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Muita gente torce o nariz quando digo que incluo, sempre que possível, museus nas programações de viagem com os filhos. Tem desde pais que acham que criança só gosta de praia, piscina, parque de diversões e compras até aqueles que fazem muxoxo dizendo que nós vamos aos museus porque queremos, e não por eles.

É claro que nós gostamos de museus, mas nossas viagens com os filhos são preparadas de acordo com os interesses deles em primeiro lugar. E os museus estão lá porque achamos que eles vão gostar. E eles gostam! Até hoje (quase) não erramos 🙂

Assim, aqui vão algumas dicas para quem viaja com os filhos, quer incluir museus e fazer destes um passeio divertido. Vamos lá.

 Existe museu de todo tipo

A gente sabe mas às vezes esquece que museu não é só de arte ou história 🙂 Pesquise bem os museus existentes no local para onde você vai, levando em conta a idade, o sexo e a maturidade do seu filho. Nós, por exemplo, temos dois meninos pré-adolescentes e aprendi que eles gostam muito de coisas assustadoras, armas e artefatos de  guerra, bichos, esportes e meios de transporte. Ou seja, os museus que fizeram mais sucesso até hoje foram o Museu do Futebol em São Paulo-SP, o Museu da TAM em São Carlos-SP, o Imperial War Museum  em Londres, o Air and Space Museum e o Natural History Museum em Washington e o Intrepid em Nova York.  Obs. menção (des)honrosa seja dada aos museus de cera, que são uma maravilha para as crianças e normalmente o terror  dos pais, principalmente pelas longas filas e salas lotadas. Muna-se de paciência e vá, eles adoram 🙂

Mesmo os museus menos lúdicos valem a pena

Não dá para ficar apenas nos museus mais lúdicos. Pais que gostam de museus em geral já podem engajar os filhos na Arte e na História. E os museus de arte e históricos têm, sim, atrações que interessam a eles. Por exemplo, o British Museum tem a seção de múmias, que meus filhos adoraram.  No Metropolitan há uma seção de cavalos e cavaleiros em armaduras completas e muitas espadas. Eles também gostaram das grandes esculturas  antigas nestes dois museus.

Mas levar criança em museu de arte requer um planejamento cuidadoso. É importante que os pais façam uma pré-seleção de algumas obras importantes/interessantes do museu para visitar e façam uma lição de casa antes de ir ao museu. Na hora da visita, o ideal é fazer o percurso direto por estas obras e explicar pra as crianças conceitos, ideias e curiosidades. Esta foi a nossa estratégia para a visita ao Museu do Prado. Nossa lição de casa, neste caso, foi o Guia do Museu do Prado da Patricia do blog Turomaquia, que recomendo muito.  Outra ideia:  se os pais dominam a língua do local, muitas vezes vale a pena pegar um tour guiado, que normalmente não dura mais do que uma ou duas horas. Os pais podem dar uma ajudinha nas traduções e o passeio fica mais dinâmico.

Lojinha de museu é muito bacana

Lojinha de museu é muito legal e eles curtem tanto quanto a gente!  Normalmente há brinquedos e livros diferentes das lojas normais e é uma ótima maneira de lembrar depois das obras que eles viram no museu. Deixe-os explorar as lojinhas e levar uma lembrança para casa. E vai dar mais vontade de visitar outros museus no futuro. A melhor loja de museu que já vi na vida foi a do Spy Museum em Washington. Se passar por lá, não perca, divertida para crianças e adultos também!

Paradas para descanso e comida são obrigatórias

Sou daquelas capazes de andar 4 ou 5 horas em um museu sem descanso 🙂 Mas criança é diferente. Eles cansam muito mais rápido e ficam entediados. Assim, o ideal no caso dos museus maiores é dar uma parada para ir ao banheiro, tomar alguma coisa, fazer um lanche sentados. E depois continuar o passeio pelo  museu. O Marcio do blog Janela Laranja, que tem bastante experiência de viagens com criança pequena,  lembrou também que é importante, no caso dos pequenos que são bem menos flexíveis, respeitar os horários de fome e sono.

Brincar no museu pode sim

Quando digo brincar, não quero dizer brincar com as obras do museu e nem brincar de pega-pega ou esconde-esconde pelos seus corredores 🙂

Muitos museus hoje em dia são interativos ou têm atrações e brincadeiras para as crianças. O Museu do Futebol, a Estação Ciência (não sei quais as condições em que se encontra hoje, mas meus filhos aproveitaram muito há alguns anos) e o Espaço Catavento em São Paulo são bons exemplos de museus interativos. Muitos museus nos EUA permitem que as crianças entrem em espaçonaves e outros artefatos. Os museus Smithsonian em Washington tem cinemas I-Max que passam filmes em 3D relacionados ao tema em exposição, além de simuladores de voo e outras brincadeira interativas. Respire fundo, abra a carteira novamente e entre na fila do brinquedo. Faz parte do show!

No caso das crianças pequenas, o Marcio do Janela Laranja deu a ótima ideia de levar brinquedos ao museu. Quando a criança cansa, os pais podem dar uma paradinha para ela brincar com algo que já está familiarizada. E de lambuja os pais podem revezar. Um fica com a criança brincando e o outro passeia no museu. O museu também pode virar cenário de brincadeiras. Quando o Marcio levou a filha de 3 anos ao Espaço Catavento, em São Paulo, depois da visita o lugar virou cenário de brincadeiras: “O jardim do museu Catavento fica no antigo Palácio das Indústrias. Não deu outra, depois de visitar o museu ficamos brincando que lá era o palácio das princesas. Resumindo, a visita do museu vira uma grande brincadeira, com muita coisa nova e interessante para eles verem”.

Outras estratégias de sucesso

Muito importante: lembre-se de deixar o mais interessante para o fim! Assim, quanto maior for o cansaço, mais bacanas ficam as atrações a ser visitadas. Outra coisa: não se atenha (muito) ao planejamento. Já houve ocasiões em que achei que meus filhos gostariam de algo e eles acharam chato. Pule logo esta parte e siga em frente, sem dó. Por fim: museu com criança, pela minha experiência, não dura mais do que 2 ou 3 horas. Eles cansam mesmo! A programação deve levar em conta este período de estada total no museu, mesmo para aqueles museus enormes e com vários andares.

E aproveitem! Museu é uma ótima ocasião para os pais brincarem e interagirem com os filhos 🙂

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Santiago do Chile é uma cidade bem legal para quem gosta de comer e beber. Já de começo tem os vinhos chilenos, alguns que a gente nunca viu no Brasil, com preços de vinho nacional 🙂 E segundo porque há uma seleção de restaurantes descolados, modernos e gostosos que competem com São Paulo nos quesitos comida e bebida mas ganham no quesito preço 😀

Duas regiões da cidade são especialmente interessantes por serem agradáveis para caminhar e reunirem atrações enogastronômicas para deliciar qualquer bom gourmet.

Av. Isidora Goyenechea e arredores

Região muito gostosa para andar, bem arborizada e praticamente residencial, mas que concentra alguns dos bons hotéis e restaurantes de Santiago.

No badalado Hotel W há dois bons restaurantes, o NoSo de comida francesa e o japonês Osaka. Mas o mais interessante são as lojas Coquinaria  e El Mundo del Vino, uma ao lado da outra, no mesmo prédio do hotel. Junto delas, o Juan Valdez Café para um lanche rápido.

A Coquinaria é uma delícia para almoçar e para comprar guloseimas e coisas de cozinha. E linda só para olhar também, já que seus preços são meio proibitivos. Fomos lá perto do Natal e a loja tinha árvores de Natal e outras decorações com nozes e frutas secas, criativo e bonito.

El Mundo del Vino é um dos paraísos de quem gosta e quer comprar vinho em Santiago. A loja é grande e bem completa e os vendedores solícitos. (Tenha em mente que a franquia de bagagem por pessoa voando para/do Chile é de uma mala de 23 kgs! Muito fácil ultrapassar este limite com garrafas de vinho e a bagagem extra na LAN é bem cara).

