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Tenho a sorte de ter uma funcionária, a Inês, que cozinha muito bem. Acabamos virando parceiras na cozinha. Ela me ensina muito e eu ensino coisas novas para ela também. A Inês adora os meus bolos. Vai chegando quinta-feira e ela já pergunta qual vai ser o bolo daquela semana. Também introduzi-a no uso da quinoa e do couscous. E ensinei-a fazer risoto, com caldo ‘de verdade’ e tudo. Já eu sou especialmente fã da galinhada (arroz com frango) dela. É um prato que faz o maior sucesso em casa e com qualquer visita. Não sei o que ela põe de especial nesta galinhada, só sei que é a melhor que eu já comi, de longe. Isto tudo para contar que esta semana bolamos um prato juntas e… arrasamos 🙂

Tudo começou com a minha fixação com a pimenta biquinho, atual queridinha do pedaço. Fazia tempo que queria fazer uma receita com ela, que vai imensamente bem com carne de porco e couve ‘assustada’. Risoto? Não, risoto não combina com estes sabores tão brasileiros… Hi, mas tem este negócio de combinar? No meio destas divagações veio a ideia: por que não fazer um arroz mesmo, uma ‘galinhada sem galinha’? E, como a especialista na galinhada é a Inês, pedi a ela para bolar um arroz com costelinha defumada, paio, pimenta biquinho e couve. Como ela achasse melhor. E ela inventou esta receita, que ficou divina. Comemos com feijão, farofinha e mais um pouco de couve refogada. Mas só o arroz, puro, já bastava para deixar qualquer um feliz.

Arroz com costelinha, paio, couve e pimenta biquinho

600 g de costelinha defumada
400 g de paio
1 cebola grande bem picadinha
meio maço de couve
1/2 xíc (chá) de pimenta biquinho escorrida
1 xíc (chá) de arroz
3 dentes de alho
1 col (sopa) de óleo
sal a gosto

Fritar a costelinha e escorrer a gordura. Na mesma panela da costelinha, jogar a cebola e refogar. Colocar um copo de água e deixar cozinhando uns minutos para apurar o molho. Em outra panela, fritar o paio. Jogar sobre o paio a couve e ‘assustar’, ou seja, refogar por alguns segundos só até murchar um pouco. Desligar o fogo e misturar a pimenta biquinho à couve com o paio. Em outra panela, fazer o arroz: refogar o alho no óleo, juntar o arroz, mexer um pouco e colocar água quente até cobrir para cozinhá-lo. Quando o arroz estiver quase cozido, juntar o molho com a costelinha. Deixar terminar o cozimento. No fim, juntar a couve ao arroz.

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Esta receita de pecan pie (ou torta de nozes pecãs, mesmo) é antiga e há anos eu não a preparava. Tinha até me esquecido de como as nozes pecãs são saborosas. O que me fez lembrar dela estes dias foi uma cena do seriado True Blood. Quem me acompanha no Twitter e no Facebook sabe que True Blood virou mania, vício mesmo. Assisti as três temporadas em uma tacada só e não vejo a hora da 4ª temporada chegar, agora só em 2011 mesmo.

(O texto abaixo contém spoilers. Caso não queira ler, vá direto para o próximo parágrafo.)

Num dos primeiros episódios do seriado True Blood, que se passa no Sul dos Estados Unidos, a ‘heroina’ Sookie perde a avó assassinada. O velório acontece na própria casa da falecida. A certa altura, uma das vizinhas abre a geladeira, pega uma torta já ‘começada’ e se prepara para comer um pedaço. A Sookie dá um grito e manda devolverem imediatamente a torta da avó para a geladeira. Ninguém entende o comportamento, mas a explicação vem na cena seguinte. A Sookie, que até então não tinha conseguido chorar pela avó, no outro dia sozinha em casa tira da geladeira a torta, a última que a avó fez para ela – por acaso uma torta de nozes pecãs – e come o resto dela todinha, sozinha, chorando e lembrando-se da avó. Achei linda esta cena. Uma bela homenagem, trabalhando o luto através do carinho da comida. E comida é carinho mesmo!

