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Além de passear pela Rioja, visitamos duas vinícolas muito bacanas na região.  Recomendo vivamente as duas, foram experiências muito legais para quem curte vinhos.

López de Heredia – Viña Tondonia

Com instalações bonitas, que têm toda uma história, nesta vinícola que fica na cidade de Haro a palavra de ordem é tradição. Ao contrário do que vimos nesta região e também em Ribera del Duero, na López de Heredia o pensamento é um pouco diferente da maioria das vinícolas espanholas que produzem vinhos de alta qualidade.  Aqui, vários métodos antigos são adotados com convicção.

Entre eles, por exemplo, a fermentação  feita em grandes barricas de madeira e não em tanques de aço. A temperatura é controlada manualmente com jatos de água fria e abrindo-se e fechando-se janelas e portas do galpão onde ficam estes tanques. Os vinhos Tondonia fermentam em barricas não necessariamente novas, mas que podem ser reutilizadas por até 25 anos, pois seus produtores acreditam que os vinhos antigos vão dando sabor e personalidade aos novos vinhos que chegam para a fermentação. Os 4 km de túneis são forrados de limo, que também creem ser benéfico aos seus vinhos. A impressão que se tem é de estar em uma mina, onde inclusive há trilhos de antigos vagões que transportavam os barris para fora dos túneis. Nestes túneis não há qualquer controle de umidade e temperatura, é tudo natural.

Há também aqui uma tanoaria, uma fábrica de barris de vinho, e é muito bacana aprender como são montados os barris. Mais ainda, ao invés de utilizar os barris uma única vez, a Tondonia desmonta-os e refaz novos barris utilizando madeira nova e madeira de barris já usados para hacer la crianza. Nossa degustação na Tondonia foi fantástica. Tomamos dois vinhos Gran Reserva de mais de 20 anos e curtimos muito sentir as diferenças entre vinhos que envelhecem por pouco e por muito tempo. Nossa guia  era muito boa.  Vale a pena reservar a visita a esta vinícola.

Marqués de Riscal

O contraste da Marqués de Riscal com a Viña Tondonia é curioso. Nesta vinícola, localizada na cidadezinha de Helciego, respira-se modernidade. O conjunto da vinícola tem prédios antigos mas é o novo prédio do hotel Marqués de Riscal, projetado pelo arquiteto Frank Gehry, que dá o tom da filosofia da vinícola. Aqui, as proporções são grandes, a produção idem e é tudo prático e moderno.

Nesta visita, guiada por gente muito simpática e com excelente conhecimento do negócio, o bacana foi ver a linha de produção de engarrafamento, enrolhamento, rotulagem e outros processos. Adorei ver a colocação daquela ‘redinha’ de metal dourado nas garrafas do Marqués de Riscal Reserva e Gran Reserva. Aqui fizemos também a melhor degustação de todas as vinícolas, considerando-se o ‘conjunto da obra’.

Vale a pena visitar a Marqués de Riscal e, de lambuja, almoçar neste restaurante incrível.

 

 

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Depois do passeio pela região de Ribera del Duero, onde visitamos as vinícolas Torremilanos, Pesquera e Protos, seguimos para La Rioja. Aqui, um pouco do hotel onde ficamos, dos restaurantes que gostamos e dos passeios que fizemos na região. Semana que vem, mais das vinícolas da Rioja.

Um curiosidade interessante, eu ao menos não sabia, é que existe na região um rio chamado Oja. Pelo que a região ficou conhecida como Rioja 😀

Hotel

Desta vez, ao contrário do que fizemos em Ribera del Duero, resolvemos ficar hospedados em um hotel dentro da cidade. A Hospederia de Los Parajes, um hotel charmoso e cheio de bossa, ficava na cidade de Laguardia, que era igualmente charmosa e bacana. Alguns quartos barulhentos, mas nada que comprometa. Os quartos que dão para a frente do hotel, com vista para a rua, são maiores e mais caros. Os outros tem janelas que dão para um pátio interno, mas são boas acomodações. Há um spa no hotel que parece ser uma delícia. Infelizmente não usei, não posso opinar 😉 No subsolo do hotel há uma antiga bodega, na realidade um local onde se armazenavam os barris de vinho para envelhecer (ou hacer la crianza) e que foi transformada em bar. É curioso, dê uma olhada, mesmo que não opte por se hospedar ali.

Conhecemos duas outras opções de hotéis na região. O primeiro é o próprio hotel  Marqués de Riscal, que dispensa grandes apresentações. Já foi eleito o melhor hotel rural da Espanha e tem ambientes luxuosos, vistas lindas, quartos super confortáveis e um spa muito completo. O outro hotel, da mesma linha luxo, foi uma surpresa encontrada no meio do caminho, o hotel Viura.

Restaurantes

Foram dois os restaurantes que merecem ser mencionados na Rioja.  O primeiro deles é o Las Duelas, que fica na cidade de Haro. O restaurante fica dentro do hotel Los Agustinos, que foi um antigo monastério e uma cadeia, entre outras coisas. É uma delícia sentar do lado de fora, no corredor do antigo claustro do mosteiro. Com uma adega muito boa, não deixa nada a desejar na comida também. Tudo super gostoso e caprichado, comemos um excelente bacalhau fresco e uma torrija caramelizada de sobremesa que estava divina.

O outro restaurante dispensa grandes apresentações. Aproveitamos a visita à vinícola e almoçamos no restaurante Marqués de Riscal, que fica dentro do hotel do mesmo nome, na cidadezinha de Elciego. Um dos mais conhecidos da região, agraciado com uma estrela no guia Michelin em 2012, o restaurante é bastante disputado e recomenda-se fazer uma reserva prévia. O prédio do hotel é incrível e foi projetado pelo Frank O. Gehry, arquiteto canadense responsável também pelo Museu Guggenheim de Bilbao. A vista é linda, o lugar é transado, a comida é ótima. Optamos pelo menu-degustação Torrea e não nos arrependemos. Aproveite o almoço lá para fazer uma visita à vinícola, vale a pena.

Passeios

Laguardia

A cidade onde ficava nosso hotel, Laguardia, é imperdível. Uma cidade medieval, cercada de muralhas e com quatro grandes portas que a comunicam com o exterior, duas com vistas bonitas para o vale. Na cidade não circulam carros. Não só pelo óbvio motivo das ruas serem estreitas, mas porque muitas das casas alugam  seus porões para vinícolas armazenarem seus barris de vinhos.  Dizem que a trepidação dos carros seria prejudicial ao processo. Assim, toda casa da cidade tem no subsolo sua cueva, ou bodega, sendo que nem sempre esta corresponde ao tamanho da casa. Há casas pequenas com bodegas enormes, e vice-versa. As portas antigas e as igrejas são bonitinhas, em especial a Iglesia de Santa Maria de los Reyes que é uma surpresa por dentro. No Paseo del Collado, pracinha/alameda em frente à igreja, há uma escultura/instalação do artista Koko Rico, chamada Viajeros (ou Bidaiariak Izenekoa no idioma basco) , na qual duas mesas de bronze  expõem sapatos e bolsas de caminhantes. Muito bacaninha 😉 O único senão é que as atrações turísticas da cidade estão quase sempre fechadas e o modo mais fácil de fazer turismo em Laguardia é mesmo através do escritório de turismo local.

