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Em casa todo dia no almoço o cardápio é o mesmo: salada de alface + rúcula + tomate (às vezes pepino e couve crua, da qual o Mike gosta), uma verdura refogada (abobrinha, berinjela, couve-flor, brócolis, chuchu, abóbora cabocha, vagem + cenoura, couve, etc.), arroz, feijão e uma proteína (carne de boi ou porco, frango, omelete, peixe).

Assim, à noite no jantar ninguém quer ver arroz e feijão pela frente. Já tentei emplacar no jantar as sopas, mas só eu gosto (por mim, jantaria sopa + pão todos os dias da minha vida!). Já tentei os grão integrais, como grão-de-bico, quinoa, cevadinha, arroz ‘sete grãos’… Mas nem isto deu muito Ibope aqui. No fim ficamos nas batatas, no macarrão, nas tortas e tudo acaba  meio engordativo demais. Acabei negociando um jantar de arroz e feijão e um jantar só de carne + legumes semanalmente. O negócio anda funcionando, mas preciso sempre bolar legumes com uma ‘cara glamour’ – e às vezes um qual o quê de carboidratos – senão não vai mesmo.

Esta abobrinha foi um dos legumes que mais fez sucesso por aqui. Tirei a ideia de uma receita que minha prima carioca Ciça republicou na sua página no Facebook. Todos amaram e quando faço não sobra uma rodelinha para contar história 😛

Abobrinha crocante

2 abobrinhas
2 col (sopa) de azeite + azeite para untar a forma
2 dentes de alho espremidos
1 pão francês amanhecido congelado (importante porque assim fica mais fácil ralar na hora!)
sal e pimenta-do-reino a gosto
2 a 3 col (sopa) de queijo parmesão ralado

Pré-aquecer o forno a 180ºC. Untar levemente uma assadeira. Lavar e fatiar as abobrinhas. Arrumar as rodelas na assadeira. Reservar. Ralar o pão francês. Em uma frigideira, aquecer o azeite e dourar levemente o alho. Juntar o pão ralado e mexer até ficar uniforme. Desligar o fogo. Com uma colherinha, colocar esta mistura de pão ralado sobre as abobrinhas. Polvilhar o queijo ralado. Levar ao forno sem cobrir por 30-40 minutos ou até dourar.

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Papo vai, papo vem…  juntamos uma turma de viajantes que adora cozinhar e fizemos em casa um jantar Gourmet Viajantes 😀

Tudo começou quando finalmente conseguimos agendar uma data para cozinhar com o Edu e a Dé e o Eymard e a Lourdes. A data escolhida já estava agendada pelo Edu e pela Dé para jantar com o Fred e a Nat. Nada melhor que juntar os dois programas 😛

O jantar dos viajantes foi um sucesso. Eu fiz a entrada de atum tataki com molho oriental e preparei os Aperol Spritz de aperitivo. O Mike fez um pernil de cordeiro assado no forno à lenha, o Edu fez um risoto com ricota defumada e rúcula e o Fred preparou um trio de sobremesas com bolo de baunilha com calda de limão, brigadeiro de colher e a Taça Caipira, especialidade da família, tipo um tiramisù bem brasileiro. O Eymard e a Lourdes trouxeram os vinhos, super bem escolhidos, do espumante para o Aperol Spritz ao tinto do jantar. A Dé, fotógrafa oficial do DCPV, tirou lindas fotos, que inclusive ilustram este post. Valeu Dé 🙂

Se quiser saber mais sobre como foi este jantar, está tudo aqui explicadinho neste post bacana do Edu.

O ‘tataki’ é uma preparação típica da cozinha japonesa, na qual o filé de peixe ou carne é selado por fora e mantido mal-passado por dentro. Depois de selado, o peixe pode ser envolto em ervas, pimenta-do-reino moída ou gergelim e é normalmente servido com um molho cítrico ou de gengibre.  Neste caso, o ‘tataki’ de atum foi servido com um molho que chamei de oriental, uma receita adaptada deste livro que eu adoro.

