamos ao casal de amigos brasileiros-espanhóis que  viajariam com a gente: “-Tem certeza que querem mesmo ir à Cava Baja? Cuidado para não escorregar nas cascas de camarão.” Como assim? “-É que as pessoas vão descascando os camarões para comer e vão jogando as cascas no chão…” Confesso que fiquei frustrada depois por não achar uma casca de camarão sequer no chão para contar história: a Cava Baja não é mais a mesma de outros tempos. 😀

Pelo nosso roteiro iríamos a pelo menos quatro bares, se aguentássemos o tranco, mais alguns. Era uma quarta-feira e como turistas aplicados chegamos cedo, por volta das 21h (sim, cedo!). Começamos o tour pelo Juana La Loca (Plaza Puerta de Moros, 4) onde provamos a famosa tortilla de patata con cebolla caramelizada e o huevo trufado a baja temperatura, ambos deliciosos. Conseguimos sentar em uma mesa no fundo do restaurante, com o maior conforto. Mas a aventura estava apenas começando. Seguimos para a Casa Lucio (Cava Baja, 36), onde não pedimos os famosos Los Huevos de Lucio mas sim um Pulpo Braseado, que cobiçamos do vizinho de balcão. Desta vez de pé mesmo ao ritmo dos madrilenhos. Resistimos à tentação de pedir mais alguma coisa e saímos em busca do La Concha (Cava Baja, 7), que tinha sido o preferido do Sandro. O La Concha foi o lugar perfeito para quebrar o clima turístico. Lá, um microbalcão e só locais, trilha sonora roqueira muito boa e ótimos vinhos. Um oásis no meio dos bares lotados e barulhentos. Ficamos nos tapas de jamon serrano e de bacalao ahumado e seguimos em frente.

Por volta das 22h30 a rua estava absolutamente lotada de turistas e locais. E ainda faltava um dos locais escolhidos, a Casa Lucas (Cava Baja, 30). Não me perguntem porque deixamos este, um dos mais conhecidos do pedaço, para o fim. Só sei que tivemos que nos espremer no meio de um mar de gente para entrar, depois nadar por este mar de gente até um cantinho do balcão, onde pedimos nossas  croquetas e o pintxo caliente ‘Madrid’ com ovos, morcilla e tomate. Logo fomos expulsos deste cantinho, que obviamente era passagem dos garçons. Comemos em pé, espremidíssimos, segurando com nossas oito (!) mãos os pratinhos e as taças de vinho.  E jogamos a toalha. Ficou faltando conhecer outros bares recomendados na Cava Baja, como o La Chata (Cava Baja, 24), o Perejila (Cava Baja, 25) e o Tempranillo (Cava Baja, 38).

Afinal, vale a experiência sociológica-gastronômica? Sem dúvida 😀 Descobrimos que se come muito bem nesta bagunça toda. Só é preciso um pouco de pesquisa, muita fome, muita disposição, um bom fígado e alguma coragem.

A verdade é que esta é justamente daquelas experiências de quebrar paradigmas que uma viagem oferece. Neste programa, fizemos muitas coisas que jamais faríamos em casa: sair para comer tarde, comer de pé, comer em lugares totalmente lotados. A Cava Baja é solo para los fuertes, mas saímos de lá rindo muito, de barriga cheia e de alma descansada 😀

Gourmet Experience

É fácil confundir as lojas do El Corte Ingles em Madri. Assim, se precisar, pergunte pelo El Corte Ingles da Callao. Pegue o elevador e vá direto ao 9º andar. Lá, a surpresa: além do tradicional e incrível setor de bebidas e comidas gourmets, um corredor de dez pequenos ‘restaurantes-expressos’ onde pode se provar muita coisa diferente. Ao lado, mesas e balcões dando para grandes janelas, com muita luz natural, de onde se descortina a cidade de Madri. Há também uma varanda bem gostosa, que infelizmente estava fechada por causa do mau tempo. O Gourmet Experience é, assim, uma pequena, fechada e chique Cava Baja, onde na hora do almoço e do jantar dezenas de pessoas aproveitam para comer e jogar conversa fora. O horário é mais flexível do que o da loja em si, fechando à meia-noite de segunda a domingo.

Há desde comida tradicional espanhola até comida mexicana e um oyster bar, terminando com os doces e o ótimo café da Harina ou o famoso sorvete italiano Armorino (prove o de Speculoos, imperdível). Se não quiser almoçar, vale pedir apenas uma taça de vinho e uma porção de jamon serrano e queso manchego e sentar para descansar um pouco.