Elciego e Haro

A grande atração de Elciego é o conjunto da vinícola Marqués de Riscal. Haro, por sua vez, é outra cidadezinha charmosa onde é possível parar para caminhar, tomar um café, olhar os pequenos mercados e as casas. Mas Elciego e Haro são interessantes por outra razão. Ao redor destas duas cidades (e de Laguardia e Logroño, que formam um quadrilátero com elas) há uma série de prédios de hotéis e vinícolas que são um prato cheio para arquitetos e designers. Além dos prédios e instalações dos hotéis Marqués de Riscal e Viura, há os prédios super bacanas das vinícolas Ysios, Viña Real, Regalia de Ollauri, Darien e Baigorri.

Logroño

A maior cidade desta lista é também a mais cosmopolita da região. Como Logroño é uma das cidades que faz parte do Caminho de Santiago, é interessante ver as pessoas passando, alguns a pé, outros de bicicleta, rumo a Santiago. No escritório de turismo local há um mapa que mostra o roteiro dos peregrinos dentro da cidade e as principais atrações, como as igrejas de Santa Maria de La Redonda (onde há um quadro de Michelangelo escondido entre outros), San Bartolome e Santiago El Real. Na praça ao lado desta última igreja, não deixe de ver El Juego de La Oca (o “jogo do ganso”), um tabuleiro de jogo desenhado e esculpido no chão, que recria o Caminho de Santiago. Diz a lenda que foi inventado pelos templários no século XI. El Cubo del Revellín, uma torre que é parte da antiga muralha da cidade, vem sendo restaurada e abriga uma pequena exposição audiovisual mostrando a ocupação da cidade.

Mas Logroño também tem uma atração gastronômica interessante. Nos mesmo moldes da Cava Baja de Madri, a Calle Laurel é uma rua estreita, charmosa, de poucos quarteirões, que tem dezenas de bares de tapas e onde é uma delícia ir de bar em bar bebendo uma taça de vinho e provando tapas diferentes. Começamos pelo La Taberna de Laurel, onde provamos as famosas patatas bravas do local. No Juan e Pinchame provamos a especialidade da casa, a brocheta de langostino con piña. E em algum outro local do qual, infelizmente, não me lembro o nome, comemos um excelente pulpo a la gallega e croquetas incríveis.  Se estiver pela cidade, não deixe de passar por lá. 

Santo Domingo de la Calzada

Esta cidade é interessante primeiro por também ser passagem de peregrinos rumo a Santiago. Nela há o Albergue de Peregrinos administrado pela Cofradía del Santo, que tem as instalações mais modernas e confortáveis do Caminho.  Santo Domingo ficou conhecido pelas curas milagrosas de peregrinos e a Catedral, bonita e interessante, tem um conjunto de nove quadros nas paredes que relembram os milagres do Santo. Dentro da Catedral não deixe de ver El Galinero – isto mesmo, um galinheiro onde na maior parte do ano (entre 25 de abril a 13 de outubro) são mantidos um galo e uma galinha brancos, vivos, para relembrar o milagre mais famoso do Caminho de Santiago e um dos mais populares na Europa Medieval.  “Santo Domingo de la Calzada, donde cantó la gallina depués de asada” 😀

 

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Além de passear pelas cidades da Ribera del Duero, visitamos três vinícolas da região: Torremilanos, Pesquera e Protos.

Torremilanos

A própria dona da Torremilanos, a simpática e acessível senhora Pilar, foi quem nos acompanhou na visita a esta vinícola. A Torremilanos, que fica na cidade de Aranda de Duero,  foi fundada em 1903,  sendo a vinícola mais antiga da região depois da Vega Sicilia. A Pilar nos contou que em 1975 ela e seu marido Pablo compraram a vinícola com a ideia de investir em vinhos de alta qualidade. Trabalharam muito sozinhos e depois com a ajuda dos dois filhos, que estão lá até hoje. Seu marido morreu há alguns anos mas ela continua firme na direção do negócio que sonharam e construíram juntos.

Contou-nos a história do trabalho de seu filho Ricardo, que durante anos buscou convencer o pai a investir e adotar modernidades na produção. O pai finalmente capitulou e Ricardo implantou na Torremilanos uma pequena produção de vinhos que envelhecem em barris de cimento de formato oval, os huevos de cemento, que ele acredita conseguem manter uma guarda  mais longa com menor possibilidade de oxidação do vinho. E Ricardo Peñalba tem conseguido produzir vinhos que são muito bem reconhecidos no mercado.

O destaque ficou por conta do prédio bonito e da decoração caprichada de seus interiores, com pequenos detalhes interessantes, como as paredes pintadas com painéis de cenas da colheita da uva e um abajur feito de cachos de uvas de cristal. É uma das únicas vinícolas na região que fabrica barris de carvalho e é possível ver a tanoaria e entender o processo. Na vinícola há um bom restaurante e um wine bar que serve os vinhos da Torremilanos em taças, acompanhadas de ótimos tapas; ambos abertos ao público. Para visitar a vinícola, é preciso fazer uma reserva pelo telefone ou pelo email indicado no site.

Pesquera

“Tinto Pesquera hasta que me muera”… O ditado conhecido na região mostra como a vinícola Pesquera, que fica em Peñafiel, é tradicional na Ribera del Duero. A Pesquera é o resultado do sonho de um homem ímpar, que desde moço queria fazer vinhos de qualidade. Alejandro Fernandéz trabalhou em diversas atividades para sustentar a família, mas nunca deixou de produzir seu vinho, com as uvas de sua pequena propriedade,  sempre sonhando com a própria vinícola. Levou dez anos para construir seu negócio. Com mais de 80 anos, está vivo e atuante até hoje.  O bacana aqui é visitar o galpão onde hoje fica exposta a primeira prensa de uvas utilizada por Alejandro e ouvir sua historia contada por ele mesmo, em um filme que é passado no local.

Além da vinícola, vale a pena esticar a visita ao Pesquera AF Hotel, que fica na mesma cidade  e onde há um bar moderno e gostoso para provar os vinhos Pesquera acompanhados de tapas. No hotel há ainda um restaurante e uma bodega subterrânea onde é legal ir jantar ou curtir a noite.