Voltando à pecan pie 😉 Típica da culinária sulista americana, nela vai tradicionalmente a glucose de milho (corn syrup), mais conhecida no Brasil pela marca comercial Karo. Quem não gosta de usar este ingrediente pode optar por uma alternativa. A @fezoca fez esta torta com agave e funcionou. Provei os dois e achei o agave mais doce que o Karo, portanto optei por manter minha receita tradicional. Se quiser usar mel também funciona, mas o mel deixa um gosto mais acentuado do que a glucose de milho.

Pecan pie (ou torta de nozes pecãs)


massa
2 xíc (chá) de farinha de trigo
¾ xíc (chá) de manteiga gelada em pedacinhos
3 a 4 col (sopa) de água

Numa tigela colocar a farinha de trigo, juntar a manteiga e misturar com as pontas dos dedos até obter uma farofa. Juntar a água aos poucos, não tudo de uma vez, até obter uma massa homogênea. Forrar uma forma de torta desmontável pequena (21-22 cm).

recheio
½ xíc (chá) de açúcar mascavo bem apertado na xícara
1 col (sopa) de farinha de trigo
½ xíc (chá) de glucose de milho (Karo)
1 col (sopa) de manteiga derretida
2 ovos
1 col (chá) de essência de baunilha
1 ½ xíc (chá) de nozes pecãs cortadas ao meio, de comprido
Em uma vasilha junte todos os ingredientes, menos as nozes pecãs, e mexa até misturar. Junte as nozes pecãs e coloque o recheio sobre a massa da torta. Leve ao forno pré-aquecido a 180 º por 35 a 45 minutos ou até dourar a massa e cozinhar o recheio.
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Há três semanas contei aqui do jantar Interblogs que fizemos junto com o DCPV. No post do Edu estão as fotos do jantar e da produção dos pratos. Nesta sequência de posts, algumas das receitas que fizeram parte do menu Fusion Fun Praias, desta vez o prato principal, o camarão com molho picante. Ele representa as Ilhas Seychelles e Maurício. A foto é minha, ‘de casa’ mesmo, antiga como a receita.

Camarão com molho picante

A receita do camarão picante foi criada depois de uma fase de amor puro e verdadeiro com a comida indiana. Comprei um livro chamado Curries Made Simple e a partir daí forrei a despensa com os temperos indianos básicos e comecei as experimentações. Esta foi especialmente feliz. Criação minha 🙂

1 col (sopa) de manteiga
2 cebolas bem picadas
4 tomates sem pele e sem sementes bem picados
1 col (café) rasa de garam masala
1 col (café) rasa de cominho em pó
1 col (café) rasa de curry
¼ col (café) rasa de pimenta chili vermelha em pó
2 col (café) rasas de sal
500 g de camarão rosa limpo
½ limão
150 ml de creme de leite fresco
1 col (sopa) de coentro fresco picado (opcional)

Derreta a manteiga e frite a cebola até ficar transparente. Junte o tomate, o garam masala, o cominho, o curry, a pimenta e o sal. Misture e deixe cozinhar até virar um molho. Esprema o limão sobre o camarão e leve-o à panela. Tampe e deixe cozinhar no fogo médio por exatos 5 minutos. Apague o fogo, junte o creme de leite e salpique o coentro fresco. Sirva imediatamente com arroz basmati simples.

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Semana retrasada contei aqui do jantar Interblogs que fizemos junto com o DCPV. No post do Edu estão as fotos do jantar e da produção dos pratos. Nesta sequência de posts, algumas das receitas que fizeram parte do menu Fusion Fun Praias. A salada grega do campo, ou horiatiki salata, representa as praias/ilhas da Grécia. A foto é minha, ‘de casa’ mesmo, antiga como a receita.

Horiatiki Salata

A salada grega é deliciosa na sua simplicidade de bons ingredientes e pouquíssimos temperos. Desenvolvi esta receita depois de experimentar a legítima horiatiki em um restaurante grego em Nova York, o Molyvos. O segredo dela é usar ingredientes de boa qualidade: tomates-cereja bem vermelhinhos e doces, um bom queijo feta, azeitonas pretas kalamata gregas e um bom azeite extra-virgem.

