Viewing entries in the category celíacos

Semana passada contei sobre o jantar Interblogs que fizemos com o DCPV. No post do Edu estão as fotos do jantar e da produção dos pratos, bem como um panorama geral mostrando como foi bacana o nosso encontro. Aqui, em uma sequência de posts que se inicia hoje, colocarei algumas das receitas que fizeram parte do menu Fusion Fun Praias, começando com a guacamole que representa as praias do México – Acapulco e Cancun.

A guacamole é o aperitivo de resistência aqui em casa, aquele que sabemos que vai agradar mesmo. E não há quem não elogie esta receita. Como eu adoro guacamole, testei muitas combinações até chegar neste mix de ingredientes que considero o ideal. Se é que tal coisa existe 🙂 O segredo dela é usar avocados, de consistência um pouco mais firme do que o abacate normal, e não amassá-los demais para manter a textura. Outra coisa importante é picar tudo na hora, misturar e servir imediatamente para garantir o frescor.

Guacamole

4 avocados
2 tomates sem pele e sem sementes bem picados
1 cebola bem picada
1 dente de alho amassado
suco de um limão
2 col. sopa de azeite
1 col. chá de sal
½ pimenta dedo de moça sem sementes bem picadinha
¼ de maço de coentro bem picado (só as folhas)

Amassar a polpa de abacate com um garfo, juntar a cebola, o alho e os tomates. Temperar com suco de limão, azeite e sal. Por fim juntar o coentro e a pimenta a gosto e servir com tortillas.

Share

Quem me acompanha no Twitter já me viu comentar algumas vezes sobre este livro do David Lebovitz, The Sweet Life in Paris. Um daqueles livros que a gente lê sem ver o tempo passar, ‘economizando’ e ficando até com saudades dele depois que acaba. Me peguei sorrindo e até rindo alto sozinha com ele por aí.

O grande barato do livro é que o David Lebovitz, além de ser um bom blogueiro/autor de livros de culinária, é também um excelente cronista de costumes. Neste livro ele relata com bastante franqueza suas frustrações e seus choques culturais como americano vivendo em Paris, usando na medida certa doses de humor e de fina ironia, e desta forma passando uma imagem positiva da sua vida em uma cidade que lhe era totalmente estranha.

Tendo mudado de cidade duas vezes nos últimos 10 anos, vivi os inevitáveis choques culturais e paguei minha cota de micos. Mas, além deles, tive surpresas agradáveis e conheci muita gente bacana. A ideia – óbvia mas que muita gente não saca tão facilmente – é focalizar no que o novo lugar tem de bom para oferecer e procurar usufruir ao máximo disto. E relevar os micos. E se adaptar à cultura, não exigindo que ela se adapte a você.

“What helped was that I understood the food and tried my best to adapt to the culture, rather than trying to make the culture adapt to me”(D. Lebovitz)

No livro há episódios muito engraçados, como quando ele descreve suas táticas para não ser ‘esmagado’ pelas pessoas nas filas. Ou quando tenta entender a obtusa burocracia francesa. Ou ainda quando descreve os percalços domésticos de alguém que não sabe nem falar direito a língua nativa e precisa ‘expulsar’ um pintor que não termina nunca seu trabalho na casa. Isto já é difícil no seu país e língua natais, imaginem em outro idioma 😉 E ele consegue ser tão crítico com os parisienses quanto com os americanos que dão seus foras visitando Paris.

Entre receitas bacanas e dicas dos seus lugares prediletos na cidade, e no meio das experiências frustrantes, chateações e estranhezas, David nos diz que há muita coisa bacana para ver e aprender. E que a vida é boa 🙂

“Everyday in Paris isn’t always so sweet. Although I’ve tried my best to fit in, no matter where you plant yourself, there’s certain to be ups and downs. I embarked on a new life in Paris without knowing what the future would hand me. Because of that, my life’s turned into quite an adventure, and I often surprise myself when I find that I’m easily mingling with the locals, taking on surly salesclerks, and best of all, wandering the streets in search of something delicious to eat” (D. Lebovitz)

Para dar mais sabor a este post e como aperitivo do livro, aqui vai a receita dele que melhor descreve o estilo do David Lebovitz – picante e doce na medida certa, para abrir o apetite e deixar a gente feliz.