Protos

A Protos foi, sem dúvida, a vinícola mais bacana que visitamos em Ribera del Duero. Além da simpatia e do conhecimento da guia Marilena, que nos acompanhou na visita, e dos excelentes vinhos que provamos na degustação no local, a Protos é muito interessante do ponto de vista histórico e arquitetônico. Neste local que visitamos em Peñafiel não há produção de vinhos, apenas armazenamento/envelhecimento e engarrafamento. A visita começa na parte antiga da vinícola: são mais de 2 km de túneis subterrâneos, onde 14 mil barricas se amontoam em volta de paredes de pedra. Os túneis passam por baixo do Castillo de Peñafiel e, como contei aqui, têm respiradouros com 60 metros de altura que fazem o ar circular. Nestes túneis é tudo natural, não há qualquer controle de umidade e temperatura.

Mas não pára por aí. De repente saímos dos túneis e atravessamos por debaixo da estrada que corre ao lado da vinícola. Do outro lado estão as novas instalações da Protos, com suas imensas salas onde a temperatura e a umidade são controladas artificialmente. Aqui, repousam cinco mil barricas e milhares de garrafas. Neste prédio novo também estão as seções de engarrafamento, rotulagem e empacotamento dos vinhos. Além das salas de degustação e escritórios da Protos. O curioso é que o mesmo escritório de arquitetura que projetou o Terminal 4 do Aeroporto de Barajas, o Richard Rogers, construiu o novo prédio da Protos. Qualquer semelhança não é mera coincidência 😀 Uma vinícola que vale a pena visitar.

 

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Essa nossa viagem pela Espanha começou em Madri onde passeamos de Segway, fomos a Cava Baja e ao Gourmet Experience, comemos muito bem no Cañadio e no DiverXo e ainda assistimos a um show bacana de Tablado Flamenco. Mas o objetivo principal da viagem era mesmo visitar regiões vinícolas da Espanha. Escolhemos as duas principais, Ribera del Duero e Rioja.

Começamos pela Ribera del Duero. No post de hoje um pouco sobre o hotel onde ficamos, os restaurantes onde comemos bem e os passeios que fizemos pela região. Semana que vem, mais sobre as vinícolas.

Hotel

Ficamos hospedados no Hotel Residencia Real Castillo de Curiel. Pontos fortes: foi de fato um castelo e hospedou uma família real, pelo que há todo um clima interessante na arquitetura e na decoração do lugar. Vistas lindas do alto do morro. Quartos charmosos e confortáveis, com alguns banheiros um pouco pequenos, mas nada que comprometa. Um restaurante simpático que atende bem café da manhã e jantar. Pontos fracos: o castelo é bem isolado. Fica na cidade praticamente “fantasma” de Curiel de Duero e a cidade mais próxima, Peñafiel, fica a pouco mais de 6 km. E só lá você vai achar restaurantes, lojas, farmácia. Ou seja, é preciso pegar o carro ou andar bastante a pé, sendo que a volta é uma subida íngreme.

Outro hotel muito bacana na região fica em Peñafiel e pertence à vinícola Pesquera. Visitamos o  Pesquera AF Hotel e gostamos muito da localização, do ar moderno, dos quartos decorados com objetos de design  e das boas opções de restaurantes e bares no local.

Restaurantes

Em Peñafiel almoçamos no Molino de Palacios, um dos mais tradicionais da cidade, com suas paredes de pedra, mesas rústicas e o forno à lenha perfumando o ambiente. A especialidade da casa, o cordero lechal al horno de leña  (cordeiro-mamão assado no forno a lenha) estava excelente. Foi o melhor custo-benefício em Ribera del Duero.  Também gostamos do El Bodegon de Mario (Calle Derecha al Salvador, 14), onde o próprio Mario e sua família cozinham (tudo uma delícia) e servem as mesas. O Mario é uma figura. Tocou corneta, fez discurso e brindou conosco 😉

Almoçamos muito bem na cidade de Burgos, no restaurante Landa, que fica no hotel do mesmo nome. Restaurante com jeitão de casa de fazenda, com várias salas decoradas como uma sala de jantar de casa mesmo, e que serve pratos tradicionais preparados em forno a lenha. A comida é muito boa. Fomos na tradicional terrina de cordero lechal e de entrada provamos as morcillas, deliciosas. A sobremesa, mil hojas, foi uma das melhores da viagem.

Jantamos um dia na bodega do Pesquera AF Hotel. O hotel é lindo e oferece três ambientes distintos para comer e beber. Tem um restaurante mais formal, um bar informal ao lado da recepção (com mesinhas e uma mesona comunitária, onde petiscamos e provamos os vinhos Pesquera em taças após voltarmos da visita a esta vinícola) e um bar/bodega bem bacaninha no subsolo, que fica animado nos finais de semana.

Passeios

Peñafiel

A maior cidade da região é Valladolid, mas Peñafiel é considerada a ‘capital’ de Ribera del Duero, especialmente pelas suas atrações e por ser sede de grandes vinícolas como a Pesquero e a Protos. Uma cidadezinha nos moldes de muitas que vimos na região: ruas estreitas,  pouco movimento de pessoas. Mas vale a visita. A Plaza de Toros é bem interessante, pois assim como ocorre em Pamplona, aqui também a corrida de toros (ou tourada) acontece em plena praça e nas ruas da cidade. As casas em volta da praça têm barras de madeira nas portas de entrada, para impedir a entrada dos touros 😉

O Castillo de Peñafiel é outra atração bacana na cidade, especialmente pelas curiosidades que o envolvem, começando pelo formato de um barco. Faça o tour guiado, vale a pena ouvir sobre a história e como era a rotina do lugar. Em seguida, visite lá mesmo o Museo Provincial del Vino. Ah! Não deixe de olhar de cima das muralhas para baixo do morro e procurar umas chaminés que parecem sair de dentro da terra. Saem mesmo. São os respiradouros da bodega Protos. Se for depois visitar esta bodega, vai lembrar deles e vê-los por outro ângulo.

Burgos

Burgos é uma cidade maior, com mais movimento, e é gostoso andar pelas ruas e praças e descobrir pequenas igrejas e casas antigas.  O Paseo del Espolón, uma alameda larga e arborizada que liga o Arco de Santa Maria ao Teatro, é um charme. Nesta época do ano, os galhos e ramas dos plátanos ali plantados se entrecruzam, formando um túnel, lindo de ver. A Catedral de Burgos é imponente e interessante, vale muito a visita.

 

 

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Quando o pessoal que viajaria conosco resolveu agendar este programa para nossa primeira noite com todos em Madri, confesso que fiquei ressabiada. Imediatamente visualizei cinco cocares. 😉  Lembrei-me de um show de tango em Buenos Aires, que não foi ruim, mas ao qual assistimos  com mais gente do que caberia no novo Maracanã e mal vimos os dançarinos.

O que é um Tablado Flamenco?