2 pepinos fatiados em palitos
2 copos de tomates-cereja cortados ao meio
200 g de queijo feta em cubinhos
2 col (sopa) de cebola em fatias bem finas
½ copo de azeitonas pretas sem caroço cortadas em quatro
azeite extra-virgem
sal (se necessário)

Aferventar as cebolas para tirar a acidez. Juntar todos os ingredientes, com cuidado para não desmanchar muito o queijo, e temperar com azeite e sal (cuidado que o queijo já é bem salgado).

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Semana passada contei sobre o jantar Interblogs que fizemos com o DCPV. No post do Edu estão as fotos do jantar e da produção dos pratos, bem como um panorama geral mostrando como foi bacana o nosso encontro. Aqui, em uma sequência de posts que se inicia hoje, colocarei algumas das receitas que fizeram parte do menu Fusion Fun Praias, começando com a guacamole que representa as praias do México – Acapulco e Cancun.

A guacamole é o aperitivo de resistência aqui em casa, aquele que sabemos que vai agradar mesmo. E não há quem não elogie esta receita. Como eu adoro guacamole, testei muitas combinações até chegar neste mix de ingredientes que considero o ideal. Se é que tal coisa existe 🙂 O segredo dela é usar avocados, de consistência um pouco mais firme do que o abacate normal, e não amassá-los demais para manter a textura. Outra coisa importante é picar tudo na hora, misturar e servir imediatamente para garantir o frescor.

Guacamole

4 avocados
2 tomates sem pele e sem sementes bem picados
1 cebola bem picada
1 dente de alho amassado
suco de um limão
2 col. sopa de azeite
1 col. chá de sal
½ pimenta dedo de moça sem sementes bem picadinha
¼ de maço de coentro bem picado (só as folhas)

Amassar a polpa de abacate com um garfo, juntar a cebola, o alho e os tomates. Temperar com suco de limão, azeite e sal. Por fim juntar o coentro e a pimenta a gosto e servir com tortillas.

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Fiquei super feliz quando o Edu Luz do blog Da Cachaça ao Vinho (DCPV) convidou o Rosmarino para participar do Interblogs, um projeto original e muito bacana pelo qual outros blogueiros ‘gastronômicos’ criam cardápios que são depois elaborados ao vivo e em cores pela turma do DCPV. Mais legal ainda foi sermos convidados para participar do próprio jantar no qual seria feito o nosso menu. Foi uma experiência muito legal cozinhar com o DCPV. Aqui o Edu conta os detalhes deste jantar, vale a pena ler.

Na época do convite eu tinha acabado de voltar de uma temporada deliciosa na praia. Tinha também lido um post legal sobre as melhores praias do mundo no blog da Lucia Malla. Foi a inspiração para a criação do menu do Rosmarino: Fusion Fun Praias. Como o Rosmarino é antes de tudo uma grande diversão e aqui impera a praticidade, a ideia foi colocar neste menu algumas das receitas mais queridas que faço em casa e que agradam todo mundo. Sem frescura e no clima ‘praiano’ mesmo.

E assim foi. No menu Fusion Praias tinha guacamole com tortillas (México e Caribe), quiabo frito recheado (Brasil), salada Horiatiki (Grécia), camarão ao molho picante (Seychelles e Maurício), pudim de abóbora com coco (Indonésia, Polinésia e Taiti) e Aloha (Havaí).

Nas próximas semanas publicarei algumas das receitas queridas que fizeram parte deste menu.Sirvam-se!

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Não sei dizer porque encasquetei que queria provar um crumble salgado. Aquela farofinha do crumble doce já é uma coisa dos deuses, o doce e o crocante derretendo na boca, textura e sabor perfeitos. Comecei a imaginar o salgado e o crocante, que delícia que deve ficar não? E o grande Google me deu esta sugestão de um portal francês de variedades voltado ao público feminino. E como (quase) sempre aqui no blog, receitinha fácil e prática 🙂

Uma das vantagens desta receita é que você pode congelar a farofinha e usar o que sobrar em outra ocasião. Ou fazer tudo com antecedência para uma ocasião especial, deixando o refogado e a farofinha prontos na geladeira, para montar e assar o crumble só na hora de servir. A receita da farofinha ficou simplesmente per-fei-ta. Testei com tomates frescos, com tomates pelados em lata e com tomates crus. Este último não deu muito certo. Um pouco insosso, já que o ‘molho’ não apurou. E como não ficou uma mistura homogênea, a farofinha penetrou no recheio durante o cozimento no forno e perdeu muito da graça.