Receitinha muito bacana para impressionar, pois é bem fácil de preparar 😉 Dá pra fazer tudo antes, deixar o molho pronto e o atum já selado. Na hora, é só fatiar e cobrir com o molho. Leve, pouco calórica, nutritiva e linda né?

fotos Débora Luz

Atum tataki com molho oriental
(adaptada deste livro)

um lombo de atum (cerca de 500 g)
azeite para untar o peixe
gergelim preto e branco para envolver o peixe
1 pimenta dedo-de-moça sem sementes e bem picadinha
1/2 xíc (chá) de cebolinha verde picada
1 col (sopa) de gengibre fresco ralado na hora
suco de um limão
1 col (sopa) de azeite
1/2 xíc (chá) de shoyu (molho de soja)

Fazer primeiro o molho: em uma vasilha pequena, misturar a pimenta dedo-de-moça, a cebolinha, o gengibre, o suco de limão, o azeite e o shoyu.  Reservar.  Cortar as beiradas do lombo de atum para deixar o pedaço bem uniforme. Untar o lombo de atum com azeite. Em um prato fundo, misturar os dois tipo de gergelim, na mesma quantidade. Passar o lombo de atum neste gergelim, cobrindo-o por todos os lados. Levar ao fogo uma frigideira anti-aderente larga. Quando ela estiver quente, colocar o atum. Com uma pinça, virá-lo para que todos os lados fiquem em contato com o fundo da frigideira. Deixar um minuto de cada lado. Retirar o lombo de atum do fogo e fatiá-lo. Servir com o molho.

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Para quem não deixava passar uma semana sem post novo, ando muito relapsa. As férias de um mês de blog, que costumo tirar no final do ano, estenderam-se por mais de dois meses. Mas há motivo.

As novidades constantes da cidade de São Paulo, para onde nos mudamos no início de dezembro passado, assim como o maior contato com a família e os amigos daqui andam drenando minha energia – de forma positiva 🙂

Estamos muito felizes por voltar para casa. E quando nos perguntam se já cansamos do trânsito, da violência e das enchentes, dizemos que ainda não cansamos da família, dos amigos, dos ótimos cinemas, dos restaurantes e botecos diferentes, de passear pela Liberdade e pela Paulista, de visitar as feirinhas de artesanato e comida, de sapear pelas livrarias, de andar a pé pelo nosso bairro. Meu carrinho de feira novo tem aumentado sua quilometragem dia a dia.

Enfim, a volta ao blog é com uma receita tão simples, saudável e gostosa que quis reparti-la com os leitores. A ideia surgiu de uma conversa entre duas amigas no Twitter.  A @zelblog postou um vídeo de um molho de espinafre com modus operandi diferente do bom e velho ‘espinafre cozido e batidinho’ que uso. As folhas de espinafre cru são colocadas diretamente na panela e ficam lá até murcharem. Bem prático. Adaptei minha receita a este modus operandi diferente e acrescentei o coentro, novidade que vi no mesmo vídeo. A receita original usa queijo de cabra, aqui em casa fiz com ricota pois o queijo de cabra não agrada a todos. Façam. Fica uma delícia!

Massa com molho de ricota, espinafre e ervas

250 g de massa
1 xíc (chá) de ricota amassada com garfo (bem apertada na xícara)
4 col (sopa) de iogurte natural
4 col (sopa) de suco de limão
2 col (chá) de melado de cana
4 col (sopa) de salsinha bem picada
1 col (chá) de sal
4 xíc (chá) de folhas de espinafre (apertadas na xícara)
2 col (sopa) de coentro bem picado
queijo parmesão para polvilhar a gosto

Ponha a massa para cozinhar enquanto prepara o molho. Em seguida coloque numa panela funda a ricota, o iogurte, o suco de limão, o melado, a salsinha e o sal. Ligue o fogo e mexa até derreter e misturar. Diminua o fogo um pouco e acrescente o espinafre. Não se assuste com a quantidade, ele vai murchar! Mexa sempre até o espinafre murchar, desligue o fogo, acrescente o coentro e misture bem. Pronto! Escorra a massa, misture ao molho e polvilhe o parmesão. Delícia 😛

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Sou simplesmente enlouquecida por polvo. E sempre que há polvo no menu considero seriamente pedi-lo. Já comi pratos com polvo excelentes em São Paulo. Acredito que os melhores tenham sido no Chou, no Sal Gastronomia e no Epice. Também comi um bom polvo no Adega Santiago. Mas foi em Portugal, em Óbidos, que comi um polvo a lagareiro inesquecível. Não tem jeito: faz parte da magia de um bom prato – assim como de um bom vinho – o lugar onde os provamos.