Um tablado, ou tablao, é um local onde se toca, dança e canta flamenco. De acordo com a Wikipedia, o tablao é a “versão século XX” dos cabarés, um lugar onde se pode comer, beber e assistir a um show de flamenco, que acontece em um tablado alto em frente às mesas.

Procurei referências sobre o flamenco no Flamenco-World e no Flamenco-Brasil. Podemos dizer que o flamenco é uma arte que engloba a dança, o canto e a música do violão, chamado guitarra flamenca. Surgiu na região da Andaluzia, sul da Espanha, e é considerada uma arte popular que mescla elementos dos povos que circulavam na região no século XVIII: ciganos, árabes, judeus, cristãos e africanos. Muita gente acredita que a arte do flamenco é eminentemente cigana e que sua carga emocional de gestos, feições de rosto e lamentos é uma herança do sofrimento pelo que passou este povo, sempre a procura de um lugar no mundo. Há quem diga, ainda, que o flamenco é muito mais do que um estilo musical. Ele tem sua própria língua, tradições e normas sociais. É uma forma de vida, um modo de existência diária de perceber e interpretar.

Como assistir a um Tablado Flamenco em Madri?

Há algumas boas opções de Tablado Flamenco em Madri, como o Cardamomo e o Torres Bermejas, mas escolhemos  o Corral de La Moreria, recomendado por um amigo. O Corral de La Moreria tinha também boas avaliações em sites de viagem. O ideal é  reservar um local com o combo jantar completo + show de Tablado Flamenco. Assim que o jantar termina começa a apresentação. Algumas mesas atrasam e infelizmente durante o show os garçons circulam para terminar de servir as mesas. Mas nada que atrapalhe. No Corral de La Moreria a comida era bem boa e o serviço atencioso, tudo organizado e funcionando bem. É recomendável fazer uma reserva prévia e na maioria dos casos é necessário pagar uma parte do valor para garantir esta reserva. O Corral de La Moreria estava completamente lotado quando estivemos lá.

Como é o show do Tablado Flamenco?

O que assistimos tinha três violões e um instrumento de percussão, mais os quatro cantores, que além de cantar ditam o ritmo batendo palmas. Eram dois trios de bailarinas, mais uma bailarina  e um bailarino que dançavam sozinhos. A música é de altíssima qualidade, lindos solos de violão, muitas vezes improvisados. Em duas ocasiões um dos músicos sentou-se em um banquinho e disse que tocaria uma composição sua.  É incrível sentir a emoção na música, no canto e na dança;  estar perto dos bailarinos e ver suas feições contorcidas pelo esforço e cansaço da dança, bem como pela emoção que passam. Nós tivemos uma palhinha extra, que acredito não estava no script. Uma das dançarinas, em um intervalo, foi para o camarim e lá começou a brigar com o percursionista. As mesas de trás do restaurante ouviram parte da briga dos namorados. Ela voltou para outra dança e começou a chorar, lágrimas escorrendo pelo rosto…

Um dos nossos amigos, casal espanhol que mora em Madri, nunca tinha ido a um show turístico de Tablado Flamenco. Adoraram o show do Corral de La Moreria e acharam-no bastante autêntico.

Para quem gosta de boa música, para quem gosta de dança, é imperdível.  Ganha cinco estrelas e não cinco cocares 😉

 

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Resolvemos encarar novas experiências gastronômicas em Madri. Assim, além dos mercados que já tínhamos visitado e aproveitado, fomos à Cava Baja e ao Gourmet Experience do El Corte Ingles. Conto mais sobre estes lugares aqui. Fora isto, na quase semana que ficamos em Madri, foram dois os jantares memoráveis.

Cañadio

O primeiro deles no Cañadio, filial madrilenha do restaurante de Santander de Paco Quirós y Teresa Monteoliva. Aberta em 2011, quando Paco e Teresa se juntaram aos jovens cozinheiros Beatriz Fernández e Jesús Alonsocom quem já haviam trabalhado no Cañadío Santander, a filial de Madri tem uma cozinha de autor, criativa, mas com inspiração nos pratos históricos da cozinha basca da matriz. Detalhe curioso: éramos os únicos turistas. Na cola do Sandro, que além desta deu muitas dicas bacanas de Madri, fomos de Huevo Homenaje Ca`Sento con Foie de entrada, Merluza Rebozada en Lomos con Pimientos Rojos Asados de prato principal e Tarta de Queso de sobremesa.  O prato principal estava gostoso, mas a entrada e a sobremesa divinos. Ficar no balcão ou nas pequenas mesinhas da entrada também é uma delícia, com os pintxos super caprichados e gostosos. Valeu Sandro 🙂

DiverXo

O outro jantar foi no DiverXo do chef David Muñoz, onde já tínhamos tentado ir em outra oportunidade. Seguimos a recomendação do Edu Luz e valeu à beça. Sim, é daqueles restaurante super moderninhos, que oferecem apenas menus-degustação e que faz parte do time dos estrelados do guia Michelin. Onde cada prato é uma surpresa, e um flash 😀 Modernices à parte, foi uma noite muito bacana com serviço super atencioso, pessoal profissional e mão na massa na cozinha, comida surpreendente e de qualidade consistente. Lá ainda tomamos o melhor vinho branco de toda a viagem, o Chardonnay Macabeo Cérvoles Blanc. Escolhido assim pois a maioria dos pratos tinha peixes e frutos do mar na sua composição. A equipe do restaurante enviou-me posteriormente o menu com a descrição de tudo o que comemos. Destaque para a merluza, os mejillones e o salmonete.

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Desta vez pulamos os mercados. São bacanas, mas queríamos novidades.

Assim, elegemos duas experiências diferentes para aproveitar a gastronomia de Madri: a tradicional Cava Baja e o novo Gourmet Experience do El Corte Ingles.

Cava Baja

Fazia meses, senão anos, que guardava na minha pasta de recortes de viagem uma crônica do André Barcinski para o suplemento Folha Comida, na qual ele fala da Cava Baja. Desde então queríamos voltar a Madri para tapear por esta rua só de bares e restaurantes, conhecidos pelos seus tapas. A ideia era seguir o hábito madrilenho de ir de bar em bar, provando um tapa e bebendo uma taça de vinho em cada lugar. Juntei as dicas da crônica do André com as do Sandro e montei o roteiro. Na hora de sair do hotel, contamos aonde íamos ao casal de amigos brasileiros-espanhóis que  viajariam com a gente: “-Tem certeza que querem mesmo ir à Cava Baja? Cuidado para não escorregar nas cascas de camarão.” Como assim? “-É que as pessoas vão descascando os camarões para comer e vão jogando as cascas no chão…” Confesso que fiquei frustrada depois por não achar uma casca de camarão sequer no chão para contar história: a Cava Baja não é mais a mesma de outros tempos. 😀