Spiced nut mix

2 xíc (chá) ou 270 g de castanhas variadas: nozes, amêndoas, amendoins, nozes pecãs, avelãs, castanhas-de-caju ou castanhas-do-pará
1 col (sopa) ou 15 g de manteiga com sal derretida
3 col (sopa) ou 45 g de açúcar mascavo
½ col (chá) de canela moída
1 col (chá) de pimenta chilli em pó
2 col (sopa) de maple syrup
½ col (chá) de cacau em pó
1 ½ col (chá) de flor de sal (ou sal grosso)

Pré-aqueça o forno a 180º C. Espalhe as castanhas em uma assadeira e leve ao forno por 10 minutos. Enquanto isso, numa vasilha grande misture a manteiga, o açúcar mascavo, a canela, o chilli em pó, o maple syrup e o cacau em pó. Jogue as castanhas já mornas na vasilha dos temperos e misture bem. No fim, polvilhe o sal.

OBS. A @fezoca e a @entrepanelas também fizeram posts legais que mencionam este livro aqui e aqui.

Share

Há meses minha amiga Carmo me emprestou um livro muito bacana de receitas de crème brulée: Elegantly Easy Crème Brulée & Other Custurd Desserts, da Debbie Puente. Tem receitas incríveis, técnicas, dicas; é bem legal. Recomendo para quem gosta muito desta sobremesa, como eu. Depois de curtir o livro emprestado, tratei de arrumar um só meu, entregue pela Santa Amazon 😉

Foi dele que tirei a receita para inaugurar o maçarico novo, depois de uns percalços para carregá-lo com o gás da forma correta, ajudada no Twitter pelo @cozinhapequena e pelo @rhigam. Até hoje só tinha feito crème brulée com o equipamento ‘vintage’ da minha mãe, uma chapa redonda de metal que é aquecida e pressionada sobre aqueles potes redondos, mais rasos e largos. Mas achei o maçarico portátil bem fácil de usar.

A @dadivosa, o @BergamoM e a @LenaGasparetto me deram a ideia de colocar o crème brulée nestas miniabóboras que estão pelos supermercados por aí. Ficou lindo! Dá tranquilamente para levar as abóboras cruas ao forno, pois o crème brulée é assado em temperatura muito baixa e as miniabóboras continuam firmes depois de assadas.

Crème brulée de abóbora com especiarias
(ligeiramente adaptada daqui)

 

1 xíc (chá) de abóbora cabocha cozida e amassada (bem apertada na xícara)
2 xíc (chá) de creme de leite fresco
1/3 xíc (chá) de açúcar
8 gemas
2 col (café) de essência de baunilha
1/2 a 1 col (chá) rasa de especiarias (gosto mais forte, coloquei uma colher e usei canela, gengibre em pó e pimenta-da-jamaica em partes iguais e meia parte de noz moscada)
açúcar para caramelizar

Pré-aqueça o forno a 150º C. Em uma vasilha grande, coloque todos os ingredientes menos o açúcar para caramelizar. Misture bem com um batedor. Coloque a mistura nos potinhos e leve ao forno em banho-maria por 30 minutos. O certo é o creme assar, mas não dourar. Espere esfriar por duas horas ou até dois dias antes de caramelizar. Polvilhe cerca de uma col (chá) de açucar sobre cada potinho e caramelize com o maçarico.