Tudo isto para contar que num sábado de preguiça, antecipando nossa volta definitiva a São Paulo, fizemos um almoço de família onde o prato principal foi este risoto de polvo. Adaptado de uma receita de arroz de polvo dada pela Helena M., amiga da minha mãe. O legal desta receita é que ela é relativamente descomplicada. Mexer com polvo não é fácil, há cozinheiros que têm seus truques, mas nem sempre os cozinheiros de final de semana como eu conseguem por em prática alguns dos macetes. Esta receita qualquer um pode fazer, não têm muito mistério e fica muito gostosa. E vamos a ela 🙂

Risoto de polvo

1 polvo de aproximadamente 2 kg
1 1/2 xícara (chá) de vinho tinto
2 folhas de louro
2 cebolas grandes
2 colheres (sopa) de azeite
1/2 xícara (chá) de vinho branco
1 xícara (chá) de arroz arborio
4 tomates sem pele e sem sementes
1 xícara (chá) de ervilhas congeladas
1/2 pimenta dedo-de-moça picada bem fininho e sem as sementes
1 a 2 colheres (chá) de sal
1 a 2 colheres (sopa) de manteiga sem sal

Compre um polvo congelado, já limpo e sem a cabeça.  Coloque-o em uma panela de pressão com o vinho tinto, uma cebola cortada ao meio e as folhas de louro. Deixe o polvo cozinhar por 10 minutos depois que iniciar a fervura. Desligue o fogo e espere 20 minutos antes de abrir a panela. Retire o polvo, espere esfriar um pouco, passe na água corrente e corte-o em pedaços da largura de um dedo. Retire a cebola e o louro e reserve o líquido do cozimento. Isto pode ser feito com certa antecedência e deixar só o preparo do risoto para a hora de comer.

Coloque o líquido do cozimento para ferver. Deixe em fogo bem baixo para não esfriar. Numa panela colocar o azeite e refogar uma cebola bem picadinha. Juntar o arroz arborio, mexer por um minuto e colocar o vinho branco. Deixar e vaporar. Abaixar o fogo e cozinhar o arroz, sem parar de mexer, colocando aos poucos o líquido quente. Se precisar, juntar um pouco de água fervente até o arroz ficar cozido. Faltando alguns minutos para isto juntar os tomates, a ervilha e o sal. Assim que o arroz estiver pronto, juntar o polvo e a pimenta dedo-de-moça. Misturar delicadamente, desligar o fogo e juntar a manteiga. Mexer mais um pouco e servir.

Em tempo: o Rosmarino agora entra em férias, merecido descanso depois da mudança. Voltaremos à programação normal no ano que vem.  Boas festas a todos!
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Fizemos uma viagem enogastronômica incrível para a Toscana no ano passado. Entre passeios, almoços e degustações de vinhos, aproveitamos para fazer uma aula de culinária típica. A receita mais básica da aula foi uma das mais gostosas, a vera bruschetta italiana 🙂

Uma boa bruschetta é um prato muito simples,  mas delicioso.  E apesar de ser fácil de fazer, existem alguns macetes que tornam a bruschetta mais fresquinha e mais saborosa. Esta é a versão da Rita, que nos deu a aula deliciosa de culinária na Toscana. Foi ela que me ensinou o “trucão” de esfregar o alho no pão depois de assado. A bruschetta é muito versátil, serve como aperitivo em um dia de calor, é ótima para acompanhar sopas frias ou quentes e serve até como uma refeição completa.