 

Seguindo a sugestão do Sandro, e curiosos depois de termos jantado muitíssimo bem no DiverXo, escolhemos o StreetXo, que é a ‘comida de rua’ (neste caso, a rua é o corredor do Gourmet Experience) do chef David Muñoz do mesmo restaurante. O mais bacana deste ‘restaurante-expresso’ é que ele replica de fato um carrinho ou quiosque de comida de rua, onde os chefs cozinham tudo ali mesmo, na hora, a pedido do cliente, ao som de rock&roll. São poucos pratos e tudo de rápido preparo, mas tudo delicioso. Meu pulpo braseado foi flambado numa wok imensa, um espetáculo à parte. Nas costas do chef, o lema, no limits 😉

Semana que vem, um pouco dos restaurantes onde comemos bem e fomos felizes em Madri. Até lá 😉

 

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Fazia tempo que eu tinha vontade de fazer este passeio turístico a bordo de um Segway.  Imaginem conhecer uma cidade assim, quase a pé, em contato próximo com as pessoas e os pequenos detalhes da vida da cidade, mas podendo percorrer longas distâncias em menos tempo. Perfeito, né? 😀

Enfim, com alguns dias livres em Madri, cidade que já conhecíamos, lá fomos nós. Agendamos o passeio pela internet no site da Madsegs e pagamos 30% de sinal (15 euros, através do Paypal) para garantir a reserva. Pagamos no total 65 euros, incluindo o passeio de 3 horas, um café ou outra bebida e um CD com fotos do passeio.  Escolhemos esta empresa porque estava bem avaliada em sites de viagem, mas há outras que também fazem este tour na cidade, como a Segway Madrid e a Madrid-Segway.

 

 

Valeu a pena, é uma delícia juntar a emoção do ‘ride’ com a experiência turística. Nós recomendamos. Porém, para quem ainda tem dúvidas, segue um mini-FAQ para terminar de convencê-los 😉

SERÁ QUE ESTE PASSEIO É  PRA MIM?

Sim 🙂 Não fique acanhado achando que é muito baixo/muito alto/muito gordo/muito magro/muito novo/muito velho para passear de Segway. Ele é bem democrático pois é fácil de manejar, seguro e bastante intuitivo. Normalmente, a idade limite para dirigir o Segway é de 12 anos, mas há exceções. Nosso tour em Madri aceitava crianças a partir de 8 anos, desde que acompanhadas pelos pais. A única restrição é ter no mínimo 45 e no máximo 118 kg.

SERÁ QUE CONSIGO MESMO ANDAR NESTE NEGÓCIO?

Consegue sim 🙂  O legal deste meio de transporte é que ele é muito intuitivo: de pé no estribo, com as mãos no guidão, se você inclinar o corpo para frente ele vai para frente; se inclinar o corpo para trás, ele dá ré.  Se ficar parado, ele para. Para virar à esquerda ou à direita é a mesma coisa. basta mexer o guidão para um lado ou para o outro. Quanto maior a inclinação, maior a velocidade. O Segway tem 3 velocidades, ou seja, um iniciante não vai conseguir andar muito rápido até ter maior controle do bichinho e poder assim mudar de nível.  De verdade, é facílimo pegar o jeito, e isto vale para praticamente todo mundo. O Segway é um meio de transporte ‘limpo’ (movido à bateria ou energia elétrica), seguro, fácil de manejar… mas ainda muito caro.  E deve ser por isto que não tem, ainda, um montão de Segways andando por aí 😉

COM QUE ROUPA VOU E O QUE EU LEVO?

Meu conselho: vá de roupa confortável e sapato baixo e leve algo para se proteger do vento e do sol. Assim, não esqueça o protetor solar e pelo menos um casaquinho impermeável leve, ou luvas e cachecol se estiver frio. Afinal, são horas de exposição ao sol e ao calor ou ao frio e ao vento. Dá para levar a máquina fotográfica e andar de Segway com ela pendurada no pescoço, mas o ideal é deixar a máquina em uma mochila nas costas e usá-la nas paradas. O guia normalmente tem uma boa máquina fotográfica e tira fotos que podem ser depois gravadas em um CD ou pendrive. Na maioria dos lugares é obrigatório o uso do capacete. Em Madri, era opcional.

EU ME ANIMEI, ONDE POSSO FAZER ESTE PASSEIO?

Há várias cidades nos EUA e algumas na Europa onde é possível fazer um tour de Segway. Entre elas Chicago, Washington DC, São Francisco, Orlando, Dallas e New Orleans. E Madri, Lisboa, Roma, Berlim e Viena. É aconselhável sempre reservar o tour com antecedência, já que normalmente os lugares são limitados, especialmente no verão.