Obs. O creme nas miniabóboras ficou com a textura mais líquida do que o creme nos potinhos de cerâmica, assados na mesma temperatura e no mesmo tempo. Assim, se você optar por fazer o creme nas miniabóboras, o ideal seria tampá-las com a ‘tampinha’ da abóbora mesmo e deixar mais uns 15 a 20 minutos no forno.

Share

Mais uma receita com pinhão para fechar com chave de ouro o último repeteco. Semana que vem tem novidades nas panelas, prometo 😀 Este post foi publicado em julho do ano passado no Rosmarino e Prezzemolo. O legal deste post, além da receita em si (facílima por sinal), é mostrar como é bacana a interação entre as blogueiras de culinária/gastronomia. E olha que na época nem Twitter eu tinha ainda!

Queria aproveitar os pinhões (muitos) que sobraram da ida a Campos de Jordão. Cozinhei-os, descasquei-os e fui pesquisar receitas salgadas com eles, para variar do bolo que já tinha feito. Foi aí que, conversando com a Verena do blog Mangia che te fa bene, ouvi falar desta paçoca de pinhão. A receita vem da mãe da Verena. Seus pais moram em Santa Catarina, no Sul do Brasil, onde tem bastante pinhão.

A Verena ensinou a receita assim:“Cozinhe o pinhão (com casca) até ficar mole, abra um e veja se já está bom, dependendo da quantidade vai demorar mais ou menos tempo. Abra os pinhões e passe no processador ou no moedor, vai ficar igual farinha mais grossa, se tiver pilão e quiser experimentar pode ser também, mas dá mais trabalho. Reserve. Para o mesmo peso do pinhão já moído/processado/pilado use carne de porco/frango ou bovina mesmo. Corte em tirinhas muito finas e num refogado bem reforçado de alho, cebola e azeite doure bem a carne, até que fique bem moreninha. Salgue um pouco. Nessa panela onde está a carne já dourada coloque a farinha grossa do pinhão, misture bem e salgue a gosto. Se quiser pode acrescentar cheiro verde picado.* Se quiser fazer só de pinhão também pode, depois de processado o pinhão faça o refogado e jogue a farinha grossa de pinhão na panela, salgue a gosto.* Pensei até em fazer com carne de sol…deve ficar deliciosa! Não use água, o refogado da carne deve estar com azeite ou manteiga para incorporar o pinhão sem ficar aquela coisa seca. Sirva com arroz! Espero que goste, essa é a receita que a minha mãe faz!”

Fiz a receita da mãe da Verena no domingo passado e foi sucesso total. Minha receita foi a seguinte: cozinhei o pinhão com água cobrindo na panela de pressão por cerca de uma hora. Abri-os e passei no processador, sem deixar virar uma farofa, mas sim com alguns pedacinhos de pinhão. Cortei meio quilo de filé mignon em tiras bem finas. Refoguei uma cebola picada e dois dentes de alho amassados em uma colher (sopa) de azeite. Juntei a carne e deixei cozinhar. Quando a carne começou a ficar morena e o caldo reduziu juntei o pinhão moído e temperei com uma colher e meia (chá) de sal. Misturei bem e desliguei o fogo. Aí juntei 3 colheres (sopa) de salsinha.Quem ainda tiver pinhão por aí pode fazer pois fica delicioso mesmo!

Share

Mesmo não sendo super fã de chocolate e de doces feitos com ele, sou voto vencidíssimo em casa. Pelo que esta receita do livro Cozinhando para amigos da Heloísa Bacellar fez o esperado sucesso, servida como sobremesa de um churrasco. Nestes potinhos o creme de chocolate é cozido e não assado como nos famosos chocohotpots da Nigella. A textura fica mais cremosa. E a mistura dos dois chocolates dá um gostinho especial.

Já fiz esta sobremesa para uma festa de finger foods, servindo o creme em xícaras de café, meio a meio. Mas para o churrasco fiz em potinhos um pouco maiores e com desenhos mais improvisados. Como diz a Heloísa, estes potinhos “são gostosos e lindos e permitem desenhos variados com o chocolate branco e o escuro”. Ficam lindos de qualquer jeito.