O ideal é preparar o molho de tomates da cobertura com duas horas de antecedência e deixá-lo repousar para que os sabores dos temperos penetrem bem nos cubos de tomate e assim se intensifiquem. Eu deixo na geladeira por uma hora e meia e mais 20 minutos em temperatura ambiente, enquanto preparo o pão. Este molho de tomates crus é também perfeito para servir sobre uma massa. Basta acrescentar bolinhas de mussarela e seu jantar está prontíssimo 😀

Molho de tomates crus

750 g de tomates maduros (de preferência orgânicos)
1/4 xíc (chá) de azeite
2 dentes de alho espremidos
¼ maço de manjericão (só as folhas)
pitada de pimenta-do-reino
1 col (chá) de sal

Tirar a pele e as sementes dos tomates e picá-los em cubinhos. Juntar o azeite, o alho espremido, o manjericão, a pimenta-do-reino e o sal.  Deixar na geladeira por pelo menos uma hora.

Usar um bom pão italiano fresco, no formato de bengala. Fatiar este pão na espessura de 1 cm. Colocar as fatias em uma assadeira, uma ao lado da outra, e pincelar com um azeite de boa qualidade. Levar ao forno pré-aquecido a 180ºC por 10 a 15 minutos. O pão deve ficar levemente dourado, não tostado. Assim que tirar do forno, esfregar alho cru (descascado e inteiro mesmo!) nas fatias de pão. Deixar esfriar um pouco e cobrir com uma boa colherada do molho de tomates crus. Enfeitar com manjericão e servir.

Deu saudade da Toscana. E deu água na boca aqui 🙂 

 

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Quem tem filhos em idade escolar sabe como esta época de férias escolares transforma a rotina da casa.

Ou seja, podia dizer para vocês que resolvi assar um bolo porque estamos de férias.

Podia, também, falar que um bolinho é uma ótima desculpa para a pausa da arrumação anual da casa, aquela de jogar coisas fora, separar roupas e brinquedos para doação, tirar remédios vencidos.

Podia, ainda, dar a desculpa do frio ~ e da preguiça ~ para assar um bolo e comê-lo quentinho com chá ou café.

Mas a verdade é que fiz este bolo porque… estava morrendo de vontade de comer um bolo de goiabada 🙂 (igual àquela piada antiga do Papa, mas isto a gente deixa para lá).

Andei dando uma olhada em várias receitas de bolos de goiabada por aí. Com  medo de fazer um bolo muito pesado, preferi adaptar uma receita de um bolo ‘chiffon’ de goiabada, uma espécie de pão-de-ló. No início, achei que o bolo não havia ficado muito ‘goiabudo’, que poderia ter colocado mais goiabada na massa. Mas depois achei que ficou perfeito assim. Fofinho, úmido, não muito doce, com leve sabor de goiabada e com a textura dos pedacinhos de goiabada cascão pelo meio (imprescindíveis!). Bolo simples, bem do jeito que eu gosto.

Esqueci o bolo no forno por uns 8-10 minutos a mais do que necessário 🙂 O de vocês deverá ficasr um pouco mais clarinho que este.

Bolo de goiabada

5 ovos
1 xíc (chá) de açúcar
1 e ½ xíc (chá) de farinha de trigo
2 col  (sopa) de fermento
½ xíc (chá) de óleo
1 xíc (chá) de goiabada mole ou derretida
½ xíc (chá) de cubinhos (de ½ cm quadrado) de goiabada cascão

Pré-aquecer o forno a 180º C.  Bater as claras em neve com uma pitada de sal.  Separar.  Bater as gemas com o açúcar até ficar fofinho e esbranquiçado. Juntar aos poucos o óleo, a farinha de trigo previamente misturada com o fermento em pó,  e em seguida a goiabada derretida. Misturar bem. Juntar delicadamente as claras em neve e por fim os cubinhos de goiabada.  Colocar a massa em uma forma de buraco no meio de tamanho médio, untada e enfarinhada,  e levar o bolo ao forno por 45-50 minutos.