E uma última mas não menos importante notícia:  já existem passeios de Segway no Brasil. A Segway Tour Porto Alegre faz passeios nesta cidade e a Segway Tours Curitiba também tem passeios, que por ora estão suspensos.  Uma pesquisa na internet mostrou que a empresa SG Tour Brasil loca os Segways para publicidade mas ainda não oferece detalhes de passeios, locais e preços.

Na sua próxima viagem, se for para algum destes lugares e tiver uma manhã ou tarde livre, aproveite para ter esta experiência, é muito bacana!

Se quiser ler mais a respeito dos tours em Segways, o Edu Luz e a Nat e o Fred têm estes posts bacanas sobre o assunto: DCPV em Madri, DCPV em Barcelona, DCPV em Orlando e Sundaycooks em Chicago.

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Já falei neste post que meus filhos hoje são ‘quase adolescentes’ e os programas em viagens mudaram um pouco. E foi justamente o que aconteceu em Madri.

Enquanto Barcelona é uma cidade menor, mais plana e mais fácil de caminhar e tem muitas atrações interessantes para um público mais infantil, Madri é mais ‘espalhada’ e não tem o trio ‘aquário-zoológico-parque de diversões’.  Assim, o forte aqui foi mesmo a inserção na cultura local: os meninos provaram comidas novas, bateram papo em ‘portunhol’ com os taxistas e fizeram suas comprinhas de souvenirs e camisetas do Real Madrid por conta própria, tentando se fazer entender. Foi muito bacana vê-los em ação 🙂

Enfim, fizemos programas variados em Madri, misturando comida, futebol, cultura e até passeio de bicicleta no parque para quebrar um pouco o ritmo da viagem.

Museus

Fomos a três museus, o Museo Nacional del Prado, o Museo Thyssen-Bornemisza e o Museo Reina Sofia. Seguimos as regras de visitas a museus com crianças e deixamos um museu para cada dia, ficando poucas horas (no máximo duas) em cada um deles. Também procuramos fazer um planejamento para que o roteiro não ficasse cansativo e abrangesse o que mais chamaria a atenção dos meninos. O Thyssen é menos interessante para crianças  e pode ser deixado de lado. No Museu do Prado seguimos o roteiro do Guia do Museu do Prado da Patricia do Turomaquia e isto fez a diferença. No Reina Sofia, procuramos ver os Dalis, Matisses e Mirós e em especial o Guernica e os demais estudos do quadro feitos pelo Picasso. Na mesma sala dos estudos, há um vídeo que mostra a guerra in loco e ilustra bem a realidade que levou Picasso a realizar estas obras. Foi a parte que eles mais gostaram (e nós também!).

Passeio a pé com cultura e gastronomia

Fomos de metrô até o Palacio Real e de lá viemos andando até o hotel, que ficava próximo ao Museu do Prado. Os meninos gostaram do Palacio Real, que mostra bem como vivia a realeza da época. Visitamos a Catedral de la Almudena (nada especial, nem vale a pena entrar) em frente e viemos caminhando pela Calle Mayor até o Mercado de San Miguel, onde almoçamos. Em seguida passeamos pela Plaza Mayor, onde os artistas de rua (na realidade tristes palhaços toscos, mas eles curtiram :-)) distraíram os meninos. Fomos à Chocolateria San Gines tomar chocolate quente com churros e continuamos andando até a Puerta del Sol, outra praça com artistas de rua, onde está a estátua d’ El Oso y el Madroño (O Urso e o Arbusto). De lá, entre uma loja e outra de souvenirs, viemos caminhando pela Calle de Alcalá até o hotel. Infelizmente deixamos de ver o Monasterio de las Descalzas Reales, que fica a um quarteirão da San Gines. Vale mais a pena deixar de lado a Catedral de la Almudena e fazer este passeio no lugar dela.

Passeio de bicicleta

Ao redor do Parque del Retiro há diversos pontos de aluguel de bicicletas. Nós alugamos as nossas no quiosque da Urban Biking no posto de gasolina no Paseo de la Infanta Isabel, bem próximo da estação de metrô do mesmo nome e da estação de trem Atocha. As bicicletas são novas e estão em boas condições, só que neste local não há bicicletas infantis, apenas cadeirinhas para acoplar nas bicicletas de adultos, para crianças bem pequenas. Do posto de gasolina tem uma pequena mas íngreme subida até a entrada do parque, onde é gostoso passear. No centro do parque tem um lago onde há patos e peixes e dá para alugar um barquinho a remo e passear um pouco.

Estádio de futebol do Real Madrid

O tour pelo estádio Santiago Bernabéu, do Real Madrid, não podia faltar. O museu é incrível! Há painéis que contam o a história do time, fotos de todos os jogadores do Real Madrid até hoje, todos os uniformes usados, os troféus que o clube ganhou, as chuteiras dos jogadores. O tour também passa pela tribuna de honra, pelas salas de imprensa, pelos vestiários dos jogadores e até ao lado do campo, onde as crianças puderam inclusive sentar no banco de reservas 🙂 Não precisa nem dizer que eles adoraram!

