Infelizmente este post não tem aquelas fotos babantes de comidas 🙂 No Mercado Central de Belo Horizonte é proibido fotografar. Respeitamos a regra. Nos outros locais, curtimos tanto a noite que pouco pensei em tirar boas fotografias. Shame on me blogueira!  Mas às vezes não tenho mesmo vontade de fotografar com grandes produções durante a refeição, quero é curtir os sabores. É por isto que este blog é amador, né gente? 😉
Mas vamos ao que interessa.

Ir a Belo Horizonte e não botecar é pecado mortal. Afinal, a cidade é conhecida como a “capital nacional do boteco” e tem mais de 12.000 estabelecimentos do tipo. Os botecos da cidade são uma verdadeira instituição gastronômica e cultural e não é à toa que o festival Comida di Buteco nasceu em BH, no ano de 2000. Desde então os botecos de BH se esmeram em criar pratos e tira-gostos diferentes e saborosos a cada ano.

É claro que com pouco tempo disponível e com adolescentes não dá para fazer o circuito completo de botecos bacanas da cidade. Mas pelo menos um gostinho deu pra ter. Escolhemos dois botecos da lista super apetitosa que a @atiepolo me passou. Valeu a pena. Almoçamos um dia no Casa Cheia no Mercado Central e pegamos um final de tarde para ir ao Bar do Careca. O Bar do Zezé, o outro próximo da lista, infelizmente ficou de fora.

No último dia, já sentindo vontade de dar uma pausa no regabofe de comida mineira (nos fartamos dela!) e vendo que os meninos estavam cansados e sem vontade de sair do hotel, resolvemos curtir a noite a dois e mudar um pouco. Saímos da cerveja para o vinho e fomos beliscar no Oak Restaurante e Wine Bar. E BH foi assim, do roots ao glamour, de pé no chão e de salto alto, abrindo e fechando com chave de ouro.

Casa Cheia

O nome Casa Cheia não é à toa. Chegamos para almoçar às 12h em ponto e o lugar já estava lotado. Fomos os primeiros da fila de espera. Quando saímos, a fila estava gigantesca. O Casa Cheia fica espremido num canto do segundo andar do Mercado Central e é cheio, apertado e sem muito capricho. Mas o lugar é cheiroso, a comida é divina, o atendimento  eficiente e os preços excelentes. A cozinha fica à vista e é bacana olhar seu movimento. É a melhor opção para almoçar no Mercado. Infelizmente faltou coragem na galera para provar o famoso tira-gosto do Mercado, o fígado acebolado com jiló, mas provamos três pratos, dos quais dois já tinham sido premiados em edições anteriores do festival Comida di Buteco. O Mexidoido Chapado, um mexido de arroz e feijão com picanha, lombo defumado, linguiça caseira, bacon, legumes e um ovo de codorna frito coroado por uma pimenta biquinho estava uma delícia. Outro prato que adoramos foi um cozido de cordeiro, no qual o cordeiro é marinado com vinho e temperos e cozido junto com costelinha suína, linguiça e legumes, servido com arroz com brócolis e batatas-fritas. Tudo delicioso, dos pratos à cerveja bem geladinha.

Bar do Careca

Pé-sujo cheio de charme, com suas paredes descascadas, chão rachado, mesinhas com toalha de plástico, mas com a comida mais cheirosa e com o dono de coração mais quente da cidade. O Careca veio à mesa conversar e contar seus causos. Está sempre lá e é ele que praticamente  faz toda a comida do lugar. Acorda cedíssimo e começa a preparar o mis-en-place, coloca as carnes para assar, os peixes para grelhar, os ensopados para ferver. Sua comida é uma delícia mesmo. Feijão tropeiro temperadinho, carne de panela untuosa, um lombinho com jiló que até os filhos provaram. Com direito a um bolinho de bacalhau sequinho e perfumado de entrada e uma cerveja Original para acompanhar. O Careca, com toda sua simpatia, nos deu a receita da sua geleia de pimenta que casava maravilhosamente bem com o lombinho com jiló. E ainda de lambuja nos presenteou com um pouco do seu tempero especial, preparado por ele todos os dias e que leva cebola, alho, gengibre e ervas. Uma noite gostosa na qual acalentamos o estômago e a alma com a hospitalidade mineira.

 Oak Restaurante e Wine Bar

Continuamos brindados pela simpatia e hospitalidade mineira neste wine bar/restaurante. Lugar muito gostoso, com mesas na varanda de frente pra a rua, decoração moderna e aconchegante, música e iluminação na medida certa. O sommelier, muito atencioso, veio nos recomendar suas escolhas de vinho branco e vinho tinto. Tomamos o primeiro com um trio de canapezinhos de salmão defumado e salmão tartar. O tinto foi acompanhado de canapés de carpaccio, saborosos e delicados. Por fim, uma amostra de cinco sabores de brigadeiros de colher, numa apresentação bonita e gostosa. Foi o suficiente para fechar a noite depois de um lauto almoço de comida mineira de raiz 🙂

 

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2 Comentários
  1. Sou um pouco como você – parece, às vezes só quero curtir a minha refeição, sem preocupação com foto. Acho realmente que tem que ter um limite para mim. Admiro quem fica sempre focado. Nossa, adoro BH. Há muitos anos que não volto, e acho que a próxima visita me fará chorar de emoção. O passeio parece ter sibo bacana. Agora vou dar um google no parque pois não conheço nem de nome – li os outros posts também.

    • É muito interessante o parque, Valentina! Olha, admiro também quem fica sempre focado. Mas talvez esta pessoa perca as oportunidades de simplesmente relaxar e curtir. Beijos 🙂

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