Mais para frente, a um quarteirão de distância, fica a antiga e tradicional Confiteria Torres, onde o gostoso mesmo é sentar-se nas mesinhas da frente, tipo ‘bistrô parisiense’, e pedir um espresso (muito bem tirado, o melhor que tomamos no Chile) e aproveitar para olhar as pessoas caminhando na rua. Também ali ao lado tem um Starbucks, com a sempre útil internet gratuita 🙂 Dê uma volta na praça na frente do W e mais adiante, na própria Av. Isidora Goyenechea, pare para comer uma pizza no Tiramisú, restaurante informal e bonitinho com boas pizzas e massas.

Nos arredores, a meia hora de caminhada ou a 5 minutos de táxi, fica o bairro da Providencia, onde há vários bons restaurantes. Entre eles o Aqui Está Coco, o Rivoli, o Astrid & Gastón e o Le Bistrot.

Ficamos na maior dúvida entre escolher um lugar novo ou voltar ao Aqui Está Coco, onde estivemos na nossa primeira viagem ao Chile, há mais de 10 anos. No fim, resolvemos voltar ao Aqui Está Coco por razões saudosas. Este restaurante é considerado turístico e muita gente torce o nariz para ele. Pois fomos e não nos arrependemos. Comemos frutos do mar muitíssimo frescos e bem feitos e a mesma sobremesa de 10 anos atrás, que continua ótima, a torta folhada de doce de leite. De quebra o sommelier era ótimo e com ele aprendemos a tomar os Sauvignon Blancs chilenos, que achamos bem mais gostosos que os Chardonnays, normalmente nossa uva branca predileta. Depois, pesquisando nos blogs amigos, descobri que não somos os únicos que gostamos deste restaurante, né Edu Luz e Destemperados?

 

Av. Nueva Costanera e arredores

Este é o point para quem gosta de comer bem e quer conhecer os lugares mais descolados de Santiago. Ao longo da Av. Nueva Costanera, que é outra ótima avenida para andar a pé, alguns dos restaurantes mais bacanas de Santiago dividem espaço com hotéis lindos e lojas de luxo nas ruas transversais, como a Alonso de Córdova. Além dos restaurantes, na Nueva Costanera tem uma ótima enoteca, a Wain, com preços um pouco melhores do que o El Mundo Del Vino em um espaço mais personalizado. Na frente da Wain, outra boa surpresa: uma loja da KitchenAid para babar bastante nas batedeiras e demais utensílios domésticos super bacanas 🙂 Continuando a pé está o La Mar e após mais alguns quarteirões ficam o Boragó e o Sukalde, um ao lado do outro. Um pouco mais longe, nos arredores, o bom restaurante Astoria.

Seguindo as dicas do Edu Luz e da Nina, escolhemos o Boragó para o nosso jantar de comemoração de 15 anos de casados. Valeu muito! Escolhemos o menu degustação acompanhado de vinhos (ou cervejas e chás, dependendo do prato!) e foi muito divertido e gostoso. Com uma qualidade de pratos e vinhos que em São Paulo certamente custaria o dobro do preço. No Boragó finalmente perdi a birra dos vinhos Pinot Noir, depois de ter provado o Anakena Pinot Noir 2009.

Em tempo: se quiserem saber mais destes restaurantes em Santiago, não deixem de ver os posts do DCPV, dos Destemperadose do Gourmandise sobre eles.

Mercado Central e arredores

Last but not least… Deixei por último este capítulo e nem considerei esta região porque, para mim, foi uma decepção total. Tenho alguns amigos que são super fãs do Mercado Central de Santiago e recomendaram uma vista a ele. Mas li críticas no DCPVe no Viaje na Viagem e fiquei na dúvida. No fim fomos de teimosos. De fato a insistência dos garçons do Donde Augusto, restaurante onipresente no mercado, enche um pouco. Mas o pior não foi isto. Chegamos ao Mercado após as 15h e o lugar estava cheio de lixo e restos de peixe jogados no chão, quase todas as barracas de peixes fechadas e as poucas abertas cheias de moscas pousando na ‘mercadoria’. Um cheiro de peixe podre aqui e acolá, fomos embora depois de 5 minutos.

Sim, estou cansada de saber que em feira e mercado tem que ir cedo, mas esperava mais de um ponto turístico de Santiago. Se alguém ainda tem vontade de ir ao Mercado Central de Santiago, faça um esforço para chegar pelo menos antes das 10h da manhã, quando o movimento das barracas de peixes e frutos do mar é maior.

Nos arredores do mercado, caminhando por cerca de 30 minutos (uma caminhada meio árida, não tão agradável como nas duas regiões acima), chega-se ao Pátio Bellavista, dito shopping a céu aberto com bons pequenos restaurantes. Não sei se pelo horário, ou pela época do ano, mas o que vimos no Bellavista foram lojinhas de artesanato, de bijuterias e de souvenirs, nada incrível ou diferente, o mesmo de sempre.

Na rua atrás do Pátio Bellavista há muitos restaurantes, entre eles oComo Água para Chocolate, que é bem gostoso. Desta vez não estivemos lá, mas é um programa legal para quem vai visitar La Chascona, a casa do Pablo Neruda, que fica ali perto e é para mim um dos programas mais legais para fazer na cidade.

Agradeço as dicas da Mari Campos, do Edu Luz, da Nina e da Natalie.

E com este post o Rosmarino e Outros Temperos encerra o ano de 2011. Desejo um Feliz Natal e um bom Ano Novo para todos vocês! E aguardem que 2012 traz grandes novidades para o blog 🙂

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Uma das dúvidas mais frequentes de quem vai ao Atacama é como escolher os passeios. São tantas opções e quase sempre poucos dias para aproveitá-las, que fica dificil mesmo saber o que fazer. Tentarei aqui ajudar os viajantes aventureiros nesta dura mas deliciosa tarefa. Lembrando que se trata da minha opinião e não de um tratado a respeito 🙂

Para começar, é importante considerar dois aspectos. O primeiro deles é respeitar seus limites físicos. Ceder à pressão do grupo e topar fazer um passeio para o qual você não está preparado pode trazer dores, contusões, mal estar. Fora o constrangimento perante o grupo. Por exemplo: a caminhada pelo Valle de la Luna é muito interessante, mas são mais de 6 km andando num altitude de 2.400 m, incluindo pelo menos três subidas, uma delas por uma duna de areia onde o pé afunda. Por mais tentador que seja, só vá se você aguenta mesmo.

O segundo ponto a considerar na sua estratégia de escolha de passeios é a altitude. Pense que você está a 2.400 m acima do nível do mar e alguns dos passeios são feitos a mais de 4.000 m. O recomendado é que se faça uma adaptação gradual à altitude. Assim, quando chegar, planeje seus passeios levando em conta que os mais “altos” terão que ser feitos ao final da jornada.

Uma outra dica é procurar diversificar as atividades para que seu dia fique mais interessante. Se andou muito de carro pela manhã, faça uma caminhada à tarde. Cavalgou de manhã? Procure um passeio de bicicleta para fazer no final do dia, e por aí vai.

OBS. os passeios variam um pouco de hotel para hotel. Estou tomando por base os passeios promovidos no Explora. Os demais hotéis devem ter pequenas variações em percursos e trajetos.

PASSEIOS IMPERDÍVEIS

Na minha opinião, são três os passeios imperdíveis: os Gêiseres de Tatio/Termas de Puritama, os Salares do Altiplano e o por-do-sol na Laguna Chaxa do Salar de Atacama. Destes, os dois primeiros só podem ser feitos a partir do terceiro dia em que você está no Atacama, sendo que o dia em que você chega, mesmo de noite, conta como sendo o primeiro dia. Não tivemos tempo para ir, mas se você tiver, não perca o Salar de Tara, um dos passeios mais completos no Atacama.