Outra coisa legal desta receita é que, como o creme é cozido e os potinhos não são levados ao forno, você pode usar potinhos de vidro, plásticos ou até descartáveis. Receita prática 🙂


Dá para fazer meia receita se você não quiser muitos potinhos, pois esta receita é para festa mesmo, rende bastante! Se não tiver a fava de baunilha, substitua por uma col (chá) de essência de baunilha.

Potinhos cremosos de dois chocolates

600 g de chocolate meio-amargo em cubinhos
400 g de chocolate branco em cubinhos
24 gemas
2 col (sopa) de mel
1 fava de baunilha
2 litros de creme de leite fresco

Separe 24 potinhos, taças ou xícaras não muito grandes de chá ou mesmo de café. Coloque cada um dos chocolates numa tigela grande e em outra coloque as gemas passadas por uma peneira fina e o mel. (Não pule a etapa de passar as gemas pela peneira, é o que impede o doce de ficar com aquele ‘gosto de ovo’) Corte a fava ao meio no sentido do comprimento, raspe as sementinhas, coloque a fava e as sementes numa panela com o creme de leite e aqueça. Quando ferver, despeje uma pequena parte sobre a gema, misture, volte para a panela e leve ao fogo, sem parar de mexer, até surgirem bolhinhas nas laterais, sumir a espuma da superfície, o creme encorpar e cobrir o dorso da colher, mas sem ferver. Despeje metade do creme sobre o chocolate branco e metade sobre o escuro, mexa até derreter e aguarde 5 minutos para esfriar um pouco. Calcule ¼ de xícara de cada creme por potinho e preencha como quiser: alterne camadas de branco e escuro para fazer listas, despeje os cremes lado a lado ao mesmo tempo ou coloque um creme por baixo e por cima espalhe bolotas do outro. Cubra os potinhos com filme plástico e leve à geladeira por pelo menos duas horas ou por até dois dias).

Share

Quinoa para mim não foi amor à primeira vista. Achava que o grão tinha um retrogosto que tempero algum tirava. Com o tempo, aprendi que os grãos (sementes) de quinoa têm que ser lavados antes de utilizados, pois são naturalmente revestidos com saponina, substância amarga que os protege do ataque das aves. Em lugares mais carentes nos países andinos a saponina removida da quinua é usada como detergente para lavar roupa. Ou seja, gosto de sabão amargo mesmo 🙂

Hoje eu adoro este cereal. Fácil de cozinhar, super versátil, fica bom simples como acompanhamento e também mais elaborado num prato único. Fora que a quinoa é daqueles alimentos super hiper nutritivos. Ela já chegou a ser comparada ao leite materno em termos nutricionais.

Enfim, me deu vontade de barbarizar e fazer um curry, que eu adoro, com a quinoa. E quando os Andes bolivianos encontraram a Índia, foi um casamento perfeito, delicioso de fato 🙂

Curry de quinoa (adaptado daqui)


1 xíc (chá) de quinoa
2 xíc (chá) de água
2 col (sopa) de óleo
2 col (chá) de curry em pó
1/4 col (chá) de curcuma
1 xíc (chá) de caldo de legumes
1 xíc (chá) de ervilhas frescas ou congeladas
1 couve-flor em buquês pequenos
1 pote de iogurte natural (170 g) (para os veggies, basta não colocar o iogurte)
1 xíc (chá) de castanhas de caju
1 col (chá) de sal
2 col (sopa) de coentro fresco bem picadinho (opcional)

Lave e escorra a quinoa (eu coloco a quinoa numa peneira grande fina e passo na água corrente mesmo). Cozinhe a quinoa na água (a proporção é de um para dois, sempre) por 10 a 15 minutos em fogo baixo (a água ‘some’ e os grãos de quinoa ficam com um ‘anel branquinho’ em volta). Reserve. Em outra panela, aqueça o óleo e depois coloque o curry. Mexa por 15 segundos e coloque o caldo de legumes. Acrescente a curcuma e deixe ferver. Coloque a couve-flor, cozinhe por uns 4 minutos, junte as ervilhas e cozinhe só mais um pouco. Desligue o fogo e junte a quinoa, o iogurte, a castanha de caju e o coentro. Misture delicadamente, acerte o sal e pronto.