 

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A palavra focaccia vem de panis focacius, ou seja, pão assado no fogo. E de fato a focaccia tem uma textura parecida com a de uma pizza bem fofa. É um dos meus pães prediletos, super saboroso para fazer sanduíches.

Um dos segredos (e parte fundamental, na minha opinião) de uma focaccia perfeita  é apertar a massa crua com as costas de uma colher ou com os dedos a fim de formar sulcos. Em seguida, preencher estes sulcos com azeite, criando pequenas “poças” na massa.  Esta é a melhor maneira de preservar a umidade deste pão e deixá-lo crocante por cima. A cobertura da focaccia fica a gosto de cada um: pode ser apenas alecrim fresco e sal grosso, a mais tradicional. Ou então variações como de tomatinhos-cereja e azeitonas pretas, sal grosso e alecrim.

Focaccia

475 g de farinha de trigo
1 col (chá) de açúcar
1 col (chá) de sal
1 ½ col (chá) de fermento biológico
3 col (sopa) de azeite
275 ml de água
azeite, alecrim e sal grosso a gosto

MODO DE PREPARO COM MÁQUINA DE FAZER PÃO

Se você tiver uma máquina de fazer pão (excelente aquisição, diga-se de passagem…), basta colocar os ingredientes da massa (farinha de trigo, açúcar, sal, fermento, azeite e água) na máquina, nesta ordem. Colocar no ciclo “massa”. Assim que terminar, tirar a massa da máquina e abri-la numa superfície polvilhada com farinha. Colocar a massa em uma assadeira untada com azeite e fazer as “pocinhas” na massa com a ajuda de uma colher de pau ou com o dedão mesmo. Salpicar  a massa com alecrim e sal grosso. Levar ao forno (200º) por 15 a 30 minutos, ou até dourar.

MODO DE PREPARO SEM MÁQUINA DE FAZER PÃO

Se você não tem uma máquina de pão (considere comprar uma!), faça o seguinte: coloque a farinha, o açúcar, o sal e o fermento em uma vasilha larga. Vá adicionando gradualmente o azeite e em seguida a água (amornada) até fazer uma massa macia. Em uma superfície dura, sove a massa por pelo menos 5 minutos para que fique macia e elástica. Devolva a massa à vasilha, pincele sua superfície com azeite e cubra com filme plástico. Deixe descansar por 1 hora ou até dobrar de tamanho. Colocar a massa em uma assadeira untada com azeite e fazer as “pocinhas” na massa com a ajuda de uma colher de pau ou com o dedão mesmo. Salpicar  a massa com alecrim e sal grosso. Levar ao forno (200º) por 15 a 30 minutos, ou até dourar.

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Poucas coisas são tão gostosas como aperitivo de boteco. E mais do que  as comidinhas e uma boa cerveja gelada ou um bom vinho, também faz parte do ritual sentar num lugar gostoso, jogar conversa fora com os amigos, dar risada à toa, sem hora para ir embora.

Hoje em dia estes petiscos ganharam um ar de glamour antes nem imaginado. Dos bons e velhos tremoço, linguicinha frita no álcool, ovos cozidos coloridos, torresminho e singelas azeitonas, passamos pelos bolinhos de mandioca recheados de carne-seca e o filé mignon no palito, até chegar aos dadinhos de tapioca e à carne-de-sol na chapa acompanhada de alho assado, pimenta biquinho e chips de mandioca do reverenciado chef Rodrigo Oliveira do Mocotó, em São Paulo.

Isto sem falar nos concursos e degustações cada vez mais elaborados. O melhor exemplo é o Comida di Buteco, que começou em Belo Horizonte há mais de 10 anos e hoje elege o melhor tira-gosto de boteco em 16 cidades brasileiras. E os nomes então? No Comida di Buteco deste  ano em Belo Horizonte estava concorrendo ao título o petisco Boi na porteira de Minas 🙂 Lembro-me que em 2009 o  vencedor em BH foi o Karacol de Pernil (“tradicional pernil servido em forma de caracol, regado com molho picante de abacaxi, acompanhado de hortaliças, fios de couve e pão árabe”). Elaboradíssima a coisa 😀

Pois desde que eu fiz as azeitonas em crosta da Moira, do Tertúlia de Sabores, elas viraram o meu petisco de boteco favorito. São viciantes! Lembre-se que quanto melhor a qualidade das azeitonas, mais gostoso fica o petisco, claro.