Gêiseres de Tatio/Termas de Puritama

 

O grande inconveniente deste passeio é que é preciso sair às 5h30 da manhã, pois são duas horas até o local dos gêiseres e estes só estão ativos de manhã bem cedo. Quem chega mais tarde vê só os ‘buracos’. Também é preciso ir bem agasalhado, por conta do horário e da altitude. Mas é muito bacana ver os gêiseres de perto. E depois, quando o dia esquenta e o percurso continua para uma altitude mais baixa, nadar nas águas cristalinas, limpíssimas e quentes das Termas de Puritama. Uma verdadeira delícia 🙂 Este passeio também é interessante pelos contrastes, há lindas paisagens de um deserto tipo ‘faroeste’, com cactus, pequenos animais, lagunas, vegetação rasteira em alguns pontos. Bem diferente do cenário desolado do Valle de La Luna, por exemplo.

Salares do Altiplano

O passeio aos Salares do Altiplano também é imperdível. Neste local ficam as lagoas mais azuis, os salares mais brancos, as paisagens mais desoladas e tranqüilas. Fora de temporada você pode dar a sorte de visitar estes locais incríveis praticamente sozinhos, como aconteceu conosco. As lagunas Miscanti, Miñiques, Tuyajto e o Salar de Águas Calientes Sur são deslumbrantes, com coloridos e formatos absurdos de tão bonitos. Durante o percurso, lindas vistas dos vulcões e das montanhas com neve.

Salar do Atacama/Laguna Chaxa

É legal ver os flamingos no Salar do Atacama, mas o lugar é especialmente bonito no por-do-sol, quando as cores do poente se refletem nas águas, nos salares, nas pedras e no céu do lado oposto. Inesquecível e imperdível!

 

CAMINHADAS

 

Para quem gosta – e agüenta – caminhar, o deserto oferece paisagens lindas e muito diferentes, um silêncio repousante, detalhes de pedras, vegetação e animais que a gente nunca viu antes. Uma experiência incrível mesmo! Para mim, as caminhadas mais legais são a de Kamur/Valle de la Luna e de Guatin/Punta Del Inca. A de Kamur é um pouco mais puxada, já que são 6,5 km e há duas ou três subidas um pouco mais íngremes, além da caminhada pelas dunas. Mas as paisagens que parecem o solo lunar são fantásticas. A de Guatin é mais leve, são 3,5 km descendo pela beira de um rio e um cânion, com vegetação típica desértica, um percurso também bacana. Para os fortes, há outras opções mais puxadas, como Machuca/Rio Grande e Copa Coya.

CAVALGADAS

Mesmo para quem não costuma cavalgar, fazer um passeio a cavalo pelo deserto é uma experiência interessante. Nem todos os hotéis oferecem estes passeios, alguns não tem um plantel de cavalos próprios, mas se o seu hotel oferece cavalgadas, faça pelo menos uma em nome da aventura 🙂 Eu gostei da cavalgada pelo Valle de Quitor, bem tranqüila e ótima para quem não está muito familiarizado com os cavalos. Uma outra interessante, um pouco mais puxada, é a cavalgada pelo Valle de la Muerte. Para quem anda bem a cavalo, é imperdível fazer a cavalgada pela Quebrada Del Diablo.

PASSEIOS DE BICICLETA

Quase todos os percursos de bicicleta são relativamente planos e as bicicletas dos hotéis normalmente boas. Nós aproveitamos para pegar bicicletas no hotel e dar uma volta pela cidade de San Pedro do Atacama. Na rua principal, a Caracoles, é preciso prender a bicicleta em um cadeado e continuar a pé. Mas vale a pena dar uma volta de bicicleta e olhar de perto as pessoas, as casas, a vida acontecendo no local. Um passeio bom para fazer de bicicleta é o da Laguna Cejar. São 18 km em um percurso quase todo plano e no final um banho na laguna Cejar, cujas águas são tão salgadas quanto as do Mar Morto e onde é uma delícia boiar. Mas é preciso encarar a água fria! Se for fazer este passeio, coloque na sua mala uma sandália tipo ‘papete’ para entrar na lagoa. A volta é feita de van.

No hotel onde fiquei, a van acompanhava o passeio de perto e quem cansava podia desistir no caminho. Uma mão na roda para os que querem fazer o passeio mas estão receosos da sua falta de forma física. Procure se informar no seu hotel desta possibilidade antes de fazer o passeio.

ASTRONOMIA

Dizem que o céu do Atacama é um dos mais bonitos do mundo. Assim, se você se interessa pelas estrelas, não deixe de fazer um passeio astronômico 🙂

Alguns hotéis, como é o caso do Explora, oferecem um tour no próprio hotel. Nele, um guia leva o grupo a um local um pouco afastado e faz uma explanação sobre o céu do deserto do Atacama a olho nu. Em seguida, leva ao observatório para ver estrelas e planetas através de um telescópio eletrônico.

Mas para quem não está neste hotel, há um passeio ainda mais bacana, contratado direto na cidade e promovido pelo astrônomo francês Alain Maury e sua esposa, em sua própria casa, próxima a cidade de San Pedro do Atacama. Os tours são feitos em três linguas: inglês, francês ou espanhol, em três horários diferentes. Há uma explanação bastante completa sobre o céu a olho nu e como identificar planetas, constelações, galáxias e nebulosas. Em seguida, é feita a observação de estrelas e planetas em cinco telescópios já montados. Quem foi, adorou!

E boa viagem!

Em tempo: no blog Viaje na Viagem tem um post muito bom para quem procura hotéis e operadoras de turismo no Atacama, inclusive com muitas dicas de leitores que foram para lá. Confiram aqui. Os blogs Matraqueando e Rotas Capixabas tem excelentes posts sobre o Atacama. Para ler antes de ir!

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Este post é para o Adriano B., para a Carmo, para a Carla e o Fernando, que vão para o Atacama nos próximos meses. E também para vocês que planejam uma viagem para esta região e estão curiosos e/ou apreensivos com o que vão encontrar por lá. O deserto do Atacama  faz parte daqueles destinos que chamamos de “turismo de aventura” e que requerem certos cuidados e considerações. Assim, se você planeja ou já engrenou uma viagem para o Atacama, aqui vão algumas dicas úteis para sua viagem ficar ainda mais legal. Prepare-se!

MELHOR ÉPOCA PARA IR

As melhores épocas do ano para ir ao Atacama são na primavera (setembro a novembro) e no outono (março a maio), já que no deserto a amplitude térmica é muito acentuada e nestas épocas as temperaturas são mais amenas (menos frio à noite e menos calor de dia). Também há menos risco das intempéries atrapalharem a sua viagem. Por exemplo, a chuva no Atacama no verão (pouca, mas que vira neve em alguns pontos mais altos) pode bloquear estradas e impedir alguns passeios, como os gêiseres de Tatio, um dos mais interessantes.

COMO PLANEJAR A VIAGEM

Ao planejar sua viagem ao Atacama, leve em conta o fato de que deverá pegar (no mínimo) dois voos – São Paulo (ou Rio de Janeiro) a Santiago, depois Santiago a Calama – e ainda um transporte por carro de Calama até a cidade de San Pedro do Atacama (cerca de uma hora de viagem). Ou seja, isto toma tempo e tem que ser considerado nos dias que você reserva para sua viagem. Lembre-se também que, se você chegar à noite no Atacama, vai pagar uma diária de hotel praticamente para dormir 🙂 Considere a logística.

LAN Chile faz os voos mais baratos e com mais oferta de horários entre São Paulo (ou Rio de Janeiro) e Santiago do Chile, e entre Santiago e Calama. Se você pretende visitar o Atacama com conforto, pesquise os seguintes hotéis na região: ExploraKunzaTierra AtacamaAlto Atacama. Todos oferecem excelentes acomodações, boa comida e bebida, estrutura para fazer os passeios e mimos que, como bem disse a Boia do Viaje na Viagem, variam conforme o preço dos locais.

O QUE VESTIR

Lembre-se que esta é uma viagem de aventura 🙂 e tente segurar o ímpeto de levar muitas bolsas, sapatos de salto alto, bijoux  e coisinhas do tipo. Para fazer passeios no Atacama o ideal são calças confortáveis (muita gente leva aquelas calças que se transformam em bermudas), sejam de brim, sarja ou de moleton mesmo. Camisetas de cores claras, um bom tênis para caminhadas, um chapéu para enfrentar o sol, um bom par de óculos escuros, um maiô. Os casacos dependem da época do ano. Na primavera, no outono ou no verão, um casaco leve é suficiente. No inverno, casacos mais acolchoados e com proteção contra o vento são muito importantes.