OBS. Se quiser um prato mais completo, pode acrescentar peito de frango refogado em cubinhos.

Share

Quem me ‘apresentou’ à Heloísa Bacellar foi a Carla, minha amiga de Ribeirão Preto. A Carla a conhece pessoalmente e sempre falou maravilhas das receitas, dos pratos e dos livros da Heloísa. Foi um pulo para comprar os dois primeiros livros dela, Cozinhando para Amigos e Entre panelas e tigelas. E posso dizer que estes dois livros estão entre os mais queridos da minha biblioteca gastronômica.

Estes livros passaram até apuros de fã comigo. No ano passado, estava programada uma palestra da Heloísa Bacellar na 9ª Feira do Livro de Ribeirão Preto. Entre tanta gente que viria – Ana Luiza Trajano, Olivier Anquier, Rubens Ewald Filho – me organizei para assistir a palestra da Heloísa e lá fui eu para o centro da cidade, enfrentar a muvuca e tentar achar uma vaga em algum dos estacionamentos sempre lotados na região, especialmente naquela época. No dia, cheguei atrasada e corri por três quarteirões com os livros embaixo do braço (eles pesam bem uns 3 quilos juntos). Quando cheguei, tudo vazio… a Heloísa Bacellar havia cancelado a palestra, por conta de um problema ortopédico. Voltamos, frustrados, eu e meus livros para casa. No autographs for you 🙂

Pois desde que comprei os livros da Heloísa, estou de olho neste risoto, que foi publicado no volume Cozinhando para Amigos. Sabe aquele prato cujos ingredientes, separados, são da sua total paixão? Pois é. Eu adoro abobrinha. Adoro pistache. Amo camembert. E manjericão é a minha erva predileta. A combinação de todos eles resultou numa explosão de texturas – o sabor mediterrâneo da abobrinha, o frescor do manjericão, a ‘crocância’ do pistache, a cremosidade do camembert. Simplesmente perfeito.

Risoto de abobrinha, manjericão, pistache e camembert


90 g de manteiga
1 dente de alho amassado
4 abobrinhas italianas pequenas, raladas com a casca
1 cebola bem picada
3 xíc (chá) de arroz arborio
1 xíc (chá) de vinho branco seco
1 ½ l de caldo de legumes fervente
1 xíc (chá) de folhas de manjericão
200 g de queijo camembert em cubinhos (para os veggies, não colocar o queijo)
½ xíc (chá) de pistache sem casca torrado e moído grosseiramente
sal e pimenta-do-reino ralada na hora a gosto

Numa panela grande, aqueça um terço da manteiga e refogue um pouco o alho, sem queimar. Junte a abobrinha e uma pitada de sal e deixe murchar. Reserve. Junte mais um terço da manteiga à panela, refogue a cebola e acrescente o arroz. Misture e coloque o vinho. Deixe evaporar, junte 1 col (chá) rasa de sal e vá colocando o caldo aos poucos, sempre mexendo e acrescentando mais caldo à medida em que o risoto vai secando.Depois de uns 15 minutos, pouco antes do cozimento total do risoto, junte a abobrinha reservada, misture cozinhe mais uns 3 minutos. Desligue o fogo e acrescente o terço restante da manteiga, o manjericão, o pistache e o queijo camembert. Sirva imediatamente.

Share

A receita desta torta é do João Roberto, chef e proprietário do restaurante La Pyramide de Ribeirão Preto.