Outra vantagem é a versatilidade da ideia. Eu adoro a combinação tomate + alho +azeite + manjericão. Mas cada um faz o refogado de tomates que gostar mais. E dá para substituir e/ou acrescentar aos tomates qualquer outro refogado: lingüiça fatiada, berinjela, abobrinha, cogumelos frescos e secos, ou seja, o que sua imaginação mandar. Já pensei aqui num ratatouille…

As fotos não ficaram boas porque tive que tirar logo antes que acabassem os potinhos. Quando cheguei, tinha só um ‘e meio’ (rsrsrs) e não deu pra bolar grandes produções. Era de noite, luz artificial, etc. (Meus filhos me veem com a máquina fotográfica e já falam: “ai mãe, tira logo esta foto que eu tô com fome!”)

Crumble de tomates

1 kg de tomates frescos (ou 3 latas de tomates pelados)
4 dentes de alho
4 col (sopa) de azeite
1 col (chá) de sal
1/2  xíc (chá) de folhas de manjericão rasgadas
60 g de queijo parmesão ralado
25 g de pão dormido esfarelado
100 g de farinha de trigo
60 g de manteiga sem sal gelada em cubinhos

Primeiro, fazer o refogado de tomates. Lavar, despelar e tirar as sementes dos tomates. Picar grosseiramente, em pedaços grandes. Reservar. Espremer ou fatiar o alho e levar ao fogo para perfumar. Juntar os tomates, salgar e mexer só para misturar. Deixar o molho apurar e secar, em fogo médio para alto. Não mexa muito para não desmanchar os pedaços de tomate. Desligar o fogo e juntar o manjericão. Colocar o refogado de tomates em um refratário ou em ramequins individuais. Ligar o forno a 180º C. Em uma vasilha, misturar a farinha de trigo, o pão esfarelado e o queijo parmesão. Juntar a manteiga em cubinhos até formar uma farofa. Cobrir os tomates com a farofinha. Colocar os ramequins em uma assadeira e levar ao forno por 20 a 25 minutos ou até dourar. Eu fiz meia receita. Mas esta receita inteira rende uma dúzia de potinhos de tamanho pequeno e ainda sobra um pouco da farofinha.

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Quem me acompanha no Twitter já me viu comentar algumas vezes sobre este livro do David Lebovitz, The Sweet Life in Paris. Um daqueles livros que a gente lê sem ver o tempo passar, ‘economizando’ e ficando até com saudades dele depois que acaba. Me peguei sorrindo e até rindo alto sozinha com ele por aí.

O grande barato do livro é que o David Lebovitz, além de ser um bom blogueiro/autor de livros de culinária, é também um excelente cronista de costumes. Neste livro ele relata com bastante franqueza suas frustrações e seus choques culturais como americano vivendo em Paris, usando na medida certa doses de humor e de fina ironia, e desta forma passando uma imagem positiva da sua vida em uma cidade que lhe era totalmente estranha.

Tendo mudado de cidade duas vezes nos últimos 10 anos, vivi os inevitáveis choques culturais e paguei minha cota de micos. Mas, além deles, tive surpresas agradáveis e conheci muita gente bacana. A ideia – óbvia mas que muita gente não saca tão facilmente – é focalizar no que o novo lugar tem de bom para oferecer e procurar usufruir ao máximo disto. E relevar os micos. E se adaptar à cultura, não exigindo que ela se adapte a você.

“What helped was that I understood the food and tried my best to adapt to the culture, rather than trying to make the culture adapt to me”(D. Lebovitz)

No livro há episódios muito engraçados, como quando ele descreve suas táticas para não ser ‘esmagado’ pelas pessoas nas filas. Ou quando tenta entender a obtusa burocracia francesa. Ou ainda quando descreve os percalços domésticos de alguém que não sabe nem falar direito a língua nativa e precisa ‘expulsar’ um pintor que não termina nunca seu trabalho na casa. Isto já é difícil no seu país e língua natais, imaginem em outro idioma 😉 E ele consegue ser tão crítico com os parisienses quanto com os americanos que dão seus foras visitando Paris.