Azeitonas em crosta

1 vidro pequeno (330 g) de azeitonas verdes descaroçadas (usei recheadas com pimentão)
120 g de farinha
60 g de manteiga
60 gr de queijo parmesão ralado fino

Misture bem a farinha com a manteiga e o queijo ralado até virar uma massa homogênea. Faça uma bola com a massa e leve à geladeira embrulhada em filme plástico por meia hora. Enquanto isto, drene as azeitonas e seque-as bem com papel-toalha. Retire a massa da geladeira e abra-a em uma superfície fria. Colocar cada azeitona sobre um pedacinho de massa e fechá-la numa bolinha. Proceda desta forma até esgotar a massa ou as azeitonas. Levar as bolinhas já na assadeira à geladeira por cerca de 2 horas. Pré-aquecer o forno a 180º C e levar as bolinhas ao forno por cerca de 15 minutos ou até estarem douradinhas.

OBS. Esta receita foi publicada originalmente no blog Rosmarino e Prezzemolo.

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Quem não se lembra daquela cena do filme Uma Linda Mulher em que o Richard Gere oferece a Julia Roberts morangos frescos com champanhe?

Apesar da fama de combinação afrodisíaca, quem entende de vinhos diz que esta dupla não vai muito bem junta, já que ambos fruto e bebida são ácidos e assim os sabores não se harmonizariam.

Em harmonia ou não, a gelatina de morangos com champanhe ficou linda e super saborosa. Uma ideia criativa e fácil até para quem não domina as artes da culinária, mas quer fazer figura no Dia dos Namorados. Tenta e depois me conta 🙂

Gelatina de champanhe com morangos

1 litro de champanhe (usei um champanhe demi-sec)
2 col (sopa) de gelatina em pó incolor sem sabor
250 g de açúcar
2 caixas de morangos

Lave bem os morangos, corte os cabinhos e reserve-os. Coloque meio litro de champanhe em uma vasilha e polvilhe por cima a gelatina para umedecê-la. Não precisa mexer. Reserve. Leve ao fogo o restante do champanhe com o açúcar e mexa em fogo baixo até o açúcar dissolver completamente. Tire do fogo, junte à mistura de gelatina com champanhe e mexa até dissolver. Coloque a champanhe nos potinhos e acrescente os morangos. Vale o que você quiser: potinhos para desenformar, taças de champagne, taças de sobremesa, morangos inteiros (fica mais bonito!) ou picados, o que a sua imaginação mandar.

OBS. Esta receita foi publicada originalmente no blog Rosmarino e Prezzemolo.

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Sonhei com crêpes Suzette, aquelas crepes flambadas com uma calda de açúcar, manteiga, suco e raspas de laranja e licor Grand Marnier. Estava de volta ao Tatini da minha infância, onde adorávamos ver nossos pratos sendo finalizados à mesa. Preciso voltar lá para provar de novo aquele penne allarrabbiata.  Será que ainda fazem do mesmo jeito? Faz anos que não vou lá. São lembranças gastronômicas de infância, como boa filha de um pai que adorava comer fora e sempre foi bom gourmet.

Pois fiquei com as crêpes Suzette na cabeça e pensei em fazê-las para sobremesa de um jantar em casa. Mas fiquei com preguiça de ter que flambá-las na hora. Não tenho paciência e nem jeito para shows de pirotecnia num jantar informal em casa, sem ajuda doméstica. Queria simplificar ao máximo, para poder curtir os amigos com minha taça de vinho sem ter que ir toda hora à cozinha.