Um ponto crucial: mesmo no verão os locais em altitudes mais elevadas são sempre muito frios, principalmente pela manhã. Imagine que San Pedro do Atacama está a 2.400 m de altura e este é o local mais baixo. Assim, para ir aos gêiseres do Tatio (passeio que sai de madrugada) e aos Salares do Altiplano, que ficam a mais de 4.500 m de altitude, é imprescindível ter um bom casaco de frio. No final de novembro passado, por exemplo, estava 4ºC quando chegamos ao local dos gêiseres! No inverno, é importante levar gorro e luva para fazer estes passeios, além de uma proteção térmica para as pernas e para a parte de cima do corpo. Para quem vai na primavera e no outono, acrescente na sua mala a proteção térmica para as pernas e para o corpo e o casacão, é suficiente.

O QUE LEVAR

O deserto do Atacama é o mais seco do mundo e, além da aridez, a incidência solar é fortíssima. Imaginem um local com ar rarefeito, praticamente sem sombras e com grandes superfícies que refletem o sol. Ou seja, não subestime o sol! Eu que sou morena fiz um passeio de cavalgada sem protetor solar no colo e cheguei muito vermelha. Leve protetor solar, use pela manhã, repasse à tarde. Fora os já mencionados chapéu e óculos escuros.

O maiô é importante, pois será bem usado nos passeios às termas de Puritama (água quente) e à Laguna Cejar (água fria!). No verão/outono/primavera, para ficar por lá durante o dia: bermudas, shorts, camisetas, sandálias rasteiras, maiô. No inverno, roupa esportiva um pouco mais quente.

Outro artigo muito útil é uma mochila. Pense que você vai caminhar (muito ou pouco, depende da sua forma física) e vai precisar das mãos para subir em pedras, tirar fotos, beber água. E vai precisar guardar as roupas de frio durante as horas quentes do dia. Normalmente, os hoteis fornecem aos hóspedes uma garrafinha de água individual, que você deve encher antes de cada passeio. Esta garrafa pesa e também fica mais fácil levá-la na mochila.

O Atacama é um dos lugares mais fotogênicos que eu conheço 🙂 Se você curte fotografia, não esqueça a câmera! Se tiver uma lente com bom alcance, melhor ainda.

COMO ESCOLHER OS PASSEIOS

Assunto compriiiiido, fica para o próximo post. Aguardem 🙂

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Esta postagem é antiga, mas só agora quando a Lena e o Jorge me pediram dicas de restaurantes em Nova York que percebi que nunca trouxe para o Rosmarino a “minha Nova York”, que foi publicada no Abrindo o Bico da @marcie14. O Abrindo o Bico é um blog muito bacana de uma brasileira que mora em Nova York, a Marcie Pellicano, e leitura obrigatória para quem vai para lá. Entre os posts, uma série chamada “A minha NewYork” é interessante porque mostra a opinião e as dicas de vários viajantes sobre a cidade.

Abaixo, a transcrição da minha Nova York para vocês. Não resisti e inclui alguns updates, que estão em vermelho.

Meus outros posts sobre Nova York estão aqui.


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“Pro JFK você voou. E de lá pro hotel, como é que você vai: taxi, limo, shuttle ou metrô?

Normalmente vou para o hotel de táxi mesmo.

OK, você chegou ao hotel, desfez as malas, e já está na rua: qual é a primeira coisa que você faz?

Os vôos do Brasil geralmente chegam muito cedo e não dá para entrar no quarto. Então faço o check-in, deixo as malas no hotel e saio pelas ruas andando a pé para esticar as pernas, tomar um pouco do ar novaiorquino, matar as saudades. Chego com a adrenalina a mil então ando até umas 16hs, quando volto para o hotel e espero para entrar no quarto e finalmente tomar um banho e me acomodar.

Deu fome. Você entra em qualquer lugar ou tem um ou mais restaurantes favoritos?

Sou muito fiel ao local do café da manhã, sempre em um Cafe Metro. Quase sempre fico em hotéis próximos a alguma unidade do Metro. No almoço, normalmente não paro. É quase sempre um sanduíche ou uma salada em um Pret a Manger, Così, Au Bon Pain. O jantar é sempre mais organizado. Procuro fazer as reservas no Brasil e procuro sempre conhecer lugares diferentes.

Além do roteiro de compras, de que outras maneiras você vive a cidade? Broadway, museus, passeios, cinemas?

Vou a NY todo ano há mais de 10 anos então conheço bem os pontos turísticos. Mas toda vez que vou procuro visitar exposições temporárias interessantes e sempre escolho um dos museus da cidade para visitar novamente de cabo a rabo. Também adoro as feiras livres e procuro visitá-las toda vez que vou. Já fui muito a shows da Broadway, hoje em dia procuro as óperas, mas não tenho dado sorte de ir pra NY na temporada. Outra coisa que gosto de fazer é escolher um e andar pelos bairros não tão ‘óbvios’ e olhar as lojinhas, as pessoas, as guloseimas. Da última vez fiz isto no East Village.

Qual é a área da cidade que você mais gosta e por quê?

Difícil dizer a área da cidade que mais gosto, mas acho que é o Soho. Sempre dedico um dia inteiro para andar por lá, fazer compras, ver as pessoas, comer.

Outlet é out ou ainda é in? Qual?

Nunca fui ao outlet em Woodbury, pois acho que o trabalho e o dinheiro gasto em transporte só compensa para quem compra muito, o que não é o meu caso. Acho que o Century 21 na cidade é bom, especialmente para compras masculinas, meu marido vai sempre e se abastece de camisas, cuecas, meias e sapatos. Bons e baratos mesmo. Mas é muito cheio e só dá para ir bem cedo. Acho que outlet é para comprador ‘profissa’ mesmo, prefiro garimpar coisinhas interessantes e promoções pelas lojas da cidade.

Que conselho você daria para um brasileiro que ainda não conhece New York.

1) Entre numa livraria e compre os Red Maps de NY!!! Especialmente o do Midtown e o do Soho. Eles mostram as lojas, restaurantes, bares, galerias de arte e etc. em cores diferentes. Ajuda muuuito a andar pela cidade e não perder tempo procurando atrações, restaurantes e lojas.

2) Imperdível para uma primeira visita: subir no Empire State, visitar o Metropolitan Museum (Em tempo: acrescentaria ainda um museu de arte, como o Guggenheim ou o MoMA) conhecer/andar pelo Central Park e pelo High Line Park. Andar pelo bairro do Soho e pela 5ª Avenida. E assistir um show da Broadway. E ir à noite num restaurante no Meatpacking District. Detesto o passeio para a Estátua da Liberdade, pra mim um rip-off total.

3) As compras são importantes. Não dá pra resistir! Eletrônicos, vá a J&R. Sérios, didáticos, bons preços e muita variedade. (Em tempo: a B&H também é sensacional) E a Sony e a Apple, claro. Loja de departamentos boa e com melhor preço: Macy’s. Outlet na cidade: Century 21. Lojas de brinquedos: Toys r US, Nintendo World. Para crianças também a M&M Store. A NikeTown vale uma visita. E uma farmácia Duane&Reade. Uma livraria Barnes&Noble. Foras as óbvias: GAP, Abercrombie. Para coisas de casa, a melhor e mais barata é a Bed, Bath & Beyond. Supermercado, o Whole Foods.

4) Restaurantes com preços legais: o Carmine’s perto da Broadway (porções gigantes, comida gostosa e barata) e o Relais de Venise L’Entrecôte . (Em tempo: o Dos Caminos, mexicano que sempre gostei, andou caro e ruim da última vez que fui). Clássico: Katz Deli. Não tem erro: Union Square Cafe, Blue Water Grill, Balthazar, Pastis, Spice Market, Blue Ribbon, Casa Mono. Bonito: The Central Park Boathouse, na beira do lago. E descolado e delicioso: The Modern, no MoMA. (Em tempo: alternativa mais barata pro The Modern é o Robert no Museum of Arts & Design, dica da @carmemsil)

 5) Ande a pé! Ou ao menos de metrô (e ônibus). Escolha um bairro/região por dia e faça um roteiro passando pelos pontos de interesse, sejam lojas, atrações e restaurantes. É o melhor modo de conhecer o NY way of life!