Pelo nosso roteiro iríamos a pelo menos quatro bares, se aguentássemos o tranco, mais alguns. Era uma quarta-feira e como turistas aplicados chegamos cedo, por volta das 21h (sim, cedo!). Começamos o tour pelo Juana La Loca (Plaza Puerta de Moros, 4) onde provamos a famosa tortilla de patata con cebolla caramelizada e o huevo trufado a baja temperatura, ambos deliciosos. Conseguimos sentar em uma mesa no fundo do restaurante, com o maior conforto. Mas a aventura estava apenas começando. Seguimos para a Casa Lucio (Cava Baja, 36), onde não pedimos os famosos Los Huevos de Lucio mas sim um Pulpo Braseado, que cobiçamos do vizinho de balcão. Desta vez de pé mesmo ao ritmo dos madrilenhos. Resistimos à tentação de pedir mais alguma coisa e saímos em busca do La Concha (Cava Baja, 7), que tinha sido o preferido do Sandro. O La Concha foi o lugar perfeito para quebrar o clima turístico. Lá, um microbalcão e só locais, trilha sonora roqueira muito boa e ótimos vinhos. Um oásis no meio dos bares lotados e barulhentos. Ficamos nos tapas de jamon serrano e de bacalao ahumado e seguimos em frente.

Por volta das 22h30 a rua estava absolutamente lotada de turistas e locais. E ainda faltava um dos locais escolhidos, a Casa Lucas (Cava Baja, 30). Não me perguntem porque deixamos este, um dos mais conhecidos do pedaço, para o fim. Só sei que tivemos que nos espremer no meio de um mar de gente para entrar, depois nadar por este mar de gente até um cantinho do balcão, onde pedimos nossas  croquetas e o pintxo caliente ‘Madrid’ com ovos, morcilla e tomate. Logo fomos expulsos deste cantinho, que obviamente era passagem dos garçons. Comemos em pé, espremidíssimos, segurando com nossas oito (!) mãos os pratinhos e as taças de vinho.  E jogamos a toalha. Ficou faltando conhecer outros bares recomendados na Cava Baja, como o La Chata (Cava Baja, 24), o Perejila (Cava Baja, 25) e o Tempranillo (Cava Baja, 38).

Afinal, vale a experiência sociológica-gastronômica? Sem dúvida 😀 Descobrimos que se come muito bem nesta bagunça toda. Só é preciso um pouco de pesquisa, muita fome, muita disposição, um bom fígado e alguma coragem.

A verdade é que esta é justamente daquelas experiências de quebrar paradigmas que uma viagem oferece. Neste programa, fizemos muitas coisas que jamais faríamos em casa: sair para comer tarde, comer de pé, comer em lugares totalmente lotados. A Cava Baja é solo para los fuertes, mas saímos de lá rindo muito, de barriga cheia e de alma descansada 😀

Gourmet Experience

É fácil confundir as lojas do El Corte Ingles em Madri. Assim, se precisar, pergunte pelo El Corte Ingles da Callao. Pegue o elevador e vá direto ao 9º andar. Lá, a surpresa: além do tradicional e incrível setor de bebidas e comidas gourmets, um corredor de dez pequenos ‘restaurantes-expressos’ onde pode se provar muita coisa diferente. Ao lado, mesas e balcões dando para grandes janelas, com muita luz natural, de onde se descortina a cidade de Madri. Há também uma varanda bem gostosa, que infelizmente estava fechada por causa do mau tempo. O Gourmet Experience é, assim, uma pequena, fechada e chique Cava Baja, onde na hora do almoço e do jantar dezenas de pessoas aproveitam para comer e jogar conversa fora. O horário é mais flexível do que o da loja em si, fechando à meia-noite de segunda a domingo.

Há desde comida tradicional espanhola até comida mexicana e um oyster bar, terminando com os doces e o ótimo café da Harina ou o famoso sorvete italiano Armorino (prove o de Speculoos, imperdível). Se não quiser almoçar, vale pedir apenas uma taça de vinho e uma porção de jamon serrano e queso manchego e sentar para descansar um pouco.

 

Seguindo a sugestão do Sandro, e curiosos depois de termos jantado muitíssimo bem no DiverXo, escolhemos o StreetXo, que é a ‘comida de rua’ (neste caso, a rua é o corredor do Gourmet Experience) do chef David Muñoz do mesmo restaurante. O mais bacana deste ‘restaurante-expresso’ é que ele replica de fato um carrinho ou quiosque de comida de rua, onde os chefs cozinham tudo ali mesmo, na hora, a pedido do cliente, ao som de rock&roll. São poucos pratos e tudo de rápido preparo, mas tudo delicioso. Meu pulpo braseado foi flambado numa wok imensa, um espetáculo à parte. Nas costas do chef, o lema, no limits 😉

Semana que vem, um pouco dos restaurantes onde comemos bem e fomos felizes em Madri. Até lá 😉

 

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Fazia tempo que eu tinha vontade de fazer este passeio turístico a bordo de um Segway.  Imaginem conhecer uma cidade assim, quase a pé, em contato próximo com as pessoas e os pequenos detalhes da vida da cidade, mas podendo percorrer longas distâncias em menos tempo. Perfeito, né? 😀

Enfim, com alguns dias livres em Madri, cidade que já conhecíamos, lá fomos nós. Agendamos o passeio pela internet no site da Madsegs e pagamos 30% de sinal (15 euros, através do Paypal) para garantir a reserva. Pagamos no total 65 euros, incluindo o passeio de 3 horas, um café ou outra bebida e um CD com fotos do passeio.  Escolhemos esta empresa porque estava bem avaliada em sites de viagem, mas há outras que também fazem este tour na cidade, como a Segway Madrid e a Madrid-Segway.

 

 

Valeu a pena, é uma delícia juntar a emoção do ‘ride’ com a experiência turística. Nós recomendamos. Porém, para quem ainda tem dúvidas, segue um mini-FAQ para terminar de convencê-los 😉

SERÁ QUE ESTE PASSEIO É  PRA MIM?

Sim 🙂 Não fique acanhado achando que é muito baixo/muito alto/muito gordo/muito magro/muito novo/muito velho para passear de Segway. Ele é bem democrático pois é fácil de manejar, seguro e bastante intuitivo. Normalmente, a idade limite para dirigir o Segway é de 12 anos, mas há exceções. Nosso tour em Madri aceitava crianças a partir de 8 anos, desde que acompanhadas pelos pais. A única restrição é ter no mínimo 45 e no máximo 118 kg.

SERÁ QUE CONSIGO MESMO ANDAR NESTE NEGÓCIO?