 

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Viajamos a Madri com os filhos e o foco não foram os restaurantes descolados. De mais a mais, acabamos indo ao Botín, dito restaurante mais antigo do mundo, lugar cheio de tradição mas com serviço e comida fracos. Dos outros  salvou-se o Puerto Rico, restaurante com comida caseira muito boa e preço maravilhoso, dica excelente da viajante gourmet @carmemsil. E o Lamucca de Prado, um  moderninho com comida gostosa e preço razoável.

No fim, as experiências gastronômicas mais bacanas da viagem ficaram mesmo por conta dos mercados, tanto o de San Miguel como o de San Antón. Programas imperdíveis em Madri, por várias razões 🙂

Primeiro, porque a comida é variada e de qualidade, com preços muito simpáticos. Pelo mesmo valor de uma paella ou um menu executivo em um restaurante turístico, dá pra comer muito bem nos mercados. Para se ter uma ideia, comi no San Antón um creme de verduras com ‘farofinha’ de jamon iberico, duas almôndegas de pato com molho e torradas, mais um mini-hamburguinho de pato com queijo de cabra e cebolas carameladas, acompanhado de uma taça de vinho branco. Tudo pequeno, mas substancioso e super saboroso, por 10 euros. Para quem gosta, tem muitas opções de vinhos vendidos por taça, o que torna o programa mais interessante ainda.

Segundo, porque nos mercados também estão à venda carnes, peixes, massas, frutas e vinhos e dá pra ver/conhecer coisas novas e comprar guloseimas para levar para casa. Ou para o hotel mesmo, como nós fizemos com cerejas fresquíssimas 🙂

Por último, porque pela primeira vez em viagens com os filhos sentimos que eles curtiram provar comidas novas e não ficar só nos hamburgueres, cachorros-quentes ou filés com fritas. Comer também é um processo de inserção na cultura local e foi muito bacana vê-los aproveitando tanto o programa como nós aproveitamos!

Mas os mercados têm seus inconvenientes e requerem uma certa estratégia de ocupação. 

Gosto de dizer que os mercados de Madri são só para os fortes 🙂 Isto porque há pouquíssimos lugares para se sentar. O espanhol come de bocadinhos e de pé mesmo numa boa, muito diferente da gente, principalmente com crianças. Assim, para sua ida ao mercado ser um sucesso o ideal é primeiro fugir dos horários de pico – ou seja, almoçar ao meio-dia ou então depois das três da tarde. Ou então jantar cedo, por volta das sete da noite.

A segunda recomendação é, assim que chegar ao mercado, procurar um canto e alguns banquinhos e reservar seu lugar. Com isto dá pra ir revezando, enquanto uns ‘guardam’ os lugares os outros vão à procura das comidas, e assim vai. Demos um dinheiro para os meninos e eles amaram sair pelo mercado pedindo e provando comidas diferentes. É tudo fácil e de bocadinhos. E se viraram na língua espanhola e nos trocos, o que foi muito legal!

Como é o Mercado de San Miguel

O San Miguel está localizado bem no buchicho, vizinho à Plaza Mayor. O local é um galpão reformado, bonito e charmoso, mas bastante apertado e cheio. É bem turístico  (por acaso o lugar em Madri onde tinha mais brasileiros além do estádio do Real Madrid!) mas vale a pena visitá-lo e comer por lá. Gostamos muito dos montaditos, das tapas de frutos do mar, das croquetas e do jamon iberico em lascas, vendido num envelope de papel. Vale a pena provar os vinhos e espumantes.  Tem até uma pequena livraria para sapear 🙂

Como é o Mercado de San Antón

O San Antón é diferente do San Miguel. Muito mais locais que turistas, para começar. Mais afastado do buchicho. Mais espaçoso, mas menos charmoso. Tem dois andares, no primeiro quase só bancas de carnes, peixes, frango, frutas e verduras. No segundo piso, subindo a escada rolante, uma sucessão de lugarzinhos que vendem comida japonesa, comida grega, frutos do mar, massas, ostras fresquíssimas, tapas e vinhos. Ao longo do vão livre de onde se vê o andar de baixo, um balcão comprido com banquinhos. Mais espaçoso que o San Miguel, mas ainda com poucos lugares para sentar.

 O bacana dos mercados é que ficam abertos todos os dias, das dez da manhã à meia-noite, sendo que o San Miguel vai até às duas da manhã às quintas, sextas e sábados.

De qual gostei mais? Qual escolher? Os dois 😀

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