6) Se quiser ir a algum restaurante específico, reserve antes, no Brasil, pelo site Open Table.

7) Não tome café da manhã no hotel, saia e vá a um Cafe Metro ou Starbucks pelo caminho.

8) Cuidado com o clima! Mesmo olhando a previsão do tempo antes, lembre-se que em NY venta muito, o que pode dar uma sensação de mais frio no inverno. E sempre pode chover! Já no verão o calor é tão absurdo que pede roupas leves.

9) LAST BUT NOT LEAST: sapatos confortáveis para andar!

Ao voltar pra casa, o que você sente que está levando de NY? Além do excesso de peso, é claro.

Sinto sempre que estou levando comigo: a) um pouco da tolerância com as diferenças, que é em NY é tão clara e uma das coisas mais legais da cidade; b) o flavor e a vontade de andar mais a pé e com calma na minha cidade; c) muita cultura útil e inútil.” (publicado originalmente em 27 de novembro de 2010)

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Não pretendo fazer resenhas de hotéis aqui no blog. Pelo menos não de forma habitual. Mas como muita gente vem me pedindo dicas de hotel na Toscana e o assunto tem rodado as páginas do Twitter nestes últimos dias, resolvi contar sobre este lugar ‘mágico’ onde nos hospedamos no coração do Chianti Classico, o Riserva di Fizzano.

Ficamos uma semana neste hotel com a nossa turma do vinho, em maio passado. Foi uma viagem tão, tão gostosa que minha opinião sobre o lugar acaba sendo carregada de fortes emoções 🙂 Ainda assim, tentarei ser o mais isenta possível. Procurávamos um hotel que ficasse no campo e de onde poderíamos fazer a Toscana de carro. Queríamos um lugar onde pudéssemos entrar de fato na atmosfera toscana. Um dos membros do nosso grupo selecionou dois hotéis e no fim ficamos com este, que se encaixava perfeitamente no desejado.

RISERVA DI FIZZANO

Localizado na região do Chianti, a poucos quilômetros da charmosa cidadezinha de Castellina in Chianti (uma das pequenas surpresas da Toscana), este hotel fica também bem próximo de Greve in Chianti (onde fizemos a feira), de Panzano in Chianti (onde visitamos o açougue mais famoso da Itália) e de San Donato in Poggio (onde jantamos lindamente no La Toppa).

As distâncias das principais cidades da Toscana também são bem convenientes: o Riserva di Fizzano fica a 24 km de San Gimignano, a 29 km de Siena, a 55 km de Firenze (cerca de uma hora de viagem) e a 74 km de Montalcino, por exemplo.

Em cima de um morro, em meio aos vinhedos (na realidade, dentro de um vinhedo e vinícola próprios, a Rocca delle Macie), a paisagem é bonita de qualquer ponto do lugar. E bem na frente do restaurante há uma área de mesas com um horizonte onde o sol se põe em cores lindas.

O conjunto todo é um charme só. Construções de pedra, jardins floridos, quartos aconchegantes. Os prédios todos foram restaurados respeitando-se a arquitetura original, sendo que cada apartamento tem sua única disposição com pisos de cerâmica, grandes lareiras e móveis antigos de madeira. Os apartamentos têm um ou dois quartos, banheiro, saleta e minicozinha com todos os utensílios necessários. Alguns apartamentos do térreo têm janelas francesas que se abrem para um jardim, onde é uma delícia ficar no final da tarde bebendo um vinho e curtindo o ambiente.

O hotel é administrado por duas senhoras super simpáticas e solícitas, a Jho e a Elena, que são ‘mil e uma utilidades’. Desenham mapas, sugerem restaurantes, fazem reservas. Para o nosso grupo, conseguiram alugar um ônibus de última hora e até arrumar uma consulta de urgência com um médico de Castellina in Chianti. No hotel há um restaurante razoável, uma piscina que serve mais no verão e uma saleta de estar. Há bicicletas para empréstimo e vale a pena pegá-las, pois é possível pedalar pela região de forma segura. O tour e a degustação pela propriedade, Rocca delle Macie, também é gratuito.

O esquema do hotel, no entanto, é só para os fortes 🙂 Praticamente self service, é importante saber que só há serviço de limpeza e troca de toalhas (e reposição de papel higiênico rsrs…) uma vez por semana. Se quiser mais que isto, é necessário pagar à parte (cerca de € 20). Para nós foi tranqüilo, mesmo nos aventurando na cozinha para fazer o jantar em algumas noites. Nos abastecemos de víveres no supermercado em Castellina e acabamos solicitando serviço extra de limpeza e troca de toalhas uma vez no meio da semana, o que foi suficiente.

A lavanderia também é por conta do hóspede – há uma casinha ao lado dos quartos que tem máquina de lavar, máquina de secar, varal, tábua e ferro de passar roupa e os materiais para uso nas máquinas. É preciso comprar (por € 6) uma ficha para usar a lavanderia.

A única coisa que nos incomodou um pouco foi o chuveiro, que nos horários de pico resolvia ter xiliques e ‘pelava’ e ‘gelava’ de repente. Mas foi a única coisa chata.

Mesmo tendo que encarar este esquema self service (principalmente para nós brasileiros, mais acostumados com mordomias), vale a pena considerar o Riserva di Fizzano, pela localização, pelo charme e pelo preço. Comparado a outros hotéis do mesmo tipo na região, é um bom custo/benefício. Estávamos em grupo e pudemos assim barganhar melhor a tarifa. Pagamos por casal, por uma semana (sete diárias), com café da manhã incluso, o valor de € 900. E valeu cada centavo. Mas atenção: os preços variam bastante conforme a época do ano e o tipo de apartamento. Vale a pena se informar.

Em tempo: a @maricampos tem outra ótima dica de hotel no campo na Toscana, o Laticastelli, também uma boa pedida para quem pretende fazer a Toscana de carro e conhecer vinícolas, as pequenas surpresas e as joias da Toscana.

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Depois de fazer a feira em Nova York e no Alentejo em Portugal, fizemos a feira na Toscana, mais especificamente na cidade de Greve in Chianti. Foi um acaso sortudo, já que paramos nesta cidade a caminho de Panzano in Chianti, para onde estávamos indo em busca do açougue mais charmoso da Itália, a Antica Macelleria Cecchini.

 

Como toda feira de cidade pequena, há uma mistureba de assuntos e produtos à venda que não ficam apenas nos legumes, frutas, verduras e carnes. E não dá para julgar mal as feiras de rua que têm também os famigerados produtos chineses, as utlidades domésticas e até mesmo aviamentos e tecidos. Muitas vezes a feira semanal é a única oportunidade dos  moradores das pequenas cidades poderem comprar estes produtos localmente sem ter que viajar a outros centros maiores.

Sou uma grande fã das feiras livres e mercados, portanto bastante suspeita. Mas adorei a feira de Greve in Chainti, uma das mais coloridas e apetitosas que visitei. Sempre aos sábados.

E feira na Toscana tem o quê?

  • Cerejas fresquíssimas para comer de baciada.
  • Os pêssegos mais doces que já comi.
  • Aviamentos e tecidos.
  • Mais de 10 tipos de azeitonas.
  • Limões orgânicos da Sicília, perfumadíssimos.
  • Porchetta que não é da Casa da Li, mas é igualmente deliciosa.

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A seguir, detalhes dos passeios com duração de uma manhã ou uma tarde em Cape Town e arredores.

Robben Island

O passeio à Robben Island, prisão onde ficou Nelson Mandela, é muito disputado e convém comprar os ingressos com certa antecedência. No inverno dá para comprar um ou dois dias antes, no verão é melhor comprar pela internet antes de viajar. Dá para fazer este passeio em uma manhã ou uma tarde. O local da saída é no próprio Waterfront e fomos a pé do hotel até lá.