Consegue sim 🙂  O legal deste meio de transporte é que ele é muito intuitivo: de pé no estribo, com as mãos no guidão, se você inclinar o corpo para frente ele vai para frente; se inclinar o corpo para trás, ele dá ré.  Se ficar parado, ele para. Para virar à esquerda ou à direita é a mesma coisa. basta mexer o guidão para um lado ou para o outro. Quanto maior a inclinação, maior a velocidade. O Segway tem 3 velocidades, ou seja, um iniciante não vai conseguir andar muito rápido até ter maior controle do bichinho e poder assim mudar de nível.  De verdade, é facílimo pegar o jeito, e isto vale para praticamente todo mundo. O Segway é um meio de transporte ‘limpo’ (movido à bateria ou energia elétrica), seguro, fácil de manejar… mas ainda muito caro.  E deve ser por isto que não tem, ainda, um montão de Segways andando por aí 😉

COM QUE ROUPA VOU E O QUE EU LEVO?

Meu conselho: vá de roupa confortável e sapato baixo e leve algo para se proteger do vento e do sol. Assim, não esqueça o protetor solar e pelo menos um casaquinho impermeável leve, ou luvas e cachecol se estiver frio. Afinal, são horas de exposição ao sol e ao calor ou ao frio e ao vento. Dá para levar a máquina fotográfica e andar de Segway com ela pendurada no pescoço, mas o ideal é deixar a máquina em uma mochila nas costas e usá-la nas paradas. O guia normalmente tem uma boa máquina fotográfica e tira fotos que podem ser depois gravadas em um CD ou pendrive. Na maioria dos lugares é obrigatório o uso do capacete. Em Madri, era opcional.

EU ME ANIMEI, ONDE POSSO FAZER ESTE PASSEIO?

Há várias cidades nos EUA e algumas na Europa onde é possível fazer um tour de Segway. Entre elas Chicago, Washington DC, São Francisco, Orlando, Dallas e New Orleans. E Madri, Lisboa, Roma, Berlim e Viena. É aconselhável sempre reservar o tour com antecedência, já que normalmente os lugares são limitados, especialmente no verão.

E uma última mas não menos importante notícia:  já existem passeios de Segway no Brasil. A Segway Tour Porto Alegre faz passeios nesta cidade e a Segway Tours Curitiba também tem passeios, que por ora estão suspensos.  Uma pesquisa na internet mostrou que a empresa SG Tour Brasil loca os Segways para publicidade mas ainda não oferece detalhes de passeios, locais e preços.

Na sua próxima viagem, se for para algum destes lugares e tiver uma manhã ou tarde livre, aproveite para ter esta experiência, é muito bacana!

Se quiser ler mais a respeito dos tours em Segways, o Edu Luz e a Nat e o Fred têm estes posts bacanas sobre o assunto: DCPV em Madri, DCPV em Barcelona, DCPV em Orlando e Sundaycooks em Chicago.

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Já falei neste post que meus filhos hoje são ‘quase adolescentes’ e os programas em viagens mudaram um pouco. E foi justamente o que aconteceu em Madri.

Enquanto Barcelona é uma cidade menor, mais plana e mais fácil de caminhar e tem muitas atrações interessantes para um público mais infantil, Madri é mais ‘espalhada’ e não tem o trio ‘aquário-zoológico-parque de diversões’.  Assim, o forte aqui foi mesmo a inserção na cultura local: os meninos provaram comidas novas, bateram papo em ‘portunhol’ com os taxistas e fizeram suas comprinhas de souvenirs e camisetas do Real Madrid por conta própria, tentando se fazer entender. Foi muito bacana vê-los em ação 🙂

Enfim, fizemos programas variados em Madri, misturando comida, futebol, cultura e até passeio de bicicleta no parque para quebrar um pouco o ritmo da viagem.

Museus

Fomos a três museus, o Museo Nacional del Prado, o Museo Thyssen-Bornemisza e o Museo Reina Sofia. Seguimos as regras de visitas a museus com crianças e deixamos um museu para cada dia, ficando poucas horas (no máximo duas) em cada um deles. Também procuramos fazer um planejamento para que o roteiro não ficasse cansativo e abrangesse o que mais chamaria a atenção dos meninos. O Thyssen é menos interessante para crianças  e pode ser deixado de lado. No Museu do Prado seguimos o roteiro do Guia do Museu do Prado da Patricia do Turomaquia e isto fez a diferença. No Reina Sofia, procuramos ver os Dalis, Matisses e Mirós e em especial o Guernica e os demais estudos do quadro feitos pelo Picasso. Na mesma sala dos estudos, há um vídeo que mostra a guerra in loco e ilustra bem a realidade que levou Picasso a realizar estas obras. Foi a parte que eles mais gostaram (e nós também!).

Passeio a pé com cultura e gastronomia

Fomos de metrô até o Palacio Real e de lá viemos andando até o hotel, que ficava próximo ao Museu do Prado. Os meninos gostaram do Palacio Real, que mostra bem como vivia a realeza da época. Visitamos a Catedral de la Almudena (nada especial, nem vale a pena entrar) em frente e viemos caminhando pela Calle Mayor até o Mercado de San Miguel, onde almoçamos. Em seguida passeamos pela Plaza Mayor, onde os artistas de rua (na realidade tristes palhaços toscos, mas eles curtiram :-)) distraíram os meninos. Fomos à Chocolateria San Gines tomar chocolate quente com churros e continuamos andando até a Puerta del Sol, outra praça com artistas de rua, onde está a estátua d’ El Oso y el Madroño (O Urso e o Arbusto). De lá, entre uma loja e outra de souvenirs, viemos caminhando pela Calle de Alcalá até o hotel. Infelizmente deixamos de ver o Monasterio de las Descalzas Reales, que fica a um quarteirão da San Gines. Vale mais a pena deixar de lado a Catedral de la Almudena e fazer este passeio no lugar dela.

Passeio de bicicleta

Ao redor do Parque del Retiro há diversos pontos de aluguel de bicicletas. Nós alugamos as nossas no quiosque da Urban Biking no posto de gasolina no Paseo de la Infanta Isabel, bem próximo da estação de metrô do mesmo nome e da estação de trem Atocha. As bicicletas são novas e estão em boas condições, só que neste local não há bicicletas infantis, apenas cadeirinhas para acoplar nas bicicletas de adultos, para crianças bem pequenas. Do posto de gasolina tem uma pequena mas íngreme subida até a entrada do parque, onde é gostoso passear. No centro do parque tem um lago onde há patos e peixes e dá para alugar um barquinho a remo e passear um pouco.

Estádio de futebol do Real Madrid

O tour pelo estádio Santiago Bernabéu, do Real Madrid, não podia faltar. O museu é incrível! Há painéis que contam o a história do time, fotos de todos os jogadores do Real Madrid até hoje, todos os uniformes usados, os troféus que o clube ganhou, as chuteiras dos jogadores. O tour também passa pela tribuna de honra, pelas salas de imprensa, pelos vestiários dos jogadores e até ao lado do campo, onde as crianças puderam inclusive sentar no banco de reservas 🙂 Não precisa nem dizer que eles adoraram!