Entre receitas bacanas e dicas dos seus lugares prediletos na cidade, e no meio das experiências frustrantes, chateações e estranhezas, David nos diz que há muita coisa bacana para ver e aprender. E que a vida é boa 🙂

“Everyday in Paris isn’t always so sweet. Although I’ve tried my best to fit in, no matter where you plant yourself, there’s certain to be ups and downs. I embarked on a new life in Paris without knowing what the future would hand me. Because of that, my life’s turned into quite an adventure, and I often surprise myself when I find that I’m easily mingling with the locals, taking on surly salesclerks, and best of all, wandering the streets in search of something delicious to eat” (D. Lebovitz)

Para dar mais sabor a este post e como aperitivo do livro, aqui vai a receita dele que melhor descreve o estilo do David Lebovitz – picante e doce na medida certa, para abrir o apetite e deixar a gente feliz.

Spiced nut mix

2 xíc (chá) ou 270 g de castanhas variadas: nozes, amêndoas, amendoins, nozes pecãs, avelãs, castanhas-de-caju ou castanhas-do-pará
1 col (sopa) ou 15 g de manteiga com sal derretida
3 col (sopa) ou 45 g de açúcar mascavo
½ col (chá) de canela moída
1 col (chá) de pimenta chilli em pó
2 col (sopa) de maple syrup
½ col (chá) de cacau em pó
1 ½ col (chá) de flor de sal (ou sal grosso)

Pré-aqueça o forno a 180º C. Espalhe as castanhas em uma assadeira e leve ao forno por 10 minutos. Enquanto isso, numa vasilha grande misture a manteiga, o açúcar mascavo, a canela, o chilli em pó, o maple syrup e o cacau em pó. Jogue as castanhas já mornas na vasilha dos temperos e misture bem. No fim, polvilhe o sal.

OBS. A @fezoca e a @entrepanelas também fizeram posts legais que mencionam este livro aqui e aqui.

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E então a gente compra um livro lindo, apetitoso, cheio de receitas legais e a primeira receita do livro que fazemos… fica com gosto de nada :-/ Foi o que aconteceu com o livro La Dolce Vita – Sweet things from the Italian home kitchen da Ursula Ferrigno. A receita-fiasco, um pudim de chocolate e castanhas portuguesas, só deu mesmo prejuízo. E raiva do tal livro. A segunda receita escolhida foi a das florentinas. Fiz uma vez e tive que fazer pequenos ajustes nas quantidades indicadas no livro. Mas deu certo. Ficou deliciosa! Já fiz três vezes a bendita e matei minha vontade de comer uma boa florentina – e não estas misturas inidentificáveis que a gente acha por aí na maioria das confeitarias. É super importante – sempre, mas neste caso especialmente – usar ingredientes de boa qualidade. Na segunda vez fiz com frutas cristalizadas e elas acabaram soltando água e queimando parte das florentinas no forno. Use frutas glaceadas, bem ‘sequinhas’.

Florentinas

115 g de amêndoas inteiras
115 g de avelãs inteiras
115 g de castanhas-do-pará cortadas em duas ou três partes
225 g de cerejas glaceadas cortadas ao meio
115 de frutas glaceadas variadas cortadas em cubinhos
55 g de farinha de trigo
1 col (café) de mix de especiarias (canela, gengibre em pó e pimenta-da-jamaica em partes iguais e meia parte de noz moscada)115 g de açúcar
115 g de mel
100 g de chocolate meio-amargo

Pré-aqueça o forno a 180º. Em uma assadeira larga coloque as amêndoas, as avelãs e as castanhas-do-pará e leve ao forno por 10 minutos. Retire do forno e espere esfriar um pouco. Enquanto isto, lave as cerejas e as frutas glaceadas para tirar o excesso de calda e seque-as bem com papel toalha ou um pano limpo. Misture-as com as amêndoas, avelãs e castanhas-do-pará. Peneire sobre a assadeira a farinha de trigo e as especiarias. Misture e reserve. Em uma panela, misture o açúcar e o mel e leve ao fogo até o açúcar dissolver. Eu deixo começar a fervura e tiro do fogo. Jogue esta mistura sobre a assadeira e mexa bem para incorporar todas as frutas e ‘castanhas’, mas sem desmanchá-las. Fica bem ‘melequento’, é assim mesmo! Assim que esfriar um pouco, o melhor jeito de mexer é com a mão mesmo. Coloque o silpat sobre uma assadeira e acomode a mistura sobre ele, como quiser: formando um retângulo ou um círculo, para depois cortar pedaços, ou já em rodelas. Leve ao forno por 10 a 12 minutos. Deixe as florentinas esfriarem completamente antes de derreter o chocolate e cobri-las.