É impressionante o conhecimento e o comprometimento dos guias neste passeio. Quem não fala inglês infelizmente perde muito. Com crianças, o ideal é que um adulto fique ao lado para traduzir algumas das explicações fornecidas pelos guias. Primeiro o barco leva todos à ilha. Lá o grupo é dividido em alguns ônibus, cada um com um guia. Nosso guia, de origem indiana, era um excelente orador, um homem culto e comprometido com trabalhos sociais e representação em organismos internacionais de proteção às liberdades e direitos humanos. O ônibus chega à prisão propriamente dita e lá um ex-prisioneiro explica articuladamente e em detalhes a vida cotidiana naquela prisão. Visitamos as celas, o pátio e voltamos para pegar o barco para voltar à costa. Há um museu para visitar no local da saída do barco. Almoçamos no Waterfront e pegamos um táxi para a Table Mountain.

Table Mountain

Fizemos este passeio em uma tarde. Fomos e voltamos de táxi e compramos os ingressos no local na hora. Este esquema funcionou bem e saiu mais em conta do que contratar um tour guiado. A única preocupação aqui é que no inverno, em dias de muito vento, o bondinho fecha. Assim, convém pedir ao pessoal do hotel para ligar e checar se naquele dia há passeio antes de sair. E tente planejar sua ida a Table Mountain seguindo a previsão do tempo, geralmente funciona.

Passeio lindíssimo. Assim como no Pão de Açúcar no Rio de Janeiro, há um bondinho suspenso que leva ao alto do morro. O bondinho aqui é redondo e vai girando durante a subida para que as pessoas dentro dele possam ver todas as paisagens que se descortinam abaixo. O grande lance em cima da montanha é que seu topo é achatado (o ‘tampo’ da Mesa) e dá para andar bastante a pé, efetivamente fazer trilhas entre as pedras, caminhos e a vegetação da montanha. Em cada curva um ângulo diferente da paisagem, é uma experiência incrível. As crianças adoraram ficar pulando nas pedras e simulando escaladas, foi uma diversão à parte. Aproveite e tente achar um dassie, animalzinho que vive em cima da montanha e embora seja pequeno, seu parente mais próximo é o elefante 🙂

Two Ocean Aquarium

O Two Ocean Aquarium fica no Waterfront e dá para visitá-lo a qualquer hora. O passeio geralmente dura entre uma e duas horas. Embalamos a visita ao aquário com o passeio pelo Waterfront. Logo ao lado do aquário, uma vista linda da Table Mountain e a Nobel Square com as estátuas dos quatro sul-africanos que ganharam o Prêmio Nobel na sua luta pela paz e pela democracia: Albert Lithuli (1960), Desmond Tutu (1984), FW de Klerk (1993) e Nelson Mandela (1993). Mais a frente, lojinhas de badulaques e demais atrações distraem as crianças depois do passeio. Há cantores, dançarinos, engolidores de fogo, palhaços, etc. Uma televisão gigante mostra jogos de futebol, rugby e hóquei. Dá para comer alguma coisa, tomar um sorvete, comprar cartões postais (os meus filhos adoram!) e ainda dar um pulo no shopping center.

Hermanus Whale Watching

Ficamos inicialmente na dúvida se faríamos o passeio para ver as baleias em Hermanus ou o passeio para mergulhar com os tubarões, White Shark Diving. O passeio para ver os tubarões fica a duas horas de Cape Town, apenas maiores de 10 anos podem mergulhar dentro das jaulas para ver os tubarões de perto e, mesmo com a roupa apropriada, a água é congelante. Mas se a vontade de mergulhar com os tubarões for muito grande, vá assim mesmo pois as crianças vão gostar de passear de barco para ver as focas, os pingüins e até golfinhos e baleias se estiver na temporada (entre maio e setembro). Aqui há uma lista de perguntas freqüentes muito útil para quem pensa em fazer o passeio para mergulhar com os tubarões brancos.

Nós optamos pelas baleias por ser um passeio mais apropriado para crianças pequenas. A cidade fica a uma hora e meia de Cape Town. No local, há uma breve explicação sobre as baleias e o passeio de barco, que contorna a costa na busca pelos animais. As baleias não se aproximam muito do barco e ficam com o corpo todo imerso. O que se vê são jatos de água e os rabos quando saltam. Mais uma vez, assim como no safári, observar animais na Natureza não é como ir a um parque de diversões e isto deve ficar bem claro para as crianças. Podem aparecer muitas ou poucas baleias. Um passeio muito tranquilo pode desapontar e cansar as crianças muito pequenas. E lembre-se que a temporada das baleias é entre maio e setembro, ou seja, não acredite num tour que ofereça este passeio fora desta temporada.

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A seguir, um pouco dos dois passeios de dia inteiro que fizemos nos arredores da Cidade do Cabo e as nossas impressões a respeito.

Cape Peninsula Tour

Um dos passeios mais legais em Cape Town. Sai por volta das 9h da manhã e retorna à cidade no final da tarde. É possível alugar um carro e fazer o mesmo trajeto, mas preferimos contratar um tour guiado pela facilidade logística (caminhos, locais de estacionamento e de compra de ingressos), pelas explicações do guia sobre os lugares e para não nos preocuparmos com a ‘mão inglesa’ na direção do carro. Éramos 8 pessoas, assim compensou pegar um tour só para o nosso grupo, em uma van. Diversas operadoras fazem o passeio. Fizemos com a African Eagle e achamos muito bom.

O passeio contorna a costa e as paisagens são lindas. Há paradas estratégicas pelo caminho que agradam bastante às crianças. A primeira delas é em Hout Bay, onde é possível fazer um passeio de barco à ‘ilha das focas’. Depois, uma parada em uma fazenda de avestruzes onde dá para alimentar as aves e ver ainda vários babuínos. Em seguida Cape Point, onde há um bondinho em trilhos para subir à montanha. Lá, vistas lindas e a descida a pé na volta. Neste local é o almoço (que é bem fraquinho por sinal). Seguindo, o passeio chega ao propriamente dito Cabo da Boa Esperança. O caminho da volta é pelo Jardim Botânico Kirstenbosch e depois por Simon’s Town, onde fica a colônia de pinguins em Boulders Beach. Fique atento pois a maioria dos ingressos de passeios de barco, bondinho e o almoço não estão incluídos no valor cobrado pela operadora do tour.

Wine Tour

Outro passeio de dia inteiro, também fizemos com a operadora African Eagle e gostamos bastante. Para quem curte vinhos e tem receio de fazer este passeio por não ser do interesse das crianças, pode considerá-lo. Há atrações para crianças no caminho e elas não ficam entediadas.

O tour passa por três regiões vinícolas vizinhas, Stellenbosch, Paarl e Franschoek. Logo no início do passeio, no Spier Wine Estate, há um parque de guepardos, Cheetah Outreach, onde dá para ver os guepardos de perto e segurar um filhotinho no colo. Ao lado, no Eagle Encounters, é possível ver aves de grande porte, assistir apresentações com elas e segurar uma coruja nas mãos. Em Stellenbosch há um passeio pelo centro histórico, uma degustação de vinhos e queijos e um museu de brinquedos e miniaturas que é uma graça. Perto dali, entre Stellenbosch e Paarl, tem o Butterfly World, um borboletário e museu de insetos. Depois, mais uma degustação de vinhos em Paarl e em Franschoek, que também é um centro histórico. Se o tempo ajudar, as crianças vão curtir um piquenique no almoço.

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Tenho que dizer que gostei bastante de Cape Town. Com todos os senões de ser uma cidade um tanto insegura, que não pode ser explorada livremente ao cair do dia e à noite, ainda assim é uma cidade gostosa, cheia de atrações e muito, muito bonita. De certa forma, uma Rio de Janeiro sul-africana com passeios, paisagens lindas e praias e montanhas vizinhas para visitar.