 

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Viajamos a Madri com os filhos e o foco não foram os restaurantes descolados. De mais a mais, acabamos indo ao Botín, dito restaurante mais antigo do mundo, lugar cheio de tradição mas com serviço e comida fracos. Dos outros  salvou-se o Puerto Rico, restaurante com comida caseira muito boa e preço maravilhoso, dica excelente da viajante gourmet @carmemsil. E o Lamucca de Prado, um  moderninho com comida gostosa e preço razoável.

No fim, as experiências gastronômicas mais bacanas da viagem ficaram mesmo por conta dos mercados, tanto o de San Miguel como o de San Antón. Programas imperdíveis em Madri, por várias razões 🙂

Primeiro, porque a comida é variada e de qualidade, com preços muito simpáticos. Pelo mesmo valor de uma paella ou um menu executivo em um restaurante turístico, dá pra comer muito bem nos mercados. Para se ter uma ideia, comi no San Antón um creme de verduras com ‘farofinha’ de jamon iberico, duas almôndegas de pato com molho e torradas, mais um mini-hamburguinho de pato com queijo de cabra e cebolas carameladas, acompanhado de uma taça de vinho branco. Tudo pequeno, mas substancioso e super saboroso, por 10 euros. Para quem gosta, tem muitas opções de vinhos vendidos por taça, o que torna o programa mais interessante ainda.

Segundo, porque nos mercados também estão à venda carnes, peixes, massas, frutas e vinhos e dá pra ver/conhecer coisas novas e comprar guloseimas para levar para casa. Ou para o hotel mesmo, como nós fizemos com cerejas fresquíssimas 🙂

Por último, porque pela primeira vez em viagens com os filhos sentimos que eles curtiram provar comidas novas e não ficar só nos hamburgueres, cachorros-quentes ou filés com fritas. Comer também é um processo de inserção na cultura local e foi muito bacana vê-los aproveitando tanto o programa como nós aproveitamos!

Mas os mercados têm seus inconvenientes e requerem uma certa estratégia de ocupação. 

Gosto de dizer que os mercados de Madri são só para os fortes 🙂 Isto porque há pouquíssimos lugares para se sentar. O espanhol come de bocadinhos e de pé mesmo numa boa, muito diferente da gente, principalmente com crianças. Assim, para sua ida ao mercado ser um sucesso o ideal é primeiro fugir dos horários de pico – ou seja, almoçar ao meio-dia ou então depois das três da tarde. Ou então jantar cedo, por volta das sete da noite.

A segunda recomendação é, assim que chegar ao mercado, procurar um canto e alguns banquinhos e reservar seu lugar. Com isto dá pra ir revezando, enquanto uns ‘guardam’ os lugares os outros vão à procura das comidas, e assim vai. Demos um dinheiro para os meninos e eles amaram sair pelo mercado pedindo e provando comidas diferentes. É tudo fácil e de bocadinhos. E se viraram na língua espanhola e nos trocos, o que foi muito legal!

Como é o Mercado de San Miguel

O San Miguel está localizado bem no buchicho, vizinho à Plaza Mayor. O local é um galpão reformado, bonito e charmoso, mas bastante apertado e cheio. É bem turístico  (por acaso o lugar em Madri onde tinha mais brasileiros além do estádio do Real Madrid!) mas vale a pena visitá-lo e comer por lá. Gostamos muito dos montaditos, das tapas de frutos do mar, das croquetas e do jamon iberico em lascas, vendido num envelope de papel. Vale a pena provar os vinhos e espumantes.  Tem até uma pequena livraria para sapear 🙂

Como é o Mercado de San Antón

O San Antón é diferente do San Miguel. Muito mais locais que turistas, para começar. Mais afastado do buchicho. Mais espaçoso, mas menos charmoso. Tem dois andares, no primeiro quase só bancas de carnes, peixes, frango, frutas e verduras. No segundo piso, subindo a escada rolante, uma sucessão de lugarzinhos que vendem comida japonesa, comida grega, frutos do mar, massas, ostras fresquíssimas, tapas e vinhos. Ao longo do vão livre de onde se vê o andar de baixo, um balcão comprido com banquinhos. Mais espaçoso que o San Miguel, mas ainda com poucos lugares para sentar.

 O bacana dos mercados é que ficam abertos todos os dias, das dez da manhã à meia-noite, sendo que o San Miguel vai até às duas da manhã às quintas, sextas e sábados.

De qual gostei mais? Qual escolher? Os dois 😀

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Antes de começar a falar das atrações e do nosso roteiro turístico pela cidade de Barcelona, umas poucas palavrinhas…

Já fiz vários posts de viagens para crianças aqui no blog. Porém, na hora de fazer o de Barcelona, pensei cá comigo que talvez seria melhor dizer “Barcelona para quase adolescentes”. Meus filhos cresceram 🙂

Por que digo isto? Porque pela primeira vez em viagem percebemos que o Bruno e o Theo, com 13 e 9 anos respectivamente, começaram a curtir programas diferentes, como provar comidas novas ou andar a esmo pela cidade observando pessoas, paisagens, arquitetura e arte. Claro que para eles – que ainda são crianças! – o melhor programa disparado em Barcelona foi assistir o jogo do Barça contra o Valencia em Camp Nou. Mas desta vez fizemos muito mais programas culturais, como o circuito Gaudi e o Museu Picasso – em detrimento de programas mais infantis que teríamos escolhido há alguns anos,  como o zoológico e o aquário.

Assim, este post fala do roteiro que nós fizemos, adequado a meninos adolescentes. Com sugestões e observações para quem tem filhos menores e quer incluir opções mais infantis na visita à Barcelona.

De mais a mais, Barcelona é uma cidade excelente para levar crianças. Das cidades europeias onde estivemos, acho que só perde para Londres e Paris mesmo.

O que fizemos em Barcelona

Circuito Gaudí

Uma das características mais marcantes de Barcelona é sem dúvida a arquitetura do Gaudí. Ela está presente principalmente na igreja da Sagrada Família, no Parc Güell, na casa Batlló e na Casa Milá. De cara nos causa estranheza, pelo exagero de formas e cores e excesso de informações, mas nada como um passeio guiado pelas principais obras do Gaudí para sentir sua genialidade e se apaixonar pelos seus trabalhos.

Sim, o cara era genial. Pois é fácil perceber que as realizações no mundo da arte, da arquitetura, da gastronomia e outros são quase sempre inspirados em referências passadas. Aí, de vez em quando, aparece alguém que realmente cria algo novo, inédito. Este foi o Gaudí. Um arquiteto que naquela época começou a praticar a sustentabilidade, usando cacos de louças para decorar suas peças; que criou apartamentos funcionais que economizavam energia. E que fez os móveis de madeira mais confortáveis que já vi. Tudo prático, funcional e a cereja do bolo: lúdico 🙂

Sagrada Família

Adoramos esta igreja, e as crianças também. Depois de ter visitado muitas igrejas góticas pelo mundo, é imperdível ver como Gaudí transformou este estilo. A leveza, a sustentação das colunas internas como árvores com galhos e folhas, a iluminação natural e abundante, as esculturas expressivas, tudo bárbaro 🙂 Faça o tour com o áudio-guia que fica muito mais interessante.