OBS. Como me ensinou a Lena Gasparetto, o ideal é usar o silpat mesmo, pois tanto na forma de alumínio untada e enfarinhada como no papel-manteiga gruda muito! E aproveitei para usar o Silpat que ganhei de presente da @DanielaAF 🙂

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Em julho passamos alguns dias no Sul do Brasil. Primeiro na serra catarinense do rio do Rastro, o lugar mais frio do país, com paisagens de canyons de tirar o fôlego, incríveis mesmo. Lá visitamos a Villa Francioni, uma das vinícolas brasileiras mais modernas e charmosas. Em seguida fomos a Gramado, no Rio Grande do Sul, ótima pedida para as crianças pequenas. Mas falarei sobre a Villa Francioni e Gramado mais para frente, pois hoje é dia de doce 🙂

No Sul era comum no café da manhã ter cuca, bolo típico desta região. Fruto da colonização alemã, é aquele bolo com massa mais densa e coberto com uma farofinha doce. Delícia e perfeito para acompanhar um café preto.

Fiquei com vontade de fazer cuca em casa, mas queria uma receita diferente. E achei esta do João Roberto, chef e ex-proprietário do restaurante La Pyramide de Ribeirão Preto, receita que foi publicada recentemente na revista Revide. A receita original do João é feita com framboesas congeladas misturadas à massa, resultando em um doce para se comer de colher. Adaptei a receita para o meu gosto, usando metade da quantidade de framboesas e apenas colocando as frutas sobre a massa crua antes de levá-la para assar.

Achei a massa da cuca bem densa, tanto antes como depois de assada, mas amigos tuiteiros disseram que é assim mesmo. A cuca não é um bolo fofinho, mas um bolo-pão, ‘primo’ do banana bread americano. As framboesas azedinhas fizeram um belo contraste com o doce. Eu achei um pouco doce demais, como sempre, mas fui voto vencido pois em casa todos acharam doce na medida certa. O açúcar demerara, que eu nunca tinha usado, deu um toque especial à farofinha da cobertura.

Cuca de framboesas

massa
3 ovos
250 g de açúcar demerara
100 g de manteiga derretida
200 g de amêndoas moídas
200 g de farinha de trigo
1 col (chá) de fermento em pó
1 col (chá) de essência de baunilha
250 g de framboesas congeladas

farofa para cobertura
6 col (sopa) de açúcar demerara
6 col (sopa) de amêndoas moídas
2 col (sopa) de manteiga gelada em cubinhos

Pré-aqueça o forno a 180º. Bata um pouco os ovos. Junte o açúcar, a manteiga derretida, as amêndoas moídas, a farinha de trigo, o fermento e a baunilha. Coloque a massa em uma forma retangular pequena, untada e enfarinhada. Por cima da massa espalhe as framboesas. Leve ao forno por 30 a 35 minutos (não deixe assar muito pois a massa voltará ao forno com a cobertura). Enquanto assa, faça a cobertura: misture o açúcar e as amêndoas moídas, junte a manteiga gelada em cubinhos e forme uma farofinha, sem mexer muito para não virar uma massa compacta. Retire o bolo do forno, cubra com a farofinha e volte ao forno por 10 a 15 minutos.

Bom apetite 🙂
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Há meses minha amiga Carmo me emprestou um livro muito bacana de receitas de crème brulée: Elegantly Easy Crème Brulée & Other Custurd Desserts, da Debbie Puente. Tem receitas incríveis, técnicas, dicas; é bem legal. Recomendo para quem gosta muito desta sobremesa, como eu. Depois de curtir o livro emprestado, tratei de arrumar um só meu, entregue pela Santa Amazon 😉

Foi dele que tirei a receita para inaugurar o maçarico novo, depois de uns percalços para carregá-lo com o gás da forma correta, ajudada no Twitter pelo @cozinhapequena e pelo @rhigam. Até hoje só tinha feito crème brulée com o equipamento ‘vintage’ da minha mãe, uma chapa redonda de metal que é aquecida e pressionada sobre aqueles potes redondos, mais rasos e largos. Mas achei o maçarico portátil bem fácil de usar.

