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Um espaço ao ar livre, na beira-mar, com chão de areia. Uma profusão de barracas coloridas. Numa primeira vista, o Mistura lembra uma feira do interior. Daquelas que têm barraquinhas de comida e tiro ao alvo. Mas a relevância do evento e da sua proposta logo ficam claros.  O Mistura é muito mais do que uma simples feira de comidas. Organizado pela Apega, a Sociedade Peruana de Gastronomia, nele se concentram cozinheiros, produtores e representantes da gastronomia de várias partes do país.

O festival é a mais perfeita tradução dos objetivos da Apega, que procura fomentar a identidade cultural da cozinha peruana, incentivar os pequenos produtores e a inserção dos produtos locais na cadeia gastronômica e promover a formação de novos profissionais comprometidos com estas causas.

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Por outro lado, quem imagina que o Mistura é puro glamour, também se engana.  O Mistura é, na realidade, um festival gastronômico feito em boa parte com a contribuição do povo. E para o povo. Aí que está a genialidade da coisa. São comidas dos mais variados cantos do país e  a gente encontra autenticidade, variedade, qualidade, novidade e preço acessível. Tudo isto com uma organização e limpeza invejáveis.

Para mim, o Mistura deu até um baile no Taste of Chicago, considerado o maior festival gastronômico do mundo. No Taste of Chicago, por exemplo, as barracas não obedecem uma ordem lógica, o que torna mais difícil achar as comidas. Não há um mercado com produtos locais e nem muitos espaços confortáveis para sentar e comer, como no Mistura.

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Como funciona o Mistura

Para entrar é preciso comprar ingressos, que custam cerca de R$15 e são vendidos na hora na Portaria 1 ou pelo site do Mistura.

É possível ir ao Mistura de ônibus, carro ou táxi. O site do evento explica em detalhes como usar cada meio de transporte.

O Mistura funciona anualmente, durante 10 dias corridos, sempre no mês de setembro. Abre às 11h da manhã e fecha às 22h de segunda a quinta e às 23h de sexta a domingo.

Praticamente todas as barracas do Mistura aceitam apenas fichas, adquiridas dentro do próprio local do evento. A exceção é o Bazar, onde a maioria das barracas aceita só dinheiro. As bilheterias vendem combos diferentes, com fichas nos valores da maioria dos pratos. Os pratos mais caros custam por volta de R$ 13 e os mais baratos por volta de R$ 5.

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O que fazer no Mistura

O mais bacana do Mistura é que ele é organizado por “temas gastronômicos”, que se dividem em grandes barracões/áreas, os chamados “mundos”:  o Mundo Norteño (de comidas do norte do Peru), o Mundo del Sur (das comidas do sul do país), o Mundo Criollo (da cozinha colonial que sofreu influência dos escravos africanos), o Mundo Andino e Amazônico, o Mundo de las Cevicherias, o Mundo de Los Sanguches (sanduíches), o Mundo Oriental (com as comidas que sofreram influência da vinda dos japoneses e depois dos chineses ao Peru), o Mundo de Las Brasas e Los Anticuchos (dos churrascos e espetos), o Mundo del Pan e o Mundo de los Dulces. Fora as áreas dedicadas às bebidas. Ou seja, fica muito fácil ver, entender e provar as variedades de comidas presentes na feira.

Além de provar as comidas nas barracas dos “mundos”, é possível também fazer degustação de cervejas no Mundo Cerveceiro, visitar e comprar produtos secos e frescos no Gran Mercado, uma espécie de feira livre que funciona dentro do Mistura, e comprar comidas e objetos ligados à culinária no Bazar. Também dá para assistir apresentações de danças regionais, concursos, palestras e degustações em horários pré-determinados no Gran Auditorio.

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Dicas úteis

  • Programe-se para ir ao Mistura durante a semana, quando o local fica bem mais vazio do que nos fins de semana. E prepare-se para passar o dia todo lá.
  • Leve alguém com você! O ideal é ir em grupo, pois quanto mais gente para dividir os pratos, mais comidas você pode experimentar e mais legal fica a experiência.
  • O lugar é rústico e há muita poeira e areia. Escolha um sapato confortável e fácil de limpar depois.
  • Assim que entrar, vá direto à bilheteria mais próxima e compre um combo de fichas.
  • Procure saber antes quais as barracas mais famosas em suas especialidades. Vale a pena, por exemplo, provar os anticuchos da Grimanesa Vargas, o ceviche da Sonia, os sushis do Hanzo e os sanduíches do La Lucha ou do El Chinito.
  • Atenção: algumas barracas são tão concorridas que vale a pena começar por elas, já que as filas vão aumentando durante o dia. Para quem não dispensa as carnes, o ideal é começar pelo porco no cilindro, concorridíssimo, e pelas costelinhas de porco da caja china.
  • Há pontos de wifi dentro do Mistura que podem ser utilizados livremente.

Neste post, a Manu do Cup of Things dá dicas preciosas para escolher onde comer no Mistura.

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O Mistura é o máximo. Um parque de diversões para os fãs da gastronomia. Um programão para quem gosta de comer bem. Simplesmente vá.

Aqui, a Manu do Cup of Things conta mais sobre o Mistura.

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9 Comentários
  1. Que delícia, Lu! O Mistura sempre esteve muito na minha listinha. Adorei ver em detalhes aqui. Ano que vem eu vou. Bora? 🙂

  2. Olha o milho tarado!
    Gata, vc zerou a categoria Resenha do Mistura.
    Arrasou!

    Bjo!

  3. Lu,

    Que texto é esse??? Simplesmente arrasou! Entrou pra minha lista “posts q gostaria de ter escrito”… Te espero não que vem!

    Bjs

  4. Te espero ano que vem! ( ai aí corretor!)

    • Obrigada Manu 🙂 Vindo de você que é especialista fico ainda mais feliz! Ano que vem quero voltar. Estava falando com a Marcie, podíamos fazer um VnV nesta época né? Beijos!

  5. Nossa, me deu até vontade. E olha que não sou de gostar dessas coisas.
    Se você for mesmo no ano que vem, me avise, e eu me programo para ir. 😉

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