Casa Milà (ou La Pedrera)

O bacana aqui é que havia um áudio-guia em português e até um especial para as crianças, que apontava curiosidades do interesse deles. O Theo adorou!

Casa Batlló

Assim como na Casa Milà, havia um áudio-guia em português e até um especial para as crianças. A concepção toda da casa como o fundo do mar encanta as crianças (e os adultos também) 🙂

OBS. Bem ao lado da Casa Milà, tem uma loja bacana com coisas de casa, brinquedos, móveis e objetos de decoração de design, a Vinçon, vale uma paradinha.

Parc guell

O parque nos decepcionou um pouco. Mas a Casa Museu Gaudí tem os móveis do Gaudì e dentro do parque (poucas) escultoras interessantes. Vá mesmo se seus filhos forem pequenos, se o tempo estiver bom se e você quiser fazer um piquenique por lá.

Barrio Gotico e Museu Picasso

Ruas estreitas como a carrer del Bisbe com suas gárgulas e a ‘ponte dos suspiros’, cheias de lojinhas gourmet e de souvenirs;  a bonita Plaça Réial com suas palmeiras, a Plaça Saint Jaume, a Plaça del Rey bem medieval, as ruínas romanas de uma muralha na carrer de la Tapineria, a Catedral de Barcelona (ou Basilica de Santa Eulàlia), o Museu Picasso.

O bairro gótico é uma delícia para caminhar e tem surpresas pelo caminho, como a loja de mágicas El Rey de la Magia e a Papabubble, que faz balas de todos os tipos, na hora. Mas o Museu Picasso foi o ponto alto deste passeio. Reservamos o tour guiado em inglês, que acontece somente aos domingos às 11h e valeu a pena. Você foge das filas e faz um tour que conta a história do começo da carreira do Picasso através de suas obras, culminando com a pintura “As Meninas” e os estudos deste quadro. O tour não é longo e não cansa as crianças, os meninos gostaram muito.

Se ainda sobrou tempo, dê um pulinho no Museu de Xocolata.

Las Ramblas e Mercado de La Boqueria

Las Ramblas nada mais são que duas avenidas largas com um canteiro central igualmente largo, que liga o centro da cidade à beira do mar e onde dá para andar a pé e observar um pouco da vida  turística 😀 de Barcelona. Achamos o Barrio Gotico mais interessante, mas Las Ramblas tem um passeio imperdível: o mercado de Sant Josep, ou simplesmente La Boqueria. Eu adoro mercados e procuro visitá-los em todos lugares onde vou, mas este foi o mercado mais legal onde já fui até hoje! E as crianças adoraram ver os diferentes animais marinhos e as partes de bichos como cabeças de carneiro, porquinhos inteiros, etc. E se deliciaram como os sucos e com as barracas de doces, fantásticas.

Castelo de Montjuic e Refugio 307

O castelo de Montjuic é uma fortificação antiga no alto de uma colina e o barato para as crianças é subir de teleférico, o que dá uma boa quebrada nos passeios culturais. Lá em cima, uma bela vista da cidade. Ao pé do morro, no começo da carrer Nou de La Rambla, fica o Refugio 307, passeio interessante para os mais velhos. Agendamos um tour (só existe em espanhol) e visitamos este abrigo construído pela população do bairro de Poble Sec para proteção contra os ataques aéreos durante a Guerra Civil Espanhola. O passeio dura uma hora e o túnel não é longo, mas vale pela explicação sobre a guerra e sobre o comportamento da população na época. O filho mais velho gostou, o menor não 🙂

Últimas observações

Viajamos no inverno e estava frio para andar à beira do mar. Se o clima ajudar, há boas opções de passeios para crianças nesta área. É legal caminhar pela Barceloneta, pelo Porto Olímpico e eventualmente visitar o Aquàrium e o Museu Marítim. O Parc Zoològic, um pouco mais longe da praia, é outro bom passeio.

Por fim, outra opção bacana para quem não vai no inverno é o Parc d’Atraccions de Tibidabo, um parque de diversões à moda antiga que pode agradar bastante aos pequenos. Fica um pouco longe da cidade, há mais ou menos 12 km das Ramblas, mas pode ser outro bom programa de dia inteiro para quebrar os passeios culturais na cidade. Curiosidade: as cenas do filme “Vicky Cristina Barcelona”  em um parque de diversões foram feitas aqui 🙂

 

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Já falei neste blog de outros mercados e feiras pelo mundo, uma das minhas paixões em viagens. Mas tenho que dizer que o Mercat Saint Josep, ou simplesmente La Boqueria – um lugar que estava na minha bucket list gastronômica 🙂 – foi o mercado mais legal que já visitei até hoje.

 

 

La Boqueria fica nas Ramblas. Um galpão térreo  enorme, com uma variedade imensa de itens que vão de carnes, frangos, peixes e frutos do mar até temperos, presuntos e outros embutidos, queijos, cogumelos, azeites, azeitonas, conservas, legumes e verduras, sucos, frutas, frutos secos, chocolates e doces.

 

Como Barcelona é uma cidade costeira, há uma variedade absurda de frutos do mar diferentes, muitos dos quais eu nunca tinha ouvido falar. As bancas de peixes e frutos do mar são bastante numerosas e ficam bem no centro do mercado, em um grande círculo e ao redor dele. Acho que este foi o ponto alto do passeio.

 

Outra atração foram as carnes nos açougues. Cabeças de carneiros, leitões inteiros, miúdos (e graúdos) 🙂 de assustar.

 

Os onipresentes jamons ibericos 🙂

 

Frutas lindas!

 

Sucos fresquíssimos e deliciosos.

 

Chocolates de muito boa qualidade e doces variados, entre os quais gostei muito do turrón de yema quemada, uma espécie de torrone de creme brulée. Outros doces maravilhosos eram as  geleias tipo bala de goma de frutas e bebidas.

 

Dá para comer dentro do próprio mercado, mas como sempre nos mercados espanhóis há muita gente e poucos lugares para sentar.  Se você encara este esquema, dê um pulo no Pinotxo e prove tapas deliciosas. Ou vá em horários mais alternativos, como antes do meio-dia ou após às 3 da tarde.

Estivemos no La Boqueria no Carnaval e quase todas as barracas do mercado estavam enfeitadas e seus funcionários fantasiados para a festa 🙂

 

Programão, para todas as idades.

 

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