Para o meu marido que adora o mar, sair de barco, pescar, ver animais, fazer trilhas e estar em contato com a Natureza, foi um prato cheio. Fora que Cape Town está a poucos quilômetros de uma região vinícola interessante, tornando-se uma cidade quase perfeita para ele, que disse que volta um dia para ficar um mês e aproveitar para pescar e beber muito vinho 🙂

Finalmente, para as crianças, Cape Town tem passeios bacanas. Destaco principalmente o passeio de dia inteiro ao Cabo da Boa Esperança, o passeio de dia inteiro às vinícolas (sim, as crianças gostam porque tem atrações para elas no caminho), um dia para ir à Robben Island de manhã e à Table Mountain à tarde, e um dia para ver as baleias em Hermanus de manhã e curtir o Two Ocean Aquarium e o Waterfront à tarde. Foi o que fizemos.

Mas tem também o passeio Shark Cage Diving para mergulhar e ver os tubarões (bastante radical e indicado para maiores), o tour pelo centro da cidade com visita a Green Market Square e ao Castle of Good Hope. E se você for no verão e tiver tempo dá ainda para curtir uma praia (de águas congelantes no lado do Atlântico), sair para pescar, andar à cavalo na praia, fazer trilhas a pé.

Hospedagem

O melhor local para ficar com as crianças em Cape Town é no Waterfront. Lá há uma variedade grande de restaurantes básicos e mais sofisticados, tem sorveteria e fast food, lojinhas de badulaques e atrações na rua, além dos shopping centers. Assim, fica mais fácil para levar as crianças para dar uma volta ou para tomar um sorvete ou um lanche rápido. O problema é que os hotéis no Waterfront são bem mais caros, como o excelente Table Bay, por exemplo, que fica ‘grudado’ no shopping center.

Para quem não quer pagar tão caro, como foi o nosso caso, a melhor opção é ficar em um hotel perto do Waterfront, onde dá para ir a pé durante o dia e pegar um táxi rápido à noite. O Protea North Wharf, onde ficamos, é ótimo para famílias já que tem apartamentos com dois quartos separados e cozinha e sala de jantar/estar. Outra boa opção é o Southern Sun, que tem shuttle gratuito para o Waterfront.

Restaurantes

Em Cape Town os restaurantes são bons e muito mais baratos do que no Brasil. Há carnes muito bem feitas, pratos africanos e indianos variados e muitos frutos do mar, além de boas cartas de vinhos sul-africanos. Destaco especialmente o Belthazar, que fica no próprio Waterfront e tem carnes grelhadas ótimas e uma boa carta de vinhos by the glass. Outro restaurante gostoso é o belga Den Anker que também fica no Waterfront. Nosso preferido, no entanto, foi o Beluga, lugar super charmoso com uma variedade incrível de pratos com peixes e frutos do mar. Em todos dá para ir com as crianças. A pizzaria/restaurante italiano Col Cacchio, que fica em frente ao hotel Protea North Wharf (e inclusive entrega no hotel), é despojada mas gostosa e bem apropriada para o gosto infantil.

Semana que vem, detalhes dos passeios que fizemos em Cape Town.

 

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O safári era para ser o ponto alto da viagem, e foi mesmo. Uma experiência incrível, diferente, emocionante. E bacana para crianças de qualquer idade 🙂

Quando fomos

Com crianças, a escolha é quase sempre por um ou outro período de férias escolares, ou seja, entre verão e inverno. Escolhemos o inverno por ser a época da seca na região do Kruger Park. Nesta época, a vegetação é mais rala e fica mais fácil ver os animais. E há menos água, pelo que os animais acabam concentrando-se ao redor dos rios e lagos. A desvantagem é o frio. Durante o dia com o sol é agradável, mas as temperaturas caem bastante de manhã cedo e no final da tarde. Sem contar que no jipe aberto venta bastante. Mas mesmo assim achamos que foi a escolha certa. E dá-lhe casaco, luva, gorro e cachecol.

Um pouco sobre os parques e safáris

Há diferentes regiões na África do Sul que oferecem passeios e safáris em parques. Vizinho a Sun City há Pilanesberg, onde é possível fazer um safári montado nas costas de um elefante e até passeios de balão. Na região do Eastern Cape há parques que são malaria free, como o Shamwari Game Reserve, recomendado por amigos viajantes.

Mas a escolha mais comum é mesmo por um safári no complexo do Kruger Park, o maior, mais variado e mais famoso parque nacional da África do Sul. O Kruger é uma tira comprida de terra de aproximadamente 60 km de largura que se estende por 380 km ao longo da fronteira com Moçambique. Do lado sul-africano, diversas reservas particulares fazem fronteira com o parque e fazem parte do complexo Kruger, já que desde 1993 não há cercas entre o Kruger e estas reservas, e nem entre elas. Os animais circulam livremente por toda a área e as reservas seguem uma rígida política de proteção aos animais e de não-interferência na Natureza, controlada firmemente pela administração do parque.

Dentro do complexo do Kruger Park há diversas modalidades de safáris, opções para todos os bolsos e experiências que podem durar de algumas horas a vários dias. Dá para passar apenas um dia no parque, circulando com seu próprio veículo ou no ônibus do parque (que funciona em algumas épocas do ano só), pelas estradas sinalizadas. Ou é possível fazer passeios em jipes abertos e com guias especializados. Neste caso, é necessário passar uma noite em algum camp ou lodge do parque, pois os passeios normalmente saem muito cedo ou se prolongam até depois do anoitecer. É possível ainda fazer trilhas a pé pela mata (longe dos bichos é claro!).

A Simone do blog Flashes de Viagem fez um post interessante onde compara o passeio no próprio veículo com o tour guiado no Kruger Park.

Onde fomos

A ultimate experience no complexo do Kruger Park é passar uma ou mais noites em um lodge ou reserva privada e aproveitar para fazer os safáris em um jipe aberto só com o seu grupo, acompanhado de dois guias e com a possibilidade de aliar passeios mais individualizados com a experiência de dormir no meio da selva africana.

Escolhemos um parque ao norte do Kruger, o Motswari, e gostamos muito. A escolha foi baseada em avaliações muito positivas do Trip Advisor e no bolso mesmo, já que neste parque crianças menores de 12 anos pagavam apenas 50% e aproveitamos ainda uma promoção que dava uma diária de graça para quem comprasse outras duas.

Mas há outras opções bacanas. A Simone do Flashes de Viagem ficou no Satara Camp no Kruger e postou sobre ele aqui. Outras reservas indicadas por viajantes brasileiros: Mala Mala, Kapama, Londolozi e King’s Camp.

Como funciona o game reserve

Não é à toa que a maioria dos game reserves não é chamada de hotel, mas sim de camp. Isto porque o esquema é só para os fortes mesmo rsrs… 🙂 No camp, pelo fato de estarmos literalmente no meio da selva africana, tem que haver todo um cuidado, principalmente à noite, para andar de um ponto ao outro. Além disto, é preciso aproveitar os horários mais favoráveis para a observação dos animais, pelo que o ideal é ‘obedecer’ ao esquema de horários colocado pela equipe da reserva. É claro que às vezes o cansaço vence, principalmente com crianças pequenas, mas é bom tentar entrar no esquema para aproveitar o máximo possível.

Na nossa reserva os bangalôs eram espalhados e havia ainda locais diferentes para brunch, almoço, jantar, descanso/biblioteca, piscina e recepção. Durante o dia, apenas macacos aparecem por perto, mas à noite há elefantes rondando a reserva, búfalos mais velhos que procuram proteção junto à piscina e a eventual visita de outros animais selvagens.

