Menos gente, menos…
Postado por Luciana em 28 fevereiro 2010

Ando meio cansada desta ode consumista que vem se espalhando feito praga nos últimos tempos. Hoje, lendo este post da Taís Vinhas do Ombudsmãe, percebo que não sou só eu que tenho esta birra com um dos hobbies mais cultuados pelos brasileiros – as compras.

Fico boba em ver o tamanho e a quantidade das malas dos brasileiros nos check-ins dos aeroportos! Me dá vergonha, juro… Nos EUA, a grande Meca deste povo do consumo, trocam facilmente passeios por compras. Ouvi recentemente de uma amiga que deixaram de ir aos parques da Universal Studios ‘porque senão não daria tempo de fazer compras’ – alô?? E compram nos outlets como se não houvesse amanhã. Sim, é mais barato. Mas será que precisa comprar tanta coisa?

Ontem na lavanderia uma pessoa deixava mais de 15 casacões para lavar. Detalhe: contava que a família, de quatro pessoas, tinha viajado para o frio. Não pude deixar de lembrar que minha família de quatro pessoas também acabou de voltar do frio e que estava na lavanderia buscando os QUATRO casacos que tínhamos levado.

Não é só gente dita ‘de posses’ não! Escutei um dos garotos que jogava futebol na rua, outro dia, vangloriando-se de possuir mais de 10 chuteiras. Vejo minha funcionária se endividando por causa de roupas e bijuterias novas. E celular? É um por ano! “Ah, mas a gente troca os pontos, não custa nada!” Há gente que realmente acredita nesta balela? Fora o desapego ecológico – eu me sinto mal quando jogo qualquer tipo de eletrônico no lixo, juro.

Não posso com gente que acha mais importante dar um presente caro no seu aniversário do que telefonar, se mexer para dar pessoalmente um abraço e mostrar carinho, afeto e atenção. Tem acontecido tanto ultimamente… Já percebi que este é o grande ‘barato’ de alguns amigos e há casos em que infelizmente entro na dança para não ter dissabores e recebo telefonemas eufóricos agradecendo… “Ah… não precisaaaaaaava gastar tanto comigo!!”, mas lambendo os beiços de emoção.

Sim, eu sou consumista! Assumo. Vai ter gente que me conhece bem jogando pedras no meu telhado de vidro 🙂 Mas a questão não é esta. É o exagero. É a vinculação do afeto aos bens materiais. É o endividamento, o cheque especial, as prestações ao invés da poupança para o futuro. Ou seja, a herança e os valores que queremos passar aos nossos filhos. Obs. Este texto foi originalmente publicado no blog A Roupa Nova do Rei.

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12 Comentários
  1. Oi Luciana!

    O blog tá de cara nova ou é impressão minha?? Eu gostei!
    Consumismo já saiu de moda, vamo combinar, né? Maior cafonice.
    Estamos no século da sustentabilidade! (assim espero)

    um bjo e bom fds! 😀

  2. Richie, o blog tá de cara nova mas ainda não oficialmente no ar 🙂 Será lançado na próxima sexta-feira! Adorei que você já o achou. Consumismo em excesso é cafona, mesmo. Beijos!

  3. Oi Lu!! Casa nova sempre é um recomeço, boa sorte nessa nova empreitada!! Um beijão

  4. Olá Lu! Eu estava conversando hoje com meu esposo sobre isso. Achei um absurdo o que outro dia eu ouvi da manicure que fazia minhas unhas, dizendo que se o marido dela não desse nada de presente no domingo de páscoa ela não entregaria a cesta de chocolates que tinha comprado para ele, rsrsr. Acredita que eu ouvi isso??

    Tem gente que acha que tem de receber presente em qualquer feriado, rsrsrs, é triste…

    Bjs

  5. Oi Lu, parabèns pelo novo blog, ta lindo !!! Jà te acompanhava antes, agora estarei por aqui tambèm…
    In bocca al lupo !!! baci

  6. Querida!
    Parabéns pela casa nova! Espero que você seja muito feliz aqui.

    ( Eu, como moradora nos EUA, vejo estes abusos consumistas e quero chorar, a cada vez. As pessoas realmente perderam a perspectiva. O lado bom é que quando desço aqui, com minha mala, basta eu me colocar atrás de um destes "grupos típicos" e o cara da alfândega nem olha pra minha cara, rsrs).

  7. Oi Lu!!! Ameeeiii!! Parabéns e sucesso! Quando voltar desta viagem vou ressucitar o meu blog. O aeroporto de Milão já abriu … falta o de Zurich… Essa foto aí foi tirada na Anthropologie, não?? bjs

  8. Carol, Ana, Junia e Marcie, obrigada! Que bom que gostaram da nova empreitada 🙂

    Rê, a foto é da Anthropologie de NY – demais né? Beijos!

  9. Luciana, eu faço a "mea culpa" porque admito ser consumista, mas não podemos perder a noção do que é mais importante: cultura, carinho, dedicação são artigos que não desvalorizam nunca!
    Sucesso nesse novo caminho. Continuarei a seguir junto.

  10. Não conhecia seus outros blogs e estou agora por aqui.
    Muito oportuno esse assunto. Menina, se meu marido não diz "vou trocar seu carro", vou ficando com ele por vários anos… Celular, também fiquei anos com o mesmo.
    Acho que somos parecidas, não sou mão fechada, se gosto de algo que é caro, mas acho que vale a pena, compro e ponto final. Adoro viajar e não me arrependo desse prazer, mas tenho os pés no chão. Fazer dívidas, entrar no cheque especial para dar presentes, convenhamos?!
    Boa semana!

  11. Oi Luciana, Voce disse tudo!
    Realmente, é um absurdo o quanto o brasileiro gasta, ou melhor, se endivida. Gosto de compras, mas tento não comprar nada por impulso. Quando vem a vontade, eu tento resistir, se no dia seguinte aquilo ainda estiver na minha cabeça, e tiver utilidade, aí sim eu volto para comprar. Ontem mesmo, vi um vaso de madeira na Velha Bahia, com 50% de desconto, lindo!, bem rustico, como eu gosto. Mas não vou voltar para comprar, não sei nem onde colocaria. rsrs. Não sou perfeita, tenho meus momentos de consumo, mas quando percebo que exagerei paro e passo algum tempo até normalizar as contas. Empréstimo, nunca!

    • Monica, você disse tudo, também não sou perfeita e tenho meus momentos de consumo, mas o exagero é que pega né? Um abraço!

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