Assim, comecei a pensar em fazer outra sobremesa bacana que pudesse lembrar de alguma forma as crepes sonhadas. Pensei num creme brulée de laranja e fui consultar minha bíblia de cremes brulées, o livro Elegantly Easy Creme Brulée da Debbie Puente. Folheando-o, achei a receita de creme brulée com raspas de laranja e licor Grand Marnier. E claro que foi esta a escolhida 🙂 Com mini-show de pirotecnia e tudo rsrs…

A base é a receita clássica do creme brulée, que sempre dá muito certo. Acrescida a ela, doses de Grand Marnier e um perfume de raspas de laranja. Ficou uma delícia.

Achei em princípio que a quantidade de Grand Marnier deixaria um gosto muito forte. Mas esta quantidade é absolutamente perfeita. Use a ‘colher-medida’ de sopa. É importante não pular a parte que recomenda que a massa descanse uns 15 minutos antes de ir ao forno, para que as raspas de laranja possam ‘temperar’ bem o doce. Outra parte importante é deixar os potinhos esfriando dentro da assadeira mesmo. Esfriando devagar, o creme não ‘racha’ na superfície. A receita rendeu 6 ramequins de tamanho médio.

Creme brulée aromatizado com laranja e Grand Marnier

8 gemas de ovos
1/3 xícara (chá) de açúcar cristal
2 xícaras (chá) de creme de leite fresco
1 colher (chá) de extrato de baunilha
3 colheres (sopa) de licor Grand Marnier
raspas da casca de 1 laranja
açúcar cristal para caramelizar (cerca de 1 colher (chá) para cada potinho)

Pré-aqueça o forno a 180ºC. Em uma vasilha, misture bem as gemas com o açúcar, até a mistura engrossar e ficar amarelo-clara. Eu bato na mão mesmo, com o fouet. Adicione o creme de leite fresco, a baunilha, o licor e as raspas de laranja. Misture bem e deixe descansar por 15 minutos. Enquanto isto, prepare os potinhos colocando-os numa assadeira grande com um pouco de água, para assá-los em banho-maria. Tire o excesso de espuma da superfície da massa e coloque-a nos potinhos. Leve a assadeira ao forno por cerca de 40 minutos. Retire e deixa esfriar na própria assadeira. Espere esfriar pelo menos uma hora antes de colocar o açúcar por cima do creme e caramelizar os potinhos com o maçarico. Acabei indo para cozinhar de qualquer jeito, pois quis caramelizar o creme na hora de servir mesmo, pois fica mais gostoso assim 🙂

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Torceu o nariz para esta combinação? Pois senta que lá vem história!

Gosto muito das receitas do Mark Bittman. É uma pena que ele tenha deixado de escrever sua coluna ‘The Minimalist’,  que saía no New York Times e no suplemento Paladar do jornal Estadão. Para quem não o conhece, esta introdução à coluna do Mark publicada no Estadão por ocasião da sua estreia no jornal descreve-o bem:  “Bittman é um cozinheiro da vida real. Cozinha com ingredientes comuns e técnicas simples. Ele é avesso ao esnobismo, dispensa equipamentos sofisticados e preparações muito elaboradas. Trabalha numa cozinha pequena, é adepto do improviso, e acha que ter tudo na despensa é perder a chance de se sentir desafiado. Costuma dizer que não quer transformar ninguém em chef, quer apenas ensinar as pessoas a cozinhar”. Não é tudo este Mark? 🙂

Identifico-me bastante com esta cozinha de técnicas e preparações simples. E o Mark consegue fazer isto com receitas diferentes e criativas, que ficam muito gostosas. Quantas vezes não dei nada por uma receita dele  no papel e adorei o resultado na prática? Foi o caso desta salada de batata-doce com feijão preto. Preparei-a para minha sogra, que veio de São Paulo para Ribeirão Preto em um final de semana com o ‘recorte’ de jornal da receita na mão e os ingredientes dela debaixo do braço 😀

Fizemos a salada de batata-doce e feijão preto para acompanhar um churrasco no domingo.  Com pão francês fresquinho, farofa e uma salada verde. Só. Ficou divina, todo mundo adorou e acabou rapidinho. E eu tirei o chapéu para o Mark Bittman pois não imaginava que esta combinação de ingredientes pudesse ser tão gostosa.