A rotina no nosso hotel era a seguinte: acordar às 5h30 da manhã, com uma batidinha na porta (quem não quiser ser acordado para este safári da manhã, pode por uma placa do lado de fora da porta com os dizeres “zzz”). Às 6h, um café ou chá com bolinhos para iniciar o dia. Às 6h30 subimos no jipe e começamos o passeio. No jipe vai só o seu grupo de pessoas, pelo que há liberdade de parar em alguns momentos para ver os bichos ou para tirar uma foto específica. Quem guia o jipe é o ranger, normalmente alguém que conhece muito sobre os bichos, a vegetação e os costumes da selva. Na frente do jipe vai o tracker, sujeito que sabe identificar pegadas, rastros e até os cocôs dos animais para orientar a busca pelos bichos. O passeio da manhã sai antes do nascer do sol e volta às 10h, com uma parada no caminho para tomar uma bebida quente. Às 10h30, um brunch delicioso nos espera na reserva com pães, queijos, cereais, frutas, omelete, mingau, quiches e outras delícias. Depois do brunch é hora do descanso. Nós íamos dormir mesmo! Às 14h30, um almoço leve, com saladas variadas e pratos frios.

Às 15h30 sai o segundo safári do dia, que volta para a reserva às 18h30, com uma parada no pôr-do-sol para um vinho no meio da selva. Nesta hora já está escuro e andar pela reserva só acompanhado do pessoal do hotel. Nosso guia nos leva até o quarto e marca um horário para vir nos buscar para o jantar. O jantar, que começa às 20h, tem um menu de sopa, duas ou três carnes e/ou peixes, legumes ou arroz e uma sobremesa doce muito caprichada. O local do jantar é sempre no Boma, uma área rodeada de bambus com a entrada em espiral para confundir os animais. No meio, uma fogueira onde as crianças assavam marshmellows todo dia. É o momento de descansar, tomar um vinho e conversar sobre as aventuras do dia. Em alguns dias, há um show de música e dança.

O serviço era incrível. Todos os funcionários da reserva, sem exceção, eram extremamente atenciosos e treinados para deixar os hóspedes os mais satisfeitos possíveis. Que tal uma bolsa com água quente para aquecer as pernas no jipe de manhã cedo?

Andar por aquela paisagem tão inóspita (no norte, onde ficava a nossa reserva, a vegetação não é a savana, mas o bushveld, um campo com árvores e arbustos retorcidos), com árvores derrubadas pelos elefantes, pássaros, rios e lagos, um silêncio só quebrado pelos sons da Natureza e lindos amanheceres e pores-do-sol, e em especial ficar a metros de distância de animais é uma experiência única na vida!

O único porém que destaco é que, em se tratando de uma viagem com crianças, é preciso gerenciar bem suas expectativas. É bom deixar claro que o safári na selva africana não é um parque de diversões. Explicamos às nossas crianças que era como uma pescaria (algo que eles já tinham feito e sabiam a dinâmica), ou seja, às vezes o jipe pode andar horas e não ver determinados bichos e de repente ter a sorte de topar com algo incrível. Ou seja, é preciso paciência! No fim, nosso saldo foi positivo, pois vimos os chamados Big Five: leão, leopardo, búfalo, elefante e rinoceronte.

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Nossa viagem para a África do Sul não incluía inicialmente Joanesburgo. Planejávamos fazer o safári fotográfico em uma reserva particular vizinha ao Kruger Park e em seguida passar uns dias em Cape Town, pulando também um destino que muitos brasileiros incluem numa viagem para aquele país: Sun City. Não é a nossa praia, não fomos, mas quem tem filhos pequenos deve considerar uns dois ou três dias nesse hotel “seis estrelas” e aproveitar para dar um pulo em Pilanesberg para o safári nas costas do elefante ou o passeio de balão. Quem foi, curtiu; portanto considere.

Vôo

O vôo mais barato do Brasil para a África do Sul era da South African Airways e fazia a rota São Paulo-Joanesburgo-São Paulo. Este vôo sai do Brasil às 18h, leva 8 horas para chegar e é difícil dormir pelo horário. Chega em Joanesburgo no meio da manhã. Como este fuso horário castiga muito, resolvemos dormir um dia em Joanesburgo e voar descansados para a reserva no dia seguinte. Na volta, como nosso vôo para o Brasil era diurno e saía cedo, voamos para Joanesburgo um dia antes e aproveitamos mais uma tarde lá.

Observação importante: a África do Sul exige a vacina da febre amarela. Ela deve ser tomada pelo menos 10 dias antes do embarque. É preciso a) ir ao posto de saúde para ser vacinado, sem esquecer de explicar por que motivo está tomando a vacina (há uma série de dados que terão que ser inseridos na caderneta para os casos de viagem ao exterior); b) entrar no site da ANVISA e cadastrar-se, obtendo um login e senha; c) ir até um posto da ANVISA para validar a vacina e obter a carteira internacional de vacinação. Nós validamos a vacina no posto da ANVISA no próprio Aeroporto de Guarulhos, um pouco antes do check in. Porém, fique atento aos horários de funcionamento do posto! Ele não abre aos domingos, por exemplo.

Hotel

Outro lance importante da África do Sul é escolher bem o hotel, seja em Joanesburgo ou em Cape Town. Isto porque naquele país não é aconselhável andar a pé à noite. Assim, nossa escolha em Joanesburgo foi o Holiday Inn Rosebank Hotel, um hotel relativamente perto do aeroporto, padrão internacional, e que ficava ao lado de um shopping center e de vários restaurantes, facilitando bastante o trânsito com as crianças.

Passeios

Tínhamos planejado ir ao Museu do Apartheid e ao Lion Park. Chegando em Joanesburgo descobrimos que o Museu não permite a entrada de crianças menores de 11 anos, pelo que desistimos deste programa. No lugar dele, fomos ao parque de diversões Gold Reef City. E na volta ao Lion Park. Aqui, um pouco de cada um destes passeios para vocês.

Observação: o Tiago do blog Esvaziando a Mochila tem um post legal sobre o Mueseu do Apartheid, para quem quiser saber mais a respeito. Algumas pessoas também optam pelo passeio no bairro do Soweto, mas acredito que é mais interessante para adultos do que para crianças. Por fim, o outro passeio que pode agradar em Joanesburgo é o estádio Soccer City, que foi reformado e ampliado para a Copa do Mundo 2010.

Gold Reef City

O Gold Reef City é um complexo que engloba cassino, teatro, hotel, restaurantes e um parque de diversões. Sim, o lugar é cafona. Principalmente a entrada do cassino, uma imitação tosca de Las Vegas. E no cassino as crianças não entram, portanto vá mesmo direto para o parque. Se você tem tempo e vai passar o dia todo lá, aproveite para dar uma volta na roda gigante com cabines em formato de bola de futebol, construída para a última Copa do Mundo. Ou então aproveite as demais atrações do parque.

Se você tem apenas uma tarde livre, vá direto para a atração mais interessante, o Gold Mine Tour. Como o Gold Reef City é um parque que cresceu em volta de uma mina de ouro desativada, hoje é possível fazer um tour descendo até o nível 5 desta antiga mina. Todos ganham capacetes e lanternas e descem em um elevador apertado até a mina, onde um guia explica o processo de produção e curiosidades do local. Atenção: permitido apenas para crianças acima de 5 anos.

Além do tour pela mina propriamente dita, é possível fazer um tour completo (ou então fazer esta parte do passeio sozinhos mesmo) que passa pelo Museu dos Mineiros, por casas históricas mobiliadas típicas da época, além de ver uma apresentação de como o ouro é derretido para fazer as barras.

Observação: se quiser contrate um tour para fazer o passeio. Nós fomos de táxi mesmo, contratado diretamente no hotel.

Lion Park

O Lion Park é uma mistura de zoológico com ‘Simba Safári’. O parque é dividido em duas áreas. Na primeira estão grandes espaços cercados onde os animais – cervos, zebras, avestruzes, hienas, leões, guepardos e leopardos – vivem separados por espécies e podem circular a vontade. Os visitantes transitam por dentro destes espaços com seu próprio carro, com um táxi ou em um microônibus do parque. O mais interessante aqui é poder ver os leões de perto. Atenção: os leões só são alimentados aos domingos ao meio-dia, portanto evite ir neste dia e hora para não enfrentar filas enormes de carros dos próprios moradores locais.

A segunda área do parque é um zoológico com filhotes de alguns animais africanos – hienas, suricatos e em especial leões, de idades diferentes. A grande curtição é entrar no espaço onde vivem os leões de menos de um ano de idade e poder brincar com eles. Meus filhos adoraram!

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