A @dadivosa, o @BergamoM e a @LenaGasparetto me deram a ideia de colocar o crème brulée nestas miniabóboras que estão pelos supermercados por aí. Ficou lindo! Dá tranquilamente para levar as abóboras cruas ao forno, pois o crème brulée é assado em temperatura muito baixa e as miniabóboras continuam firmes depois de assadas.

Crème brulée de abóbora com especiarias
(ligeiramente adaptada daqui)

 

1 xíc (chá) de abóbora cabocha cozida e amassada (bem apertada na xícara)
2 xíc (chá) de creme de leite fresco
1/3 xíc (chá) de açúcar
8 gemas
2 col (café) de essência de baunilha
1/2 a 1 col (chá) rasa de especiarias (gosto mais forte, coloquei uma colher e usei canela, gengibre em pó e pimenta-da-jamaica em partes iguais e meia parte de noz moscada)
açúcar para caramelizar

Pré-aqueça o forno a 150º C. Em uma vasilha grande, coloque todos os ingredientes menos o açúcar para caramelizar. Misture bem com um batedor. Coloque a mistura nos potinhos e leve ao forno em banho-maria por 30 minutos. O certo é o creme assar, mas não dourar. Espere esfriar por duas horas ou até dois dias antes de caramelizar. Polvilhe cerca de uma col (chá) de açucar sobre cada potinho e caramelize com o maçarico.

Obs. O creme nas miniabóboras ficou com a textura mais líquida do que o creme nos potinhos de cerâmica, assados na mesma temperatura e no mesmo tempo. Assim, se você optar por fazer o creme nas miniabóboras, o ideal seria tampá-las com a ‘tampinha’ da abóbora mesmo e deixar mais uns 15 a 20 minutos no forno.

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Dia dos Namorados já passou, mas este post é kind of romantic viu?;-) E como não gosto das datas marcadas, acho que o legal é comemorar e contar a respeito na hora que dá vontade mesmo.

Este penne al salmone foi o primeiro prato que eu fiz para o meu marido, na época meu namorado. Ele gostou tanto que até hoje diz que é seu prato predileto. Foi este prato que ele escolheu para o seu jantar de 40 anos, que eu quis preparar sozinha. No menu, uma entrada de crostini ai funghi e de sobremesa um bolo cremoso de chocolate, já que para o aniversariante sobremesa sem chocolate não é sobremesa 🙂 Tudo acompanhado de um bom vinho tinto. Mas isto é outra história, ficou no ano passado…

Resolvi repetir o penne esta semana para os filhos também provarem. Uma massa fácil, gostosa e rápida. Como faço a receita de olho, desta vez tomei o cuidado de medir os ingredientes para que vocês também possam fazê-la. E o meu marido disse para os meninos: “Sabe, só casei com a sua mãe porque ela fez este prato para mim” 🙂

Penne al Salmone
(para 4 pessoas)

400 g de penne
2 pacotes (200 g) de salmão defumado congelado
2 cebolas médias picadas
50 g de manteiga com sal
1 taça (100 ml) de sherry ou conhaque
1 col (sopa) de catchup
2 col (sopa) de extrato de tomate
1 col (sopa) de molho inglês
100 ml de creme de leite fresco
sal a gosto (não coloco sal)

Colocar o macarrão para cozinhar. Enquanto isto, numa panela grande refogar a cebola na manteiga até a cebola amolecer. Juntar o salmão cortado em tiras ainda congelado, mexer só para misturar, jogar o sherry e deixar cozinhando no fogo baixo por uns 5 minutos até evaporar o álcool. Colocar o catchup, o extrato de tomate e o molho inglês, misturar levemente e deixar apurar o molho por alguns minutos. Desligar o fogo. Juntar o creme de leite, misturar e acertar o sal. Escorrer o macarrão e jogar sobre o molho, misturar e servir. Atenção: o segredo é não mexer muito para não desmanchar as tiras de salmão!

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