Salada de batata-doce com feijão preto

3 batatas-doces médias descascadas e cortadas em cubos
1 cebola grande picadinha
½ xíc (chá) de azeite
1 ou 2 col (chá) de pimenta vermelha, sem sementes, picada
1 dente de alho
suco de 2 limões
2 xíc (chá) de feijão preto cozido e escorrido
1 pimentão amarelo ou vermelho sem sementes e bem picado
1 xíc (chá) de coentro fresco bem picadinho
sal e pimenta-do-reino a gosto

Pré-aqueça o forno a 200º C. Espalhe em uma assadeira os pedaços de batata-doce e cebola em uma só camada, cobrindo com 2 colheres de sopa de azeite. Tempere com sal e pimenta-do-reino moída. Ponha para assar, virando de vez em quando, até as batatas ficaram moreninhas nos cantos e macias por dentro. Leva de 30 a 40 minutos. Tire do forno e mantenha as batatas na assadeira até a hora de misturar com o molho. Ponha no liquidificador a pimenta, o alho, o suco de limão, o resto do azeite e mais uma pitada de pimenta-do-reino. Bata até homogeneizar. Coloque as batatas ainda quentes em uma vasilha grande, junte o feijão, o pimentão picado e jogue por cima o molho. Coloque o coentro e misture bem. Se necessário, acerte o sal. Leve à geladeira até a hora de servir.

OBS. Esta receita foi publicada originalmente no blog Rosmarino e Prezzemolo.

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A revista Cooking Light de novembro de 2011 fez uma matéria bacana na qual elegeu os melhores livros de culinária da atualidade. O número 6 da lista é o Radically Simple: Brilliant Flavors with Breathtaking Ease da Rozanne Gold, publicado em 2010.

A revista conta que esta autora ganhou fama criando receitas com apenas três ingredientes. Neste novo livro ela altera um pouco esta “regra de três”, mas sempre com um número pequeno de ingredientes, ingredientes bastante conhecidos, receitas de preparo rápido ou com pré-preparos que permitam finalizações rápidas. E assim cria receitas “ainda elegantes e de inspiração simples”.

A receita do livro escolhida para ilustrar a matéria são estes Nutella Sandwich Cookies. Que resolvi preparar pelo apelo do ‘fácil e rápido’ e porque iria agradar em cheio os filhos e seus amigos que vinham fazer um lanche em casa. Foi o maior sucesso! A única reclamação foi que coloquei pouca Nutella no recheio 🙂

Achei, de fato, que uma camada grossa de recheio deixaria os biscoitos muito substanciosos e assim enjoativos. Mas quem sabe da próxima vez.

 Nutella Sandwich Cookies
(receita adaptada do livro Radically Simple: Brillant Flavors with Breathtaking Ease )

370 g de Nutella (quase dois potes daqueles de vidro vendidos no Brasil. Usei 3/4 de xícara-medida na massa e coloquei uma colher de café de recheio em cada um dos 12 biscoitos)
2 colheres (sopa) de manteiga sem sal (em temperatura ambiente)
1 ovo
1 1/4 xícara (chá) de farinha de trigo
1 colher (chá) de fermento em pó

Pré-aqueça o forno a 180ºC. Forre duas formas com silpat (ou papel manteiga untado com manteiga, se não tiver o silpat). Na batedeira bata a manteiga, o ovo e 3/4 xícara (chá) de Nutella até misturar bem. Peneire a farinha de trigo com o fermento e vá acrescentando à mistura na batedeira, aos poucos, batendo só para misturar. Retire a massa da batedeira e coloque-a sobre uma superfície enfarinhada. Faça um rolo e corte em pedaços do mesmo tamanho. Faça bolinhas com a massa e coloque nas assadeiras, deixando um espaço entre as bolinhas. Minha massa rendeu 12 bolinhas. Leve ao forno por 12 minutos. Retire e deixe esfriar por 10 minutos. Com uma faca serrilhada, corte os biscoitos ao meio e recheie com o restante da  Nutella.

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