Médico cardiologista e professor de cirurgia cardíaca e toráxica, o João Roberto largou uma bem sucedida carreira (mesmo!) e resolveu cozinhar. Depois de uma pequena temporada trabalhando em Natal, o João abriu seu próprio restaurante em Ribeirão Preto na década de 80. Hoje, o La Pyramide é um oásis de tranqüilidade e boa comida na cidade. De inspiração provençal, o restaurante não aceita fumantes, tem apenas 18 lugares e não tem placa na fachada. Também não tem maître, gerente ou garçom. Ele e a esposa Regina se revezam no atendimento e contam com um pequeno número de funcionários para dar apoio. O João deu tão certo na nova carreira – na qual está há mais de 20 anos – que em 1997 foi eleito Chef do Ano pelo Guia 4 Rodas. Depois, em 2006, seu La Pyramide foi eleito “O Melhor da Cozinha Francesa no Brasil”.

O João é uma figura muito interessante. Ele cultiva há mais de 30 anos dezenas de ervas em sua casa, onde também tem árvores frutíferas, flores comestíveis e outras plantas. Muitas das ervas foram trazidas por ele de regiões mediterrâneas, inclusive um pé de louro cuja muda veio da Turquia e que o João diz ter um sabor especial. Ele conta que colhe todos os dias antes do amanhecer as ervas que vai utilizar no restaurante, quando o sol ainda não apareceu para fazer evaporar os óleos essenciais das ervas. Assim, elas são muito mais perfumadas e têm sabores mais concentrados. De fato!! Eu provei 🙂

Pois bem, além de tudo isto o João tem hoje uma coluna semanal, a “Na Minha Cozinha”, na revista Revide, editada aqui na cidade. Com um leve toque francês, o João fala sobre cultura, ensina detalhes interessantes sobre ingredientes e vinhos e dá algumas receitas. Foi com ele que aprendi que a endívia é produzida a partir de raízes de chicória cultivadas em local escuro (por isto inclusive ficam branquinhas!).

Acertei em cheio na escolha desta receita de torta de alho poró sem massa, da coluna do João. Combinada com uma saladinha, faz um jantar leve e delicioso. Assada em forminhas individuais, vira uma entrada ótima. Ou pode ser servida com carne, frango ou peixe, combina com tudo.


Torta de alho poró (sem massa) do João Roberto

3 xíc (chá) da parte branca do alho poró cortada em rodelas
2 ovos inteiros
2 gemas
2 col (sopa) de bacon em cubos
2 xíc (chá) de queijo ementhal ou gruyère em cubos (se não achar, troque por mussarela)
½ xíc (chá) de queijo parmesão ralado
250 ml de creme de leite fresco
1 col (sopa) de vinagre de vinho branco
Pimenta-do-reino moída na hora
Manteiga e farinha de trigo para untar a forma (para os celíacos, untar a forma com polvilho ou farinha de arroz)

Vamos lá. Ligue o forno a 200º C. Coloque o bacon e o alho poró em uma frigideira e leve ao fogo alto, mexendo sempre até as rodelas ficarem transparentes, mas não douradas. Adicione o vinagre e a pimenta-do-reino e deixe evaporar. Retire do fogo e, quando frio, distribua em uma forma refratária de 25 cm de diâmetro com o fundo e os lados generosamente untados com manteiga e polvilhados com farinha de trigo. Em uma vasilha, bata os ovos, as gemas e o creme de leite fresco com um batedor manual e espalhe cuidadosamente sobre o alho poró. Cubra de maneira uniforme com o queijo em cubos, pulverize com o queijo parmesão. Leve ao forno já quente por cerca de 30 minutos ou até a crosta ficar bem dourada.

O João recomenda: “aprecie a torta enquanto estiver bem quente com uma taça de vinho Riesling” 😀

OBS. Esta receita foi publicada originalmente no blog Rosmarino e Prezzemolo.

Share
< 1 2